Xi Jinping e Lula da Silva (Ken Ishii/AP)
Por cnnportugal.iol.pt 14/04/23
Os dois países querem aprofundar as relações para lá do interesse comercial
Os presidentes da China e do Brasil assinaram esta sexta-feira um conjunto de 15 acordos nas áreas da comunicação, economia ou até indústria espacial. Um anúncio que, em conjugação com a visita de Lula da Silva a Pequim, parece aproximar os dois países.
Foi o próprio Xi Jinping quem afirmou que “a China coloca as relações com o Brasil num lugar prioritário nas relações exteriores. [Lula da Silva] é um amigo de longa data e um bom amigo. Foi com a sua atenção e apoio que as relações China-Brasil conseguiram um grande salto”.
Isto depois de um interregno em que as relações entre os dois países esfriaram, nomeadamente com a chegada de Jair Bolsonaro à presidência. O presidente chinês afirmou estar “feliz de ver [Lula da Silva] recuperado”, destacando que a visita do homólogo brasileiro à China é uma das primeiras desde a tomada de posse.
Um encontro que se dá numa altura de crescente tensão entre a China e os Estados Unidos, mas também com a guerra na Ucrânia em pano de fundo, e com a aproximação de Pequim a Moscovo.
Uma visita que, segundo o próprio Lula da Silva, serve para “dizer ao mundo que não temos preconceito na relação com os chineses”, povo com quem quer “trabalhar muito” para que a relação evolua para lá do interesse comercial. Talvez por isso a cerimónia de boas-vindas se fez com canções em brasileiro (ouviu-se “Novo Tempo”, de Ivan Lins) e com crianças a exibirem bandeiras dos dois países.
“Ninguém vai proibir o Brasil de aprimorar a sua relação com a China”, reiterou, deixando uma mensagem clara aos Estados Unidos, que continuam atentos às movimentações internacionais dos vários atores de peso.
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