quarta-feira, 13 de setembro de 2023

"Nenhuma nação deveria ajudar Putin a matar ucranianos inocentes"

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 POR LUSA   13/09/23 

Os Estados Unidos advertiram hoje a Coreia do Norte de que nenhum país deve ajudar o Presidente russo Vladimir Putin a "matar inocentes ucranianos", sublinhando que Pyongyang terá que enfrentar as consequências se o fizer.

"Continuamos a instar a Coreia do Norte a cumprir o seu compromisso público de não apoiar a guerra russa na Ucrânia. Nenhuma nação deveria ajudar Vladimir Putin de forma alguma a matar ucranianos inocentes", frisou o porta-voz do Conselho de Segurança Nacional da Casa Branca, John Kirby, em conferência de imprensa.

O líder norte-coreano, Kim Jong-un, reuniu-se hoje com o Presidente russo, Vladimir Putin, durante uma visita excecional à Rússia destinada a reforçar as suas relações, em particular as militares.

A cimeira decorreu no cosmódromo russo de Vostochny, na região
siberiana de Amur.

Putin declarou ver perspetivas de cooperação militar e espacial com a Coreia do Norte, apesar das sanções internacionais impostas a Pyongyang por causa dos seus programas nucleares e da produção de novos mísseis.

"Se decidirem avançar com algum tipo de acordo de armas, certamente haverá repercussões para a Coreia do Norte, quer por parte dos Estados Unidos, quer da comunidade internacional", sublinhou Kirby.

Washington considera provável que Moscovo procure equipamentos militares.

"[A Rússia] Depende muito da artilharia, por isso algum tipo de [acordo sobre] artilharia é muito possível", concluiu.

Para Washington, a aproximação da Rússia à Coreia do Norte, bem como ao Irão, que fornece 'drones' (aparelhos não tripulados) a Moscovo, "atesta o seu desespero" na guerra que trava na Ucrânia.

O líder norte-coreano chegou ao Extremo Oriente russo perante as fortes suspeitas do Ocidente sobre a intenção de ambos os países reforçarem a cooperação militar e espacial através de um acordo de fornecimento de armas e tecnologia.

Segundo fontes ocidentais, Kim estaria disposto a apoiar a guerra de Moscovo com milhões de projéteis de artilharia e munições.

Kim Jong-un viajou para a Rússia com uma delegação que incluía a sua irmã Kim Yo-Jong, e os ministros da Defesa e dos Negócios Estrangeiros, bem como o diretor do Departamento Industrial de Munições e o secretário de Ciência e Educação do Comité Central do Partido dos Trabalhadores, ligado ao programa espacial norte-coreano.



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ESTUDO: Atividades humanas afetam ⅔ dos fatores que mantêm o planeta estável

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POR LUSA  13/09/23 

As atividades humanas levaram a que seis de nove fatores que mantêm a estabilidade do planeta tenham sido ultrapassados, indica um estudo hoje divulgado pela Universidade de Copenhaga.

O estudo atualiza o quadro das fronteiras planetárias e mostra que as atividades humanas estão a ter um impacto crescente no planeta, aumentando o risco de acontecerem alterações dramáticas nas condições globais da Terra.

O quadro das fronteiras planetárias aplica os mais recentes conhecimentos científicos sobre o funcionamento do sistema terrestre para identificar um "espaço operacional seguro" para a humanidade, propondo limites a partir das quais as atividades humanas podem desencadear mudanças irreversíveis nas condições da Terra que permitem a vida humana.

As nove fronteiras representam componentes do ambiente global que regulam a estabilidade e a habitabilidade do planeta para as pessoas.

Durante mais de três mil milhões de anos, a interação entre a vida e o clima controlou as condições ambientais globais da Terra. Mas as atividades humanas, como as mudanças de utilização do solo, a alteração da quantidade de água nos rios e no solo, a introdução de produtos químicos sintéticos no ambiente e a emissão de gases com efeito de estufa para a atmosfera, influenciaram essa interação.

Respeitar e manter as interações no sistema terrestre é fundamental para garantir que as atividades humanas não desencadeiam mudanças dramáticas no estado da Terra, que provavelmente diminuiriam a capacidade do planeta para suportar as civilizações modernas, avisa-se no estudo.

Alertando que não basta uma atenção global ao clima, os cientistas dizem que as transgressões estão a aumentar em todos os limites e não apenas nos seis que já foram ultrapassados, com exceção para a degradação da camada de ozono da Terra.

As seis fronteiras ultrapassadas são as alterações climáticas, a integridade da biosfera, as mudanças no uso da terra, as mudanças no uso de água potável, os fluxos biogeoquímicos e os fatores não naturais gerados pela atividade humana (como os compostos químicos sintéticos). A destruição da camada do ozono, a carga de aerossóis na atmosfera e a acidificação dos oceanos são as fronteiras, segundo o estudo, que ainda não foram ultrapassadas.

O estudo, publicado na revista "Science Advances", representa a terceira atualização do quadro feito por 29 cientistas de oito países.

Katherine Richardson, professora do Instituto Globe e dirigente do Centro de Ciência da Sustentabilidade da Universidade de Copenhaga, que dirigiu o estudo, diz que a "pressão sanguínea" da Terra é muito elevada e que é preocupante a tendência para a transgressão crescente dos limites do planeta.

"A transgressão de seis limites, por si só, não implica necessariamente a ocorrência de uma catástrofe, mas é um sinal de alerta claro. Podemos considerá-lo como se fosse a nossa própria tensão arterial. Uma tensão arterial superior a 120/80 não é garantia de um ataque cardíaco, mas aumenta o risco de um", avisa citada num comunicado da Universidade, avisando que, para bem de todos, é preciso baixar a pressão sobre as seis fronteiras.

O estudo conclui que é preciso dar mais atenção à interação entre as diversas fronteiras, que o planeta não se protege só com atenção às alterações climáticas e que é preciso trabalhar na integridade da biosfera, porque as duas questões caminham juntas.

E alerta que o uso excessivo da biomassa afeta a biodiversidade, explicando que o uso crescente da biomassa como alternativa aos combustíveis fósseis está a retirar energia que estava disponível para sustentar a natureza.

Os cientistas salientam que é preciso que a vida no planeta se desenvolva dentro dos limites definidos pela ciência. E que tal já foi reconhecido na área do clima (Acordo de Paris) e na área da biodiversidade (COP15 de Montreal-Kunming).

Mas frisam que tal não é suficiente, "nem de longe".



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UCCLA vai acolher evento dedicado ao combate do desperdício alimentar - 29 de Setembro de 20232


UCCLA vai acolher evento dedicado ao combate do desperdício alimentar

No "Dia Mundial Contra o Desperdício Alimentar", dia 29 de setembro, entre as 10 e as 15 horas, a UCCLA vai acolher a iniciativa “Make it Sustainable - Edição Food Waste”. Esta 1.ª edição é dedicada ao combate do desperdício alimentar e ao papel ativo que cada um de nós desempenha na promoção da sustentabilidade na sua comunidade.

O evento contará com palestras, zona de exposição e atividades diversas. Vão ser discutidos temas “Como podemos educar os consumidores sobre o desperdício alimentar” e “Boas práticas dentro das empresas relativamente aio desperdício alimentar”.

A entrada é livre. Pode confirmar a sua presença no link https://lnkd.in/dwRntn6G

Com os melhores cumprimentos,

Anabela Carvalho

Assessora de Comunicação | anabela.carvalho@uccla.pt

Avenida da Índia n.º 110, 1300-300 Lisboa, Portugal | Tel. +351 218 172 950 | 

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ANALISTA: Uso de bandeiras russas por golpistas africanos não está ligado a Moscovo

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POR LUSA   13/09/23 

O uso de bandeiras da Rússia por apoiantes de golpes de Estado em África é mais um sinal de descontentamento contra antigos colonizadores como França do que um alinhamento com Moscovo, defendeu hoje a analista Ornella Moderan.

"Penso que existe um desconforto pós-colonial em torno da França nos países francófonos da África Ocidental e uma sensação de que a relação não foi redefinida da forma que deveria", afirmou, durante um debate em Londres organizado pelo centro de estudos Chatham House. 

Imagens de manifestantes favoráveis aos golpes no Burkina Faso, em setembro de 2022, e no Niger, em agosto último, mostraram a bandeira de França a ser queimada e a serem exibidas bandeiras da Rússia. 

A especialista em assuntos africanos afirmou ser "evidente que esta situação é manipulada por outros atores no âmbito da competição global entre grandes potências" e que a Rússia está a aproveitar a instabilidade em África através do grupo paramilitar Wagner.

"Estas são realidades que não se devem ao facto de um país como a Rússia encarnar realmente os valores que a maioria da população da África Ocidental defende, mas porque encarna o [sentimento] anti-França, porque encarna o anti-Ocidente", argumentou.

O Coordenador do programa regional para África no Centro de Serviços Regionais para África do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), Jide Okeke, questionou este diagnóstico.

"Não chegaria a uma conclusão convincente de que existe, de facto, uma correlação positiva entre o que se vê por aí, pessoas a celebrar e a queimar bandeiras francesas, e um sentimento anti-francês ou pró-russo claro, sustentável e a longo prazo. Penso que é demasiado cedo para o dizer", afirmou.

Okeke e Moderan falavam durante um evento intitulado "Compreender os golpes de Estado e a renovação democrática em África", onde foram apresentados os resultados do estudo do PNUD "Soldados e cidadãos: Golpes militares e a necessidade de renovação democrática em África".

Desde 2020, recordou Okeke, o continente registou oito golpes de Estado militares, incluindo os mais recentes no Níger e no Gabão, e três tentativas, mas, desde os anos 1970, contabilizaram-se mais de 268 em todo o continente, com destaque para a África Ocidental, e em especial a região do Sahel. 

Num inquérito a 8.000 africanos de oito países africanos onde ocorreram golpes ou transições geográficas, a maioria disse preferir a democracia e uma minoria afirmou explicitamente que preferia uma opção não democrática.

Além de fatores económicos e sociais, o estudo também concluiu que a cultura política em países com longas ditaduras militares torna os cidadãos mais tolerantes aos golpes. 

"As sanções não são suficientes. As sanções não impedem necessariamente os golpistas de planear novos golpes", afirmou Okeke, que defende que é preciso ir mais além e apoiar as transições políticas para democracias lideradas por civis.

"Fizemo-lo nos casos do Mali e do Chade, e é necessário que comecem a pensar em como restaurar a ordem constitucional e manter a ordem constitucional" depois dos golpes de Estado militares, disse. 

Este responsável do PNUD considerou que, no Sahel, "as intervenções militares são essenciais, mas não são suficientes".

"A intervenção no Sahel precisa de uma reconfiguração completa que privilegie os investimentos na governação, o reforço das instituições, a inclusão dos jovens nas negociações políticas, de forma a promover a estabilidade a médio e longo prazo", defendeu.


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Banco Mundial melhora nota da Guiné-Bissau na avaliação das políticas

© Lusa

POR LUSA   13/09/23 

O Banco Mundial melhorou, em 0,1 pontos, a avaliação da capacidade da Guiné-Bissau de utilizar eficazmente a ajuda financeira externa, face às políticas e instituições nacionais, que continua abaixo da média da África subsaariana.

"A nota global melhorou ligeiramente, de 2,4 para 2,5 pontos, mas o país continua a ter um desempenho pior que os seus pares, particularmente na gestão do setor públicos e na área da capacitação institucional", lê-se no relatório anual, a que a Lusa teve hoje acesso, que analisa se o ambiente institucional e de políticas é propício à eficácia das ajudas ao desenvolvimento.

No relatório, a Associação Internacional para o Desenvolvimento (IDA), o braço do Banco Mundial para financiamentos concessionais aos países mais pobres, diz que "as vulnerabilidades na aplicação dos direitos de propriedade, a governação baseada no primado da lei e a gestão orçamental são área que precisam de ação imediata para fortalecer as políticas e instituições e fomentar um ambiente empresaria propício".

Ainda assim, os economistas do Banco Mundial destacam que "os desenvolvimentos positivos na gestão da dívida e a introdução de objetivos orçamentais de médio prazo contribuíram para a melhoria do desempenho macroeconómico".

O Banco Mundial melhorou a nota de 12 países africanos, mantendo 20 e piorando oito, neste relatório.

"Apesar dos desafios económicos globais, mais países na África subsaariana viram melhorias no seu resultado global da Avaliação Institucional e das Políticas Nacionais (CPIA), em comparação com o ano anterior", lê-se nesta avaliação feita anualmente pelo Banco Mundial, recorrendo a quatro grandes linhas de avaliação (gestão económica, políticas estruturais, políticas para a inclusão social e equidade, e gestão do setor público e instituições) e 16 critérios.

Na edição deste ano, relativa a 2022, há doze países que melhoraram a avaliação, entre os quais estão Cabo Verde, Guiné-Bissau e Moçambique, com São Tomé e Príncipe a ser um dos oito países cuja classificação piorou, e 20 mantiveram o nível, num total de 39 países analisados na África subsaariana, numa escala ascendente de 1 a 6.

Angola e a Guiné Equatorial, os outros dois países africanos lusófonos, estão fora desta avaliação, já que não são considerados pelo Banco Mundial como países pobres, dado o nível de rendimento 'per capita'.

O relatório anual da IDA "captura a qualidade das disposições institucionais e de políticas de cada país, focando-se nos elementos controlados por um país, e não por resultados influenciados por elementos externos", o que faz com que o resultado final "avalie se o crescimento sustentável e a redução da pobreza podem ser sustentados através das disposições institucionais e de políticas em vigor".

Como o resultado "representa a capacidade para uma utilização efetiva da ajuda ao desenvolvimento, é um dos principais fatores que determina a alocação de financiamento para o desenvolvimento por parte da IDA", explica-se ainda no relatório, que aponta para uma média de 3,1 pontos, igual à do ano passado.



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Banco Mundial | Comunicado de Imprensa: Saúde, Pensões e Eletricidade são setores fundamentais para a consolidação orçamental na Guiné-Bissau

BISSAU, 12 de setembro de 2023 — O reforço do sistema de pensões, a melhoria dos resultados do setor da saúde e o aumento do desempenho do setor da eletricidade são fundamentais para consolidar o espaço fiscal na Guiné-Bissau e acelerar o desenvolvimento do país. Estes são alguns dos destaques da Análise das Despesas Públicas (PER), um novo relatório lançado pelo Banco Mundial.

Com uma população de cerca de 2 milhões de habitantes e uma atividade económica centrada na produção e venda de castanha de caju, a Guiné-Bissau é assolada pela instabilidade política e por elevadas taxas de pobreza extrema e de vulnerabilidade. Um quarto da população vive abaixo do limiar de pobreza internacional de 2,15 dólares por dia, o que torna o país num dos mais pobres do mundo. A Guiné-Bissau precisa de uma mudança radical na sua trajetória de desenvolvimento para enfrentar estes desafios prementes, e o reforço das finanças públicas tem um papel fundamental a desempenhar nesse processo.

"O Governo da Guiné-Bissau está empenhado na consolidação fiscal, e esta nova Análise das Despesas Públicas pretende apoiar este objetivo como parte do envolvimento contínuo do Banco Mundial em questões de política fiscal e compromisso com o desenvolvimento sustentável no país. O relatório apresenta uma série de recomendações para despesas públicas mais eficientes em setores chave, tais como pensões, saúde e eletricidade", diz Anne-Lucie Lefebvre, Representante Residente do Banco Mundial na Guiné-Bissau.

A Análise das Despesas Públicas da Guiné-Bissau examina a eficiência e a eficácia das despesas públicas e da mobilização de receitas e identifica oportunidades para aumentar o espaço fiscal do país.

Várias recomendações emergem do relatório, incluindo o estabelecimento de um sistema integrado de pensões que cubra os trabalhadores do setor público e privado; melhorar a transparência e a governação no setor das pensões; melhorar a preparação e execução do orçamento do setor da saúde, bem como os sistemas de tecnologia da informação financeira, a prestação de cuidados de saúde e a gestão de recursos humanos; e garantir a sustentabilidade financeira do setor da eletricidade, melhorando a governação e modernizando as suas infraestruturas.

"Esta nova Análise das Despesas Públicas baseia-se no relatório de 2018 e continua a destacar a necessidade de a Guiné-Bissau melhorar a mobilização de receitas internas e reduzir as despesas para criar espaço fiscal. Isto permitirá ao governo investir em capital humano e económico e reduzir a rigidez orçamental para fazer face a crises, reduzir a pobreza e melhorar a prosperidade partilhada", diz Patrick McCartney, Economista do Banco Mundial e co-autor da Análise das Despesas Públicas.

"Operação militar"? Rússia diz que "não há outra opção" senão vencer... O ministro da Defesa russo afirmou que "as tropas estão empenhadas em manter uma defesa ativa"

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Notícias ao Minuto   13/09/23 

O ministro da Defesa da Rússia, Sergei Shoigu, afirmou, esta quarta-feira, que as tropas russas estão empenhadas numa "defesa ativa" contra a contraofensiva das tropas ucranianas e defendeu ainda que "não há outra opção" senão vencer a guerra na Ucrânia.

"As tropas estão empenhadas em manter uma defesa ativa onde é necessário e preciso. É mais difícil em alguns locais e mais fácil noutros, mas posso dizer que os nossos homens estão a agir com confiança. Os comandantes estão a agir com confiança. Estamos a defender com confiança o que temos de defender", disse, citado pela agência de notícias russa TASS, acrescentando que "não há outra opção" se não vencer a chamada "operação militar especial" na Ucrânia.

As declarações de Shoigu surgem após o exército ucraniano ter lançado, em junho, uma contraofensiva nas frentes sul e leste da Ucrânia. A operação tem sido criticada devido à lentidão face às fortes linhas defensivas russas, o governo de Kyiv afirma ter conseguido avanços importantes e desocupado territórios.

O conflito entre a Ucrânia e a Rússia começou com o objetivo, segundo Vladimir Putin, de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia. A operação foi condenada pela generalidade da comunidade internacional.

A ONU confirmou que quase dez mil civis morreram e mais de 17 mil ficaram feridos na guerra, sublinhando que os números reais serão muito superiores e só poderão ser conhecidos quando houver acesso a zonas cercadas ou sob intensos combates.



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CUBA: G77+China discute a promoção de uma ordem internacional mais "justa"

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POR LUSA   13/09/23 

A capital cubana recebe esta sexta-feira e sábado cerca de 100 chefes de Estado e representantes de governos dos 134 países membros do G77+China, movidos pelo objetivo de promoverem uma ordem internacional "justa" para os estados em desenvolvimento.

Entre os mais de 30 chefes de Estado que já confirmaram a presença em Havana, encontram-se os presidentes de Angola, João Lourenço; do Brasil, Luiz Inácio Lula da Silva; de Moçambique, Filipe Nyusi, assim como a do secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, e de representantes dos governos da quase totalidade dos estados-membros da CPLP.

"Os desafios atuais do desenvolvimento: o papel da ciência, da tecnologia e da inovação" é o tema do evento que antecede a Assembleia-Geral das Nações Unidas, que decorrer entre 19 e 26 próximos em Nova Iorque, mas as discussões alargar-se-ão às reformas das instituições multilaterais e será feito o ponto de situação da Agenda 2030, que em mais de metade do seu tempo de vida mostra apenas resultados mitigados dos 17 Objetivos de Desenvolvimento Sustentável (ODS) aí inscritos.

Guterres, que abrirá a reunião, chega a Havana depois de ter participado em várias cimeiras internacionais nas últimas semanas - incluindo a dos BRICS, em Joanesburgo, e a do G20 na Índia -- considerou em declarações à comunicação social no final de julho que "esta multiplicidade de cimeiras reflete a crescente multipolaridade do nosso mundo".

A cimeira dá particular visibilidade à diplomacia cubana -- Cuba assume pela primeira vez a presidência "por tempore" do Grupo G77+China -, que vem a colocar desde o início do ano o ênfase do seu mandato na urgência da reforma do sistema financeiro multilateral.

Numa declaração em nome do grupo apresentada à direção do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento no final de agosto, a embaixadora permanente de Cuba junto da ONU, Nadieska Navarro Barro, sublinhou que "a realização dos ODS exige mudanças significativas na arquitetura financeira global" e elencou um vasto conjunto de prioridades que o G77+China debaterá no final desta semana.

Os países em desenvolvimento exigem o reforço da rede de segurança financeira global e um acesso maior e mais equitativo ao financiamento internacional em tempos de crise, nomeadamente através de emissões regulares de Direitos de Saque Especiais.

Querem também alterações na governação do Banco Mundial e do Fundo Monetário Internacional, que permitam o reforço da sua participação nessas instâncias.

A questão da dívida é outra das preocupações maiores do G77+China, que reclama a reformulação da sua arquitetura e a criação de uma plataforma transparente para a sua gestão, assim como salvaguardas relativas à intervenção das agências de notação de crédito no sistema.

Para os países em desenvolvimento, as taxas de juro podem ser oito vezes mais elevadas do que as dos países desenvolvidos, sublinhou em meados de julho o próprio secretário-geral da ONU, a quem se deve outro exemplo retirado do Relatório Mundial da Dívida de 2023: atualmente, 25 economias em desenvolvimento gastam mais de 20% das receitas públicas exclusivamente no serviço da dívida.

No final da cimeira do G20, em Nova Deli, numa mensagem à cimeira do G77+China, Guterres considerou "muito importante que os países em desenvolvimento lutem para garantir as transformações necessárias nos sistemas internacionais, de modo a criar condições para que possam enfrentar os desafios e recuperar o ímpeto do seu desenvolvimento".

"Para isso, precisam de solidariedade internacional e de justiça nas relações internacionais", reconheceu, acrescentando a esta "mensagem clara" um repto aos líderes do "Sul Global" para que "adotem as suas próprias reformas para garantir a boa governação" e "mobilizem os seus próprios recursos para garantir que os ODS se tornem uma prioridade efetiva nas suas próprias políticas internas".

O G77 foi criado em 1964 no seio da ONU, no interior do grupo dos países Não-Alinhados, por 77 países em desenvolvimento. Hoje conta com 134 membros. A China, que não se considera membro do grupo, participa no G77 desde 1992.



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Ataque a porto na Crimeia atingiu navio e submarino russos, diz Kyiv

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POR LUSA   13/09/23 

O ataque ucraniano com mísseis na madrugada de hoje contra um estaleiro militar russo no porto de Sebastopol, na Crimeia, causou danos num navio anfíbio e num submarino da frota russa, segundo fontes militares ucranianas citadas pela publicação RBK.

"O correram danos na fábrica de reparação naval Sergo Ordzhonikidze, na cidade de Sebastopol", disseram representantes da secreta militar ucraniana (GUR), acrescentando que o ataque atingiu "um grande navio de desembarque e um submarino".

De acordo com dois canais russos de Telegram, Baza e Shot, o submarino Rostov e o navio militar Minsk são os que sofreram danos no ataque, cuja responsabilidade foi reivindicada pela Força Aérea Ucraniana através do seu comandante, Mikola Oleshchuk.

O Ministério da Defesa russo indicou hoje de manhã que a Ucrânia utilizou dez mísseis de cruzeiro para atacar o porto de Sebastopol, dos quais sete foram intercetados, bem como três 'drones' da marinha ucraniana.

Segundo o Ministério da Defesa russo, os navios danificados serão reparados e continuarão ao serviço.

As autoridades russas na península da Crimeia, anexada em 2014, contabilizaram 24 feridos no ataque.

"De acordo com informações preliminares, o incêndio foi causado por um ataque com mísseis", escreveu o governador russo em Sebastopol, Mikhail Razvozhayev, no Telegram.

O estaleiro atacado pertence à principal base da Marinha Russa no Mar Negro e é usado para reparar e construir navios militares.

A Ucrânia intensificou nos últimos meses os ataques com 'drones', mísseis e embarcações de desembarque contra Sebastopol e outras áreas da Crimeia.

Após o ataque em Sebastopol, o ministro da Defesa russo, Sergei Shoigu, afirmou em declarações à televisão estatal que a Rússia não tem outra escolha senão vencer na Ucrânia.

"Não temos outra opção", respondeu o ministro à pergunta do jornalista do canal Rossía-1 se a Rússia vencerá na Ucrânia, país invadido pelas tropas de Moscovo em fevereiro de 2022.

Shoigu, que participou nas negociações russo-norte-coreanas realizadas hoje no cosmódromo de Vostochny, afirmou que as tropas russas "estão ocupadas em manter uma defesa ativa nos setores necessários".

"Em algumas partes, isso [a defesa] é mais difícil, noutras é mais simples. Mas posso dizer que os rapazes atuam com confiança, os comandantes atuam com confiança. Defendemos com segurança tudo o que precisamos defender", declarou.

No início de junho, o Exército ucraniano lançou uma contraofensiva nas frentes sul e leste do país e que, apesar de críticas de lentidão face às fortes linhas defensivas russas, o Governo de Kyiv afirma ter conseguido avanços importantes e desocupado vastos territórios.

A contraofensiva ucraniana, que a Rússia, por sua vez, declarou malsucedida, foi acompanhada por ataques de 'drones' e mísseis contra a retaguarda russa, incluindo em Moscovo.



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Entrevista: Sindicato dos Motoristas da Região de Gabu, ameaçam paralisar as suas atividades caso o governo não melhore as estradas do país


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LÍBIA: Inundações "devastadoras" já mataram cerca de 6 mil pessoas na Líbia

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Notícias ao Minuto  13/09/23 

Há ainda milhares de desaparecidos e o mais provável é que o número "duplique", segundo fonte do governo líbio.

O número de mortos provocados pelas inundações na Líbia subiu para cerca de 6 mil e "ainda há milhares de desaparecidos", disse uma fonte do governo ao Al Jazeera.

De acordo com este jornal, só em Derna, uma das cidades mais afetadas pela "devastadora" tempestade, "foram contados 5.300 corpos", um número que se prevê que "aumente ou até duplique".

O número foi avançado pelo porta-voz do Ministério do Interior, Mohammed Abu-Lamousha, à AP. Sublinhe-se que as autoridades de Derna tinham avançado anteriormente com 2.300 mortes.

Ao Al Jazeera, o responsável governamental pela aviação civil da Líbia, Hichem Chkiouat, disse que "o mar de Derna está a despejar constantemente dezenas de corpos" e apelou à ajuda internacional.

"A Líbia não tem experiência para lidar com um desastre desta magnitude", salientou.

Recorde-se que a Agência para as Migrações das Nações Unidas disse hoje que há pelo menos 30 mil deslocados na cidade de Derna, na sequência das inundações.


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Ministro da Economia e Finanças, Suleimane Seidi fala a conferência de imprensa sobre a situação económica e financeira do país.

 

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As três razões pelas quais Putin e Kim Jong-un querem ser amigos

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Notícias ao Minuto   13/09/23 

Os dois líderes reuniram-se hoje e, embora se possa dizer que apresentem sempre cara 'de poucos amigos', a verdade é que a ambos dá jeito manterem-se unidos.

O dia de hoje está a ser marcado pelo encontro de Kim Jong-un, líder da Coreia do Norte, e Vladimir Putin, presidente russo, que se reuniram na região leste da Rússia.

Ambas as nações podem ser úteis uma à outra e, apesar de distantes, têm uma série de coisas em comum, desde inimigos partilhados... a uma dependência da China.

Nesse âmbito, o editor da BBC para a Rússia, Steve Rosenberg, e a correspondente da BBC em Seul, Jean Mackenzie, analisaram as razões pelas quais os dois países podem querer ser amigos e sugerem três pontos essenciais.

O primeiro deles tem a ver com o facto de "ambos terem coisas que interessam ao outro", começa por elencar Steve Rosenberg.

"A Coreia do Norte tem artilharia e armas que podem interessar à Rússia", refere, enquanto "a Coreia do Norte, após anos com um regime de fronteiras fechadas, tem escassez de alimentos, petróleo e dinheiro", destaca Jean.

Em segundo lugar, ambos os países "têm um inimigo em comum: o Ocidente, em especial os Estados Unidos", sendo que Rússia e Coreia do Norte estão sob sanções internacionais que as colocam em isolamento.

E, por fim, a China. Na sequência destas sanções, a Rússia tornou-se muito dependente da China. Também a Coreia do Norte parece apoiar-se cada vez mais em Pequim, estando dependente desta aliança. Posto isto, referem os dois especialistas da BBC, dá sempre jeito ter mais que um amigo.

Assim sendo, com ou sem armas, ambos os países parecem querer enviar uma mensagem aos seus rivais, revelando que vão fazer amizade com "quem lhes apetecer".



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