segunda-feira, 21 de agosto de 2023

Kim Jong Un inspeciona uma unidade da Marinha do Exército Popular da Coreia

Fonte: Agência Central de Notícias da Coreia

Kim Jong Un, Secretário-geral do Partido de Trabalho da Coreia e Presidente de Assuntos de Estado da República Popular Democrática da Coreia, inspecionou a 2ª flotilha de navios de superfície da Frota do Mar do Leste do Exército Popular da Coreia.

Ele aprendeu detalhadamente sobre os preparativos de combate e guerra dos navios de superfície, a vida dos marinheiros e o plano de reconstrução da base naval. Em seguida, montado no a guarda costeira 661, indagou detalhadamente sobre o seu armamento e preparativos de combate, verificando se os marinheiros mantinham elevada mobilidade e uma poderosa força de ataque, de forma a fazer face a qualquer imprevisto, e que estavam permanentemente prontos a intervir.

Naquele dia, ele assistiu ao exercício estratégico de lançamento de mísseis de cruzeiro dos marinheiros da guarda costeira. O míssil atingiu o alvo com precisão.

Insistindo na missão de grande importância que cabe à marinha do EPC de aniquilar, em caso de eventual acontecimento, a vontade de guerra do inimigo, observou em particular:

Todas as unidades navais de superfície e submarinas devem estar sempre em plena prontidão e, ao mesmo tempo, inflamar o zelo pelo fortalecimento do treinamento de combate para aumentar continuamente a capacidade real de combate, de modo a cumprir ativamente sua missão de combate em todas as circunstâncias adversas.

Como sempre é enfatizado, o resultado de uma batalha depende do valor político, ideológico e moral dos militares. O que é realmente necessário no campo de batalha não é a superioridade numérica e técnica de armas e equipamentos, mas o poder ideológico e moral avassalador dos soldados que os manuseiam. Um soldado imbuído de um espírito irredutível pode derrotar qualquer inimigo e vencer qualquer batalha. É importante que tal tradição e tal espírito de nosso exército sejam continuados sem o menor desvio pela geração de hoje.

Expressou a sua esperança e a sua certeza de que todos os nossos marinheiros se prepararão plenamente para formar a vanguarda da defesa nacional e a tropa de assalto marítimo para assim defender e com certeza fazer brilhar as reputações e honrar os heróicos marinheiros da geração anterior que fizeram milagres sem precedentes em a história da guerra naval.

Os carpinteiros da cidade de Bissau pedem ao novo governo a criar condições para a retoma de trabalhos de cerrações no país.

Numa ronda feita pela Rádio Capital FM a diferentes carpintarias da capital guineense, os carpinteiros falam das dificuldades enfrentadas diariamente nas suas atividades.

Mamadú Candé    Rádio Capital Fm   Data: 21.08.2023

Visita do Ministro as Direções do Ministério.

Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos  

Níger. Centenas de camiões chegaram com alimentos do Burkina Faso

© Getty Images

POR LUSA      21/08/23 

Uma coluna de 300 camiões, principalmente carregados de comida, chegou hoje a Niamey, proveniente do Burkina Faso, para contrariar as sanções impostas por vários dos seus vizinhos da África Ocidental, na sequência de um golpe de Estado.

"Chegaram a Niamey cerca de 300 camiões", disse à AFP o diretor regional das alfândegas, o coronel Adamou Zaroumeye.

Os camiões "vêm do Burkina Faso e transportam principalmente produtos alimentares", sal, milho e artigos para o lar, disse, acrescentando que se trata de uma "lufada de ar fresco" para o Níger.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) impôs pesadas sanções económicas contra o Níger em 30 de julho, em resposta ao golpe de Estado que derrubou o Presidente eleito Mohamed Bazoum em 26 de julho.

O Benin e a Nigéria fecharam as suas fronteiras, interrompendo o abastecimento do Níger.

As forças armadas do Burkina Faso e depois do Níger asseguraram a segurança da coluna, segundo as autoridades nigerinas.

Seydou Mié Zanaidou, um dos motorista da caravana, disse à AFP que viajou de Kaya, no Burkina Faso, para Dori, uma cidade no leste do país, antes de atravessar a fronteira com o Níger, perto da cidade de Tera, e continuar até Niamey.

O Burkina Faso, que também é governado por militares que chegaram ao poder através de um golpe de Estado e que foi igualmente suspenso da CEDEAO, não tardou a manifestar a sua solidariedade para com os golpistas do Níger.

O Programa Alimentar Mundial (PAM), a agência alimentar das Nações Unidas, alertou na quarta-feira que as sanções regionais e o encerramento das fronteiras estavam a "afetar grandemente o fornecimento de alimentos e medicamentos vitais ao Níger".



Leia Também: Níger. CEDEAO considera "inaceitável" período de três anos para transição

Guiné-Bissau: Ministra do Interior promete acabar com raptos e espancamentos de cidadãos

Por Rádio Capital Fm

Bissau - (21.08.2023) - A nova titular da pasta do Interior, Adiato Djaló Nandigna, promete restaurar a confiança entre as forças de ordem e os cidadãos.

A promessa da governante foi deixada esta segunda-feira, 21, após visitas efetuadas as instalações do Comissariado da Polícia de Ordem Pública, da Policia da Intervenção Rápida e da Brigada de Polícia de Transito. 

Visita que a permitiu inteirar-se das dificuldades com que estas corporações deparam. 

 © Radio TV Bantaba   Adiato Djalo Nandigna promete resolver dificuldades identificadas nas esquadras visitadas☝

Adiato Djaló Nandigna disse que vão criar mecanismos para pôr cobro a situação de raptos e espancamentos de cidadãos que têm sido verificados no país durante os últimos três anos.

ʺPensamos que vamos pôr cobro a essa situação. Não vamos adiantar, porque primeiro é conhecer. Para executar o programa do Governo é preciso saber quais são os recursos humanos e os meios disponíveis", considera.

Para Adiato Djaló Nandiga, o Ministério do Interior tem uma grande responsabilidade para com o país, "porque a sua missão é garantir a segurança e o cumprimento das leis que estão plasmadas na Constituição da República da Guiné-Bissau". 

"A nossa missão é garantir a segurança do povo guineense. Temos uma missão difícil, que pensamos, e podemos dizer que também não é difícil, pois a missão das Forças de Segurança tem como lema: a ordem e a disciplina. Daí que têm que saber que a sua missão fundamental é garantir segurança ao povo e, assim, quando um cidadão vê um agente de segurança sentir-se que realmente está seguro e com todos os seus bens. Essa é a nossa missãoʺ, concluiu a Ministra do Interior. 

Durante a sua visita, Adiato Djaló Nandinga esteve  acompanhada do Secretário de Estado da Ordem Pública, Marciano Indi, e do Comissário Nacional da Polícia de Ordem Pública, Tomas Djassi.

Por Sulai Seide

Papa reúne com chefe do Estado-Maior dos EUA para falar da Ucrânia

© Reuters

POR LUSA   21/08/23 

O Papa Francisco recebeu hoje no Vaticano o chefe do Estado-Maior das Forças Armadas dos Estados Unidos, Mark Milley, para falar, em especial, sobre a guerra na Ucrânia.

O líder da Igreja Católica está "evidentemente muito preocupado com as centenas de milhares de pessoas que foram mortas ou feridas e as vidas civis inocentes que foram ceifadas", declarou Mark Milley à imprensa após o encontro, já a bordo de um avião militar norte-americano.

"Ele está muito interessado no meu ponto de vista sobre a situação e a evolução da guerra, bem como na tragédia em curso na Ucrânia", acrescentou o general.

O Exército norte-americano tem fornecido equipamento militar à Ucrânia e treinado as suas tropas para combater a invasão russa, iniciada há quase um ano e meio, a 24 de fevereiro de 2022.

Essa ajuda contribuiu para que Kiev recuperasse algum terreno às forças russas, protagonizando desde o princípio de junho uma vasta contraofensiva.

Mas a operação está a ser muito difícil, porque os militares russos passaram o inverno e a primavera a reforçar as suas posições com trincheiras, explosivos antitanque e centenas de quilómetros de campos minados.

O Papa apela com muita regularidade para que se ponha fim à guerra na Ucrânia, e o seu enviado para a paz deslocou-se a Kiev e a Moscovo em junho.

Mark Milley, católico praticante, indicou ter abordado com o Papa outros assuntos e que falaram "muito de África".


Leia Também: Kyiv anuncia "sucessos" em Zaporíjia e Rússia diz ter repelido ataques

Novo governo da Nigéria toma posse e PR admite "desafios assustadores"

© Lusa

POR LUSA  21/08/23 

O presidente da Nigéria, Bola Tinubu, deu hoje posse a 45 ministros quase três meses após a sua eleição, prometendo que o seu governo irá acelerar a agenda de desenvolvimento e "satisfazer as exigências" dos cidadãos.

"Temos de nos responsabilizar mutuamente, temos de fazer o nosso trabalho para satisfazer as exigências de todos os nigerianos", disse o Presidente aos ministros durante a cerimónia de tomada de posse, em Abuja.

De acordo com a agência Associated Press, Tinubu reconheceu os desafios "assustadores" da Nigéria, mas afirmou que a constituição do novo Governo é uma oportunidade para implementar "as reformas há muito necessárias".

Este é o maior governo da Nigéria desde o regresso do país à democracia em 1999, o que suscitou críticas sobre as elevadas despesas do governo, apesar das promessas de Tinubu de reduzir os custos.

Menos de 20% dos membros do Governo são mulheres, dando continuidade a uma longa tradição de fraca representação feminina na classe dirigente.

Além de tecnocratas do setor privado, os ministros incluem também vários leais ao partido, incluindo antigos governadores que ajudaram a mobilizar o apoio a Tinubu durante a campanha presidencial.

O antigo banqueiro de investimento Wale Edun foi nomeado Ministro das Finanças e ministro Coordenador da Economia, enquanto Ali Pate, um antigo diretor do Banco Mundial que recentemente recusou uma nomeação para dirigir a aliança mundial de vacinas Gavi, foi nomeado ministro da Saúde e da Segurança Social.


Leia Também: Charles Michel falou com presidente nigeriano sobre saúde de Bazoum

Abate de drone causa dois feridos em Moscovo

 Voaportugues.com  21/08/23

Duas pessoas ficaram feridas em Moscovo, na segunda-feira, quando os destroços de um drone ucraniano destruído pelas defesas aéreas russas caíram sobre uma casa, de acordo com o governador regional.

As autoridades russas afirmaram que a Ucrânia lançou um ataque com um drone que visava as regiões de Moscovo e Kaluga. O ataque aéreo interrompeu temporariamente os voos em vários aeroportos russos, mas o serviço foi retomado mais tarde.

Tanto a Rússia como a Ucrânia utilizaram drones para atingir o lado oposto, com danos no solo frequentemente causados por destroços de aeronaves abatidas.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelenskyy, agradeceu aos legisladores dinamarqueses quando se dirigiu a Copenhaga na segunda-feira, um dia depois de a Dinamarca e os Países Baixos terem anunciado que iriam fornecer às forças ucranianas caças F-16 fabricados nos EUA.

O embaixador russo na Dinamarca, Vladimir Barbin, afirmou, em comunicado, que a decisão da Dinamarca de enviar F-16 para a Ucrânia "conduz a uma escalada do conflito".

A primeira-ministra dinamarquesa, Mette Frederiksen, comprometeu-se a enviar 19 F-16 para a Ucrânia e disse esperar que os primeiros seis sejam entregues no início de 2024.

O primeiro-ministro holandês, Mark Rutte, não especificou o número de F-16 que o seu país irá fornecer, nem a data em que as entregas poderão ter lugar. O primeiro-ministro holandês afirmou que o calendário depende da rapidez com que as tripulações e as infra-estruturas ucranianas estiverem prontas.

Os F-16 não vão ajudar imediatamente no esforço de guerra. De qualquer forma, trata-se de um compromisso a longo prazo dos Países Baixos", afirmou Rutte no domingo. "Queremos que estejam activos e operacionais o mais rapidamente possível. Não no próximo mês, isso é impossível, mas esperamos que seja logo a seguir".

Os governos holandês e dinamarquês estão envolvidos numa coligação que está a trabalhar na formação de pilotos ucranianos para pilotarem os caças avançados.

Os caças não deverão afetar a trajetória da guerra tão cedo, de acordo com as autoridades americanas.

O general da Força Aérea dos EUA, James Hecker, disse aos jornalistas na sexta-feira, numa reunião virtual do Grupo de Escritores de Defesa, que não há atualmente perspectivas de a Ucrânia ou a Rússia ganharem vantagem no ar.

"Não creio que alguém consiga a superioridade aérea enquanto o número de mísseis terra-ar se mantiver suficientemente elevado", disse Hecker, em resposta a uma pergunta da VOA.

"Tanto a Ucrânia como a Rússia têm sistemas integrados de defesa aérea e antimíssil muito bons", disse ele. "Só isso é o que tem impedido [a Rússia ou a Ucrânia] de obter superioridade aérea."

Com The Associated Press, Agence France-Presse e Reuters

"Os médicos suspensos no Sistema de Saúde serão reintegrados o mais rápido possivel", anuncia o novo Ministro de Saúde, Domingos Malu após a visita esta segunda-feira (21.08) no "Hospital Nacional Simão Mendes".

 Radio Voz Do Povo

O novo Ministro do Comércio afirmou hoje que o período de emergência visa minimizar o sofrimento da população. JAMEL JOÃO HANDEM incumbiu o novo Inspetor-Geral do Comércio para fiscalizar as medidas por forma a mitigar o impacto negativo de subida dos produtos alimentícios em relação ao custo de vida da população.

 Radio Voz Do Povo

Níger. CEDEAO considera "inaceitável" período de três anos para transição

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POR LUSA  21/08/23 

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) considerou hoje "inaceitável" um período de transição máximo de "três anos" apontado pelo líder da junta militar do Níger, general Abdourahamane Tiani, que tomou o poder em 26 de julho.

"Um período de transição de três anos é inaceitável", disse Abdel-Fatau Musah, comissário para a segurança e política da CEDEAO, numa entrevista à Al Jazeera, reagindo ao anúncio que fez no sábado o líder da junta militar que derrubou o Presidente eleito, Mohamed Bazoum.

"Queremos que a ordem constitucional seja restaurada o mais rápido possível", disse Musah.

No sábado, uma delegação da CEDEAO liderada pelo ex-presidente nigeriano Abdulsalami Abubakar deslocou-se ao Níger para negociar uma saída para a crise.

Ao contrário de uma mediação anterior da África Ocidental, no início de agosto, desta vez os emissários puderam trocar impressões com o general Tiani, e também contactar com Mohamed Bazoum, mantido prisioneiro desde o golpe.

A reunião, na qual participou o líder da junta, foi marcada pela diferença de tom que os militares adotaram, sendo inflexíveis na manutenção do poder, mas pedindo desculpa por qualquer eventual desrespeito relativamente ao bloco regional.

Durante as conversações, Tiani defendeu o fim das sanções económicas e da proibição de viagens, impostas pela CEDEAO na sequência do golpe de Estado de 26 de julho, argumentando com o sofrimento da população.

Pouco depois da reunião, o general foi à televisão garantir que a transição para o poder político pode durar até três anos e ameaçou as forças estrangeiras sobre um eventual ataque.

"Se um ataque for preparado contra nós, não será o 'passeio no parque' que alguns parecem acreditar", alertou.

A saída da crise ainda está longe de ser alcançada porque a CEDEAO exige a reintegração de Bazoum e a sua libertação imediata.

A organização da África Ocidental, que impõe pesadas sanções económicas contra o Níger desde 30 de julho, ameaça usar a força se não obtiver resposta às suas solicitações, mas não especifica o calendário ou os detalhes de tal operação.

Neste contexto de instabilidade, o ex-líder rebelde tuaregue Rhissa Ag Boula anunciou que pode voltar a pegar em armas para retirar do poder a junta militar, depois de considerar que a mediação da CEDEAO falhou.

Num comunicado do grupo que lidera, divulgado no domingo, manifestou o seu apoio à CEDEAO no objetivo de retirar a junta militar do poder, mas considera necessário iniciar "hostilidades" contra "os inimigos da paz e da tranquilidade social" para o conseguir.

Boula está determinado a iniciar uma "ação militar" para garantir que a estabilidade política regresse ao Níger e indicou que os militares serão "os únicos responsáveis" pelas consequências que o golpe pode trazer.

O Níger é o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.

Desde o derrube do regime do Presidente Bazoum, a comunidade internacional teme ainda mais instabilidade na região do Sahel, que enfrenta crescentes insurgências de grupos fundamentalistas islâmicos ligados aos grupos extremistas Estado Islâmico e Al-Qaida.


Leia Também: Unicef alerta para situação desesperada de 2 milhões de crianças no Níger

MALI: Forças armadas do Mali repelem ataques e matam 11 rebeldes

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POR LUSA   21/08/23 

As forças armadas do Mali anunciaram hoje que 11 terroristas foram mortos e três soldados ficaram feridos numa intervenção para repelir ataques com explosivos em Ber, na região norte de Tombuctu.

O ataque ocorreu no domingo, quando um destacamento militar estacionado a cerca de 20 quilómetros da cidade de Ber detetou um engenho explosivo improvisado e foi atacado por "terroristas que estavam a bordo de veículos e motociclos", informou o exército num comunicado.

Segundo a mesma fonte, as tropas malianas conseguiram repelir os ataques.

Por outro lado, um grupo de combatentes leais ao grupo radical Estado Islâmico atacou um campo de refugiados na cidade de Menaka, no norte do país, também no domingo, matando uma pessoa e ferindo três, disse à agência Efe uma autoridade local.

O Governo central do Mali até agora não comentou este ataque.

O Mali vive uma profunda crise política e de segurança desde 2012, quando grupos rebeldes e combatentes extremistas assumiram o controlo do norte do país, e deteriorou-se após os dois golpes de Estado ocorridos em agosto de 2020 e maio de 2021.


Unicef alerta para situação desesperada de 2 milhões de crianças no Níger

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POR LUSA   21/08/23 

Mais de dois milhões de crianças estão "desesperadamente a precisar de assistência humanitária" no Níger, com uma elevada taxa de má nutrição, agravada por um golpe militar, avisou hoje o Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef).

"A situação atual é de grande preocupação e acrescenta um já difícil panorama humanitário, com a prevalência de má nutrição severa entre as crianças a ser uma das piores na África Central e Ocidental, hoje mais de dois milhões de crianças sofrem com a crise e estão desesperadamente a precisar de assistência humanitária", lê-se num comunicado do representante da Unicef para o Níger, Stefano Savi.

"Mesmo antes da agitação civil e da instabilidade política no Níger, cerca de 1,5 milhões de crianças com menos de 5 anos vão estar mal nutridas este ano, com pelo menos 430 mil a irem sofrer da mais mortífera forma de má nutrição, e o número deve aumentar se os preços continuarem a aumentar e se a crise económica continuar a atingir as famílias e os seus rendimentos", acrescenta-se na nota divulgada em Genebra.

Stefano Savi escreve que apesar de a Unicef continuar a garantir assistência humanitária, é preciso fazer mais: "Com os recentes cortes de eletricidade, e 95% da cadeia de abastecimento de frio aos estabelecimentos de saúde dependente de eletricidade, é preciso fazer mais para garantir que as vacinas e outros medicamentos para as crianças não estejam em risco".

Além disso, a agência das Nações Unidas afirmou estar "alarmada" porque vários mantimentos e equipamentos "estão parados em diferentes pontos de entrada no país e têm urgentemente de prosseguir viagem".

Entre os exemplos apontados estão dois contentores presos na fronteira com o Benim e 19 contentores no porto de Cotonou, além de outros 29 contentores no mar.

"Estes mantimentos contra a má nutrição e imunização, que salvam vidas, estão em risco de perder a eficácia para as crianças que servimos, se a entrada no Níger continuar a ser adiada e se continuarem expostos aos elementos", concluiu o responsável.

Desde 30 de julho, o Níger está sob pesadas sanções financeiras e comerciais impostas pela Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), que quer o retorno ao poder do Presidente deposto, Mohamed Bazoum, mantido prisioneiro desde o golpe de 26 de julho.

O Níger é o quarto país da África Ocidental a ser liderado por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burquina Faso, que também tiveram golpes de Estado entre 2020 e 2022.



Leia Também: Níger. Gabinete de Bazoum diz que junta golpista fechou-se ao diálogo

Rússia avisa que fornecimento de F-16 vai escalar o conflito na Ucrânia

© Reuters

Notícias ao Minuto   21/08/23 

O ministro da Defesa dinamarquês, Jakob Ellemann-Jensen, ressalvou que a Ucrânia só poderá usar as aeronaves no seu território.

A Rússia condenou, esta segunda-feira, o fornecimento de caças F-16 à Ucrânia por parte da Dinamarca e dos Países Baixos, considerando que a decisão contribuirá para a escalada do conflito.

"O facto de a Dinamarca ter decidido agora doar 19 aeronaves F-16 para a Ucrânia leva a uma escalada do conflito", disse o embaixador russo Vladimir Barbin, citado pela agência Reuters.

E atirou: "Ao refugiar-se na premissa de que a própria Ucrânia deve determinar as condições para a paz, a Dinamarca procura, com as suas ações e palavras, deixar a Ucrânia sem outra escolha a não ser continuar o confronto militar com a Rússia."

Ainda assim, o ministro da Defesa dinamarquês, Jakob Ellemann-Jensen, ressalvou que a Ucrânia só poderá usar as aeronaves no seu território.

"Doamos armas com a condição de que sejam usadas para expulsar o inimigo do território da Ucrânia. E não mais do que isso. Essas são as condições, sejam tanques, aviões de combate ou qualquer outra coisa", disse, esta segunda-feira.

De notar que a Dinamarca doará 19 caças F-16 à Ucrânia, enquanto os Países Baixos fornecerão 42 aeronaves, naquilo que o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, considerou ser uma decisão “histórica”.

Lançada a 24 de fevereiro, a ofensiva militar russa na Ucrânia já provocou a fuga de mais de 14,6 milhões de pessoas, segundo os dados mais recentes da Organização das Nações Unidas (ONU), que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A entidade confirmou ainda que já morreram mais de 9.444 civis desde o início da guerra e 26.384 ficaram feridos, sublinhando, contudo, que estes números estão muito aquém dos reais.



Leia Também: Zelensky visita a Dinamarca após anúncio de acordo sobre caças F-16

O Presidente ucraniano agradeceu hoje aos dinamarqueses por ajudarem a Ucrânia a resistir à invasão russa, um dia depois de a Dinamarca e os Países Baixos terem anunciado que irão fornecer caças F-16 a Kyiv.

© Getty Images

POR LUSA   21/08/23 

 "Todos os vizinhos da Rússia estão ameaçados se a Ucrânia não prevalecer"

O Presidente ucraniano agradeceu hoje aos dinamarqueses por ajudarem a Ucrânia a resistir à invasão russa, um dia depois de a Dinamarca e os Países Baixos terem anunciado que irão fornecer caças F-16 a Kyiv.

Num discurso no parlamento de Copenhaga, Volodymyr Zelensky reafirmou que outras partes da Europa estarão em risco se a Rússia tiver sucesso na invasão da Ucrânia.

"Todos os vizinhos da Rússia estão ameaçados se a Ucrânia não prevalecer", afirmou aos deputados dinamarqueses, citado pela agência norte-americana AP.

Desde o início da guerra, há 18 meses, Zelensky descreve a Ucrânia como defensora dos valores ocidentais de liberdade e democracia que deve ser devidamente armada para resistir à invasão da Rússia.

A Ucrânia tem vindo a pressionar os aliados ocidentais há vários meses para que lhe forneçam F-16 de fabrico norte-americano.

As forças ucranianas continuam a utilizar aviões de combate da era soviética e a contraofensiva iniciada em junho está a avançar sem apoio aéreo, o que, segundo analistas, constitui uma grande desvantagem.

Zelensky anunciou nas redes sociais que a Ucrânia vai receber 42 caças F-16.

A Dinamarca prometeu 19 aviões, que poderão ser entregues por volta do final do ano, quando estiver concluída a formação dos pilotos, que durará quatro a seis meses.

A preparação de esquadrões ucranianos para o combate poderá, no entanto, demorar "quatro ou cinco anos", segundo admitiu na semana passada o comandante das forças aéreas norte-americanas na Europa e em África, general James Hecker.

No parlamento dinamarquês, Zelensky reconheceu que tem sido difícil convencer os aliados ocidentais a aceitar fornecer aviões de combate a Kyiv.

Também mencionou o armamento doado pela Dinamarca e agradeceu aos dinamarqueses pelo tratamento dado aos refugiados ucranianos e pelo envolvimento na reconstrução da Ucrânia.

Referiu ainda que a Dinamarca está a ajudar a pagar pensões e outros benefícios sociais aos ucranianos que permaneceram na Ucrânia e que estão a sofrer as consequências económicas da invasão militar russa.

"Obrigado, muito obrigado, Dinamarca, em nome de todos os ucranianos, por toda a ajuda prestada à Ucrânia", afirmou, citado pela agência espanhola EFE.

A primeira-ministra da Dinamarca, Mette Frederiksen, destacou o apoio quase unânime do país à Ucrânia, que descreveu como "sem precedentes" na política dinamarquesa.

"Se olharem para esta sala, verão pessoas que trabalharam arduamente para encontrar formas de ajudar a Ucrânia e o povo da Ucrânia", disse a líder dinamarquesa, dirigindo-se à comitiva de Zelensky.

"E há muitas mais em toda a Dinamarca com a mesma convicção de que a Ucrânia deve vencer esta guerra", acrescentou.

Zelensky agradeceu a Frederiksen por ter sido uma das primeiras líderes europeias a visitar Kyiv após a invasão de 24 de fevereiro de 2022, facto que "ficará registado na história da Ucrânia".

Zelensky iniciou no sábado uma digressão europeia que o levou à Suécia, Países Baixos e Dinamarca.

Em declarações hoje aos meios de comunicação dinamarqueses, Zelensky disse que viajará de Copenhaga para outro país europeu para realizar outra "reunião muito importante" para os interesses da Ucrânia.



Leia Também: A Ucrânia anunciou hoje que as suas forças armadas libertaram na última semana mais três quilómetros quadrados nas imediações da cidade de Bakhmut, na província oriental de Donetsk, ocupada pela Rússia.

Human Rights Watch acusa Arábia Saudita de matar centenas de migrantes etíopes na fronteira com o Iémen

Mohammed bin Salman, príncipe herdeiro da Arábia Saudita

Por  cnnportugal.iol.pt, 21/08/23

No relatório conclui-se que "os guardas fronteiriços sauditas utilizaram armas explosivas para matar muitos migrantes e dispararam sobre outros à queima-roupa, incluindo muitas mulheres e crianças, num padrão de ataques generalizado e sistemático"

A organização não-governamental (ONG) Human Rights Watch (HRW) afirmou esta segunda-feira que os guardas fronteiriços da Arábia Saudita mataram, em pouco mais de um ano, centenas de migrantes da Etiópia na fronteira com o Iémen.

A ONG defendeu ainda que "os abusos sistemáticos sobre os etíopes [na Arábia Saudita] podem constituir crimes contra a humanidade".

"Os guardas fronteiriços sauditas mataram pelo menos centenas requerentes de asilo e migrantes etíopes que tentaram atravessar a fronteira entre o Iémen e a Arábia Saudita entre março de 2022 e junho de 2023", apontou a HRW em comunicado.

A ONG apelou às Nações Unidas que iniciem uma investigação e exigiu à Arábia Saudita que revogue "imediata e urgentemente qualquer política de uso de força letal contra migrantes e requerentes de asilo".

No relatório conclui-se que "os guardas fronteiriços sauditas utilizaram armas explosivas para matar muitos migrantes e dispararam sobre outros à queima-roupa, incluindo muitas mulheres e crianças, num padrão de ataques generalizado e sistemático".

No mesmo documento afirma-se que, "em alguns casos, os guardas fronteiriços sauditas perguntaram aos migrantes em que membro deviam disparar e depois dispararam sobre estes à queima-roupa".

A investigadora da HRW sobre direitos dos refugiados e migrantes, Nadia Hardman, citada no relatório, disse que "gastar milhares de milhões na compra de campos de golfe profissionais, clubes de futebol e grandes eventos de entretenimento para melhorar a imagem da Arábia Saudita não deve desviar a atenção destes crimes horrendos".

Cerca de 750 mil etíopes vivem e trabalham na Arábia Saudita e, "embora muitos migrem por razões económicas, outros fugiram devido a graves violações dos direitos humanos na Etiópia, nomeadamente durante o recente e brutal conflito armado no norte do país", salientou a ONG.

Os homicídios "parecem resultar de uma escalada deliberada, tanto no número como na forma de assassínios seletivos", acusou.

Algumas das pessoas que viajaram em grupos mais pequenos ou sozinhas disseram que, assim que atravessaram a fronteira entre o Iémen e a Arábia Saudita, os guardas fronteiriços sauditas, munidos de espingardas, dispararam contra elas. Outras afirmaram que foram espancadas por guardas com pedras e barras de metal. Mais de uma dezena de entrevistados testemunharam ou foram alvo de disparos à queima-roupa. Seis foram atingidos tanto por armas explosivas como por disparos.

Algumas das testemunhas citadas no relatório disseram que os guardas fronteiriços sauditas espancaram os sobreviventes.

"Um rapaz de 17 anos afirmou que os guardas fronteiriços o obrigaram, juntamente com outros sobreviventes, a violar duas raparigas, também elas sobreviventes, depois de os guardas terem executado outro migrante que se recusou fazê-lo", referiu o documento.

África-Rússia: Uma relação complicada

Foto: Mikhail Tereshchenko/TASS/dpa/picture alliance

Por DW  21/08/23

Os países do BRICS vão reunir-se de 22 a 24 de agosto em Joanesburgo, numa altura em que o bloco pretende alargar a sua influência. Mas a ausência do Presidente russo, Vladimir Putin, já está a causar agitação.

De acordo com os organizadores, a próxima cimeira dos BRICS - que se realiza na África do Sul de 22 a 24 de agosto - tem como objetivo promover um sistema de governação global mais justo e contrariar o domínio económico das nações ocidentais.

No entanto, alguns observadores afirmam que a ausência do líder russo Vladimir Putin nas conversações pode prejudicar a sua crescente influência em África.

A Rússia é um dos cinco países membros dos BRICS - que incluem também o Brasil, a Índia, a China e a África do Sul - que se consideram economias em rápido crescimento.

O Presidente russo é atualmente alvo de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional, tendo como pano de fundo a invasão russa da Ucrânia, que tem sido amplamente condenada a nível internacional.

A sua potencial visita colocou a África do Sul perante um dilema diplomático e jurídico, até que mais tarde foi confirmado que o seu Ministro dos Negócios Estrangeiros, Sergey Lavrov, iria liderar a delegação russa.

Gideon Chitanga, investigador associado da Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, disse à DW que a presença de Putin "vai ser uma enorme distração", devido a "todas as controvérsias que surgiram com a sua acusação" pelo Tribunal Penal Internacional.

"A sua ausência, pelo menos, ajuda, por enquanto, a manter o foco nas questões-chave", acrescentou Chitanga. "Por outras palavras, haverá menos ruído em relação ao Presidente Putin, à sua detenção e, provavelmente, a toda a questão que envolve as relações entre a Rússia e os países africanos."

Vladimir Putin participará em vídeo conferência.Foto: Mikhail Metzel/TASS/IMAGO

A ausência de Putin é importante?

Em julho, Putin desvalorizou a sua ausência da viagem à África do Sul.

"Não creio que a minha presença na cimeira dos BRICS seja mais importante do que estar agora aqui na Rússia", disse aos jornalistas.

No entanto, Gustavo de Carvalho, investigador sénior do Instituto para os Assuntos Globais Africanos da Universidade de Joanesburgo, disse que a Rússia está economicamente fraca neste momento, deixando potencialmente a porta aberta para negociações mais profundas se Putin tivesse feito a viagem.

"A guerra está a cobrar o seu preço. E assim, talvez alguns acordos de alto nível pudessem ter sido feitos, se o presidente Putin tivesse vindo", disse ele à DW.

"Mas não acho que [a sua ausência] vá ter um grande efeito de qualquer maneira".

Mas nem toda a gente está de acordo. No período que antecedeu a cimeira dos BRICS, o partido da oposição radical de esquerda da África do Sul, os Combatentes da Liberdade Económica, instou os líderes da China, Índia e Brasil a boicotarem o evento em solidariedade com a ausência de Putin.

O líder do partido, Julius Malema, apelou aos seus apoiantes para que realizassem protestos de apoio ao líder russo.

"Apelamos aos presidentes da República Popular da China, da Índia e do Brasil para que não compareçam na cimeira dos BRICS em solidariedade com o Presidente Putin", afirmou.

"Foi o [presidente sul-africano] Ramaphosa - o cobarde Ramaphosa - que não conseguiu garantir que não prenderíamos Putin", acrescentou. "Nunca apoiaremos o imperialismo contra o Presidente Putin".

As ambições russas para o Sahel na ribalta

O líder russo não está apenas a fazer ondas na África do Sul. A recente tomada de poder militar no Níger pôs também em evidência a crescente influência da Rússia na região do Sahel, na sequência de uma vaga de golpes de Estado na zona nos últimos três anos.

No Mali e no Burkina Faso - que assistiram aos seus próprios golpes de Estado em 2021 e 2022, respetivamente - os líderes militares expulsaram as tropas da antiga potência colonial francesa e reforçaram as relações diplomáticas com Moscovo. Ambos os países advertiram contra qualquer intervenção militar no Níger, com Putin a fazer eco do seu desejo de uma "resolução pacífica".

Durante o mandato do presidente democraticamente eleito do Níger, Mohamed Bazoum, o país era considerado um aliado do Ocidente.

No entanto, Frederick Golooba-Mutebi, investigador e comentador de assuntos sociopolíticos na região dos Grandes Lagos da África Oriental, disse à DW que a Rússia está simplesmente a perseguir os seus próprios interesses no Sahel, tal como outras potências ocidentais fizeram no passado.

"A Rússia, tal como qualquer outra potência ocidental, apoiará governos em África que estejam alinhados com os seus interesses", afirmou.

"Se a Rússia está a fazer o mesmo hoje em dia, o Ocidente não deve dar meia volta e ficar preocupado com a crescente influência da Rússia em África."

África a perseguir os seus próprios interesses

De acordo com o investigador Chitanga, a noção de que a Rússia contribui pouco para as economias africanas em comparação com as suas explorações militares continua a ser a narrativa dominante.

"No entanto, alguns africanos consideram Putin um aliado vital", afirmou, acrescentando que os cidadãos africanos estão mais interessados em "saber como os seus países irão beneficiar da cimeira dos BRICS e das relações emergentes em torno dos BRICS".

Chitanga acredita que os países africanos não vão necessariamente capitular perante a pressão ocidental.

"Existe uma grande preocupação entre os decisores políticos, os grupos de reflexão e os académicos africanos, que são muito críticos em relação ao que consideram ser a hipocrisia ocidental na tentativa de influenciar ou ditar a política dos países africanos", afirmou.

Frederick Golooba-Mutebi disse que os líderes africanos continuam a estar muito conscientes da posição das outras nações em relação à Rússia, em particular a que é divulgada pelos meios de comunicação social ocidentais. Na Cimeira Rússia-África de 2023, em julho, apenas 17 chefes de Estado africanos participaram, em comparação com 43 na primeira cimeira em 2019.

"Não se pode dizer que os líderes africanos viajaram ou estiveram representados em Moscovo porque gostavam de Putin. Eles tinham interesses com a Rússia que devem preservar", explicou.