domingo, 24 de setembro de 2023

Níger interdita espaço aéreo à aviação francesa

© AFP via Getty Images

POR LUSA   24/09/23 

A junta militar do Níger interditou a entrada no espaço aéreo de aviões franceses ou fretados por França, segundo informação na página oficial da Agência para a Segurança da Navegação Aérea em África e Madagáscar (Asecna).

A informação, partilhada no sábado à noite às tripulações no 'site' da Asecna, indica que o espaço aéreo do Níger "está aberto a todos os voos comerciais nacionais e internacionais, à exceção de aviões franceses ou fretados por França, incluindo os da Air France".

Em declarações à agência France-Presse, fonte da Air France referiu apenas que "não sobrevoa o espaço aéreo do Níger".

A mensagem na Asecna esclarece ainda que o espaço aéreo do Níger continua interdito a "todos os voos militares operacionais e voos especiais", salvo os que têm autorização especial.

A junta militar do Níger anunciou, a 04 de setembro, a reabertura do espaço aéreo aos voos civis e comerciais, encerrado em agosto devido a uma alegada "ameaça de invasão" na sequência do golpe de Estado perpetrado no final de julho, que destituiu o Presidente e suspendeu a Constituição.

Desde então, as relações diplomáticas entre o Níger e França esfriaram, nomeadamente com a ordem dada pela junta militar para que o embaixador francês, Sylvain Itté, abandonasse o território, chegando mesmo a retirar-lhe a imunidade e a ameaçar expulsá-lo pela força, o que foi rejeitado pela França.


Leia Também: Níger acusa líder da ONU de bloquear presença na Assembleia Geral


Avião que se despenhou no Mali transportava soldados do grupo Wagner

© Lusa

Notícias ao Minuto   24/09/23 

O avião que se despenhou no sábado durante uma aterragem em Gao, no norte do Mali, pertence ao exército maliano e transportava soldados do grupo paramilitar russo Wagner, disseram hoje fontes militares e dos bombeiros locais.

O acidente está envolto em grande secretismo e não foram divulgados números oficiais nem de vítimas mortais ou de eventuais sobreviventes, sabendo-se, porém, que alguns dos passageiros ficaram feridos.

Mas o balanço humano e material é elevado, disse à agência noticiosa France-Presse (AFP) uma fonte aeroportuária e outra diplomática, sem dar mais pormenores sobre o número de vítimas, garantindo, todavia, que a grande maioria dos sobreviventes pertence ao grupo paramilitar de mercenário Wagner.

"O avião que se despenhou pertence ao exército maliano e posso confirmar que a aeronave estava numa missão em Gao com parceiros", disse à AFP um responsável militar maliano.

"Hoje, os investigadores regressaram ao terreno. No sábado à noite, os feridos brancos foram transportados por outro avião para um destino desconhecido", assegurou uma fonte aeroportuária, embora outros tenham sido assistidos medicamente em Gao.

"Quando os sobreviventes chegaram ontem [sábado] a Gao, eram quase exclusivamente soldados russos da Wagner", assumiu uma fonte próxima do corpo de bombeiros, que solicitou anonimato.

As causas do acidente ainda são desconhecidas, mas um porta-voz do exército alemão, ainda presente em Gao no âmbito da missão das Nações Unidas no Mali (Minusma), afirmou que o avião deve ter ultrapassado a pista, de acordo com as informações de que dispunha ao início da tarde de sábado.

O avião despenhado é, adiantou, um "modelo IL-76 de fabrico russo".

O aeroporto militar de Gao é utilizado pelo exército maliano, pelos seus parceiros russos e pela Minusma.

A junta no poder no Mali afastou a força anti-jihadista francesa em 2022 e a força da ONU em 2023, para se virar militar e politicamente para a Rússia. Afirma ter recorrido aos serviços de "instrutores" no âmbito da cooperação bilateral com a Rússia e nega a presença do Wagner, embora a existência de mercenários do grupo de segurança russo seja geralmente aceite por outros atores que trabalham no Mali.

O acidente ocorreu num contexto de tensões crescentes entre os diferentes atores armados da região e o exército maliano. 

Desde agosto, as regiões de Timbuktu e Gao têm sido palco de uma série de ataques contra posições do exército e civis.

O exército e os grupos armados lutam pelo controlo do território, numa altura em que a Minusma se retira.


Entrevista alusivo a comemoração do dia da independência da Guiné-Bissau... Radio TV Bantaba 102.4 Fm

 Radio TV Bantaba

CFM, Rádio Notícias, Reportagem sobre escassez de pão na capital Bissau. Data: 24.09.2023


  Rádio Capital Fm 

A Guiné-Bissau celebra este domingo, 24 de Setembro, os seus 50 anos de independência. Da incerteza, à esperança de uma vida melhor, os guineenses opinam sobre os sinais positivos e negativos de um pais que tem procurado a estabilidade.



No campo da cultura, o grupo musical Mamba Djombo, criado pouco tempo antes da independência,  confude-se com a história do país.  

O baterista e um dos fundadores do grupo, Zé Manuel Fortes lembra o início e diz que é um património da Guiné-Bissau.


"Eu quero ver uma Guiné onde os meus filhos possam ter orgulho de dizer eu sou guineense. Uma Guiné próspera!"

Este é o sonho do músico Patche di Rima para a Guiné-Bissau

"Peço que um guineense possa viver no seu país, educar os seus filhos, sem morrer no caminho."

Este é o sonho da designer de moda guineense Queen Titine para a Guiné-Bissau


China emprestou a Angola 42 mil milhões de euros desde 2000

© Lusa

POR LUSA   24/09/23 

Energia e transportes foram os beneficiaram de empréstimos chineses a Angola, entre 2000 e 2022, num total de 45 mil milhões de dólares (42 mil milhões de euros), um quarto do montante concedido pela China a África neste período.

Os dados do Centro de Política de Desenvolvimento Global da Universidade de Boston, consultados hoje pela Lusa, mostram que o maior empréstimo das últimas duas décadas destinou-se à petrolífera angolana Sonangol.

Angola contratualizou 258 empréstimos, somando 45 mil milhões de dólares, o que representa mais de um quarto (26,5%) do total emprestado pela China a África, tendo o mais recente sido atribuído no ano passado pela empresa estatal de defesa para a tecnologia aérea (CATIC).

Energia e transportes foram os setores que mais consumiram dinheiro chinês - 25,9 e 6,2 mil milhões de dólares, respetivamente - absorvendo mais de metade dos empréstimos.

Em anos mais recentes, as verbas foram afetas sobretudo aos setores da Defesa e Tecnologias da Comunicação.

Em 2021, foi assinado um acordo com o banco Export-Import da China (Chexim) para um projeto de segurança pública e vigilância anticrime, no valor de 79,7 milhões de dólares, e uma extensão do contrato de assistência técnica à Força Aérea com a CATIC, por 30,3 milhões de dólares.

No ano passado, a CATIC concedeu um novo empréstimo ao governo angolano no valor de 18,6 milhões de dólares para aquisição de equipamentos, bens e serviços militares para a Força Aérea.

O banco estatal chinês CHEXIM foi, desde 2000 dos principais financiadores do governo angolano através de empréstimos nas mais diversas áreas, mas foi o também estatal do Banco de Desenvolvimento da China (CDB) que concedeu a maior verba neste período, num contrato único de mil milhões de dólares atribuído em 2013 à Sonangol.

A base de dados não refere os fins a que se destinava o crédito para a petrolífera angolana, que é descrito apenas como "Sonangol Development".

Na área da energia outros empréstimos relevantes são os 838 milhões de dólares da central de ciclo combinado do Soyo, concedido em 2015 pelo ICBC (Banco Industrial e Comercial da China) e os projetos de eletrificação de Luanda (452 milhões de dólares concedidos pelo CDB) e do Zaire (405 milhões de dólares do ICBC e China Misheg), com contratos assinados em 2016 e 2018, respetivamente.

No setor dos transportes os financiamentos mais caros foram o do porto do Caia (932 milhões de dólares em 2016), reabilitação de estrada Caxito-Nzeto (619 milhões de dólares em 2007) e estrada Nzeto-Soyo (509 milhões de dólares em 2015) e compra de 5.500 autocarros, todos via CHEXIM.

A base de dados CLA Database, iniciada em 2007, usa várias fontes para contabilizar os empréstimos chineses concedidos a África e estima que, entre 2000 e 2022, um total de 39 entidades financiadoras chinesas assinaram 1.243 empréstimos num total de 170 mil milhões de dólares (cerca de 160 mil milhões de euros) com 49 governos africanos e sete instituições regionais.

Esta base de dados apresenta apenas o valor dos empréstimos contratualizados, que não são equivalentes à divida total já que contemplam apenas os contratos e não os desembolsos, reembolsos ou incumprimentos.


DIA DA INDEPENDÊNCIA - MENSAGEM À NAÇÃO DE SUA EXCELÊNCIA GENERAL DE EXÉRCITO UMARO SISSOCO EMBALO, PRESIDENTE DA REPÚBLICA E COMANDANTE DAS FORÇAS ARMADAS

= POR OCASIÃO DA CELEBRAÇÃO DOS CINQUENTA ANOS DA PROCLAMAÇÃO DA INDEPENDÊNCIA= 

                                                24 de Setembro de 2023 

————————————————————-

Guineenses,

Ao celebrar, hoje, os 50 anos de existência da Guiné-Bissau como país Independente, endereço uma saudação calorosa a todos os guineenses, aos jovens e adultos, aos homens e às mulheres residentes no país e na diáspora.

Apesar da situação social e económica difícil que estamos a atravessar, um aniversário da nossa Independência é sempre um dia de alegria, de esperança. E é, mais ainda, um dia de celebração da nossa unidade nacional, a força que esteve sempre na base de todos os nossos sucessos.

A Guiné-Bissau nasceu sob a bandeira de “Unidade, Luta e Progresso”. E é, sob a bandeira da Unidade Nacional, que vamos ter de construir o futuro que queremos.

Guineenses, nha ermons

Há 50 anos, um comandante do Exército Popular de Libertação Nacional, João Bernardo Vieira, NINO, proferia, no alto da tribuna da Assembleia Nacional Popular, na Região Libertada de Boé, as palavras que ficaram gravadas, para sempre, na história do povo guineense.

Foi assim, com esta proclamação, que nasceu a Guiné-Bissau. Naquele dia 24 de Setembro do ano de 1973, cumpria-se uma agenda política e institucional exigente e muito ambiciosa.

Celebrarmos hoje as Cinco Décadas da Independência Nacional e estamos igualmente a assinalar:  

• 50 anos da criação da Assembleia Nacional Popular;

• 50 anos da promulgação da primeira Constituição da República;

• e 50 ano da formação e entrada em funções do primeiro Governo do Estado guineense (O Conselho dos Comissários de Estado).

Hoje, que é um dia de grande significado histórico, quero dirigir uma palavra de apreço e de homenagem a todos aqueles que deram tudo: na resistência à opressão colonial, na luta clandestina anticolonial e na árdua luta armada de libertação nacional que durou mais de dez anos.

Sem a sua determinação, o seu espírito de sacrifício e a sua inteligência, o sonho de libertação nacional do povo guineense dificilmente se teria concretizado.  O Combatente da Liberdade da Pátria merece o nosso respeito e a nossa gratidão. Aos que já não se encontram entre nós - honramos a sua memória.

Caros Compatriotas,

Celebrar os 50 anos da independência Nacional tem de contemplar também um momento de reflexão.

Impõe-se, na verdade, que façamos uma reflexão sobre o percurso que foi feito pala Guiné-Bissau: o que já fizemos, o futuro que queremos construir e, sobretudo o legado que queremos deixar às gerações vindouras.

Como se percebe, nesta minha Mensagem à Nação – que é apenas o primeiro ato das Comemorações que vão ter o seu ponto alto no próximo mês de novembro -, não vou fazer esse balanço político, económico e social das cinco décadas do Estado guineense.

Hoje vou limitar-me à uma descrição sucinta da projeção externa que o nosso país atingiu, tratando-se de uma área estratégica na ação do Estado, mas que, infelizmente, foi a mais desvalorizada nas últimas décadas.

Nos últimos pouco mais de três anos, a Guiné-Bissau realizou uma transformação profunda na sua política externa. E, em conformidade com essa nova linha de rumo, a diplomacia guineense alcançou sucessos notáveis, sucessos esses que foram amplamente reconhecidos no seio da comunidade internacional.

Junto dos nossos parceiros bilaterais e multilaterais, em África e no mundo, a Guiné-Bissau ganhou visibilidade positiva, alargou o âmbito das suas opções diplomáticas, foi capaz de mostrar utilidade nesse exercício de “dar e receber” que, como é sabido, é próprio de uma diplomacia lúcida e atenta aos interesses nacionais que representa.

Na verdade, consolidamos relações diplomáticas antigas, alargamos o âmbito das nossas relações, fizemos novos amigos, promovemos novas e promissoras parcerias económicas e culturais, enfim, melhoramos consideravelmente a nossa dimensão externa, aliás, sempre muito importante para configurar o desenvolvimento económico que queremos ter.

A Guiné-Bissau presidiu pela primeira vez a Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO, 2022-2023). Dentro de dois anos, vamos presidir a Conferência dos Chefes de Estado e de Governo a Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Presidimos a Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária. Recebemos Chefes de Estado e de Governo de muitos países amigos. Fomos recebidos por nossos homólogos em diversos países com os quais reforçamos laços de amizade e cooperação.

Nos 50 anos da nossa independência, é difícil encontrar um paralelo comparável, um período que tivesse sido diplomaticamente mais fecundo do que este que estamos a considerar, compreendido entre 2020 e 2023.

Enquanto Presidente da República reitero, em nome do povo guineense, os nossos agradecimentos aos Representantes do Corpo Diplomático pela cooperação dos seus Governos com a Guiné-Bissau.  Estendo os nossos agradecimentos ao conjunto das Organizações Internacionais, que têm sido parceiras incontornáveis no esforço que fazemos para desenvolver a Guiné-Bissau.

A todos os cidadãos estrangeiros que trabalham no nosso país ou que escolheram viver entre nós, endereço uma saudação especial neste dia em que celebramos 50 anos da nossa Independência.

Viva a Independência Nacional!

Viva a Guiné-Bissau!

Muito obrigado..


Veja Também:


À margem da 78ª Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque, na conferência de imprensa da Aliança dos Líderes Africanos contra a Malária (ALMA), o chefe de Estado, Umaro Sissoco Embaló,  na qualidade de presidente da ALMA, enfatizou no seu discurso de abertura, a necessidade do continente africano e da comunidade global tomarem medidas urgentes para concretizar a aspiração partilhada da zero malária, e reiterou o seu engajamento na mobilização de recursos para eliminar a malária em África.

Presidência da República da Guiné-Bissau