quarta-feira, 1 de fevereiro de 2023

PRESIDENTE DA REPÚBLICA, COMANDANTE SUPREMO DAS FORÇAS ARMADAS E PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DA CEDEAO PROSSEGUE A SUA VISITA OFICIAL À ESPANHA COM UMA AGENDA CARREGADA.

Esta tarde o Chefe de Estado guineense, General Ùmaro Sissoco Embalo recebeu e manteve uma reunião com Embaixadores dos Estados Membros da CEDEAO acreditados em Madrid.





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Putin pede à Defesa que impeça bombardeamentos nas regiões fronteiriças

© Reuters

POR LUSA  01/02/23 

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin, pediu hoje ao Ministério da Defesa que impeça os bombardeamentos nas regiões russas junto à fronteira com a Ucrânia, em particular Belgorod, Kursk e Briansk.

"A tarefa prioritária consiste em eliminar a possibilidade de bombardeamentos, mas esse assunto compete ao departamento militar", sublinhou o chefe do Kremlin no decurso de uma reunião sobre o apoio às populações das regiões fronteiriças.

Putin referiu-se especificamente ao apoio para os residentes da anexada península da Crimeia e das regiões de Belgorod, Kursk e Briansk, cujas "casas e apartamentos foram danificados ou destruídos devido aos bombardeamentos por parte de formações neonazis", numa referência a unidades militares ucranianas.

"Muitas pessoas encontram-se em situação difícil: perderam os seus pertences, foram forçadas a transferir-se para casa de familiares ou para residências temporárias, enfrentaram interrupções no fornecimento de água, aquecimento e eletricidade", disse.

Putin também admitiu que os problemas que enfrentam estas populações "são muito graves" e sustentou "ser necessário reparar ou compensar a perda de casas, apartamentos, outras propriedades, devolver a energia, calor e instalações de abastecimento de água e a operatividade normal".

"A solução para estes problemas não deve ser afetada por procedimentos burocráticos. É necessário atuar com rapidez e eficácia", frisou.

O governador de Belgorod, Viacheslav Gladkov, o seu homólogo de Kursk, Roman Starovoit, e de Briansk, Alexandr Bogomaz, têm denunciado ao longo do último ano múltiplos ataques atribuídos às forças ucranianas.

No decurso da reunião por videoconferência com Putin, o governador de Briansk disse que 235 habitações foram danificadas desde o início da campanha militar russa na Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, enquanto em Kursk terão sido atingidos 26 edifícios de apartamentos e 379 casas, de acordo com o responsável por esta região russa.

Na Crimeia também foram registados bombardeamentos, como em agosto passado contra bases militares atribuídos à Ucrânia, e em outubro na explosão na ponte de Kerch, que ainda não foi reivindicado.

Putin também se referiu às restantes quatro regiões ucranianas anexadas em setembro passado após referendos não reconhecidos internacionalmente: Zaporijia, Kherson, Lugansk e Donetsk, onde o Governo russo iniciou a reconstrução de habitações, instalações sociais, estradas e redes de comunicação "nos locais onde terminaram as hostilidades", segundo indicou.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de oito milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Neste momento, 17,7 milhões de ucranianos precisam de ajuda humanitária e 9,3 milhões necessitam de ajuda alimentar e alojamento

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.

A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra 7.110 civis mortos e 11.547 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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Rússia denuncia ataque a estação do oleoduto de Druzhba

© Getty Images

POR LUSA  01/02/23

A empresa estatal russa Transneft, que opera os oleodutos russos, denunciou hoje um ataque perto da fronteira com a Ucrânia contra uma estação de fornecimento do oleoduto de Druzhba, que fornece petróleo à Europa.

"Em resultado do impacto do projétil em território da estação, não há feridos e os danos estão a ser sanados pelas equipas de reparação. O oleoduto Druzhba está a funcionar normalmente", disse o porta-voz da Transneft Igor Demin à agência oficial russa TASS.

A estação de Novozibkovo, localizada na região de Bryansk que faz fronteira com a Ucrânia, só arranca quando há uma sobrecarga, o que aconteceu no ano passado, disse a fonte.

Na mesma linha, o ministro da Energia russo, Nikolai Shulguinov, assegurou que o ataque não tinha alterado o funcionamento do Druzhba, que tem dois ramais, um norte (Bielorrússia, Polónia, Alemanha, Letónia e Lituânia) e um sul (Ucrânia, República Checa, Eslováquia, Hungria e Croácia).

O governador de Bryansk, Alexandr Bogomaz, acusou na terça-feira à noite o Exército ucraniano pelo ataque, que abriu uma cratera de 20 metros.

De acordo com a fonte, duas pequenas aldeias nas proximidades ficaram sem eletricidade durante várias horas.

O ataque ocorreu precisamente quando o Cazaquistão anunciou planos para fornecer petróleo cazaque à Alemanha a partir da primeira quinzena de fevereiro.

"O ministro da Energia do Cazaquistão, Bolat Akkulakov, disse à EFE que o primeiro carregamento, de 20.000 toneladas, será entregue na primeira quinzena de fevereiro.

Demin disse que o oleoduto de Druzhba já estava pronto para fornecer o petróleo cazaque "através da Rússia, Bielorrússia, Polónia até à Alemanha através do ramal norte do Druzhba".

As sanções da União Europeia (UE) incluem um embargo ao petróleo russo que chega por via marítima e isenções para o petróleo que chega por oleoduto a países sem acesso ao mar a Hungria, a República Checa e a Eslováquia.

Estima-se que o Cazaquistão poderia enviar até 300.000 toneladas de petróleo bruto por esta rota durante o primeiro trimestre de 2023, de um total de 1,2 milhões de toneladas por ano acordado pelo operador cazaque KazTransOil e Transneft.


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DIPLOMACIA: PRESIDENTE DA REPÚBLICA E COMANDANTE SUPREMO DAS FORÇAS ARMADAS DA GUINÉ-BISSAU INICIA HOJE A SUA VISITA OFICIAL AO REINO DE ESPANHA

Com:  Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embalo

O Presidente da República e Comandante Supremo das Forças Armadas, General Úmaro Sissoco Embaló deu esta manhã inicio a sua visita Oficial de 2 dias ao Reino de Espanha. 

O General Umaro Sissoco Embalo é o primeiro Presidente da República da Guiné-Bissau a realizar uma visita oficial a Espanha.

Foi recebido pelo Rei de Espanha Sua Majestade Filipe VI no Palácio da Zarzuerla. 

Manteve antes uma reunião com o Presidente do Governo,  Pedro Sanchez, no Palácio de Moncloa.

A cooperação guineense-espanhola e o seu actual estado, bem como o desejo comum dos dois países em alargá-lo a todos os niveis, foram os pontos mais importantes discutidos.

No decurso desta visita oficial, o Chefe de Estado guineense manterá um encontro com os maiores empresários espanhóis de diferentes ramos.


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Guiné-Bissau e Espanha reiteram intenção de estreitar relaçõe

© Lusa

POR LUSA  01/02/23

Espanha e Guiné-Bissau reiteraram hoje a intenção de "continuar a estreitar" as relações bilaterais, depois de há duas semanas Madrid ter anunciado que iria retomar o programa de cooperação com Bissau.

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, recebeu hoje o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Umbaló, em Madrid, e durante o encontro, os dois "sublinharam a importância de continuar a estreitar as relações políticas, económicas e de cooperação", segundo um comunicado do Governo de Espanha.

Sánchez abordou também com Sissoco Umbaló, segundo o mesmo comunicado, a presidência espanhola da União Europeia, que Espanha assume no segundo semestre deste ano e já disse que terá África entre as suas prioridades.

O Governo espanhol, na nota hoje divulgado, lembrou que a Guiné-Bissau tem neste momento a presidência rotativa da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) e acrescentou que Sánchez "transmitiu o apoio de Espanha a este organismo chave na manutenção da estabilidade na região, assim como na defesa da democracia e da boa governança na África Ocidental".

Nesta passagem por Madrid, Umaro Sissoco Umbaló tem ainda na agenda de hoje um encontro e um almoço com o Rei de Espanha, Felipe VI.

Em 12 de janeiro, o ministro dos Negócios Estrangeiros espanhol, José Manuel Albares, durante uma visita a Bissau, anunciou que Espanha iria retomar o programa de cooperação com a Guiné-Bissau.

"O primeiro objetivo desta visita é retomar esta relação entre Espanha e Guiné-Bissau num momento em que a África Ocidental se encontra numa situação complexa, difícil como não estava há muitos anos, e onde a Guiné-Bissau tem demonstrado como se pode estabilizar e caminhar para a democracia", afirmou José Manuel Albares, o primeiro chefe da diplomacia espanhola a visitar a Guiné-Bissau em 14 anos.

"Espanha quer reforçar, atualizar e revitalizar os seus laços com toda a África Ocidental e também com a Guiné-Bissau", disse, salientando a importância da Guiné-Bissau para Espanha, país que está disponível para trabalhar com a região no setor da segurança e na luta contra o tráfico humano e outros tráficos ilícitos.

A ministra dos Negócios Estrangeiros guineense destacou, no mesmo dia, a "retoma da cooperação" e a "boa vontade" para a reforçar e intensificar em diferentes setores.

"Antes de mais, isto é uma visita de diplomacia económica para ver os novos mercados que a Guiné-Bissau pode oferecer a Espanha, mas também é uma visita para fortificar os nossos laços de cooperação, os nossos laços políticos, sobretudo, porque temos muitas coisas em comum", afirmou Suzi Barbosa.

Nas declarações à imprensa, Suzi Barbosa sublinhou que a "Guiné-Bissau e Espanha podem desenvolver o setor pesqueiro, criar uma indústria transformadora de pescas, criar postos de trabalho".

Albares terminou em Bissau uma visita a três países africanos que o levou também ao Níger e à Nigéria, para realçar que o continente será uma prioridade da presidência espanhola da União Europeia.

No ano passado, foi o próprio Pedro Sánchez que visitou o Quénia e a África do Sul, depois de em 2021 ter estado no Senegal e em Angola.

Este mês, será a vez de os Reis de Espanha visitarem Angola.

O Governo espanhol apresentou em 2021 o plano "Foco África 2023", com o qual tenta marcar um ponto de viragem nas relações com o continente africano e diversificar a sua influência diplomática fora da Europa, tradicionalmente centrada na América Latina e no norte de África.

O "Foco África 2023" considera como "países âncora" Nigéria, Etiópia e África do Sul e, como "países prioritários", os lusófonos Angola e Moçambique, além de Senegal, Costa do Marfim, Gana, Quénia e Tanzânia.

Ministério da Saúde em parceria com UNICEF promove debate com técnicos da Comunicação Social no quadro de Fórum Nacional sobre os Cuidados Primários de Saúde a realizar em Bissau entre os dias 7, 8 e 9 de Fevereiro de 2023

Radio Voz Do Povo

Os restos mortais do Presidente do PRS Alberto Mbunhe Nambeia chegam à Bissau sexta-feira e, as exéquias fúnebres realizam-se sábado, seguido das cerimónias de “tocachoro”. A família do malogrado e a direção do PRS continuam a receber visitas e mensagens de condolências pela dolorosa perda. A direcção superior do PnD, através do seu lider, Abás Djaló já transmitiu a mensagem de dor e solidariedade a família e ao PRS.

Radio Voz Do Povo

Putin demite alto funcionário do Conselho de Segurança da Rússia

© Contributor/Getty Images

POR LUSA    01/02/23 

O Presidente russo, Vladimir Putin, demitiu hoje o secretário adjunto do Conselho de Segurança da Rússia, Yuri Averyanov, alegando problemas contratuais, demissão que ocorre em plena ofensiva militar russa na Ucrânia.

O alto funcionário irá agora desempenhar outras funções no Governo russo, como assessor parlamentar.

Putin assinou um decreto que determinou a saída de Averyanov, de 73 anos, do atual cargo e estipulou que este passará a "desempenhar outras funções, também como funcionário" do Governo russo, segundo informação publicada pela agência de notícias russa Interfax.

Averyanov assumia as funções de secretário adjunto do vice-presidente do Conselho de Segurança russo e ex-Presidente do país, Dmitri Medvedev.

Anteriormente, Averyanov tinha ocupado vários cargos no Governo de Putin, bem como tinha trabalhado como professor no Departamento de Estratégia da Academia Militar das Forças Armadas russas.

Composto pelos principais funcionários estatais da Rússia e chefes das agências de defesa e segurança, tendo como Presidente o próprio Putin, o Conselho de Segurança é o órgão em que se tomam todas as decisões militares mais urgentes e importantes.


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Simpósio da ECOFEPA sobre a Liderança das Mulheres e dos Jovens " Libertar os Potenciais das Mulheres e dos Jovens na Política e no Empreendedorismo"

Radio Voz Do Povo

Bissau, 01.02.2023 : Encerramento da Primeira Sessão Extraordinária do ano 2023 da Quinta Legislatura, do Parlamento da CEDEAO.

Radio Voz Do Povo 

ESTUDO: Limitar o aquecimento global a 1,5ºC é improvável, alerta estudo

© Getty Images

POR LUSA  01/02/23 

Limitar o aquecimento global a 1,5 graus celsius (ºC) é improvável, indica um estudo hoje divulgado, que valoriza as mudanças sociais para cumprir os objetivos de redução de emissões de gases com efeito de estufa.

A investigação, "Hamburg Climate Futures Outlook", do departamento de "Clima, Alterações Climáticas e Sociedade" (CLICCS, na sigla original) da Universidade de Hamburgo, Alemanha, analisou, além de questões físicas ligadas ao clima, a política climática, os protestos e a crise devido à invasão da Ucrânia pela Rússia. E concluiu que a mudança social é essencial para cumprir os objetivos do Acordo de Paris.

O Acordo de Paris, assinado em 2015 por quase todos os países do mundo, estabelece como meta para controlo do aumento da temperatura os 2ºC em relação à época pré-industrial, se possível que esse aumento não ultrapasse os 1,5ºC. Este objetivo tem sido mantido nas reuniões mundiais sobre o clima.

Segundo o estudo, as metas alcançadas até agora não são suficientes, sendo necessária uma nova abordagem sobre a adaptação às mudanças climáticas.

"Na verdade, quando se trata de proteção climática, algumas coisas já foram postas em marcha. Mas se analisarmos o desenvolvimento dos processos sociais em pormenor, manter o aquecimento global abaixo dos 1,5 graus ainda não é plausível", diz Anita Engels, do CLICCS, citada no documento.

O estudo diz nomeadamente que os padrões de consumo e as respostas empresariais não estão a contribuir para as medidas de proteção climática que são urgentemente necessárias.

Por outro lado, fatores como a política climática da ONU, legislação, protestos climáticos e desinvestimento em combustíveis fósseis estão a apoiar os esforços para atingir os objetivos climáticos.

São dinâmicas positivas que contudo não são suficientes para manter a temperatura no limite dos 1,5ºC. "A profunda descarbonização necessária está simplesmente a progredir demasiado lentamente", diz Anita Engels.

Os investigadores também analisaram processos físicos que são muitas vezes discutidos como pontos de rutura, como a perda de gelo no mar Ártico, o derretimento das calotes polares ou as alterações climáticas regionais, considerando que terão pouca influência sobre a temperatura global até 2050.

Mais importante, ainda que de forma moderada, será o descongelamento das zonas com solo sempre gelado (permafrost), o enfraquecimento das correntes superficiais e profundas do Oceano Atlântico ou a perda de floresta na Amazónia.

"O facto é que estes temidos pontos de viragem poderiam mudar drasticamente as condições de vida na Terra, mas são largamente irrelevantes para alcançar os objetivos de temperatura do Acordo de Paris", diz Jochem Marotzke, do Instituto Max Planck de Meteorologia, de Hamburgo.

O estudo analisou também a pandemia de covid-19 e a invasão russa da Ucrânia, concluindo que os programas de reconstrução económica reforçaram a dependência dos combustíveis fósseis, o que significa que as mudanças necessárias são agora menos plausíveis do que anteriormente se supunha.

Mas continua a não ser claro se os esforços para salvaguardar o fornecimento de energia à Europa e as tentativas da comunidade internacional para se tornar independente do gás russo irão minar ou acelerar a eliminação gradual dos combustíveis fósseis a longo prazo.

De acordo com o estudo, a melhor esperança para moldar um futuro climático positivo reside na capacidade da sociedade de fazer mudanças fundamentais, sendo importantes para isso as iniciativas transnacionais e não-governamentais e a continuação da pressão sobre os políticos através dos protestos.


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Taiwan lança caças e coloca marinha em alerta face a incursões da China

© SAM YEH/AFP via Getty Images

POR LUSA  01/02/23 

Taiwan lançou caças, colocou a marinha em alerta e ativou sistemas de mísseis, face às movimentações de 34 aviões militares chineses e nove navios de guerra nas suas proximidades, como parte da estratégia de intimidação de Pequim.

A informação é do ministério da Defesa taiwanês.

A operação em larga escala do Exército de Libertação Popular, as Forças Armadas da China, surge numa altura em que Pequim se prepara para um possível bloqueio ou ataque total a Taiwan, o que tem suscitado grandes preocupações entre os líderes militares dos Estados Unidos, o principal aliado da ilha

Num memorando enviado na sexta-feira passada, o general da Força Aérea dos Estados Unidos Mike Minihan pediu aos oficiais norte-americanos que estejam preparados para uma guerra contra a China, a partir de 2025, motivada por uma invasão chinesa de Taiwan.

Como chefe do Comando de Mobilidade Aérea norte-americano, Minihan tem uma compreensão apurada dos militares chineses. As suas observações refletem o apelo de outras altas patentes militares nos EUA para que o país esteja preparado para um conflito com a China.

O ministério da Defesa de Taiwan disse que 20 aviões militares chineses atravessaram, na terça-feira, a linha central no estreito de Taiwan, que há muito é uma zona tampão não oficial entre os dois lados, divididos desde o fim da guerra civil chinesa, em 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota frente aos comunistas.

A China considera Taiwan parte do seu território, e não uma entidade política soberana, e ameaça usar a força para assumir controlo sobre a ilha.

As forças armadas de Taiwan "monitorizaram a situação (...) e reagiram às atividades" chinesas, informou hoje o ministério da Defesa.

A China tem enviado navios de guerra, bombardeiros, aviões de combate e aviões de apoio para o espaço aéreo perto de Taiwan quase diariamente, na esperança de esgotar os limitados recursos de defesa da ilha e reduzir o apoio à líder pró - independência do território, Tsai Ing-wen.

Aviões de combate chineses também confrontaram aviões militares dos EUA e dos seus aliados no espaço aéreo internacional, sobre os mares do Sul e do Leste da China, naquilo que Pequim descreveu como manobras perigosas e ameaçadoras.

Em agosto, a visita a Taipé da ex-presidente da Câmara dos Representantes dos EUA Nancy Pelosi gerou fortes protestos por parte do governo chinês, que considerou a viagem uma provocação e lançou exercícios militares em torno da ilha, numa escala sem precedentes.

A China tem ameaçado repetidamente retaliar contra países que procuram ter laços mais próximos com Taiwan, mas as suas tentativas de intimidação desencadearam uma reação em países europeus, no Japão e nos Estados Unidos, que aumentaram a frequência dos contactos oficiais com Taipé.

Taiwan vai realizar eleições presidenciais no próximo ano, mas a aproximação entre Pequim e o Partido Nacionalista do território, pró -- unificação, não conseguiram encontrar ressonância entre os eleitores taiwaneses, que nas últimas duas eleições deram a vitória ao Partido Democrático Progressista, que defende a independência do território.

Taiwan tem respondido às ameaças da China através da compra de mais armamento defensivo aos EUA e do estabelecimento de laços oficiosos com outros países, aproveitando as suas indústrias de alta tecnologia e sistema democrático.

O serviço militar obrigatório para homens foi também alargado, de quatro meses para um ano, e os inquéritos na opinião pública mostram elevados níveis de apoio ao aumento dos gastos com a defesa, para resistir às ameaças da China.

Em entrevista à agência Lusa, o almirante Lee Hsi-ming, ex-vice-ministro da Defesa de Taiwan, defendeu a mobilização e treino da população taiwanesa, para resistir a uma "iminente" invasão chinesa através de táticas de guerra assimétrica.

"Temos que nos libertar do pensamento convencional em matéria de Defesa", frisou Lee Hsi-ming, que é também investigador no Project 2049 Institute, grupo de reflexão com sede em Washington, destacando que a ilha, de quase 24 milhões de habitantes, deve manter "prontidão de combate", face a um conflito que considerou "iminente".

O militar admitiu um aumento da preocupação em Taiwan com questões de defesa e segurança, após a invasão da Ucrânia pela Rússia.


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