sábado, 19 de abril de 2025

Pelo menos 55 pessoas morreram em ataques de homens armados, na quinta e na sexta-feira, em várias comunidades do estado de Benue, no centro-norte da Nigéria, segundo o governador estatal, Hycinth Alia.

Por  LUSA  19/04/2025

Pelo menos 55 pessoas morreram em ataques de homens armados, na quinta e na sexta-feira, em várias comunidades do estado de Benue, no centro-norte da Nigéria, segundo o governador estatal, Hycinth Alia.

Durante uma visita a Logo e Ukum, as duas comunidades atacadas, Hycinth Alia, citado pela agência de notícias Efe, referiu que a recuperação de corpos continua.

"Desde que começaram os ataques, temos estado a recuperar cadáveres. Hoje o número aumentou para 27 em Logo. Em Ukum, as forças de segurança recuperaram mais de 28 corpos", acrescentou.

Num comunicado divulgado na sexta-feira, a porta-voz da polícia estadual, Catherine Anene, anunciou que tinham morrido 17 pessoas nos ataques, salientando que, no momento em que o balanço preliminar foi divulgado, as forças de segurança nigerianas continuavam em confrontos com os atacantes, enquanto tentavam pôr cobro à ofensiva.

De acordo com um residente de Ukum, Jeremiah Paul, em declarações à Efe, os atacantes são pastores Fulani e a violência foi completamente injustificada.

Os pastores Fulani, maioritariamente muçulmanos, entram frequentemente em conflito com as comunidades camponesas, maioritariamente cristãs, devido a diferenças na utilização das terras e dos recursos naturais.

Na semana passada, pelo menos 53 pessoas foram mortas num ataque também atribuído a pastores Fulani no estado de Plateau, no centro da Nigéria, uma região abalada por uma onda de violência que também provocou mais de 50 mortos entre o final de março e o início de abril.

O estado de Plateau fica na fronteira entre o norte predominantemente muçulmano e o sul predominantemente cristão, e tem sofrido com conflitos, além de tensões étnicas e religiosas, há anos.

Milhares de pessoas saíram hoje à rua em Nova Iorque e noutras grandes cidades dos Estados Unidos no segundo dia de protestos 'anti-Trump' no espaço de duas semanas, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Por LUSA  19/04/2025. 

Milhares de pessoas saíram à rua em Nova Iorque em protesto 'anti-Trump'

Milhares de pessoas saíram hoje à rua em Nova Iorque e noutras grandes cidades dos Estados Unidos no segundo dia de protestos 'anti-Trump' no espaço de duas semanas, segundo a agência de notícias France-Presse (AFP).

Nos cartazes empunhados pelos manifestantes em Nova Iorque liam-se frases como "Nenhum rei na América" e "Resista à tirania", ao lado de imagens do Presidente norte-americano, Donald Trump, com bigode ao estilo do que usava o líder nazi Adolf Hitler.

"A democracia corre grande perigo", disse à AFP uma descendente de sobreviventes do Holocausto, Kathy Vali, de 73 anos, defendendo que o que os pais lhe contaram sobre a ascensão do nazismo na Europa na década de 1930 "está a acontecer [nos Estados Unidos]".

Para esta norte-americana, "a diferença com os outros fascistas (...) é que Trump é demasiado estúpido para ser eficaz, e a sua equipa está dividida".

Os manifestantes focaram-se particularmente na política anti-imigração da administração Trump, numa altura em que o Supremo Tribunal suspendeu as expulsões de imigrantes baseadas numa lei de 1798 sobre "os inimigos estrangeiros".

"Os imigrantes são bem-vindos aqui" foi uma das frases entoadas pelos manifestantes em Nova Iorque.

Outra das cidades norte-americanas que foram hoje palco de manifestações 'anti-Trump' foi a capital do país, Washington D.C., onde se situa a Casa Branca, a residência e gabinete do presidente norte-americano.

Os protestos foram organizadas pelo grupo 50501, número que representa as 50 manifestações nos 50 estados do país e que resultou num movimento único de oposição ao multimilionário republicano.

O movimento é "uma resposta rápida e descentralizada às ações antidemocráticas e ilegais da administração Trump e dos seus aliados plutocráticos", lê-se no site do 50501.

De acordo com o grupo, estavam planeadas cerca de 400 manifestações para hoje.

É difícil saber-se quantas pessoas participaram nas manifestações, tendo em conta que muitos departamentos de polícia se recusam a fornecer números.


Chefe de Estado General Umaro Sissoco Embalo recebeu esta tarde no palácio da República á Comunidade da Guiné 🇬🇳 Conakry

O dia em que Zelensky lamentou o erro que permitiu a Ucrânia ser invadida

©Fornecido por The Daily Digest  História de thedailydigest.com 
  • Um erro de seus antecessores
O presidente ucraniano Volodymyr Zelensky expressou, recentemente, uma opinião crítica com relação aos antigos líderes do país. Ele os acusou de haver decidido, na década de 1990, abandonar as armas nucleares sem obter em troca maiores garantias de segurança.

  • O Memorando de Budapeste foi um mau negócio
Em 1994, a Ucrânia voluntariamente desistiu de seus estoques de armas nucleares da era soviética, sob o Memorando de Budapeste.

  • Garantias de segurança não foram cumpridas
A Ucrânia aderiu, assim, ao Tratado de Não Proliferação de Armas Nucleares e os Estados Unidos, o Reino Unido e a Rússia prometeram dar garantias de segurança ao país. Mas isso não aconteceu.

  • A invasão de Putin v i o l o u o Memorando de Budapeste
A invasão da Ucrânia pela Rússia v i o l o u o Memorando de Budapeste, e nenhuma daquelas nações vieram em auxílio da Ucrânia. 

  • Ninguém ajudou a Ucrânia quando foi atacada
“Na minha opinião, isso [aderir ao Memorando de Budapeste] não deveria ter sido feito, já que fomos atacados”, disse Zelensky em entrevista ao Il Foglio.
  •  Uma situação necessária no momento

Zelensky afirmou também que embora o acordo fosse necessário naquele momento, as garantias de segurança fornecidas a Kiev não eram suficientemente fortes.

  • Só a adesão à OTAN poderá salvar a Ucrânia

Somente a OTAN poderia ter fornecido à Ucrânia as garantias de segurança necessárias na década de 1990 e somente a OTAN poderia fazê-lo hoje, explicou o presidente ucraniano. 

  • A troca justa

"Se eu fosse trocar armas nucleares, eu as trocaria por algo muito forte que pode realmente parar qualquer agressor, independentemente de seu tamanho, seu território, seu exército. E isso seria um exército forte e um bloco de segurança", prosseguiu Zelensky.

  • Era ilógico desistir das armas nucleares

“Portanto, acho que foi e s t ú p i d o, absolutamente e s t ú p i d o e ilógico [renunciar às armas nucleares]”, acrescentou Zelensky.

  • Ucrânia pressionada a abandonar armas nucleares

"Estávamos sob pressão dos Estados Unidos e da Rússia para desistir da Ucrânia. Essas duas potências estavam nos pressionando. Esses dois estados negociaram para garantir que a Ucrânia não tivesse armas nucleares", explicou Zelensky.

  • Outras declarações críticas de Zelensky

Em declarações ao podcaster americano Lex Friedman, no começo de janeiro de 2025, Zelensky foi além. 

  • Esclareça seus comentários

Ele disse que, segundo a Interfax-Ucrânia relatou na época, os líderes ucranianos que assinaram o Memorando de Budapeste deveriam ser presos.

  • Prendam os líderes que assinaram o acordo

“A Ucrânia concordou… Agora só precisamos encontrar essas pessoas e colocar na prisão todos aqueles que francamente inventaram tudo isso”, acrescentou Zelensky. 

  • A primeira crítica pública a Zelensky

Antes disso, em outubro de 2024, na cúpula do Conselho Europeu em Bruxelas, Zelensky mostrou uma postura aparentemente mais agressiva.

  • Armas nucleares ou NATO

"Ou a Ucrânia terá armas nucleares e isso será nossa proteção ou deveríamos ter algum tipo de aliança. Além da OTAN, não conhecemos nenhuma aliança efetiva hoje", disse Zelensky, informou o site Politico.


  • “Não estamos construindo armas nucleares”

Zelensky, posteriormente, esclareceu seus comentários. "Não estamos construindo armas nucleares. O que eu quis dizer é que hoje não há garantia de segurança mais forte para nós além da filiação à OTAN", disse ao falar com o Secretário-Geral da OTAN, Mark Rutte, em uma entrevista coletiva.

VARELA: População Revolta-se e Incendeia Máquina Chinesa de Exploração de Areia Pesada.

Uma máquina de grande porte pertencente a uma empresa chinesa, encarregada da exploração de areia pesada na vila de Varela, foi completamente reduzida a cinzas após um violento incêndio, alegadamente provocado pela comunidade local. 

O incidente, descrito como um acto de sabotagem, gerou forte reacção do Ministro do Interior, Aladje Botche Candé, que classificou a situação como “inadmissível” e prometeu mão pesada contra os responsáveis.

 Em resposta imediata, o governo anunciou a instalação de um posto avançado das forças de segurança para restaurar a ordem e garantir o normal funcionamento das atividades mineiras na zona.

Vladimir Putin acaba de decretar tréguas com a Ucrânia durante 24 horas na sequência das festividades do período da Páscoa. Esta é a primeira pausa no conflito em mais de três anos de guerra.

SIC Notícias/Com Lusa
 Vladimir Putin decreta tréguas na Ucrânia durante o período da Páscoa

O anúncio foi feito este sábado pelo Presidente da Rússia. O período de tréguas entrou em vigor às 15:00 deste sábado e vai até às 21h da noite do domingo de Páscoa.

Vladimir Putin acaba de decretar tréguas com a Ucrânia durante 24 horas na sequência das festividades do período da Páscoa. Esta é a primeira pausa no conflito em mais de três anos de guerra.

Este cessar-fogo unilateral entrou em vigor às 15:00 deste sábado e vai até às 21h da noite do domingo de Páscoa (Portugal Continental).

"Guiado por considerações humanitárias, o lado russo declara uma trégua de Páscoa", afirmou este sábado o líder do Kremlin durante uma reunião transmitida pela televisão russa.

Vladimir Putin garante que não vai existir nenhuma ação militar até segunda-feira e que espera que a Ucrânia faça o mesmo, caso contrário terá de retaliar.

"Dou a ordem de cessar todas as hostilidades durante este período", declarou Putin.

A reação de Kiev à trégua da Páscoa demonstrará "a sinceridade, o seu desejo e a sua capacidade de cumprir os acordos e de participar nas conversações de paz destinadas a eliminar as causas profundas da crise ucraniana", segundo o Presidente russo.

"Esperamos que o lado ucraniano siga o nosso exemplo. Ao mesmo tempo, as nossas tropas devem estar preparadas para repelir possíveis violações da trégua e provocações do inimigo, bem como quaisquer ações agressivas da sua parte", acrescentou.

"Alertas de ataques aéreos estão a espalhar-se pela Ucrânia"

O Presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, recorreu às redes sociais para contrariar as declarações de Vladimir Putin.

Acusa o Presidente russo de continuar a "brincar com vidas humanas", uma vez que "os alertas de ataques aéreos estão a espalhar-se pela Ucrânia."

A defesa aérea e a aviação ucranianas já começaram a trabalhar para nos proteger. A presença de drones nos nossos céus revela a verdadeira atitude de Putin em relação à Páscoa e à vida humana.", lê-se na publicação do Presidente da Ucrânia na rede social X.

Leia Também: O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, acusou o seu homólogo russo de "brincar com a vida das pessoas", numa declaração que acontece cerca de uma hora após Vladimir Putin anunciar uma "trégua da Páscoa."


Cerca de 100 presos fugiram de uma prisão perto de Mongo, no centro do Chade, na noite de sexta-feira, após um tiroteio, um incidente que deixou pelo menos três mortos, disserem hoje várias fontes.

Por  LUSA 19/04/2025 

Cerca de cem presos fogem de prisão no Chade após tiroteio com 3 mortos

Cerca de 100 presos fugiram de uma prisão perto de Mongo, no centro do Chade, na noite de sexta-feira, após um tiroteio, um incidente que deixou pelo menos três mortos, disserem hoje várias fontes.

 "Houve cerca de cem fugitivos, três mortos e três feridos", disse à AFP Hassan Souleymane Adam, secretário-geral da província de Guéra, onde Mongo está localizada.

"Foi às 21h18 que os presos se revoltaram. Eles invadiram o escritório do diretor para conseguirem armas. Houve uma troca de tiros com os guardas. Ao mesmo tempo, o governador chegou. Ele ficou ferido", disse um funcionário administrativo em Mongo à AFP, sob condição de anonimato.

Este último confirmou que a troca de tiros provocou três mortos, acrescentando que escapou "um total de 132 prisioneiros, todos presos de direito comum".

Segundo a mesma fonte, os presos reclamaram de "falta de comida" antes de se revoltarem durante a noite.

O ministro da Justiça, Youssouf Tom, contactado hoje por telefone, disse à AFP que apenas poderá dar informações mais precisas quando se deslocar ao local, o que deve acontecer nas próximas horas.

A prisão, localizada cinco quilómetros a leste da cidade de Mongo, tem menos de 10 anos e é considerada uma prisão de alta segurança.


Leia Também: Número de mortos em motim de prisão no Chade sobe para 11...    O motim registado na sexta-feira à noite numa prisão no Chade provocou pelo menos 11 mortos, entre eles quatro militares, presumindo as autoridades que mais de 100 detidos conseguiram escapar.

Tailândia apresenta seu primeiro robô policial com inteligência artificial

Por hardware.com.br 

Robô com IA faz sua estreia patrulhando festival na Tailândia com câmeras 360° e reconhecimento facial.

Durante as celebrações do festival Songkran, a Tailândia colocou em operação seu primeiro robô policial equipado com inteligência artificial. O dispositivo foi apresentado oficialmente pela Polícia Real Tailandesa (RTP) no dia 16 de abril, em uma publicação nas redes sociais.

Segurança reforçada no festival Songkran

Chamado de “Pol Col Nakhonpathom Plod Phai” — que pode ser traduzido como “Nakhon Pathom está segura” — o robô foi posicionado na Tonson Road, na província de Nakhon Pathom, para monitorar a segurança pública durante o evento. O projeto é fruto de uma parceria entre a Polícia Provincial da Região 7, a Polícia de Nakhon Pathom e a prefeitura local.

Um robô policial estilo Robocop com visão 360°

O robô, batizado oficialmente como AI Police Cyborg 1.0, lembra o estilo Robocop e vem equipado com câmeras inteligentes capazes de capturar imagens em 360 graus. Todo o sistema é apoiado por inteligência artificial embarcada que analisa imagens em tempo real, tanto das câmeras do próprio robô quanto de drones e das câmeras de segurança da região.

Essas imagens são enviadas diretamente ao Centro de Comando e Controle da província, permitindo uma resposta rápida a qualquer incidente.

O que o AI Police Cyborg 1.0 é capaz de fazer?

O robô não está ali apenas para impressionar. Ele conta com uma série de recursos avançados voltados para a segurança:

Reconhecimento facial e alertas automáticos: identifica rostos e emite notificações caso detecte pessoas procuradas ou consideradas de alto risco.

Acompanhamento de suspeitos: consegue rastrear indivíduos em meio à multidão com base em características visuais.

Busca avançada por aparência: localiza pessoas com base em traços faciais, tipo físico, vestimenta e gênero.

Detecção de armas: reconhece objetos perigosos, como facas e bastões, e ignora brinquedos típicos do festival, como pistolas de água.

Monitoramento de comportamento: analisa ações e detecta possíveis brigas, agressões ou comportamentos suspeitos.

Robôs policiais também ganham espaço na China

A Tailândia não é o único país da Ásia apostando na integração de robôs na segurança pública. A China já iniciou testes com robôs humanoides em cidades como Shenzhen. Os modelos PM01, desenvolvidos pela EngineAI, foram vistos patrulhando ruas ao lado de policiais humanos, usando coletes de alta visibilidade e interagindo com o público.

Esses robôs são capazes de acenar, responder a comandos de voz e até mesmo cumprimentar pedestres. Lançado oficialmente em dezembro de 2024, o PM01 tem mobilidade ágil, tela sensível ao toque e uma plataforma aberta, que permite a desenvolvedores do mundo todo criarem novas funções.

Além do PM01, a China também está testando o RT-G — um robô em formato esférico desenvolvido pela Logon Technology para operações de segurança e emergência.



Ucrânia nega que acordo sobre minerais reconheça apoio dos EUA como dívida

© JOHN THYS/AFP via Getty Images   Lusa  19/04/2025

O Ministério da Economia ucraniano negou hoje que o acordo sobre recursos minerais que Kyiv e os EUA querem fechar antes de 26 de abril reconheça o apoio de Washington como uma dívida do país atacado pela Rússia.

"Não há qualquer conversa sobre qualquer nova dívida ou sobre a conversão de ajuda anterior em dívida", uma vez que "não há lógica de 'dívida' nas propostas dos EUA ou da Ucrânia", garantiu o vice-ministro da Economia ucraniano, Taras Kachka, em declarações à televisão ucraniana, noticiadas pela agência de notícias local Ukrinform.

No texto que está a ser tratado por responsáveis da administração Trump e do poder executivo liderado por Volodymyr Zelensky, "trata-se de quanto os Estados Unidos e a Ucrânia querem ganhar com investimentos", acrescentou o responsável governamental ucraniano.

Segundo Kachka, tanto americanos como ucranianos entendem que o apoio a Kyiv contra a Rússia "não é uma dívida, mas sim uma cooperação mutuamente benéfica".

Na quinta-feira, soube-se que a Ucrânia e os Estados Unidos assinaram um memorando no qual Kyiv e Washington aproximaram as suas posições e onde está expresso que os dois países querem criar "um fundo de investimento para a reconstrução", como parte de uma aliança económica entre as duas nações.

"Este fundo, como instrumento financeiro, terá o direito privilegiado de investir numa vasta gama de instalações na Ucrânia, assim que surgirem oportunidades", acrescentou hoje Taras Kachka.

"Em primeiro lugar, estamos a falar de minerais, mas também estamos interessados em investimentos americanos em infraestruturas: estradas, portos, energia", detalhou.

De acordo com o responsável, que também desempenha as funções de representante comercial da Ucrânia, uma delegação ucraniana chegará a Washington na próxima quinta-feira para discutir o acordo.

O objetivo da viagem é concluir as discussões técnicas sobre o fundo de investimento para a reconstrução da Ucrânia, que será estabelecido no âmbito do acordo.

As equipas de negociação devem reportar o seu progresso até 26 de abril, com a intenção de "concluir as negociações até essa data e assinar o acordo o mais rapidamente possível", de acordo com o texto do memorando.


Leia Também: Rússia diz ter recapturado cidade sob controlo ucraniano em Kursk

Maputo: A Polícia da República de Moçambique (PRM) impediu hoje, no centro de Maputo, a marcha de um grupo de jovens que pretendia protestar contra "perseguição e baleamentos" de ativistas e opositores políticos em Moçambique.

© Lusa  19/04/2025

 Polícia moçambicana impede marcha contra "perseguição e baleamentos"

A Polícia da República de Moçambique (PRM) impediu hoje, no centro de Maputo, a marcha de um grupo de jovens que pretendia protestar contra "perseguição e baleamentos" de ativistas e opositores políticos em Moçambique.

A marcha, que era promovida por um grupo de conhecidos ativistas sociais, devia começar na estátua Eduardo Mondlane, no centro de Maputo, por volta das 08h30 (menos uma hora em Lisboa).

O destino era a Procuradoria-Geral da República, onde os manifestantes pretendiam submeter um documento de protesto contra a falta de esclarecimentos sobre o baleamento de figuras críticas à governação do partido no poder, a Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

Vários grupos da Unidade Intervenção Rápida (UIR), polícia antimotim, tomaram o local onde a marcha devia começar, contingentes fortemente armados e com veículos blindados e pelo menos um camião equipado com canhões de jato de água.

"Esta é mais uma prova clara de que o aperto de mão entre Daniel Chapo [Presidente moçambicano empossado em janeiro] e Venâncio Mondlane [político que liderou as manifestações pós-eleitorais no últimos meses] foi apenas para inglês [ver]. Hoje, depois de termos comunicado e seguido todos protocolos exigidos, não devíamos ser impedidos de marchar", disse à Lusa o ativista Clemente Carlos, um dos organizadores da iniciativa.

Embora tenham sido impedidos de permanecer na estátua, os manifestantes tentaram percorrer a avenida Eduardo Mondlane, mas, depois de quase um quilómetro, as autoridades, sem disparar, obrigaram o grupo a abandonar o local.

"Vocês têm três minutos para sair daqui", declarou um comandante de uma das unidades, enquanto os membros da força de proteção obrigavam, por vezes à força, os jovens com cartazes a abandonarem o local.

"Nós só queríamos marchar e submeter um documento para que se pare com todas essas matanças. Porque nunca vimos nenhum crime público destes a ser julgado, nunca vimos a própria polícia, que disparou contra população em vários momentos, a ser julgada", disse à Lusa Inocêncio Manhique, outro ativista na marcha.

A marcha foi convocada na sequência do baleamento, no domingo, de Joel Amaral, um aliado do ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane, no centro de Moçambique.

Amaral, que está em "cuidados intensivos embora a evoluir bem", foi baleado no bairro Cualane 2.º, na cidade de Quelimane, província da Zambézia, por um grupo que se deslocava numa viatura todo terreno, quando a vítima seguia numa bicicleta.

Joel Amaral é um músico, autor de temas que mobilizaram apoiantes de Mondlane nas campanhas eleitorais para as autárquicas (2023) e depois para as presidenciais (2024).

Venâncio Mondlane, que classificou o baleamento de Amaral como mais um caso de "intolerância política", ameaçou convocar protestos "100 vezes piores" se a "perseguição política" aos seus apoiantes continuar.

Mondlane, que rejeita os resultados das eleições de 09 de outubro, liderou, nos últimos cinco meses, a pior contestação aos resultados eleitorais que o país conheceu desde as primeiras eleições multipartidárias (1994), com protestos em que cerca de 390 pessoas perderam a vida em confrontos com a polícia, segundo dados de organizações da sociedade civil, degenerando, igualmente, em saques e destruição de empresas e infraestruturas públicas.

O Governo moçambicano confirmou anteriormente, pelo menos, 80 óbitos, além da destruição de 1.677 estabelecimentos comerciais, 177 escolas e 23 unidades sanitárias durante as manifestações.

Contudo, em 23 de março, Mondlane e o Daniel Chapo, Presidente já empossado, encontraram-se pela primeira vez e foi assumido o compromisso de cessar a violência no país.

"Eu fui obrigado a ir apertar a mão ao Presidente que foi colocado pela Comissão Nacional de Eleições e pelo Conselho Constitucional porque me garantiram que a perseguição, as mortes e os sequestros iriam parar. Mas, com o que aconteceu com o Joel Amaral, eles estão a cumprir?", questionou o político um dia após o baleamento de Amaral.

Logo após as eleições gerais de 2024, o assessor jurídico de Venâncio Mondlane, o advogado Elvino Dias, e o mandatário do Podemos, Paulo Cuambe, partido que apoiava a sua candidatura presidencial, foram baleados mortalmente no centro de Maputo, crime que provocou a comoção na sociedade moçambicana e que continua por esclarecer.

O Presidente moçambicano reagiu ao baleamento de Joel Amaral classificando-o como uma "afronta à democracia" e pedindo uma "investigação cabal".


A França vai lançar, em maio, uma operação para atrair centenas de cientistas de todo mundo, numa altura em que os EUA estão a fazer um "massacre orçamental" na ciência, anunciou o ministro do Ensino Superior e da Investigação.

© Shutterstock  Lusa  19/04/2025 

 França lança operação para recrutar centenas de cientistas de todo mundo

A França vai lançar, em maio, uma operação para atrair centenas de cientistas de todo mundo, numa altura em que os EUA estão a fazer um "massacre orçamental" na ciência, anunciou o ministro do Ensino Superior e da Investigação.

Segundo o ministro francês Philippe Batiste, a operação "Choose France for Science" será apresentada no dia 05 de maio pelo presidente da França, Emmanuel Macron, e visa "reunir a comunidade científica e de investigação europeia", assim como "discutir o retrocesso das liberdades académicas que se verifica em todo o mundo".

Em entrevista à France Info, hoje divulgada, Philippe Batiste afirmou que o seu país terá "orçamentos dedicados" para atrair e instalar cientistas de todo o mundo.

"Somos um grande país de investigação, como outros grandes países europeus, como outros grandes países do mundo", afirmou, antes de manifestar a sua convicção de que haverá "um afluxo maior" de cientistas.

O ministro exemplificou que uma universidade como a Aix en Provence-Marseille, que avançou com uma iniciativa para atrair cientistas, recebeu "várias centenas de candidaturas".

Embora reconheça que é muito difícil estimar o custo orçamental de um cientista vindo do estrangeiro, uma vez que existem muitas diferenças, por exemplo, em função da especialidade, Philippe Batiste estimou que a ordem de grandeza para um cientista de "muito bom nível" é de cerca de um milhão de euros em três anos, tendo em conta o tempo necessário para a sua instalação.

Questionado sobre se a França pode suportar esta despesa, numa altura em que o Governo diz que terá de reduzir o seu orçamento para o próximo ano em 40 mil milhões de euros, respondeu que o orçamento do seu departamento cresceu nos últimos anos e que, atualmente, ascende a 26.700 milhões de euros.

Em todo o caso, o ministro da Investigação insistiu que "é um esforço coletivo" que deve ser feito a nível europeu.

"Estamos a tomar iniciativas, porque nós, franceses, estamos na vanguarda desta questão e porque estamos muito convencidos, mas é verdade, que o esforço deve ser feito a nível europeu, e é por isso que no dia 5 de maio a Europa da investigação e da ciência estará com o Presidente da República".

Philippe Batiste criticou abertamente a política do Presidente dos EUA, Donald Trump, em relação à ciência e às universidades: "O que estamos a ver nos Estados Unidos não são cortes orçamentais, é um massacre orçamental".

Salientou que esta situação não afeta apenas os EUA, mas também os programas de cooperação internacional em todo o mundo, incluindo alguns em que a França participa.


Leia Também: Cientistas revelam como ficar preso no trânsito afeta a nossa alimentação

MF || REUNIÕES DE PRIMAVERA DE 2025 DO FMI/ GRUPO BANCO MUNDIAL.

Por Ministério das Finanças   19 de abril de 2025

S.E. Ministro das Finanças da Guiné-Bissau, Dr. Ilídio Vieira Té, vai à caminho de Washington DC, onde a frente de uma importante delegação, vai  representar a Guiné-Bissau nas reuniões de primavera de 2025 do Fundo  Monetário Internacional e do Grupo Banco Mundial, que serão realizadas de segunda-feira, 21 de abril, a sábado, 26 de abril. 

A Guiné-Bissau tem um acordo financeiro com o FMI, e nesta senda, em preparação das reuniões de primavera, uma equipa de técnicos do FMI visitou a  Guiné-Bissau entre 2 e 19 de abril de 2025 para realizar consulta de 2025 ao abrigo do artigo IV e ainda discutir as políticas económicas que poderão servir de base à oitava avaliação do programa ao abrigo da Facilidade de Crédito Alargado ( FCA ). 

Em jeito de conclusão dos trabalhos da missão técnica, conduzidos pelo chefe de missão, Niko Obdari, o FMI prevê que o PIB cresça cerca de 5% em 2025, graças a termos de trocas mais favoráveis e a um forte investimento privado. As autoridades continuam empenhados em reduzir o défice orçamental para 3% do PIB, em conformidade com a meta do programa de Facilidade de Crédito Alargado. 

Durante os seus contactos em Bissau, a equipa de técnicos do FMI, manteve diálogo produtivo com as autoridades, e as conversas prosseguirão durante as próximas reuniões de primavera FMI/BM, em abril, a fim de chegar acordo sobre as políticas que sustentem a conclusão da oitava avaliação do FCA. 

O acordo com o Governo guineense foi aprovado pelo Conselho de Administração do FMI a 30 de janeiro de 2023, num montante total de 28,4 milhões de dólares. 

Em 29 de novembro de 2023, o Conselho de Administração do FMI, autorizou um aumento de acesso de 40% de quota para os 11,36 milhões ( DSE ). 

www.mef.gw

Em Bissau, 19 de abril de 2025

Stress: o segredo está na dose certa - 5 dicas para ajudá-lo a encontrá-la

 

Por cnnportugal.iol.pt  19/04/2025

Nota do editor: O podcast Chasing Life With Dr. Sanjay Gupta explora a ciência médica por trás de alguns dos mistérios da vida, grandes e pequenos.

“O stress faz mal à saúde” é uma daquelas frases que ouvimos vezes sem conta.

E, de facto, é verdade: o stress pode ser prejudicial e contribuir para uma série de problemas físicos e mentais, sobretudo quando se torna crónico e constante.

Mas há uma nova perspetiva que está a ganhar força: certos tipos de stress podem, na verdade, ser motores de crescimento pessoal e, segundo uma médica e autora do livro "O Paradoxo do Stress: Porque Precisa de Stress para Viver Mais Tempo, com Mais Saúde e Felicidade”, a dose certa de stress pode até ser essencial para o nosso bem-estar.

“Sim, demasiado stress faz-nos mal. Mas pouco ou nenhum stress também pode ser prejudicial”, explica Sharon Bergquist, numa conversa recente com Sanjay Gupta, correspondente médico da CNN, no podcast Chasing Life.

Sharon professora na Escola de Medicina da Universidade de Emory, em Atlanta, nos Estados Unidos da América e diretora do programa de saúde e bem-estar da universidade, sabe bem o que é lidar com situações de elevada tensão. Em criança, viveu a Revolução Iraniana e foi forçada a fugir do país com a família.

“Fomos no último avião a sair antes de (Ruhollah) Khomeini chegar ao poder”, recorda. “O aeroporto estava absolutamente lotado. Lembro-me do caos para passar pela segurança, da multidão, e de como conseguimos chegar à pista — recordo cada passo”.

A família acabou por se instalar nos EUA, depois de uma passagem por Inglaterra. Mas o desafio continuou: “No oitavo ano, eu mal conseguia escrever um parágrafo em inglês. Demorava a noite inteira”. Ainda assim, acabou por se tornar oradora da cerimónia de finalistas da escola secundária, frequentou a Universidade de Yale e, mais tarde, a Faculdade de Medicina de Harvard.

Essas experiências lançaram a semente daquilo que viria a tornar-se a sua paixão académica: “O que me fascina é perceber porque é que algumas pessoas crescem e prosperam com o stress e outras não”, explica.

Segundo a médica, tudo depende do tipo e da quantidade de stress a que estamos expostos.

“Trabalho com muitos profissionais que são altamente motivados, mas também profundamente apaixonados pelo que fazem”, diz, sublinhando que levam vidas que podem ser consideradas “stressantes”. Ela própria inclui-se nesse grupo.

“Chamo a isso stress positivo, que, na minha opinião, tem um efeito muito diferente no nosso corpo em comparação com o stress prejudicial, aquele que se tornou praticamente sinónimo da palavra ‘stress’”, afirma. “Penso que já posso dizer, com alguma segurança, que o tipo bom de stress liberta um perfil bioquímico que, na verdade, promove a saúde: libertamos, por exemplo, dopamina, serotonina e oxitocina”.

A dopamina resulta da recompensa de fazer algo com significado, explica. A serotonina vem da alegria associada à realização, e a oxitocina surge quando contribuímos para um bem maior.

O stress negativo, por outro lado, é aquele que é imprevisível, inevitável e contínuo. A nossa resposta bioquímica a esse tipo de stress leva à libertação de cortisol, uma hormona que, a longo prazo, conduz a efeitos prejudiciais no organismo, como a hipertensão arterial.

Mas há boas notícias: os químicos libertados em situações de “stress positivo” ajudam a equilibrar os níveis de cortisol. “É como se aumentássemos a nossa capacidade de resistência ao stress”, explica.

A resiliência é como um músculo: é dinâmica e precisa ser desafiada para se tornar mais forte.

“O essencial, na verdade, é perceber que as nossas respostas ao stress existem para nos ajudar. Servem para nos permitir adaptar ao mundo à nossa volta”, afirma, sublinhando que, ao longo de toda a história da Humanidade, foi assim que os humanos sobreviveram e prosperaram.

“Mas os elementos que nos ajudavam a ativar essas respostas ao stress foram sendo eliminados do tecido das nossas vidas”, explica. Já não temos de enfrentar fatores de stress ambientais como a escassez de alimentos ou a exposição a extremos de calor e frio.

“A introdução de muitas destas comodidades retirou-nos a ligação ao ambiente natural em que vivemos”, afirma. Como consequência, “estamos, no fundo, a limitar-nos a nós próprios, porque não permitimos ao nosso corpo fazer aquilo para que está tão bem preparado”.

O que pode fazer para introduzir stress positivo na sua vida? Sharon tem cinco dicas.

Encontre o seu “ponto certo” (a zona Goldilocks)

“Desafie-se a sair da zona de conforto sem se sentir sobrecarregado”, recomenda.

"O stress positivo é como medicina. E, tal como qualquer medicamento, a dose determina a resposta”, explica. “O crescimento a partir do stress acontece quando este se encontra numa zona hormética, ou zona Goldilocks — a quantidade certa, nem demasiado, nem demasiado pouca”.

Por outras palavras, desafie-se a entrar na água e nadar, mas não se deixe afogar.

Mantenha a integridade pessoal

"As suas escolhas estão alinhadas com os seus valores? Ou estão em conflito com eles?”, questiona Sharon.

“O seu coração e a sua mente sabem a diferença”, afirma. “Persistir em situações onde se sente bloqueado ou desconectado dos seus valores pode tornar-se numa forma prejudicial de stress”.

“O stress positivo não se trata apenas de reinterpretar o stress da nossa vida de forma positiva”, explica. “Mas, em vez disso, é sobre agir de forma deliberada, com desafios significativos e orientados por um propósito, como antídoto para os fatores de stress crónicos que não conseguimos controlar ou evitar”.

Isso pode envolver, por exemplo, aceitar ou criar uma oportunidade de trabalho que esteja alinhada com os seus valores ou aprender uma habilidade que considere gratificante.

Seja estratégico na recuperação

“Para crescer com o stress, é necessário reservar tempo para descanso e recuperação”, defende Sharon.

“Sob stress, o seu corpo entra em modo de conservação de energia e faz uma espécie de ‘limpeza interna’”, explica. “Quando recupera, o seu cérebro e o seu corpo remodelam-se e criam novas conexões que o preparam melhor para os desafios futuros".

A recuperação, segundo Sharon, é tão importante quanto o stress positivo para obter benefícios. “Até o stress positivo pode acumular-se e tornar-se prejudicial sem a recuperação adequada".

Abrace a conexão entre a sua mente e o seu corpo

“Submeter-se a stress físico pode ajudar a construir resiliência mental e o contrário também é verdade”, diz Sharon. “É um processo notável chamado de cruzamento adaptativo”.

“Quando é exposto a stress físico ou psicológico positivo, o seu corpo repara e regenera as células, o que torna cada parte do organismo mais saudável e mais forte”, explica.

Pode, por exemplo, reforçar a resiliência mental através do stress físico (de forma positiva) ao adotar práticas como “consumir alimentos de origem vegetal, ricos em fitoquímicos que aumentam a resistência ao stress, praticar exercício físico de forma vigorosa, expor-se brevemente ao calor e ao frio, e fazer jejum intermitente através de uma alimentação com horários restritos”, explica. “Temos à nossa disposição muitas ferramentas para gerir o stress e reduzir os seus efeitos nocivos”.

Confie: o seu corpo foi feito para lidar com algum stress

Viver momentos de stress não é uma falha — é uma característica natural. “A nossa história enquanto seres humanos é feita de superar o stress — e de nos tornarmos mais fortes por causa disso”, afirma Sharon.

“É através dos ciclos repetidos de stress e recuperação que ativamos a nossa capacidade natural. É um dom que herdámos no nosso ADN”, explica. “A resiliência é como um músculo que todos podemos fortalecer, independentemente do lugar onde estamos ou dos desafios que enfrentamos. É normal ter medos. E é normal querer evitar desafios".

“Confie e avance na mesma. O resultado pode transformar a sua vida”, afirma.

Esperamos que estas cinco dicas o ajudem a usar o stress a seu favor. Pode ouvir o episódio completo aqui. E junte-se a nós na próxima semana no podcast Chasing Life, onde vamos falar sobre um tema de saúde muitas vezes esquecido à medida que envelhecemos: a mobilidade.


Guiné-Bissau: A Guarda Nacional guineense deteve hoje um grupo de populares da aldeia de Nhinquin, na estância balnear de Varela, norte da Guiné-Bissau, por alegadamente atearem fogo a instalações de um projeto de exploração das areias pesadas.

Por LUSA   19/04/2025

Populares detidos na Guiné-Bissau por atearam fogo a mina de areias pesadas 

A Guarda Nacional guineense deteve hoje um grupo de populares da aldeia de Nhinquin, na estância balnear de Varela, norte da Guiné-Bissau, por alegadamente atearem fogo a instalações de um projeto de exploração das areias pesadas.

A informação foi confirmada à Lusa por várias fontes em Varela e Ingoré, para onde foram encaminhadas 16 pessoas, neste momento detidas no quartel militar.

De acordo com um jornalista da rádio Balafon de Ingoré, "duas carinhas cheias de pessoas" e escoltadas por soldados da Guarda Nacional deram entrada ao princípio da noite no quartel.

Fontes em Varela disseram à Lusa que entre os detidos se encontra uma empresária do ramo hoteleiro, de nacionalidade italiana.

As mesmas fontes explicaram que o incidente se deu a meio da tarde quando um grupo de mulheres da aldeia de Nhinquin, onde se situa uma mina de areias pesadas, atualmente a ser explorada por uma empresa chinesa, ateou fogo às instalações.

A mesma ação já tinha acontecido em 23 de janeiro, também protagonizada por mulheres daquela aldeia. Na altura, a empresa GMG Mininig SARL suspendeu as atividades.

Estudos do Governo guineense indicam que na aldeia de Nhinquin, em Varela, existe uma mina de areias pesadas, das quais, após extração, serão aproveitadas o equivalente a 119 mil toneladas de minérios como ilmenite, zircão e rutilo.

Esses minérios são usados nas indústrias metalúrgica e aeronáutica, assim como na indústria nuclear.

Desde o início da exploração das areias pesadas, nos meados do ano 2000, que as populações de Varela têm reivindicado a rejeição ao projeto, considerando o local de exploração de "zona sagrada", onde fazem os rituais da aldeia de Nhinquin.

Fonte da Guarda Nacional disse à Lusa que as pessoas foram detidas para serem ouvidas "sobre as motivações" do incidente que culminou no fogo posto.