segunda-feira, 31 de julho de 2023

Conselho de Segurança reuniu-se 66 vezes sem resultados desde a invasão

© Reuters

POR LUSA  31/07/23 

O Conselho de Segurança da ONU já se reuniu 66 vezes sem resultados desde que a Rússia invadiu a Ucrânia, a 24 de fevereiro de 2023, tendo, no mês que hoje finda, realizado mais cinco reuniões, disse fonte diplomática.

Os números foram hoje sublinhados pelo embaixador do Brasil na ONU, Sérgio França, que lamentou que todas estas reuniões tenham limitado a resposta do Conselho de Segurança à "repetição de narrativas opostas sobre os acontecimentos no terreno e as posições" de cada país.

De facto, os países ocidentais e a Rússia levaram as suas respetivas posições ao Conselho utilizando todos os ângulos da guerra - a situação das crianças, os danos ao património, os riscos da central nuclear de Zaporijia e a insegurança alimentar, entre outros - transformando a sala de reuniões numa permanente troca de acusações.

Tanto a Rússia como as três potências ocidentais -- Estados Unidos, Reino Unido e França - têm direito de veto, pelo que não foi aprovada qualquer resolução, o que demonstrou a ineficácia do Conselho de Segurança na procura de uma solução.

O quinto membro permanente do Conselho de Segurança com direito de veto é a China.

O embaixador brasileiro lamentou que a guerra na Ucrânia esteja a desviar a atenção das grandes potências representadas no Conselho de outras crises que se estão a tornar crónicas no mundo.

"Lamentamos que outras situações como o Sudão, o Sahel ou a Palestina não estejam a receber a mesma atenção", resumiu.

Além disso, Sérgio França repetiu uma posição que é cada vez mais comum entre os países africanos e asiáticos e, em menor grau, entre os sul-americanos: uma espécie de equidistância semelhante à posição da China, que repete constantemente ser a favor de uma solução negociada, da cessação incondicional das hostilidades e do respeito pela integridade territorial, sem apontar a culpa da Rússia.


Rússia instala barreiras flutuantes para proteger ponte da Crimeia

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POR LUSA   31/07/23 

As autoridades russas começaram a instalar barreiras flutuantes para proteger a ponte da Crimeia de ataques de 'drones' ucranianos, informou hoje o canal Mash do Telegram.

A barreira contra aeronaves não tripuladas será colocada no Mar de Azov, ao longo de toda a extensão da ponte, a maior da Europa com 18 quilómetros de extensão, referiu a fonte.

A Rússia está confiante que esta proteção evitará novos ataques com 'drones' submarinos e aquáticos, como aqueles que em meados de julho atingiram a ponte pela segunda vez.

Moscovo suspeita que a NATO forneceu a Kyiv tecnologia para fabricar 'drones', mas outros seriam motas de água convertidas em aparelhos não tripulados.

Embora tenha demorado, o exército ucraniano reivindicou a responsabilidade pela explosão ocorrida na semana passada na ponte que liga a península ucraniana, anexada pela Rússia em 2014.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, assegurou que a ponte "é uma infraestrutura hostil", construída fora do direito internacional, que se tornou um elo logístico crucial para o transporte de munições para o exército russo.

"É por isso que é nosso alvo e qualquer alvo que traga guerra e não paz deve ser neutralizado", enfatizou.

Na quinta-feira, o Serviço de Segurança da Ucrânia (SBU) reivindicou o ataque de outubro de 2022 contra a ponte de Kerch.

"Os agentes do SBU têm vindo a destruir o inimigo nos pontos mais quentes e fazem os possíveis para libertar a nossa terra rapidamente. A destruição da ponte da Crimeia é um dos nossos objetivos", indicou o chefe do SBU, Vasil Maliuk, no decurso de uma cerimónia em Kyiv.

Desta forma, os serviços secretos ucranianos terminaram meses de silêncio e reconheceram finalmente que as Forças Armadas do país foram responsáveis pela explosão na ponte, ocorrida no início de outubro de 2022 e que segundo o Comité de investigação da Rússia provocou três mortos.

O ministro da Defesa da Rússia disse hoje que a intensidade dos ataques às "instalações militares ucranianas" aumentou, em resposta a ataques contra território russo, após mísseis russos destruírem instalações civis na terra natal do Presidente ucraniano.

"A intensidade dos ataques às instalações militares ucranianas, incluindo aquelas que apoiam esses atos terroristas, aumentou dramaticamente", explicou o ministro da Defesa, Serguei Shoigu, comentando os recentes ataques de 'drones' na península anexada da Crimeia e em vários locais da Rússia, incluindo Moscovo, realizado no domingo.

"Perante a evolução da situação, medidas adicionais foram tomadas para melhorar as defesas de contra-ataques aéreos e marítimos", assegurou Shoigu, acrescentando que a contraofensiva ucraniana está a ser mal sucedida e que as armas ocidentais fornecidas a Kyiv não estão a produzir efeito, "apenas estão a prolongar o conflito".As autoridades russas denunciaram no domingo ataques de 'drones' contra a Crimeia e o centro financeiro e de negócios conhecido como Cidade de Moscovo, que abriga alguns dos edifícios mais altos da Europa.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


Senegal suspende internet contra apoio ao líder da oposição

Confrontos entre manifestantes e polícia na sequência da condenação de Sonko, em junhoFoto: Leo Correa/AP/picture alliance

Por dw.com   31/07/23

Autoridades senegalesas suspenderam dados móveis devido à "difusão de mensagens odiosas e subversivas" nas redes sociais e apelos a manifestações após a detenção de Ousmane Sonko por apelo à insurreição e outros crimes.

As autoridades senegalesas anunciaram hoje (31.07) a suspensão do acesso à internet através de dados móveis devido à "difusão de mensagens "odiosas e subversivas" nas redes sociais e apelos a manifestações após a detenção do político da oposição Ousmane Sonko.

Ousmane Sonko, o maior opositor do Presidente Macky Sall e candidato declarado às eleições presidenciais de 2024, está a ser processado por apelo à insurreição e outros crimes e infrações, anunciou o Ministério Público no sábado.

"Devido à difusão de mensagens odiosas e subversivas nas redes sociais, no contexto de uma ameaça à ordem pública, a internet móvel de dados está temporariamente suspensa em determinadas faixas horárias a partir de segunda-feira, 31 de julho", anunciou o ministro das Telecomunicações e da Economia Digital através de um comunicado de imprensa.

Ousmane Sonko deverá ser interrogado por um juiz esta segunda-feira, disse um dos seus advogados à agência AFP. O juiz decidirá se mantém ou não as acusações contra ele.

Ousmane Sonko foi detido a 28 de julhoFoto: Seyllou/AFP

Sonko inicia greve de fome

Sonko foi condenado a 1 de junho a dois anos de prisão, um veredito que o torna inelegível a eleições, de acordo com os seus advogados e peritos jurídicos. 

A sua condenação, no início de junho, desencadeou a mais grave agitação dos últimos anos no Senegal, que causou 16 mortos, segundo as autoridades, e cerca de 30, segundo a oposição.

Segundo o procurador, a detenção de sexta-feira não teve "nada a ver" com o primeiro processo em que Sonko foi julgado à revelia.

O opositor anunciou no domingo nas redes sociais que tinha iniciado uma greve de fome. Apelou também à população para que "se mantenha de pé" e "resista".

Esta segunda-feira, a coligação da oposição Yewwi Askan Wi apelou ao "povo senegalês" para que "compareça em grande número" no tribunal principal de Dakar, onde Sonko irá enfrentar o juiz.

Ao início da manhã, os manifestantes tinham bloqueado a autoestrada com portagem, informou o seu departamento de comunicação nas redes sociais, acrescentando que a polícia estava a caminho.

Sete acusações

O Ministério Público do Senegal anunciou no domingo que imputou sete acusações contra Ousmane Sonko, depois de este ter sido detido por um incidente com um polícia.

"Ele vai ser processado por incitação à insurreição, associação criminosa, atentado contra a segurança do Estado, formação de quadrilha contra a autoridade do Estado, atos e manobras para comprometer a segurança pública e criar graves distúrbios políticos, associação criminosa e roubo de um telemóvel", informou Abdou Karim Diop, procurador de Dakar.

O anúncio das acusações contra Sonko surgiu depois de este ter sido detido, na sexta-feira, por alegadamente ter "roubado violentamente um telemóvel a um polícia cujo veículo avariou perto da sua casa", tendo de seguida feito um "apelo subversivo" à população nas redes sociais.

Segundo a versão de Sonko, divulgada nas suas redes sociais, o incidente ocorreu com agentes dos serviços de informações que ele alega estarem colocados à volta da sua casa 24 horas por dia.

Sonko explicou que os agentes começaram a gravar imagens, pelo que lhes retirou o telemóvel, pedindo "à pessoa que estava a gravar para o desbloquear e apagar as imagens que captou, o que ele se recusou a fazer".

Diop explicou que o alegado furto do telemóvel de um polícia "foi apenas um dos pretextos para a sua detenção, que era iminente".

Níger. Detidos 4 ministros, ex-ministro e chefe do partido de Bazoum

© -/AFP via Getty Images

POR LUSA   31/07/23 

O partido presidencial do Níger anunciou hoje que foram detidos quatro ministros, um antigo ministro e o chefe do partido de Mohamed Bazoum, o Presidente eleito e derrubado por um golpe de Estado na quarta-feira.

"Após o rapto do Presidente da República, Mohamed Bazoum, os golpistas voltam a atuar e aumentam o número de detenções abusivas", denunciou o Partido da Democracia e do Socialismo do Níger (PNDS).

Hoje de manhã, foram detidos o ministro do Petróleo, Mahamane Sani Mahamadou, filho do antigo presidente Mahamadou Issoufou, e o ministro das Minas, Ousseini Hadizatou.

Os golpistas também "prenderam o presidente do Comité Executivo Nacional do PNDS", Fourmakoye Gado, acrescenta-se no comunicado.

"A isto seguem-se as detenções do ministro do Interior e da Descentralização, Hama Amadou Souley, do ministro dos Transportes, Oumarou Malam Alma, e do deputado e antigo ministro da Defesa, Kalla Moutari", refere o partido.

O PNDS "exige" a "libertação imediata" dos ministros detidos e "injustamente sequestrados", afirmando temer que o Níger esteja a caminhar para "um regime ditatorial e totalitário".

Fontes próximas da presidência referiram também a detenção do ministro da Educação Profissional, Kassoum Moctar.

As detenções ocorrem numa altura em que a junta emitiu um comunicado apelando a "todos os antigos ministros e diretores de instituições para que devolvam aos vários departamentos ministeriais e direções todos os veículos oficiais colocados à sua disposição", o mais tardar até às 12:00 (11:00 GMT) de segunda-feira.

O primeiro-ministro do Níger, Ouhoumoudou Mahamadou, denunciou um "golpe de Estado gratuito" à France 24 no domingo e reiterou que o Níger contava "fortemente com a sua parceria internacional".

O Presidente Bazoum está mantido como refém na sua residência por elementos da sua segurança, desde a manhã de quarta-feira. Falou por telefone com vários chefes de Estado e outras personalidades dos países parceiros do Níger, como a França e os Estados Unidos.


Leia Também: Níger. UE só reconhece autoridade de presidente Bazoum

Primeira reunião da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular (ANP).


 Radio Voz Do Povo

Bacari Biai regressa a Procuradoria-geral da República em substituição de Edmundo Mendes. O decreto presidencial foi apresentado hoje pelo Conselheiro do PR para Assuntos Políticos, Fernando Delfim da Silva.

Radio Voz Do Povo


Leia Também: O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, exonerou hoje Edmundo Mendes das funções de procurador-geral da República, tendo voltado a nomear para o cargo Bacari Biai, segundo decretos presidenciais divulgados à imprensa.

ANP pretende reunir-se em Sessão Extraordinária em Agosto.

Por isso, a Comissão Permanente deu anuência ao requerimento de convocação da Sessão. A Comissão Permanente autorizou ainda a Sessão Parlamentar Especial no âmbito das celebrações de 50 anos da Independência.

 Radio Voz Do Povo

Chefe de Estado preside lançamento do Projecto de Reabilitação das Infra-estruturas e Modernização dos Equipamentos do Porto de Bissau.




 Presidência da República da Guiné-Bissau

MOÇAMBIQUE: Dois distritos no norte de Moçambique declaram surto de cólera

© Lusa

POR LUSA   31/07/23

As autoridades de saúde moçambicanas declararam um surto de cólera em mais dois distritos, Mocímboa da Praia e Mueda, província de Cabo Delgado, doença que desde setembro já provocou 141 mortos em todo o país.

De acordo com fonte do Ministério da Saúde citada pela imprensa local, a declaração de surto foi feita após confirmada a presença local do agente causador da doença, sendo que no total da província de Cabo Delgado, norte do país, segundo dados recolhidos hoje pela Lusa, já se registaram desde setembro do ano passado 1.168 casos, com três mortos, numa taxa de letalidade de 0,3%.

Uma epidemia de cólera provocou em Moçambique, desde setembro passado, 141 mortes em dez províncias e na cidade de Maputo, entre 33.453 casos diagnosticados, dos quais 22.748 tiveram que ser internados, segundo dados atualizados até 24 de julho pelo Ministério da Saúde e consultados hoje pela Lusa.

Até à mesma data, a maioria dos casos (13.400 diagnosticados e 38 mortos) foi registada na província da Zambézia, no centro do país, especialmente afetada depois da destruição provocada pelo ciclone Freddy, em fevereiro e março, seguindo-se Sofala (7.527 casos e 30 mortos) e Niassa (3.501 casos e 25 mortos).

O diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS) destacou em 13 de julho, em Maputo, os esforços de Moçambique, e do Presidente da República, Filipe Niyusi, para travar esta epidemia de cólera.

"Estou muito feliz em ver um chefe de Estado que está muito comprometido com a saúde. Ele é um dos poucos líderes, no mundo, que assume este compromisso e está diretamente envolvido em questões ligadas à saúde", declarou Tedros Tedros Ghebreyesus.

Para o diretor-geral da OMS, o executivo moçambicano teve uma gestão assinalável da epidemia, que foi agravada pelo impacto do ciclone Freddy.

"Saudei o Presidente moçambicano e o ministro da Saúde [Armindo Tiago] pela sua liderança na gestão da epidemia da cólera. No mesmo período foram registados casos de pólio e que também foram controlados, após serem detetados antecipadamente. Não há qualquer caso agora desde agosto", observou.

Moçambique é considerado um dos países mais severamente afetados pelas alterações climáticas no mundo, situação que agrava a resistência de infraestruturas e serviços que permitam evitar a doença.

A cólera é uma doença que provoca fortes diarreias, que é tratável, mas que pode provocar a morte por desidratação se não for prontamente combatida.

A doença é causada, em grande parte, pela ingestão de alimentos e água contaminados por falta de redes de saneamento.

Em maio, a Organização Mundial da Saúde alertou que o mundo terá um défice de vacinas contra a cólera até 2025 e que um bilião de pessoas de 43 países podem ser infetadas com a doença.


Níger. Junta Militar acusa França de querer intervir militarmente

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POR LUSA    31/07/23 

Os militares nigerinos que derrubaram o presidente eleito do Níger, Mohamed Bazoum, acusaram a França de querer "intervir militarmente" para devolver o poder ao chefe de Estado.

"Em linha com a política de procura de meios para intervir militarmente no Níger, a França, com a cumplicidade de alguns nigerinos, reuniu-se no quartel-general da Guarda Nacional do Níger para conseguir as autorizações políticas e militares necessárias", indica um comunicado de imprensa divulgado hoje.

A declaração dos militares golpistas foi transmitida pela televisão de Niamey.

Num outro comunicado difundido anteriormente, os militares golpistas acusaram os serviços de segurança de terem disparado gás lacrimogéneo contra manifestantes que apoiavam a Junta Militar, em Niamey, no domingo, e que provocou seis feridos.

O Presidente francês, Emmanuel Macron, ameaçou no domingo retaliar contra qualquer ataque a cidadãos e interesses franceses no Níger. 

Manifestantes favoráveis ao golpe militar atacaram a embaixada de Paris em Niamey.

O Níger, antigo território colonial francês, é um parceiro estratégico da França, que tem atualmente cerca de 1.500 militares no país envolvidos na luta contra extremistas islâmicos.

No domingo, os países da África Ocidental deram à Junta Militar do Níger um ultimato de uma semana para o "regresso total à ordem constitucional" e disseram que não excluiriam o "uso da força" se tal não acontecesse.

A França congratulou-se com "as decisões tomadas pelos Chefes de Estado" da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) reunidos em Abuja.


Leia Também: Níger: UE apoia medidas da CEDEAO contra golpe de Estado

Pelo menos 12 pessoas morreram em onda de calor na Coreia do Sul

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POR LUSA   31/07/23 

Pelo menos 12 pessoas morreram devido à onda de calor que atinge a Coreia do Sul há uma semana, segundo o balanço realizado hoje pelas autoridades sul-coreanas, que alertaram para as altas temperaturas que se vão sentir no país.

O calor sufocante deixou pelo menos 12 mortes durante o fim de semana, de acordo com as últimas informações publicadas hoje pela agência de notícias local Yonhap.

As autoridades meteorológicas sul-coreanas alertaram que são esperadas para hoje temperaturas entre os 29 e 35 graus Celsius em quase todo o território, com a sensação térmica a ultrapassar esta barreira, pedindo prudência à população.

A agência meteorológica nacional declarou que a onda de calor deve continuar nos próximos dias e as temperaturas podem subir mais de 2 graus entre a terça-feira e a quarta-feira.

Desde 20 de maio, mais de mil pessoas tiveram de ser socorridas por doenças relacionadas ao calor, das quais cerca de 200 foram atendidas nos últimos dias, segundo dados publicados pelo jornal The Korea Herald.

As autoridades também alertaram para a possibilidade de quedas de energia devido ao aumento da demanda por eletricidade em meio à onda de calor.

No Japão, a agência meteorológica nacional mantém há dias um alerta de temperaturas elevadas para quase todo o arquipélago, com especial destaque para a zona de Tóquio e arredores, e no oeste do país.

Hoje foi emitido um novo aviso para a semana de 06 e 14 de agosto.

As autoridades estão a pedir aos idosos que tomem mais cuidado, depois de um casal ter sido encontrado morto dentro de casa, aparentemente devido a um golpe de calor.


China: Mais de 31.000 pessoas retiradas em Pequim devido às chuvas fortes

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POR LUSA   31/07/23 

As autoridades do município de Pequim e de outras regiões do norte da China permanecem em alerta para o risco de inundações, em consequência das chuvas intensas, que levaram à retirada de mais de 31 mil pessoas.

Face aos efeitos do tufão Doksuri, que atingiu o sul e o centro da China, na semana passada, os meteorologistas preveem que a capital e o norte do país irão sofrer as chuvas mais fortes em mais de uma década, de acordo com o jornal oficial Global Times.

O Centro Meteorológico Nacional da China manteve o alerta vermelho para tempestades no domingo, o mais alto, numa escala de quatro níveis.

As províncias e regiões próximas de Pequim devem também ser afetadas nos próximos dias.

Até às 23:00 de sábado (16:00 em Lisboa), 31.338 pessoas em Pequim foram transferidas para locais seguros, 4.069 obras foram interrompidas e todos os locais turísticos foram encerrados, informou a televisão estatal CCTV.

Entre as 20:00 (13:00 em Lisboa) de sábado e as 20:00 de domingo, a precipitação média acumulada em Pequim foi de 39,1 milímetros. O recorde foi registado na cidade de Xingtai, na província de Hebei (norte), a cerca de 400 quilómetros da capital chinesa. O nível de precipitação atingiu os 538 milímetros.

O Ministério dos Recursos Hidrológicos do país asiático emitiu no domingo o alerta para inundações em Pequim, Hebei e na cidade de Tianjin, no nordeste do país.

A chuva deve continuar até quarta-feira.

Doksuri é o tufão mais forte a atingir a China este ano e também o segundo mais forte a atingir a província de Fujian desde que há registos, informou o Global Times.

Na semana passada, pelo menos uma pessoa morreu e milhares de casas ficaram sem energia quando o tufão passou por Taiwan, trazendo fortes ventos e chuvas para o sul e leste da ilha.

O Doksuri deixou pelo menos 14 mortos e mais de 300 mil desabrigados nas Filipinas.


Leia Também: Novo balanço aponta para 44 mortos em explosão de bomba no Paquistão

Níger: EUA manifestam "tolerância zero" a alterações inconstitucionais

© Djibo Issifou/picture alliance via Getty Images

POR LUSA  31/07/23 

Os Estados Unidos saudaram no domingo as conclusões da cimeira extraordinária da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) pela defesa da "ordem constitucional" no Níger na sequência do golpe de Estado da passada quarta-feira.

"Juntamo-nos à CEDEAO e aos líderes regionais pela libertação imediata do Presidente Mohamed Bazoum e de sua família, e a restauração de todas as funções do Estado pelo governo legítimo e eleito democraticamente", indicou o texto divulgado pelo Departamento de Estado, que também se pronuncia pela "tolerância zero a alterações inconstitucionais".

"Os Estados Unidos saúdam o envio ao Níger do representante especial da CEDEAO e exortam todas as partes a colaborarem com a CEDEAO para uma solução rápida e pacífica da atual situação. Os Estados Unidos vão permanecer ativamente envolvidos com a CEDEAO e os líderes africanos sobre os próximos passos para preservar a democracia no Níger", pode ler-se no texto.

O Presidente do Chade, Mahamat Idriss Déby Itno, viajou no domingo para Niamey para se reunir com os militares da junta golpista do Níger após assistir na Nigéria à cimeira extraordinária da CEDEAO.

Já de acordo com a televisão estatal nigerina ORTN, Déby Itno efetuou uma escala em Niamey antes de regressar ao Chade após participar na cimeira e foi recebido no aeroporto pelo general Salifou Mody, ex-chefe de estado-maior do Níger e por outros membros da junta.

Após duas horas de reunião com Mody e os membros da junta nigerina, organizados no autodenominado Comité Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), deslocou-se ao palácio presidencial de Niamey, onde se encontrou com o líder da junta militar nigerina e autoproclamado chefe de Estado do país, general Abdourahamane Tiani, segundo a ORTN.

A CEDEAO emitiu no domingo um ultimato aos militares liderados pelo general Tiani, ao declarar que não exclui o uso da força caso não seja libertado e devolvam ao poder no prazo de uma semana o Presidente deposto, Mohamed Bazoum.

Bazoum está detido desde a passada quarta-feira na sua residência presidencial, quando militares da guarda presidencial promoveram um golpe de Estado.

A junta anunciou de imediato a destituição do Presidente, a suspensão da Constituição, o encerramento das fronteiras e um recolher obrigatório noturno até nova ordem. Os militares pretendem ainda exercer "o conjunto dos poderes legislativos e executivos" até ao regresso "da ordem constitucional normal".

Em paralelo, o primeiro-ministro do deposto governo, Ouhoumoudou Mahamadou, afirmou ainda no domingo estar otimista sobre uma solução para o seu país sem necessidade de recorrer à força, pelo facto de as sanções internacionais serem suficientes para impor uma situação que seria "catastrófica".

"É um país que não poderá resistir a esse tipo de sanções", advertiu numa breve entrevista em Paris à cadeia televisiva France 24.

O político nigerino manifestou satisfação pela reação internacional face ao golpe da passada quarta-feira, em particular a resposta emitida pela CEDEAO.

Na capital milhares de pessoas desfilaram pelas ruas em apoio ao golpe de Estado denunciando a França, antiga potência colonial, e agitando bandeiras da Rússia. Os manifestantes aproximaram-se da embaixada francesa e derrubaram uma porta do edifício antes de serem dispersos por uma força militar.


Leia Também: Níger. Junta diz que está iminente uma "intervenção militar" da CEDEAO

Rússia revela novo ataque de drone ucraniano na região de Rostov

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POR LUSA   31/07/23 

As autoridades da Rússia afirmaram no domingo terem registado um ataque com um drone ucraniano perto da cidade de Taganrog, na região de Rostov, no sul do país, junto ao mar de Azov.

O governador da região, Vasili Golubev, disse no domingo à noite que o veículo aéreo não tripulado caiu numa área rural, onde causou danos ao telhado de uma habitação e a um automóvel.

Golubev indicou na plataforma Telegram que os serviços de emergência se deslocaram ao local do incidente, mas que não foi registada qualquer vítima mortal ou ferido. O governador também revelou que especialistas do Ministério da Defesa russo estiveram presentes.

Horas antes, a Rússia anunciou que tinha repelido dois ataques de drones ucranianos durante a madrugada, um na península ucraniana da Crimeia, anexada por forças russas em 2014, e outro em Moscovo.

Na capital russa, cujo aeroporto internacional foi temporariamente encerrado, foram danificadas duas torres de escritórios no principal distrito comercial da cidade.

O Ministério da Defesa da Rússia informou que o ataque a Moscovo envolveu três drones, um dos quais foi abatido e os outros dois neutralizados por via eletrónica.

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, avisou no domingo que a guerra está a chegar "à Rússia e aos seus centros estratégicos e bases militares".

"Gradualmente, a guerra está a regressar ao território da Rússia, aos seus centros simbólicos e bases militares. E este é um processo inevitável, natural e absolutamente justo", disse o líder ucraniano, de visita à cidade de Ivano-Frankivsk, no oeste do país.

"A Ucrânia está a ficar mais forte", acrescentou Zelensky sobre os ataques de drones, acrescentando de seguida que a Ucrânia se deve preparar para novos ataques contra as suas infraestruturas de energia, no próximo inverno.

"É óbvio que neste outono e inverno o inimigo tentará repetir os ataques terroristas contra a indústria energética ucraniana", explicou o Presidente ucraniano.

"Temos de estar preparados para isso, tanto a nível estadual como em cada comunidade", acrescentou Zelensky, em declarações divulgadas na conta presidencial da rede social Telegram.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


Encarregado de Negócios da Embaixada do Reino de Marrocos na Guiné-Bissau oferece um jantar para celebrar o 24º aniversário da subida do Rei Mohammed VI, ao trono dos seus antepassados.

No evento decorrido este Domingo 30.07.2023, estiveram presentes, diplomatas de vários países, partidos políticos, membros do governo e o chefe do estado-maior general das forças armadasm Biague Nan Tam.

Radio TV Bantaba

|𝗔𝗜𝗦𝗦𝗔𝗧𝗨 𝗙𝗢𝗥𝗕𝗦 𝗗𝗝𝗔𝗟Ó 𝗔𝗖𝗢𝗡𝗦𝗘𝗟𝗛𝗔 𝗢 𝗡𝗢𝗩𝗢 𝗟Í𝗗𝗘𝗥 𝗗𝗢 𝗖𝗡𝗝, 𝗣𝗔𝗥𝗔 𝗦𝗘 𝗗𝗜𝗦𝗧𝗔𝗡𝗖𝗜𝗔𝗥 𝗗𝗔 𝗣𝗢𝗟Í𝗧𝗜𝗖𝗔


Ao fazer balanço do seu mandato a testa do Conselho Nacional da Juventude, e que considerou de positivo, a Presidente cessante aconselhou ao novo líder para se distanciar da política, para melhor servir os jovens.

À Rádio Jovem, a antiga líder falou do seu futuro após deixar o CNJ.

© Rádio Jovem Bissau

União económica africana impõe sanções financeiras após golpe no Níger

© Getty Images

POR LUSA   30/07/23 

A União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) impôs hoje 10 sanções financeiras ao Níger e à junta militar que levou a cabo um golpe de Estado na passada quarta-feira.

Num comunicado lido pelo presidente da Comissão da UEMOA, Abdoulaye Diop, após uma cimeira extraordinária realizada em Abuja (Nigéria), a organização regional anunciou o encerramento das fronteiras terrestres e aéreas entre o Níger e os seus países-membros e a proibição de que voos originários ou destinados a esse país sobrevoem a referida zona económica.

A UEMOA também determinou suspender "todas as transações comerciais e financeiras", incluindo as relacionadas com produtos petrolíferos e eletricidade, para além de ter anunciado o congelamento dos ativos financeiros e monetários do Estado nigerino no Banco Central dos Estados da África Ocidental (BCEAO) e nos bancos dos países da organização, bem como dos ativos financeiros e monetários das empresas públicas e semi-públicas.

A UEMOA suspendeu ainda as transações financeiras entre bancos do Níger e de outros países da união económica e todas as ajudas e transações financeiras a favor do país, nomeadamente do Banco de Desenvolvimento da África Ocidental (BOAD).

Por fim, a organização proibiu deslocações dos autores do golpe de Estado e de qualquer civil ou militar que participe em instituições estatais após o pronunciamento, bem como dos seus familiares, e anunciou o congelamento dos seus bens financeiros e o confisco dos seus bens.

No final da cimeira hoje realizada na Nigéria, os chefes de Estado e de Governo da UEMOA reafirmaram que apenas reconhecem como "único chefe de Estado do Níger, o Presidente Mohamed Bazoum", deposto na passada quarta-feira.

O Presidente Mohamed Bazoum foi afastado na quarta-feira à noite por militares e detido no palácio presidencial, sob a supervisão da Guarda Presidencial, cujo líder, o general Omar Abdourahmane Tchiani, foi nomeado presidente do CNSP.

Depois do Mali e do Burkina Faso, o Níger, até então aliado dos países ocidentais, torna-se o terceiro país do Sahel - minado por ataques de grupos ligados ao Estado Islâmico (EI) e à Al-Qaida - a viver um golpe de Estado desde 2020.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) lançou hoje um ultimato aos golpistas do Níger, afirmando que não exclui o recurso à força se não libertarem o presidente deposto, e não o devolverem ao poder no prazo de uma semana.

A CEDEAO "tomará todas as medidas necessárias para restaurar a ordem constitucional na República do Níger" e estas "podem incluir o uso da força", disse o presidente da Comissão da organização, Omar Touray, em declarações divulgadas pela imprensa nigeriana, após a realização de uma cimeira extraordinária de chefes de Estado e de Governo do bloco em Abuja, a capital política da Nigéria.


Leia Também: O Presidente do Chade, Mahamat Idriss Déby Itno, viajou hoje para Niamey para se reunir com os militares da junta golpista do Níger após assistir na Nigéria à cimeira extraordinária da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO).


Leia Também: Níger. Espanha suspende parceria até ser restabelecida ordem democrática

Da “euforia” ao “blackout”. O que acontece ao nosso organismo quando bebemos álcool

Cerveja (Pexels)

Beatriz Céu   cnnportugal.iol.pt

Os efeitos do álcool começam a afetar o nosso organismo logo após o primeiro gole de uma bebida alcoólica, mesmo que não seja percetível. Do cérebro ao fígado, entenda como o álcool atua como um "fármaco" que, em situações extremas, pode levar ao coma e à morte

"O álcool é a melhor droga de socialização que conhecemos.” Quem o diz é o psiquiatra David Nutt, professor da Imperial College London, que se dedica há vários anos ao estudo do impacto das drogas no cérebro. Tanto assim é que, para o investigador britânico, as pessoas “associam o cheiro e o sabor da sua bebida favorita aos efeitos no cérebro e ao prazer que está por vir”.

Mas esse bem-estar, associado a um estado de “euforia” decorrente da ingestão das primeiras bebidas alcoólicas, rapidamente pode transformar-se num estado de consciência de tal forma alterado que pode levar a perdas de memória - o chamado “blackout” - e, em casos extremos, ao coma e à morte.

Tudo isto porque o álcool, uma vez ingerido, chega ao cérebro em poucos minutos através da corrente sanguínea, e ali estimula o GABA, o nosso neurotransmissor inibitório, que, segundo David Nutt, "para a maioria das pessoas, fica um pouco reduzido em situações sociais, tornando-as mais ansiosas e tensas".

Ora, é precisamente para aliviar essa tensão que as pessoas costumam procurar no álcool uma forma fácil e rápida de se desinibirem, explica à CNN Portugal o neurologista João Massano, coordenador da Unidade de Neurocognição e Demências do Hospital CUF.

“Muitas pessoas têm a noção de que a fase da euforia favorece as suas interações sociais, ajudando a ultrapassar algum tipo de introversão, vergonha ou ansiedade associadas ao contacto com outras pessoas, e, por isso, consomem álcool na tentativa de alcançarem este estado de bem-estar relativo", observa.

"No entanto, muitas destas tentativas acabam mal, porque o consumo acaba por ultrapassar o desejável, conduzindo às fases seguintes", completa o neurologista.

Da confiança à confusão: o que acontece após o primeiro gole

Ao estimular o GABA, o álcool "atua como se fosse quase um fármaco" no nosso organismo, compara a psiquiatra Ana Margarida Franco, que trabalha no departamento das adições do Hospital Monsanto, na Amadora. De acordo com a especialista, o efeito do álcool no cérebro é muito semelhante ao do das benzodiazepinas, medicamentos habitualmente receitados para aliviar o stress e a ansiedade.

Por isso, é natural que, após as primeiras bebidas, a pessoa fique "mais desinibida e mais sociável", indica a psiquiatra. Esta é a fase da "euforia", como classifica o neurologista João Massano, associando-a uma "sensação de relaxamento e confiança".

À medida que o consumo de álcool aumenta, vai-se passando para uma outra fase do consumo de álcool, que se traduz num estado de "confusão, com descoordenação de movimentos e, por vezes, perda de consciência". E, "doses muito altas, podemos mesmo ter morte associada, depressão respiratória ou coma", acrescenta a psiquiatra.

É nesta última fase, da perda de consciência, que podem ocorrer os chamados "blackouts" - uma perda de memória, total ou parcial, que ocorre "quando a quantidade de álcool é suficiente para afetar o funcionamento dos circuitos de memória", explica João Massano. Ou seja, apesar de se ter mantido consciente durante o período em que esteve sob o efeito de álcool, posteriormente não tem memória do que fez nesse mesmo período.

Estas perdas de memória "tendem a acontecer sobretudo quando a ingestão de álcool é feita num curto de espaço de tempo, em que a concentração de álcool no sangue aumenta rapidamente", acrescenta o neurologista, destacando que "as mulheres são, por motivos fisiológicos, mais propensas à subida mais rápida da concentração de álcool no sangue e aos efeitos decorrentes da intoxicação".

A psiquiatra Ana Margarida Franco associa estes blackouts a um "descuido na alimentação" que por vezes ocorre num contexto social e que leva a "défices vitamínicos", nomeadamente da tiamina (vitamina B1), fundamental para o funcionamento normal dos neurónios.

Demência alcoólica, Alzheimer e cirrose: os efeitos do álcool a longo prazo

No caso do consumo prolongado de álcool em excesso, este défice vitamínico pode resultar numa forma de demência alcoólica específica, que surge ao longo do tempo e que afeta a memória, a aprendizagem e a função motora. Esta patologia tem duas fases: na primeira, designada encefalopatia de Wernicke, "as pessoas apresentam-se muito confusas e com alterações da coordenação motora", começa por explicar o neurologista João Massano.

Nesta primeira fase, "a situação é reversível" se a pessoa deixar de consumir álcool e for "tratada com tiamina em doses elevadas".

Pelo contrário, continua o neurologista, "se o consumo de álcool persistir, as pessoas acabam por desenvolver síndrome de Korsakoff, que se caracteriza por uma grave incapacidade de recordar factos ou eventos muito recentes". "As pessoas tendem a preencher as lacunas de memória com factos involuntariamente inventados, podem ter total incapacidade de planear ou organizar o seu dia a dia e até desenvolver alucinações", descreve.

Além disso, o consumo de álcool em excesso também aumenta o risco de Acidente Vascular Cerebral e da doença de Alzheimer, "por razões ainda mal-esclarecidas", ressalva o especialista.

Mas a ingestão prolongada de bebidas alcoólicas, ao longo de décadas, não afeta só o cérebro - na verdade, tem impactos em todo o nosso organismo, desde logo no fígado, que, entre outras funções, ajuda na metabolização de toxinas do tubo digestivo. O consumo prolongado de álcool pode provocar uma cirrose hepática, isto é, uma inflamação crónica no fígado que, com o tempo, pode criar cicatrizes no tecido fibroso, comprometendo a estrutura e as funções do respetivo órgão e, consequentemente, afetando o cérebro, como explica à CNN Portugal o gastroenterologista Armando Peixoto:

"Essa fibrosa que se vai instalando vai levar à perda dos hepatócitos, que são as células que permitem que o fígado seja um filtro do nosso organismo e que faça a limpeza da maior parte das coisas que vão entrar no nosso sistema digestivo. Se esse processo de filtragem fica comprometido, as toxinas passam para o sistema cardiovascular e entram no nosso sistema cerebral - daí que as pessoas com doença hepática crónica avançada possam desenvolver alterações do estado de consciência, que podem ser pontuais ou persistentes, precisamente porque têm o sistema nervoso exposto a toxinas que não foram limpas - a chamada encefalopatia hepática."

De acordo com o gastroenterologista, a doença hepática relacionada com o álcool é "muito silenciosa" e, "na maior parte das vezes, quando começam a surgir complicações, a doença já está num estádio muito avançado e a probabilidade de reversão é muito reduzida. "Muitas vezes, a única forma de tratamento, além da evicção do álcool, é mesmo o transplante hepático, (...) o que raramente acontece, porque a maior parte dos doentes não tem capacidade para resistir a um transplante hepático ou, se tiver, muitas vezes não há é fígados suficientes para transplantar", aponta.

Neste cenário, a taxa de mortalidade de uma cirrose hepática descompensada "ronda os 50% aos dois anos" da manifestação dos primeiros sintomas.

O consumo prolongado de álcool em excesso pode provocar também a chamada ascite, que consiste numa acumulação anormal de líquido no abdómen e que ocorre precisamente como consequência da obstrução dos vasos sanguíneos. "É um extravasamento da água do sistema vascular intra-abdominal para o espaço livre entre os órgãos, que também pode infetar", sintetiza o gastroenterologista, acrescentando que esta patologia "tem um prognóstico muito reservado".

"A taxa de mortalidade de um indivíduo que desenvolve uma ascite é elevadíssima. Passados dois anos [do aparecimento das complicações], cerca de metade dos doentes faleceu", indica.

Uma outra complicação associada ao consumo prolongado do álcool em excesso está relacionada com o sistema cardíaco, como explica à CNN Portugal o médico João Gorjão Clara, especialista em medicina interna. "A ingestão crónica de álcool em excesso leva a uma agressão no coração que se traduz na dilatação do coração, isto é, o coração aumenta de volume e torna-se muito menos eficaz como bomba contrátil que é, levando a arritmias cardíacas, na qual a mais frequente é a fibrilhação auricular", explica o também professor catedrático da Faculdade de Medicina de Lisboa.

Beber "socialmente" aos fins de semana também tem "efeitos adversos"

Se costuma usar o argumento de que só bebe álcool "socialmente" aos fins de semana, saiba que nem assim escapa a estas complicações. De acordo com o gastroenterologista Armando Peixoto, o "binge drinking, isto é, o consumo de álcool em excesso em situações pontuais, também está associado ao desenvolvimento de doenças do tubo digestivo, em particular da doença hepática".

"Não é preciso beber álcool todos os dias para desenvolver uma doença relacionada com o álcool, em particular a doença hepática, que é a que nos preocupa mais", sublinha o especialista.

A psiquiatra Ana Margarida Franco partilha a mesma opinião, reforçando que "consumir álcool todos os fins de semana é praticamente um consumo em 'binge' e não é isento de efeitos adversos".

domingo, 30 de julho de 2023

Ucranianos desmantelam monumento com símbolos soviéticos em Kiev

É um monumento com 102 metros de altura e que é um dos principais pontos da capital da Ucrânia, Kiev. O monumento à pátria, que celebra a vitória dos Aliados sobre a Alemanha Nazi na Segunda Guerra Mundial, está a ser alterado. 

Trabalhadores começaram a retirar os símbolos caraterísticos da União Soviética, nomeadamente o martelo e a foice, que estavam presentes na mão esquerda da estátua.

Cnnportugal.iol.pt

A ilha de Bubaque acolheu esta manhã uma manifestação popular para exigir a redução do preço do transporte marítimo aplicado pela Empresa CONSULMAR, entre Bubaque-Bissau.

Pode-se observar o Navio a deixar o porto de Bubaque sem passageiros, devido a reivindicação popular sobre o alto preço de Barco.


 Radio Voz Do Povo

Fernando Dias da Costa Presidente Interino do PRS, homenageado pela Organização das Mulheres do Partido, na qualidade de Primeiro Vice Presidente da ANP_ Assembleia Nacional Popular da Guiné-Bissau.


 Radio Voz Do Povo 

𝗔𝗕𝗗𝗨 𝗠𝗔𝗡É 𝗥𝗘𝗖𝗢𝗡𝗗𝗨𝗭𝗜𝗗𝗢 À 𝗟Í𝗗𝗘𝗥 𝗔 𝗕𝗔𝗡𝗖𝗔𝗗𝗔 𝗣𝗔𝗥𝗟𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗔𝗥 𝗗𝗢 𝗠𝗔𝗗𝗘𝗠-𝗚𝟭𝟱

Por Rádio Jovem Bissau

A Comissão Permanente da "Comissão Política Nacional" do Movimento para Alternância Democrática, indigitou o deputado Abdu Mané, para liderar o grupo parlamentar do partido na XI legislatura, funções que desempenhou na X legislatura.

Ainda na deliberação saída no encontro que decorreu neste domingo (30-07-23) em Bissau, o órgão indicou os deputados: Braima Camará, Júlio Baldé, Abel da Silva e Victor Fernandes Mandinga para integrarem à Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular.

No documento na posse da Rádio Jovem, a segunda maior formação política do país, reitera o seu interesse em fazer uma oposição construtiva.

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, participou hoje, 30 de julho de 2023, em Abuja, Nigéria, da Cimeira Extraordinária dos Chefes de Estado sobre a situação política na República do Níger, convocada pelo Presidente Bola Tinubu, Presidente da República Federal da Nigéria e Presidente da Autoridade dos Chefes de Estado e de Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

  Presidência da República da Guiné-Bissau

Ataque em Moscovo? Zelensky avisa que a guerra está a chegar à Rússia

© Lusa

POR LUSA   30/07/23 

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, avisou hoje que a guerra está a chegar "à Rússia e aos seus centros estratégicos e bases militares", após mais um ataque de 'drones' numa zona comercial em Moscovo.

"Gradualmente, a guerra está a regressar ao território da Rússia, aos seus centros simbólicos e bases militares. E este é um processo inevitável, natural e absolutamente justo", disse o líder ucraniano, de visita à cidade de Ivano-Frankivsk.

Na manhã de hoje, a Rússia anunciou que tinha repelido dois ataques de 'drones' ucranianos durante a noite, um na península da Crimeia, anexada à Ucrânia em 2014, e outro em Moscovo.

Na capital russa, cujo aeroporto internacional foi temporariamente encerrado, foram danificadas duas torres de escritórios no principal distrito comercial da cidade.

O Ministério da Defesa da Rússia informou que o ataque a Moscovo envolveu três 'drones', um dos quais foi abatido e os outros dois neutralizados por via eletrónica.

"A Ucrânia está a ficar mais forte", acrescentou Zelensky sobre este ataque, acrescentando de seguida que a Ucrânia se deve preparar para novos ataques contra as suas infraestruturas de energia, no próximo inverno.

"É óbvio que neste outono e inverno o inimigo tentará repetir os ataques terroristas contra a indústria energética ucraniana", explicou o Presidente ucraniano.

"Temos de estar preparados para isso, tanto a nível estadual como em cada comunidade", acrescentou Zelensky, em declarações divulgadas na conta presidencial da rede social Telegram.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou, de acordo com os mais recentes dados da ONU, a pior crise de refugiados na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


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Níger. Junta diz que está iminente uma "intervenção militar" da CEDEAO

© Shutterstock

POR LUSA   30/07/23 

A junta militar do Níger que derrubou o Presidente eleito Mohamed Bazoum denunciou hoje uma ameaça "iminente de intervenção militar em Niamey" por parte da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO).

As declarações da junta militar que governa o Níger foram feitas antes da cimeira extraordinária da CEDEAO hoje em Abuja, na Nigéria.

"O objetivo desta reunião é a validação de um plano de agressão contra o Níger, através de uma iminente intervenção militar em Niamey, em colaboração com os países africanos não-membros da organização e alguns países ocidentais", segundo um comunicado lido por um membro da junta militar, Amadou Abdramane, na televisão nacional.

"Mais uma vez, lembramos a CEDEAO ou qualquer outro aventureiro da nossa firme determinação em defender a nossa pátria", acrescentou.

A CEDEAO, organização da qual o Níger também é membro, reúne-se hoje para uma "cimeira extraordinária" em Abuja para avaliar a situação no país e a aplicação de sanções.

Os autores do recente golpe de Estado já tinham alertado que haveria consequências no caso de uma tentativa de intervenção militar estrangeira no Níger.

Uma manifestação de apoio à junta ocorreu hoje de manhã em Niamey, que se mantém relativamente calma, apesar da proibição de protestos. Centenas de pessoas marcharam, agitando bandeiras russas, em direção à Assembleia Nacional, segundo um jornalista da agência de notícias AFP.

O movimento civil M62, que já havia protestado contra a operação Barkhane do exército francês no Sahel e no Saara, fez os apelos à manifestação.

Duas marchas pró-golpe tiveram lugar em Niamey e Dosso (cerca de 100 quilómetros a sudeste da capital) na quinta-feira, a primeira pontuada por incidentes, antes de a junta chamar "a população à calma" e proibir os eventos.

O Presidente Mohamed Bazoum foi afastado na quarta-feira à noite por militares e detido no palácio presidencial, sob a supervisão da Guarda Presidencial, cujo líder, o general Omar Abdourahmane Tchiani, foi nomeado presidente do Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), ou seja, a junta militar que promoveu o golpe.

Depois do Mali e do Burkina Faso, o Níger, até então aliado dos países ocidentais, torna-se no terceiro país do Sahel - minado por ataques de grupos ligados ao Estado Islâmico e à Al-Qaida - a viver um golpe de Estado desde 2020.


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