9 de outubro de 2022

EMPREENDEDORA GUINEENSE ABRE SALÃO DE BELEZA EM FRANÇA PARA EMPREGAR JOVENS EMIGRANTES

By Rádio Jovem  setembro 9, 2022

Uma jovem empreendedora guineense radicada em França inaugura na próxima semana um salão de beleza com objetivo de empregar jovens.

Sali Mané é uma jovem empreendedora guineense residente em França, que outrora tentou criar um negócio em Bissau, inaugura na próxima segunda-feira em França um salão de beleza que, segunda ela, vai ajudar no emprego de jovens emigrantes.

Questionada pela nossa estação emissora esta quarta-feira (7.09.2022) para falar da sua iniciativa, Sali Mané informou que era um sonho trabalhar com os jovens na área de empreendedorismo.

“Desde 2001 que estive a trabalhar para várias empresas, sempre sonhei ter o meu próprio negócio. Um dos nossos objetivos é trabalhar com jovens que reúnem condições. Tendo este meu primeiro salão em França com ajuda dum familiar, graças a Deus consegui concretizar o meu sonho”, informou Sali Mané.

Um processo que Mané, vulgo DAMA DE FERRO, diz ser difícil de implementar naquele país europeu, devido à burocracia existente, mas garante a acessibilidade dos seus próximos serviços.

“Foi muito difícil, porque França é um país com tanta burocracia, foi um processo que durou um ano, mas tivemos toda a paciência, por exemplo o projeto tinha que ser aprovado pela Câmara Municipal e depois tivemos que comprar fundo de comércio, felizmente já reunimos todas exigências das autoridades francesa”, explicou a jovem empreendedora.

O primeiro salão de beleza denominada CABELEREIRO DAMA DE FERRO está localizado no Centro Comercial da cidade Ferney-Voltaire em França. Segundo a jovem, o valor investido no projeto ronda num montante de 80 mil euros.

Sobre o que motivou a não concretização da ideia inicial em implantar um microprojecto de género no país, a jovem empreendedora justificou que a principal causa foi as “barreiras” políticas.

“Tentei abrir uma loja na Guiné e que infelizmente não deu certo. Tive que desistir, devido a vários fatores, principalmente político, o que me deixou muito triste, porque depois de vários anos fora do país, chega o momento em que alguém pensa em investir no seu país, mas é impedido. É muito complicado quando tiver uma posição política contrária a do regime és oprimido. É focalizar no seu negócio sem ter opinião partidária, assim é muito triste”. Lamentou a Dama de Ferro.

Zaporíjia. Pelo menos 17 mortos e 40 feridos em ataque russo com mísseis

© Twitter / @NBouvier83

Por LUSA  09/10/22 

Pelo menos 17 pessoas morreram na cidade ucraniana de Zaporíjia, na sequência de um ataque com mísseis realizado pelas forças russas, informou hoje o autarca local.

"Como resultado do ataque (...) vários edifícios de apartamentos e algumas ruas residenciais da cidade foram danificados. De acordo com dados preliminares, cinco casas foram destruídas e cerca de 40 pessoas foram feridas. Neste momento, sabe-se que 17 pessoas foram mortas", escreveu o presidente da câmara interino, Anatoly Kurtev, na palataforma de mensagens Telegram, avançou a agência de notícias Ukrinform.

O exército russo bombardeou hoje com dez mísseis a cidade onde está localizada a principal central nuclear da Ucrânia, segundo o chefe da administração militar regional de Zaporíjia, Oleksandr Starukh.


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Ucrânia? Putin quer "reconstruir" o "império que a Rússia já teve"

© Bill Clark/CQ Roll Call

Por LUSA  09/10/22 

A Rússia quer reconstruir o que já teve como império e a China afastar-se-á do Kremlin se Moscovo continuar com as ameaças nucleares na guerra na Ucrânia, onde a NATO está "extraordinariamente unida" em pôr fim ao conflito.

O pensamento é do congressista democrata norte-americano Adam Smith, que, numa entrevista à agência Lusa, em Lisboa, afirmou que os Estados Unidos não estão contra a Rússia, nem contra o Presidente russo, Vladimir Putin, a quem o Ocidente tem de demonstrar que as ambições militares russas na Ucrânia são "fúteis".

"[Putin] quer mais poder para a Rússia e está a perseguir essa ideia de formas variadas: tem tentado minar a democracia nos Estados Unidos, na Europa, semeando a discórdia com campanhas de desinformação. Mas o que quer verdadeiramente é reconstruir o mais possível o império que a Rússia já teve e pensou que poderia fazer isso começando na Ucrânia", afirmou Smith.

Para o mais novo senador de sempre nos Estados Unidos - foi eleito aos 25 anos por Washington DC e empossado em janeiro de 1991 - as ameaças nucleares de Putin já tiveram uma reação de desagrado de Pequim, que deixou a Rússia "ainda mais isolada", garantindo que se a China assim o entendesse, "poderia acabar amanhã com a guerra na Ucrânia".

"Se decidirem cortar o caminho à Rússia, tal como nós [Ocidente], a Rússia teria de recuar. E quanto mais a China pensar que isto representa um problema para ela, que o modelo Rússia/China não está a funcionar, então a China ficará nervosa", afirmou.

"A China não está satisfeita com a decisão russa de se manter na Ucrânia, e também não está satisfeita com a forma como a guerra está a decorrer, porque faz com que as autocracias, como as de Putin e de Xi [Jinping, Presidente chinês], pareçam más", argumentou.

Sublinhando as evidências da existência das contraofensivas ucranianas, postas em causa por eventual desinformação, Adam Smith sustentou que a mobilização de reservistas russos "tem sido um desastre, tal como as ameaças militares", admitindo que a Rússia, ao longo dos anos, construiu um grande arsenal e que grande parte desse armamento está no terreno na Ucrânia.

"Não há dúvidas quando a isso. Até têm um número muito razoável de soldados na Ucrânia. Não é o maior exército do mundo, de certeza, mas [os militares russos] têm muito pouca instrução militar. Mais a mais, a logística não está a funcionar bem", enfatizou.

Para agravar a situação, prosseguiu, Putin quer mais 300.000 soldados no terreno, mas, insistiu Smith, "não estão treinados e não querem ir para a frente de combate. "Não se pode fazer a guerra com números. Tem sido um desastre e o povo russo já está dividido".

"Os russos estão a abandonar a Rússia, a fugir à mobilização num número recorde, há protestos nas ruas e há pessoas em redor de Putin que estão a virar-se uns contra os outros, a tentar perceber de quem é a culpa de tudo isto. Está tudo a ser um desastre e isso continua a ser muito perigoso porque o exército russo tem muitos soldados e muitas armas. Também é preocupante saber o que Putin irá fazer", explicou.

Instado pela Lusa sobre se alguns membros do "staff" russo em torno de Putin possam ter a ideia de afastar o Presidente russo do poder, o congressista norte-americano foi irónico.

"Não. Não vou fazer previsões sobre se alguém ou quem irá cair de um edifício apesar de, ultimamente, parecer tratar-se de uma epidemia na Rússia. Esse não é o nosso foco e quero deixar 100% claro: a Rússia pode determinar quem quer deixar a Rússia. Essa é uma escolha deles", concluiu.

No entanto, a mensagem que o Ocidente (Estados Unidos e aliados) tem enviado é "clara": "Não estamos a ameaçar nem Putin nem a Rússia".

"A Rússia é um Estado soberano, com fronteiras bem delineadas e podem governar o país da forma que quiserem que não vamos interferir nisso. Mas não iremos permitir que, através da força, conquistem a soberania de outros países, neste caso a Ucrânia. É uma clara violação à lei internacional e uma clara ameaça à estabilidade em todo o mundo", adiantou.

"Putin tem de ser parado, porque ele quer conquistar toda a Ucrânia e tem de ser convencido de que tal não é possível. E é por isso que a contraofensiva ucraniana é crucial, e que se mantenha a coesão da NATO. Se Putin perceber que não pode conquistar toda a Ucrânia não tem outra alternativa do que alterar os objetivos, regressar à mesa de negociações e encontrar uma solução negociada. E é aí que nós queremos chegar. Mas temos primeiro de parar Putin para que possa vir sentar-se à mesa das negociações", sustentou Smith.

Questionado pela Lusa sobre se a Ucrânia alguma vez irá aderir à NATO, Smith manteve a dúvida no ar, uma vez que "o que se pretende primeiro é encontrar soluções pacíficas, à medida que procuremos o fim da guerra".

"Não sei se a Ucrânia alguma vez irá aderir à NATO. Mas a NATO está extraordinariamente unida. Estou no Congresso há 26 anos, servi no comité militar outros 26, trabalhei com a NATO numa série de temas e questões e sei que é difícil que 30 países encontrem uma maneira de se darem bem e tomarem decisões em conjunto. Mas nunca vi a NATO tão unida como está agora", assegurou.

"Putin pode ter pensado que a NATO sairia enfraquecida. Que poderia atacar a Ucrânia e enfraquecer o apoio dos aliados. Aconteceu precisamente o contrário e estamos a ter a adesão de mais países, como da Finlândia e Suécia", sustentou.

Adam Smith esteve em Lisboa à frente de uma delegação bipartidária de congressistas norte-americanos, que visitou Espanha, Croácia e Grécia para se reunir com altos funcionários governamentais e militares, com o objetivo foi discutir questões ligadas à segurança europeia e transatlântica no contexto da invasão russa da Ucrânia.