domingo, 27 de outubro de 2024

A campanha eleitoral para as eleições legislativas do Senegal, previstas para 17 de novembro, começa hoje, três semanas antes de uma votação em que o presidente do país, Bassirou Diomaye Faye, espera que o seu partido obtenha uma maioria parlamentar.

© Getty Images   Por Lusa   27/10/24 

 Arranca campanha eleitoral para as eleições legislativas do Senegal

A campanha eleitoral para as eleições legislativas do Senegal, previstas para 17 de novembro, começa hoje, três semanas antes de uma votação em que o presidente do país, Bassirou Diomaye Faye, espera que o seu partido obtenha uma maioria parlamentar.

"A obtenção de uma maioria na Assembleia Nacional (parlamento unicameral) é crucial porque nos permitiria implementar reformas profundas na governação, na justiça e nas instituições legislativas", disse à EFE Mbene Faye, o candidato número dois do partido senegalês Patriotas do Trabalho, da Ética e da Fraternidade (Pastef).

O candidato, que não tem laços familiares com o presidente Faye, é o segundo na lista do Pastef, logo atrás do primeiro-ministro, Ousmane Sonko.

Para dar início à campanha, o partido realizará vários eventos e manifestações nas principais cidades do país.

Em meados de setembro, o Presidente senegalês anunciou a dissolução da Assembleia Nacional, para sair do atual impasse no hemiciclo, onde o seu partido tem apenas 23 deputados num total de 165.

"É evidente que estamos a assistir a uma verdadeira transformação política no Senegal, impulsionada sobretudo pelas novas aspirações dos jovens", afirmou o candidato Faye.

"A necessidade de uma mudança profunda foi sentida nos últimos anos (...) As políticas tradicionais não produziram os resultados esperados em termos de desenvolvimento económico, justiça social e inclusão", acrescentou.

Em 17 de novembro, os senegaleses devem escolher a composição da Assembleia Nacional a partir de uma lista de 41 partidos e coligações políticas.

Além do Pastef, o antigo presidente Macky Sall (2012-2024), que lidera a coligação da oposição Takku Wallu Senegal (Defender o Senegal, em wolof), uma aliança entre o seu partido, a Aliança para a República (APR) e o Partido Democrático Senegalês (PDS), fundado pelo seu antecessor na chefia do Estado, Abdoulaye Wade, está a fazer o seu regresso à arena política.

Grupos como Jàmm Ak Jariñ (Paz e Prosperidade), liderado pelo antigo primeiro-ministro Amadou Ba, e a coligação Samm Sa Kaddu (Manter a palavra), liderada por Barthélémy Dias, presidente da Câmara de Dakar, também estão na corrida.

A oposição criticou a iniciativa do Presidente Faye, considerando-a uma tentativa de consolidar o poder executivo em detrimento da representação parlamentar.

"Ouvimos o primeiro-ministro (Sonko) dizer que precisavam de uma maioria esmagadora (...) Isso significa que precisam de uma maioria para esmagar a oposição e, obviamente, para esmagar a democracia. Porque quando não há oposição, não há democracia", disse à EFE Thierno Bocoum, porta-voz do Samm Sa Kaddu.

Para Bocoum, "é necessário equilibrar os poderes, canalizá-los mais. Acima de tudo, é essencial criar um contrapeso na Assembleia Nacional, porque só o poder detém o poder".

O Presidente, que venceu as eleições presidenciais deste ano com maioria absoluta, procura uma vitória nas eleições legislativas que lhe permita implementar o seu ambicioso programa económico, centrado numa menor dependência externa.

Faye defende, por exemplo, a saída do Senegal do franco CFA, uma moeda controversa criada em 1945 pela França (ex-metrópole) e utilizada em oito países da África Ocidental, bem como a renegociação dos contratos de hidrocarbonetos com as multinacionais.

Além disso, defende uma renovação institucional completa com medidas como a abolição do cargo de primeiro-ministro e a criação de uma vice-presidência, algo que exigiria uma reforma constitucional e teria de ser aprovado pela Assembleia Nacional.


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Benjamin Netanyahu diz que ataque contra o Irão "alcançou objetivos"

© Reuters    Por Lusa   27/10/24 

O primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, afirmou hoje que o ataque aéreo realizado no sábado contra alvos militares iranianos foi "preciso e poderoso" e "alcançou todos os seus objetivos".

"O ataque foi preciso e poderoso, atingiu todos os seus objetivos", disse Netanyahu, numa primeira declaração pública sobre a ofensiva, durante uma cerimónia comemorativa do primeiro aniversário hebraico do ataque do Hamas no sul de Israel.

O governante falava um dia depois de aviões de guerra israelitas terem atingido vários alvos militares no Irão, em retaliação por um ataque iraniano com mísseis balísticos contra Israel no início de outubro.

Ainda não é claro quantos locais no total foram alvo do ataque israelitas, mas imagens de satélite mostram danos em duas bases militares iranianas secretas.

O ataque danificou instalações numa base militar secreta a sudeste de Teerão e noutra base ligada ao programa de mísseis balísticos.

Alguns dos edifícios danificados situavam-se na base militar iraniana de Parchin, onde a Agência Internacional de Energia Atómica (AIEA) suspeita que o Irão tenha realizado no passado testes que poderiam desencadear uma arma nuclear.

O Irão há muito que insiste que o seu programa nuclear é pacífico, embora a AIEA, as agências de inteligência ocidentais e outros digam que Teerão teve um programa de armas ativo até 2003.

Os outros danos podem ser observados na base militar vizinha de Khojir, que, segundo os analistas, esconde um sistema de túneis subterrâneos e locais de produção de mísseis.

Os militares iranianos não reconheceram os danos causados em Khojir ou Parchin pelo ataque de Israel na manhã de sábado, embora tenham afirmado que a ofensiva matou quatro soldados iranianos que trabalhavam nos sistemas de defesa aérea do país.

Contactada pela agência Associated Press, a missão do Irão junto das Nações Unidas não respondeu imediatamente a um pedido de comentário, nem os militares israelitas.


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EXCLUSIVO. “A Ucrânia nunca voltará ao totalitarismo”: a entrevista da primeira-dama ucraniana à SIC

 SIC Notícias

De visita a Portugal, Olena Zelenska, primeira-dama ucraniana, dá uma entrevista exclusiva à SIC, conduzida por Nuno Rogeiro.

A primeira-dama da Ucrânia, Olena Zelenska, defende que a Ucrânia nunca vai voltar a ser um regime totalitário e que vai manter os valores democráticos, após a guerra. Em entrevista exclusiva à SIC, durante uma visita a Portugal, a mulher de Volodymyr Zelensky falou sobre a reconstrução do país, quando o conflito terminar, e como pode a Ucrânia trabalhar para que a próxima geração seja de vencedores, e não de sobreviventes.

Zelensky: “um líder da nação”

Olena Zelenska começa por recordar os dias mais negros da guerra, logo em 2022, para identificar aquele que diz ter sido o maior sentimento que reconheceu no marido, na altura: a responsabilidade.

A primeira-dama ucraniana defende que o presidente Volodymyr Zelensky assumiu simplesmente a posição de “líder da nação”, que garante que o país “faz o que tem de fazer”: “lutar”. Por acreditar na vitória da Ucrânia.

O “otimismo”, defende – juntamente, com a “consistência” e o “sentido de humor” - são, de resto, as qualidades que Olena Zelenska destaca no presidente ucraniano.

Gastos exorbitantes? “Propaganda russa sem muita verdade”

Olena Zelenska foi questionada quanto aos dedos que lhe têm sido apontados, nomeadamente às críticas de que leva a cabo “gastos exorbitantes” durante as deslocações internacionais – comoesta que agora fez a Portugal.

A primeira-dama ucraniana responde que a guerra “não é só nas trincheiras”, é também “uma guerra de informações”, e “pelas emoções e simpatia das pessoas”. Por isso, afirma, tem sido alvo de “ataques” da propaganda russa, que tentam minar a confiança no presidente ucraniano e na família deste.

“Não há muita verdade nessas notícias”, declara.

A guerra e as crianças (com uma ajuda de Israel?)

Se há quem tente proteger as crianças da guerra, Olena Zelenska é da opinião de que elas têm de compreender o que se está a passar.

“Temos de falar de porque é que aconteceu a agressão, como foi possível, o que é preciso fazer para haver uma vitória justa e paz”, defende.

Para a primeira-dama ucraniana, são as crianças que vão ter de viver nessa paz conquistada após a guerra e, por isso, “têm de ser cidadãos conscientes após a vitória”.

As próximas gerações ucranianas são um tema muito caro a Zelenska, que coordena uma fundação que, além de ajuda humanitária, desenvolve programas que envolvem as crianças e as famílias afetadas pela guerra na Ucrânia - projetos que vão desde a construção de abrigos mais confortáveis nas escolas à promoção da saúde mental.

“Queremos que a próxima geração não seja a geração dos sobreviventes, mas a geração vencedora”, defende.

Na abordagem aos traumas psicológicos da guerra, os ucranianos contaram pegaram no exemplo e nas soluções de especialistas israelitas, a propósito da experiência da guerra naquele território – mas, ressalva Olena Zelenska, “nem tudo serve”. “A nossa guerra é diferente”, nota.

O russo: “É a língua do agressor, mete medo falar”

Olena Zelenska aborda também a rejeição da cultura e da língua russa, que tem marcado a Ucrânia desde o início da invasão, em 2022.

A primeira-dama ucraniana recorda como, já durante a União Soviética, a língua ucraniana foi perseguida. “À nossa volta era tudo russo”, lembra. Ainda assim, garante, não se identifica com “uma personagem da história russa”. “Nunca.”

Hoje, para Zelenska e grande parte dos ucranianos, afirma – apesar das semelhanças e de poderem ser tidos como “povos irmãos” -, o sentimento geral é de renúncia à cultura e à língua russas.

“Neste momento é a língua do agressor, que veio para matar literalmente. Falar essa língua, agora, até mete medo”, declara.

Que futuro para a Ucrânia?

Questionada sobre como vê o futuro do seu país, Olena Zelenska não hesita em responder que olha para a Ucrânia como um “país vencedor”, que “conseguirá o seu direito à existência e o respeito dos outros países”.

Um país “desenvolvido”, descreve, com novas ideias e energia para dar ao mundo.

“Vamos conseguir manter os nossos valores democráticos, nunca voltaremos ao totalitarismo”, assegura.

Apesar de admitir que não será fácil reconstruir o país após a guerra, Zelenska mantém, tal como o marido, o otimismo. “Estou convicta de que nos espera um futuro muito interessante."


Leia Também:  A Força Aérea Ucraniana derrubou na noite de sábado 41 dos 80 drones que foram lançados contra várias regiões pelo Exército russo, segundo o relatório diário hoje divulgado pelo ramo aéreo das Forças Armadas da Ucrânia.

Moçambique: O Centro de Integridade Pública (CIP), uma organização não-governamental moçambicana que monitoriza os processos eleitorais, estima que dez pessoas morreram durante os dois dias de manifestações nacionais convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

© ALFREDO ZUNIGA/AFP via Getty Images   Por Lusa  27/10/24 

 ONG aponta uma dezena de mortos em dois dias de protestos em Moçambique

O Centro de Integridade Pública (CIP), uma organização não-governamental moçambicana que monitoriza os processos eleitorais, estima que dez pessoas morreram durante os dois dias de manifestações nacionais convocados pelo candidato presidencial Venâncio Mondlane.

"Os dois dias de manifestações foram caracterizados por ambiente de terror em algumas cidades e vilas como Maputo, Matola, Boane, Chimoio, Nampula e Nacala-Porto. O saldo até aqui é de cerca de dez pessoas assassinadas pela polícia, dezenas de feridos e cerca de 500 detidos", lê-se no mais recente boletim do CIP sobre o processo eleitoral, incidindo sobre a greve e manifestação de quinta e sexta-feira.

Acrescenta que três sedes da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo) foram queimadas nesses dois dias, que diversas lojas foram saqueadas e viaturas incendiadas.

"O dia 24 tinha começado calmo em todo o país, mas o cenário mudou após o anúncio dos resultados eleitorais. Milhares de cidadãos, maioritariamente jovens, saíram às ruas para contestar os resultados eleitorais que deram 70% de votos a favor da Frelimo, uma mega fraude nunca vista na história do país", critica o boletim do CIP, que tem observadores a acompanhar o processo das eleições gerais de 09 de outubro.

A Comissão Nacional de Eleições (CNE) de Moçambique anunciou na quinta-feira a vitória de Daniel Chapo, apoiado pela Frelimo (partido no poder desde 1975) na eleição a Presidente da República de 09 de outubro, com 70,67% dos votos.

Venâncio Mondlane, apoiado pelo Partido Optimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos, extraparlamentar), ficou em segundo lugar, com 20,32%, mas afirma não reconhecer estes resultados, que ainda têm de ser validados e proclamados pelo Conselho Constitucional.

A Frelimo reforçou ainda a maioria parlamentar, passando de 184 para 195 deputados (em 250), e elegeu todos os 10 governadores provinciais do país.

Além de Mondlane, o presidente da Resistência Nacional Moçambicana (Renamo, atual maior partido da oposição), Ossufo Momade, um dos quatro candidatos presidenciais, disse que não reconhece os resultados eleitorais anunciados pela CNE e pediu a anulação da votação.

Na quinta-feira, o candidato presidencial Lutero Simango, apoiado pelo Movimento Democrático de Moçambique (MDM), que lidera, recusou igualmente os resultados, considerando que foram "forjados na secretaria", e prometeu uma "ação política e jurídica" para repor a "vontade popular".

O anúncio dos resultados pela CNE voltou a desencadear violentos protestos e confrontos com a polícia em Moçambique, sobretudo em Maputo, por parte de manifestantes pró-Venâncio Mondlane, que já disse que vai anunciar na segunda-feira os moldes da "terceira etapa" da contestação.


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Mais de 6.000 médicos e enfermeiros estrangeiros trabalham em Portugal

Hospital Santa Maria (Lusa/Tiago Petinga)    cnnportugal.iol.pt

Profissionais espanhóis e brasileiros são os mais representados no panorama da saúde em portugal

Perto de 4.800 médicos e mais de 1.300 enfermeiros estrangeiros trabalham atualmente em Portugal, um número que tem aumentado no caso dos clínicos, enquanto nos enfermeiros se mantém estável, segundo dados das respetivas ordens profissionais.

Dados da Ordem dos Médicos (OM) avançados à agência Lusa indicam que, em 2021, havia 4.360 médicos estrangeiros a exercer em Portugal, número que subiu para 4.503 em 2022, para 4.730 em 2023 e para 4.770 este ano.

Em 2024, as nacionalidades mais representadas entre esses médicos são: espanhola (35,4%), brasileira (26,9%), italiana (5,7%), ucraniana (3,9%), alemã (3,5%), cubana (3%), angolana (2%), colombiana (1,9%) e, com 1,5% cada, romena, francesa, cabo verdiana e guineense.

Comentando estes dados à Lusa, o bastonário da Ordem dos Médicos, Carlos Cortes, disse que para a OM não interessa a nacionalidade dos profissionais, mas sim as suas capacidades e habilitações para exercer a profissão.

“A ordem dos médicos tem inscrito um número crescente de médicos de outras nacionalidades e isso obviamente que é importante”, mas, defendeu, deviam ser dadas condições aos médicos portugueses a exercer no estrangeiro para que regressem ao Serviço Nacional de Saúde.

Anunciou a este propósito, que a OM vai remeter esta semana uma proposta à Assembleia da República, em que defende “condições especiais” de atratividade, além do programa Regressar, para estes médicos regressarem a Portugal.

Carlos Cortes defendeu ainda que há “um conjunto de esforços” que devem ser feitos para captar médicos para o SNS, independentemente da nacionalidade.

Sublinhou que a OM vê “com muito agrado” a presença de médicos estrangeiros em Portugal, mas vincou que têm de ser “médicos diferenciados”, com “as habilitações adequadas”, havendo um conjunto de mecanismos para fazer essa avaliação.

Os dados indicam que, em 2021, 122 médicos inscritos na OM necessitaram de requerer junto de uma universidade portuguesa o reconhecimento do título académico, número que subiu para 220 em 2022 e para 306 em 2023. Nos primeiros 10 meses deste ano, foram 212.

“Foram realizados 18 exames de especialidade em 2021 (um reprovado), 32 em 2022 (quatro reprovados), 35 em 2023 (quatro reprovados), e nove até ao momento em 2024 (dois reprovados)”, adiantam.

Trabalham também em Portugal 1.311 enfermeiros estrangeiros, a maioria do Brasil (469), seguidos de Espanha, com 294, segundo dados da Ordem dos Enfermeiros.

Há ainda profissionais dos países africanos de língua oficial portuguesa, nomeadamente de Angola (60), Cabo Verde (52), Guiné-Bissau (41), São Tomé (40) e Moçambique (5).

Os dados apontam também a existência de 55 profissionais oriundos da França, 39 da Ucrânia, 30 da Moldávia, 28 da Alemanha, 22 da Roménia, 18 da Inglaterra, 17 da Itália e outros 17 da Venezuela, entre outros países como a Rússia (17), Peru (15), Holanda (15), Polónia (12), Bélgica (8), Canadá (7) e EUA (7).

Em declarações à Lusa, o bastonário da OE, Luís Filipe Barreira, adiantou que o número de enfermeiros imigrantes se tem “mantido mais ou menos estável nos últimos anos”.

Questionado sobre a importância destes profissionais numa altura em que o SNS se debate com a falta de enfermeiros, o bastonário afirmou que o “mais importante” seria haver uma política de recursos humanos para fixar os enfermeiros portugueses.

“Formamos dos melhores enfermeiros do mundo” que depois emigram à procura de melhores condições de trabalho, lamentou, lembrando que faltam 14.000 enfermeiros no SNS, citando dados oficiais.

Para Luís Barreira, é preciso fazer um levantamento destas necessidades, “que são urgentes”, e delinear um plano de contratação.

“Este assunto tem sido alvo das reuniões pela senhora ministra da Saúde, que está sensibilizada para esta matéria, e espero que no ano de 2025 este levantamento venha a ser feito”, declarou, defendendo também ser necessário melhorar “as condições dos enfermeiros em Portugal” para que os que emigraram retornem.

Dados da Administração Central do Sistema de Saúde (ACSS), publicados no documento “Plano de Recursos Humanos na Saúde 2030”, referem que o número de médicos estrangeiros no SNS aumentou de 902 em 2017 para 967 em 2023 (+7,2%) e o de enfermeiros de 515 para 684 (+32,8%).

A ACSS salienta que “o seu contributo pode ser determinante em certas regiões” como maiores dificuldade de recrutamento e da retenção de profissionais de saúde.

A China condenou a venda a Taiwan de sistemas de mísseis norte-americanos, denunciando uma ação que "prejudica seriamente as relações" com os Estados Unidos e "põe em perigo a paz" na região.

© iStock    Por Lusa  27/10/24 

 China condena venda de mísseis dos Estados Unidos a Taiwan

A China condenou a venda a Taiwan de sistemas de mísseis norte-americanos, denunciando uma ação que "prejudica seriamente as relações" com os Estados Unidos e "põe em perigo a paz" na região.

A venda de sistemas de mísseis terra-ar a Taiwan "viola seriamente a soberania e os interesses de segurança da China, prejudica seriamente as relações sino-americanas e põe em perigo a paz e a estabilidade" no estreito, afirmou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, num comunicado divulgado no sábado à noite.

Pequim poderá tomar "todas as medidas necessárias para defender firmemente a soberania nacional, a segurança e a integridade territorial".

O negócio de 1,16 mil milhões de dólares (1,07 mil milhões de euros), aprovado por Washington na sexta-feira e que ainda tem de ser aprovado pelo Congresso, inclui vários sistemas antiaéreos e 123 mísseis, de acordo com a agência norte-americana responsável pelas vendas militares ao estrangeiro.

Outra venda anunciada na sexta-feira envolve sistemas de radar no valor total de 828 milhões de dólares (767 milhões de euros). O equipamento será retirado diretamente dos 'stocks' da Força Aérea dos EUA.

O Ministério da Defesa de Taiwan expressou, no sábado, "sincera gratidão" pela venda, que ajudará o exército a "continuar a melhorar a capacidade de defesa e a manter conjuntamente a paz e a estabilidade no estreito".

Os Estados Unidos não reconhecem Taiwan como um Estado e consideram a República Popular da China como o único governo legítimo, mas fornecem a Taipé uma ajuda militar substancial.

Pequim opõe-se regularmente ao apoio dos EUA a Taiwan e acusa Washington de se intrometer em assuntos que são do interesse da China.

A China considera Taiwan, com um governo autónomo, como como uma das suas províncias, que ainda não conseguiu reunificar com o resto do seu território desde o fim da guerra civil chinesa em 1949.

Derrotados pelos comunistas, que fundaram a República Popular da China, os nacionalistas fugiram para Taiwan.

O Governo chinês afirma-se favorável a uma reunificação pacífica, mas reitera que não exclui a possibilidade de "recorrer à força", se necessário.

As relações entre Pequim e Taipé têm-se deteriorado desde 2016, altura em que Tsai Ing-wen se tornou líder de Taiwan. William Lai, que era vice-presidente na administração de Tsai, e que posteriormente assumiu a liderança do país manteve a posição de defesa da soberania do território.

A China acusou ambos de procurarem aprofundar o fosso entre a ilha e o continente. Em resposta, Pequim intensificou a pressão diplomática e a atividade militar em torno do território.


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Um responsável do exército norte-coreano chegou à Rússia para supervisionar o destacamento de tropas, que podem ser enviadas para a linha de frente com a Ucrânia, avançou hoje a agência de notícias japonesa.

© by Contributor/Getty Images    Por Lusa   27/10/24 

 Responsável norte-coreano na Rússia para supervisionar tropas

Um responsável do exército norte-coreano chegou à Rússia para supervisionar o destacamento de tropas, que podem ser enviadas para a linha de frente com a Ucrânia, avançou hoje a agência de notícias japonesa.

O vice-chefe do Estado-Maior do Exército Popular da Coreia, Kim Yong-bok, será responsável pela coordenação dos soldados norte-coreanos destacados na Rússia, disse uma fonte militar ucraniana à Kyodo.

Kim Yong-bok, que comandou a força de operações especiais da Coreia do Norte e acompanhou o líder norte-coreano, Kim Jong-un, em várias ocasiões, encabeçava uma lista russa de militares norte-coreanos de alta patente, obtida pelas autoridades ucranianas, acrescentou a mesma fonte.

Os serviços militares ucranianos indicaram que os soldados norte-coreanos começaram a chegar à região russa de Kursk na quarta-feira, embora não tenham entrado em combate.

Cerca de 900 quilómetros quadrados dessa região fronteiriça permanecem sob controlo ucraniano, de acordo com uma análise do especialista militar Oleksandr Kovalenko para o Information Resistance Group.

Na sexta-feira, a Ucrânia alertou para o iminente destacamento de soldados norte-coreanos na linha da frente, ao lado das tropas russas.

"De acordo com os nossos serviços de informação, nos dias 27 e 28 de outubro [hoje e segunda-feira], a Rússia vai utilizar os primeiros militares norte-coreanos em zonas de combate", afirmou o chefe de Estado ucraniano, na plataforma de mensagens Telegram.

Volodymyr Zelensky considerou que o iminente envio de soldados norte-coreanos para a linha da frente constitui uma "escalada óbvia" por parte da Rússia.

Por seu lado, o Presidente russo, Vladimir Putin, defendeu o direito de utilizar militares de um país amigo e Pyongyang garantiu que a eventual colocação estaria em conformidade com o direito internacional.

A 18 de outubro, o Serviço de Informações da Coreia do Sul afirmou que a Coreia do Norte decidiu enviar 12 mil soldados para a frente ucraniana para apoiar a Rússia na guerra, dos quais três mil já foram destacados.

A informação foi tornada pública depois de fontes ucranianas e Zelensky terem assegurado nos últimos dias que Pyongyang ia fornecer tropas para combater na Ucrânia.


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O grupo xiita Hezbollah disparou hoje à noite cerca de 190 mísseis contra Israel, depois de ter pedido aos moradores de várias áreas do norte do país que abandonassem as suas casas, incluindo na cidade de Nahariya.

© REUTERS/ Mohamed Abd El Ghany     Por Lusa   27/10/24 

Hezbollah lançou 190 mísseis contra Israel hoje à noite 

O grupo xiita Hezbollah disparou hoje à noite cerca de 190 mísseis contra Israel, depois de ter pedido aos moradores de várias áreas do norte do país que abandonassem as suas casas, incluindo na cidade de Nahariya.

Segundo o exército israelita, "cerca de 190 projéteis foram disparados pelo Hezbollah a partir do Líbano" na noite de hoje.

Antes, o grupo xiita apelou aos residentes de cerca de 30 colonatos para que "os abandonassem imediatamente", uma vez que se tornaram "um local de implantação e de permanência para as forças inimigas que atacam o Líbano".

"Como tal, são alvos militares legítimos dos ataques aéreos com mísseis da Resistência Islâmica", lê-se num comunicado.

As hostilidades entre o exército israelita e o Hezbollah começaram em 08 de outubro de 2023, quando o grupo xiita lançou ataques com foguetes, drones e mísseis "em solidariedade" com Gaza.

O conflito agravou-se no final de setembro, após Israel ter intensificado os bombardeamentos e os ataques a altos responsáveis do Hezbollah e depois da invasão terrestre lançada por Israel no sul do Líbano, em 01 de outubro último.

Desde então, mais de 2.500 libaneses foram mortos - Israel afirma que mais de mil são milicianos - enquanto do lado israelita morreram cerca de 60 pessoas, 28 das quais civis.


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