sexta-feira, 13 de dezembro de 2024

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu hoje a parceria com a União Africana como uma "prioridade para a União Europeia" (UE).

 Lusa  13/12/2024

Costa aponta União Africana como prioridade para a UE

O presidente do Conselho Europeu, António Costa, defendeu hoje a parceria com a União Africana como uma "prioridade para a União Europeia" (UE).

Numa curta publicação na rede social X, o ex-primeiro-ministro de Portugal escreveu que conversou com o Moussa Faki Mahamat, presidente da Comissão da União Africana.

"A parceria com a União Africana é uma prioridade para a UE [...], queremos reforçar a nossa cooperação", acrescentou o presidente do Conselho Europeu.

Em janeiro, António Costa e a alta-representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros e Política de Segurança, Kaja Kallas, viajam até Addis Ababa, na Etiópia, no âmbito da parceria entre os dois blocos político-económicos.


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Chefe militar de Donetsk demitido devido à "situação crítica" das tropas

 Lusa   13/12/2024

O chefe do Grupo Tático Operacional responsável pela região de Donetsk, Oleksandr Lutsenko, foi hoje demitido devido à "situação crítica" das tropas ucranianas na cidade de Kurakhove, segundo a deputada ucraniana Mariana Bezugla e a plataforma DeepState.

"O General Lutsenko foi demitido do seu cargo de comandante do Grupo Tático Operacional de Donetsk. Este comando diz respeito à defesa de todas as direções de Pokrovsk e Kurakhove, incluindo a proteção de Pokrovsk e o combate às ofensivas russas em direção a Zaporijia e Dnipro", afirmou a deputada ucraniana Mariana Bezugla na rede social X.

Bezugla adiantou ainda que o General Tarnavskyi será o substituto do antigo comandante do Grupo Tático Operacional.

"O novo comandante é o General Tarnavskyi. Embora não pertença à geração mais jovem, tem experiência nas operações ofensivas bem sucedidas de Kharkiv e Kherson, bem como na contraofensiva mal sucedida do sul em 2023", disse.

"A situação é crítica para todos, exceto para [Oleksandr] Lutsenko, antigo comandante do Grupo Tático Operacional de Donetsk. [Lutsenko] foi afastado do seu cargo e transferido para o Comando das Forças Terrestres", segundo a plataforma analítica de guerra ucraniana DeepState.

No entanto, a substituição de Lutsenko ainda não foi oficialmente confirmada.

De acordo com a plataforma analítica de guerra ucraniana, as tropas russas estão a aproximar-se das tropas ucranianas que defendem as localidades de Ganivka, Romanivka, Trudove e Uspenivka, a sul de Kurakhove.

As forças ucranianas estão a lutar ativamente para manter as suas posições, mas a situação continua a ser difícil devido à significativa vantagem russa.

De acordo com a DeepState, a falta de coordenação representa um risco de cerco para as unidades das forças de defesa ucranianas em várias povoações em simultâneo.

"A situação atual é o resultado da inação ou de ações pouco claras do Grupo Tático Operacional de Donetsk. Os russos estão a conquistar mais território diretamente em Uspenivka, ameaçando fechar a zona e isolar as unidades das forças de defesa da Ucrânia em Hannivka, Uspenivka, Trudove, Veselyi Hai e Romanivka."

As forças russas têm sob controlo de fogo as estradas da zona e estão a cerca de dois quilómetros de cercar as tropas ucranianas que defendem a região.

Após mais de um ano de ofensiva, a Rússia tem vindo a acelerar os seus avanços na região de Donetsk e tem agora como prioridades as cidades de Pokrovsk e Kurakhovsk.

A Rússia invadiu a Ucrânia a 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados, e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kiev têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.

Já no terceiro ano de guerra, as Forças Armadas ucranianas confrontaram-se com falta de soldados e de armamento e munições, apesar das reiteradas promessas de ajuda dos aliados ocidentais, que começaram entretanto a concretizar-se.

As negociações entre as duas partes estão completamente bloqueadas desde a primavera de 2022, com Moscovo a continuar a exigir que a Ucrânia aceite a anexação de uma parte do seu território, e a rejeitar negociar enquanto as forças ucranianas controlem a região russa de Kursk, parcialmente ocupada em agosto.


Leia Também: O presidente francês, Emmanuel Macron, e o diretor-geral da AIEA, Rafael Grossi, expressaram hoje preocupação com a situação da central nuclear de Zaporíjia, atualmente ocupada pelos russos, após os recentes ataques de Moscovo a infraestruturas energéticas ucranianas.

20 de Dezembro de 2024 - Encerramento da exposição de artistas de Macau na UCCLA

Encerramento da exposição de artistas de Macau na UCCLA

Terá lugar no dia 20 de dezembro, às 18h30, o encerramento da exposição coletiva de 25 artistas macaenses, intitulada “Aqui e Agora”, na UCCLA. Antes da sessão de encerramento, pelas 18 horas, será exibido o documentário “Cidade Ecrã” de Rui Filipe Torres.

Todas as informações sobre a exposição “Aqui e Agora” estão disponíveis através do link https://www.uccla.pt/noticias/artistas-de-macau-expoem-na-galeria-da-uccla

Com os melhores cumprimentos,

Anabela Carvalho

Assessora de Comunicação | anabela.carvalho@uccla.pt

Avenida da Índia n.º 110, 1300-300 Lisboa, Portugal | Tel. +351 218 172 950 | 

uccla@uccla.pt | www.uccla.pt Facebook Linkedin | Youtube | Instagram | Twitter |ISSUU

Faladepapagaio

Ministério da Saúde recebe apoio da Primeira-Dama.

A Primeira-Dama, Dinísia Reis Embaló, reuniu-se esta sexta-feira, 13 de dezembro, com o Ministro da Administração Territorial e Poder Local, acompanhada pelos Governadores Regionais. 
Após o encontro, a Primeira-Dama entregou ao Ministro da Saúde merendas de Natal e donativos hospitalares, reforçando o seu compromisso com o bem-estar da população e o apoio ao setor da saúde.
 Radio Voz Do Povo 

O Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses ordenou a abertura de um inquérito à morte de dois soldados atingidos por uma granada num centro de treino, disse hoje à Lusa fonte da instituição.

© Lusa    13/12/2024 

Forças guineenses abrem inquérito à morte de soldados com granada

O Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses ordenou a abertura de um inquérito à morte de dois soldados atingidos por uma granada num centro de treino, disse hoje à Lusa fonte da instituição.

"O Chefe do Estado-Maior quer saber o que realmente se passou ao ponto de uma granada de uso estritamente de guerra deflagrasse no momento de treino", adiantou a mesma fonte, citando "ordens expressas" do general Biague Na Ntan.

Dois militares guineenses morreram quinta-feira "num acidente com uma granada de armadilha" que deflagrou no campo de treinos de São Vicente, a 54 quilómetros de Bissau, disseram à Lusa fontes militares.

As mesmas fontes assinalaram que a granada que deveria ser utilizada naquela ação seria a de fumo e não a de armadilha.

Do incidente, além dos dois mortos, outros tantos militares ficaram sem um braço cada e três ficaram com ferimentos, encontrando-se em tratamento médico no Hospital Militar Principal de Bissau.

As mesmas fontes admitem a existência de "vários soldados feridos" no acidente, cujas circunstâncias o Estado-Maior General das Forças Armadas "mandou apurar", de acordo com fonte daquela instituição.

O campo de treinos de São Vicente acolhe soldados em treinos ou militares incorporados nas Forças Armadas.

Os soldados envolvidos fazem parte de um contingente de diferentes unidades das Forças Armadas guineenses que se preparam para viajar para a Turquia, onde vão participar numa formação especializada em missões de manutenção da paz.

Os dois militares falecidos serão sepultados hoje pelas respetivas famílias com "todo o apoio" do Estado-Maior General das Forças Armadas guineenses, acrescentou a mesma fonte.


Leia Também: Dois militares guineenses morrem num acidente com granada durante treinos

Hoje, o Presidente da República foi surpreendido por um grupo de crianças em um passeio no Império. Atendendo ao pedido para acenar, decidiu recebê-las com alegria no Palácio.

Crianças bim fala Chefe de Estado Guineense mantenha.👇

Os restos mortais da mãe de Braima Camará, Madem-G15 chegam à Bissau e recebem homenagem do PR Umaro Sissoco Embaló.



CHEGADA DOS RESTOS MORTAIS DA SENHORA ADJA FAMATA MANÉ👇



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Radio Voz Do Povo Movimento para Alternância Democrática - MADEM G15 

François Bayrou nomeado primeiro-ministro de França... Sucede a Michel Barnier, que esteve apenas três de meses no cargo.

© Benjamin Girette/Bloomberg via Getty Images   Notícias ao Minuto   13/12/2024 

O nome do sucessor de Michel Barnier, que esteve apenas três meses no cargo de Chefe do Governo francês, é finalmente conhecido. Emmanuel Macron optou por nomear, esta sexta-feira, 13 de dezembro, o centrista François Bayrou para primeiro-ministro de França.

A composição do governo de François Bayrou será anunciada nos próximos dias.

De acordo com a BFM TV, o Presidente da República recebeu François Bayrou durante quase duas horas na manhã. O encontro foi "muito tenso", no entanto, terminou com a nomeação deste como primeiro-ministro.

A decisão de Macron foi tomada depois de o Presidente da República francês consultar a maior parte dos grupos políticos representados na Assembleia da República francesa, à exceção do La France Insoumise e do Rally Nacional.

Como lembra a imprensa francesa, François Bayrou "terá a pesada tarefa" de formar um governo capaz de sobreviver à ameaça de censura de uma Assembleia da República sem bloco maioritário e de fazer aprovar um orçamento de Estado para 2025, que está neste momento suspenso.

A Rússia confirmou que o ataque de grande envergadura realizado hoje contra a Ucrânia constituiu a resposta ao disparo de mísseis ATACMS norte-americanos contra território russo na quarta-feira.

© REUTERS/Maxim Shemetov   Por Lusa  13/12/2024 

Ucrânia. Rússia confirma ataque de retaliação a uso de armas ocidentais

A Rússia confirmou que o ataque de grande envergadura realizado hoje contra a Ucrânia constituiu a resposta ao disparo de mísseis ATACMS norte-americanos contra território russo na quarta-feira.

"Em resposta à utilização de armas norte-americanas de longo alcance, as forças armadas russas realizaram um ataque maciço contra instalações críticas da infraestrutura energética da Ucrânia", afirmou o Ministério da Defesa russo num comunicado citado pela agência francesa AFP.

As autoridades ucranianas anunciaram hoje que o país sofreu um ataque de grande envergadura que envolveu cerca de 200 'drones' e mais de 90 mísseis balísticos e de cruzeiro.

O ministério russo disse que foram danificadas instalações de infraestruturas de combustível e energia de importância crítica na Ucrânia que apoiam o complexo industrial de defesa do país, segundo a agência oficial TASS.

O ataque foi efetuado com armas de longo alcance de alta precisão de origem marítima e aérea, bem como com 'drones' de assalto para atingir "instalações vitais" na rede de energia, referiu o ministério.

"Os objetivos do ataque foram atingidos. Todas as instalações foram atingidas", acrescentou o ministério no comunicado, também citado pela agência espanhola EFE.

Em reação ao ataque de hoje, o Presidente ucraniano, Vladimir Zelensky, acusou Moscovo de estar "a aterrorizar milhões de pessoas" e renovou um apelo à unidade internacional contra o homólogo russo, Vladimir Putin.

"É necessária uma reação forte do mundo: um ataque maciço, uma reação maciça. Esta é a única forma de acabar com o terror", disse Zelensky, citado pela agência norte-americana AP.

A Rússia tinha acusado a Ucrânia de ter efetuado na quarta-feira um ataque com seis mísseis táticos ATACMS de fabrico norte-americano contra um aeródromo na cidade de Taganrog, na região de Rostov (sul).

Moscovo prometeu, no mesmo dia, que iria retaliar, uma ameaça que foi reafirmada na quinta-feira pelo porta-voz presidencial, Dmitri Peskov.

A operadora estatal ucraniana Ukrenergo disse que os ataques russos de hoje danificaram instalações de energia em várias regiões, obrigando a um aumento do número de cortes de eletricidade.

Trata-se do décimo segundo ataque do género contra instalações elétricas desde o início do ano, segundo a operadora, citada pela agência ucraniana Ukrinform.

"Devido às difíceis condições climatéricas (gelo, vento forte), a partir desta manhã, 198 povoações nas regiões de Kyiv, Chernigiv, Sumy, Cherkasy e Kirovohrad estavam sem eletricidade", disse a operadora num comunicado.

Para hoje, "estão previstas importações de eletricidade da Polónia, Roménia, Eslováquia, Hungria e Moldávia, com um volume total de 13.447 MWh [Megawatts]", acrescentou a Ukrenergo.

O fornecedor privado de eletricidade DTEK disse que as centrais térmicas ucranianas foram "seriamente danificadas" pelos ataques russos.

O ministro da Energia, Herman Halushchenko, assegurou que os trabalhadores do setor da energia estavam a trabalhar na reparação da rede para "minimizar as consequências negativas para o sistema de distribuição de eletricidade".

Zelensky disse que as forças ucranianas conseguiram abater 80 mísseis, 11 dos quais por caças F-16 que a Ucrânia começou a receber este ano dos aliados ocidentais.

O líder ucraniano precisou que a Rússia disparou 93 mísseis, "incluindo pelo menos um da Coreia do Norte".

Desde o lançamento da invasão, em fevereiro de 2022, a Rússia tem bombardeado o sistema elétrico da Ucrânia, o que resultou no encerramento frequente de sistemas críticos de aquecimento e de abastecimento de água potável durante os meses de inverno.

O anterior ataque de grande escala, em 28 de novembro, envolveu cerca de 200 mísseis e 'drones' e deixou mais de um milhão de famílias sem eletricidade.


Leia Também: O ataque de grande envergadura lançado hoje pela Rússia contra a Ucrânia envolveu 93 mísseis balísticos e de cruzeiro, afirmou o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.

Saydnaya: Infame "matadouro de Assad" enfim libertado e onde ainda se procuram sobreviventes, a prisão de Saydnaya, no norte de Damasco, serviu durante décadas para degradar e torturar milhares de presos políticos, que em muitos casos acabavam na forca.

© Lusa   13/12/2024

 O "matadouro de Assad" foi aberto e era o terror que se dizia

Infame "matadouro de Assad" enfim libertado e onde ainda se procuram sobreviventes, a prisão de Saydnaya, no norte de Damasco, serviu durante décadas para degradar e torturar milhares de presos políticos, que em muitos casos acabavam na forca.

Logo após a queda súbita do regime de Bashar al-Assad, que se exilou na Rússia antes de a capital síria ser tomada no domingo pelos grupos militares revoltosos do seu país, cerca de três mil prisioneiros de Saydnaya foram de imediato libertados, na ausência dos guardas que também se puseram em fuga pelos portões do gigantesco complexo, agora assinalado pela saudação 'Free Syria'.

No caminho inverso, milhares de sírios entupiram a estrada de acesso ao longo do árido Rif Dimashq, na esperança de encontrar familiares entre os reclusos ou pistas sobre o paradeiro dos desaparecidos.

Passaram-se quatro dias e as buscas mantêm-se, com operários a abrir caminho com martelos pneumáticos nas caves dos três edifícios dispostos em Y da chamada "zona branca", seguindo rumores, entretanto desmentidos por antigos prisioneiros, de cárceres ocultas no subsolo, a que se juntam métodos ancestrais usados por um homem que perscruta o pátio com auxílio de duas varas metálicas a fim de supostamente encontrar uma localização provável para escavar.

À entrada, dezenas de pessoas passam as noites frias em colchões de espuma ao relento sob um bosque de cedros, e os dias pesquisando milhares de documentos oficiais da prisão, muitos dos quais com a inscrição "confidencial", com fé de que um deles tenha o nome de um familiar em parte incerta.

Os longos corredores dos pisos superiores são percorridos como um museu por visitantes, que espreitam as celas cobertas por tapetes de mantas e roupas deixadas para trás pelos seus antigos ocupantes, tal como mensagens ocasionais de despedida em árabe nas paredes sujas, de gratidão às forças rebeldes ou de vingança contra o clã do Presidente sírio deposto: "Vamos atrás de ti".

Yusuf Daham Shumlan, 35 anos, passou por um daquelas celas em 2016: "Era aqui que estava", relata, apontando para o lugar exato onde ficou detido, enquanto se agacha e pousa um joelho no chão para explicar como batalhava por espaço entre 70 reclusos num máximo de 50 metros quadrados.

O habitante de Deir ez-Zor, no leste da Síria, recorda que foi detido logo a seguir ao seu irmão, há oito anos, por suspeita de terrorismo e colocado numa prisão na sua cidade natal, antes de ser encaminhado para Saydnaya, e também o procedimento padrão quando foi encarcerado com a multidão dos outros prisioneiros: "Cheguei vendado, espancaram-me brutalmente e chutaram-me para dentro da cela". Numa das torturas a que foi sujeito, partiram-lhe uma perna que ainda conserva placas metálicas.

Yusuf descreve ainda que toda a vida se desenrolava dentro da cela, incluindo a higiene num minúsculo espaço sanitário contíguo, a comida era fornecida através das grades -- habitualmente pão, batata mal cozida e tomate -- e tinha de durar três dias, as conversas eram proibidas e severamente punidas se fossem detetadas pelos guardas ou pelas câmaras de vigilância. Quase ninguém escapava de doenças.

Apesar de tudo, pertenceu a um grupo reduzido de presos de curta duração e, ao fim de alguns dias, foi transferido para uma cadeia militar e depois libertado sem qualquer explicação, ao contrário do seu irmão, que permaneceu na cadeia e que nunca viu enquanto esteve detido.

Yusuf ainda conseguiu visitá-lo há seis meses em Saydnaya, "muito doente e esquelético", mas agora encontra-se na lista dos desaparecidos. "Estou aqui há quatro dias à procura dele, talvez haja mesmo mais prisões nos subterrâneos".

É lá que os martelos pneumáticos continuam a bater o subsolo, depois de os "capacetes brancos" da proteção civil síria já terem feito o mesmo e sem sucesso, num trabalho vigiado pelos visitantes da prisão, horrorizados com o tratamento especial dado aos prisioneiros reservados aos pisos inferiores, afinal tão real como as descrições de antigos reclusos e denúncias internacionais de organizações de direitos humanos, sempre rejeitadas pelas autoridades de Damasco.

Nas caves, os presos eram privados de luz e depositados nas dezenas de celas húmidas, imundas e muito mais pequenas do que aquela que recebeu Yusuf, segundo um dos seus antigos ocupantes, que ali permaneceu entre 2019 e 2021, submetido a este tratamento cruel a que nem a doença era tolerada.

"Se nos queixávamos de alguma coisa, era espancamento certo", recorda este antigo prisioneiro, descrevendo inspeções clínicas que implicavam o procedimento de cada recluso se despir na totalidade dentro de um cubículo gradeado cravado na parede, antes de ser observado pelo médico, que se sentava a uma pequena secretária solitária num enorme salão, e que ainda se encontra no local.

O ex-prisioneiro natural da capital síria, também ele detido por suspeita de atos de terrorismo e militância nas forças de oposição, prefere não ser identificado nem fotografado, mantendo bem presente a ameaça que lhe dirigiram quando foi libertado sem ter sido julgado: "Disseram-me para nunca contar o que vi aqui, ou nunca mais veria a luz do sol, e eu já não confio em ninguém. Nem no novo governo".

E essa experiência, conta entre um cheiro persistente de latrina e esgoto, já a conheceu naqueles dois longos anos, em que apenas em intervalos de dois meses era permitido sair das catacumbas de Saydnaya para limpar o pátio "e os restos de sangue". Por cada cem presos que se apresentava ao trabalho, "pelo menos cinco ou seis já não voltavam às celas" e desapareciam sem deixar rasto.

No exterior da prisão, uma retroescavadora abre terreno, junto dos extensos e altos muros de betão com arame farpado, presumivelmente em busca de valas comuns, e bem perto do local dos enforcamentos de que sobram ainda duas cordas vermelhas penduradas.

Segundo a Amnistia Internacional, estima-se que cerca de 13 mil pessoas tenham sido executadas nesta cadeia, só entre 2011 e 2015, no rescaldo da Primavera Árabe e em plena guerra civil que devastou o país.

"Só quero que este edifício seja destruído e que nunca mais ninguém venha para aqui", declara o antigo prisioneiro, que, logo após a confirmação da queda de Assad, esteve na primeira linha dos libertadores de Saydnaya, de onde muitos reclusos saíram diretamente para o hospital e outros para a morgue. "Há prisões assim em Portugal? Vai alguém preso por dizer mal do presidente?", questiona ainda, ao mesmo tempo que exibe uma mão sem três dedos, amputados numa das sessões de tortura a que foi sujeito.

O enviado da ONU para a Síria, Geir Pedersen, exigiu hoje acesso completo de observadores independentes a centros de detenção do regime deposto de Assad para documentar e preservar provas de violações dos direitos humanos.

Estas deverão incluir a célebre prensa do "edifício vermelho", usada como instrumento de tortura através de esmagamento para os principais presos políticos, e onde hoje só a intervenção de militares rebeldes da Organização para a Libertação do Levante (HTS) evitou com disparos para o ar o linchamento de um homem por suspeita de ter sido guarda no chamado "matadouro humano", ou "matadouro de Assad".

Dentro dos sinistros muros de Saydnaya, todos os relatos apontam para a verdade como um objetivo secundário, depois da degradação e punição de suspeitos por acusar, mas é por ela que Nebar, uma mãe da cidade de Hama está há quatro dias acampada junto do edifício em busca de dois filhos, Ghazwan e Mohanad, presos há 12 anos, tal como Ali Yassin do seu filho Samer, capturado em 2018.


Navios de guerra regressam ao continente chinês após cerco a Taiwan

Por  Agência Lusa

Num sinal de intensificação da pressão militar por parte de Pequim, cerca de 90 navios de guerra e da guarda costeira participaram em manobras nos últimos dias

Os navios da marinha e da guarda costeira chinesas que durante vários dias realizaram um vasto exercício naval em torno de Taiwan, o maior dos últimos anos, regressaram aos portos, anunciaram esta sexta-feira as autoridades taiwanesas.

“Todos os navios da guarda costeira chinesa regressaram na quinta-feira à noite à China e, embora não tenham feito um anúncio oficial, consideramos que o exercício terminou”, disse o diretor-geral adjunto da guarda costeira de Taiwan, Hsieh Ching-chin.

Uma porta-voz do Ministério da Defesa de Taiwan confirmou que navios de guerra e da guarda costeira chinesa foram detetados a regressar à China continental.

Num sinal de intensificação da pressão militar por parte de Pequim, cerca de 90 navios de guerra e da guarda costeira participaram em manobras nos últimos dias que incluíram ataques simulados a navios e exercícios destinados a bloquear as rotas marítimas, disse na quarta-feira um alto funcionário da segurança de Taiwan.

De acordo com o funcionário, que falou sob condição de anonimato, a China começou a planear uma operação marítima maciça em outubro, para demonstrar que podia sufocar Taiwan e traçar uma “linha vermelha” antes da tomada de posse da nova administração republicana dos Estados Unidos, em janeiro.

Desde o fim da guerra civil chinesa, em 1949, Taiwan é governada de facto por um governo autónomo, mas a China considera a ilha como uma província sua, que deve ser reunificada com o resto do território, e não exclui o uso da força para o conseguir.

O Exército de Libertação Popular da China ou a imprensa estatal chinesa não anunciaram qualquer aumento da atividade militar.

Após a retirada dos navios chineses, as forças militares e a guarda costeira de Taiwan encerraram os centros de resposta de emergência criados para fazer face às manobras.

As manobras chinesas surgem poucos dias após o fim de uma viagem ao Pacífico do líder de Taiwan, William Lai Ching-te, eleito em janeiro.

Durante o périplo, William Lai, que considera Taiwan “um país independente e soberano”, visitou dois territórios norte-americanos, Havai e Guam, onde se encontram várias bases militares estratégicas.

Lai falou também, por telefone, com o líder da Câmara dos Representantes, a câmara baixa do parlamento dos EUA, o republicano Mike Johnson. Estes episódios provocaram fortes protestos por parte de Pequim.

A China instou os Estados Unidos a “deixarem de enviar sinais errados” às “forças independentistas de Taiwan” e advertiu a ilha contra qualquer tentativa de “procurar a independência com a ajuda dos Estados Unidos”, afirmando que “falharia inevitavelmente”.

A diplomacia chinesa não negou nem confirmou as manobras.

Mas o exército chinês afirmou hoje que “nunca se absterá” de “lutar contra a independência de Taiwan, quer realize ou não exercícios militares”.

O porta-voz do ministério da Defesa, Wu Qian, disse em conferência de imprensa que “é a nobre missão do Exército de Libertação Popular da China proteger a soberania nacional e a integridade territorial, salvaguardar os interesses fundamentais da nação chinesa e defender os interesses comuns dos compatriotas de ambos os lados do Estreito de Taiwan”.

Em resposta a uma pergunta sobre o destacamento militar da China em torno de Taiwan, Wu explicou que “tal como a água não tem uma forma constante, na guerra também não há condições constantes”, salientando que as forças frmadas chinesas “decidirão se realizam ou não exercícios militares de acordo com as suas necessidades e a situação no terreno”.

Pelo menos 68 jornalistas e profissionais dos media foram assassinados este ano em contexto de trabalho e a maioria das mortes aconteceu em zonas de conflitos, revelou hoje a UNESCO.

© Getty Images    Por Lusa   13/12/2024 

Este ano 68 jornalistas foram assassinados, a maioria em conflitos

Pelo menos 68 jornalistas e profissionais dos media foram assassinados este ano em contexto de trabalho e a maioria das mortes aconteceu em zonas de conflitos, revelou hoje a UNESCO.

De acordo com a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO), o número de jornalistas que foram mortos este ano em funções é inferior aos dois anos anteriores - 74 em 2023 e 88 em 2022 -, mas há ainda vários casos por verificar.

Dos 68 jornalistas assassinados, 60% (42 profissionais) morreram enquanto trabalhavam em países em conflito, o que representa a maior percentagem numa década.

Dezoito morreram na Palestina, quatro na Ucrânia e na Colômbia, três no Iraque, no Líbano, em Myanmar e no Sudão e um jornalista na Síria, no Chade, na Somália e na República Democrática do Congo.

"Em situações de conflito, é fundamental contar com informação fiável para ajudar as populações afetadas e informar o mundo. É inaceitável que os jornalistas paguem este trabalho com as próprias vidas", afirmou a diretora-geral da UNESCO, Audrey Azoulay, em nota de imprensa.

Os dados compilados pela UNESCO baseiam-se em casos registados pelas principais organizações de defesa da liberdade de imprensa e não incluem os jornalistas que morreram em circunstâncias não relacionadas com trabalho.


Leia Também: O regime militar no poder no Níger anunciou a suspensão por três meses da estação de rádio britânica BBC, acusada de difundir "informações erróneas".

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, dirigiu uma mensagem aos iranianos, acusando o regime de Teerão de desperdiçar fundos públicos "apoiando terroristas que perdem" sucessivamente, na sequência da queda do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad.

© Andrew Harnik/Getty Images   Por Lusa   13/12/2024 

Netanyahu acusa Irão de apoiar terroristas "perdedores"

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, dirigiu uma mensagem aos iranianos, acusando o regime de Teerão de desperdiçar fundos públicos "apoiando terroristas que perdem" sucessivamente, na sequência da queda do regime do Presidente sírio, Bashar al-Assad.

"Devem estar a fervilhar de raiva ao imaginarem as novas estradas, escolas e hospitais que poderiam ter sido construídos com os milhares de milhões de dólares que os vossos ditadores gastaram a apoiar terroristas que perdem vezes sem conta", afirmou Netanyahu num vídeo, gravado em inglês com legendas em persa, dirigido aos "cidadãos do Irão". 

Netanyahu afirmou que Teerão gastou mais de 30 mil milhões de dólares (28,6 mil milhões de euros) a apoiar Assad na Síria, mais de 20 mil milhões de dólares (19 mil milhões de euros) com o grupo xiita libanês Hezbollah e milhares de milhões a apoiar o grupo islamita palestiniano Hamas na Faixa de Gaza.

"O dinheiro que os vossos tiranos vos roubaram evaporou-se literalmente", afirmou, na sequência de uma campanha de bombardeamentos israelitas que, segundo Israel, já destruiu cerca de 80% do armamento de Assad, deposto pelos rebeldes islamitas.

Netanyahu mostrou-se confiante de que "o Irão será livre", e fez referência ao 'slogan' "mulher, vida, liberdade" utilizado pelos manifestantes iranianos nos protestos que se seguiram à morte da jovem Mahsa Amini, que morreu em 2022 num hospital depois de ter sido detida pela polícia da moralidade por não usar corretamente o 'hijab'.

O regime do ex-presidente sírio Bashar al-Assad, que esteve no poder 24 anos, foi derrubado no domingo passado, numa ofensiva que durou cerca de 12 dias.

A operação começou a 27 de novembro e foi liderada pela Organização de Libertação do Levante (Hayat Tahrir al Sham - HTS, em árabe), herdeira da antiga afiliada síria da Al-Qaida e classificada como grupo terrorista por países como os Estados Unidos, o Reino Unido, o Canadá e ainda a União Europeia (UE).

Após a queda do regime de Assad, o exército israelita iniciou uma campanha de bombardeamentos contra as capacidades estratégicas do antigo regime sírio, destruindo tanques, aviões de combate, mísseis e navios, para evitar que caíssem nas mãos de forças hostis a Israel.

Israel mobilizou também as suas tropas para a zona desmilitarizada dos Montes Golã, conquistados por Israel em 1967 e anexados em 1981 num ato não reconhecido internacionalmente, para proteger a fronteira.

O Irão foi gravemente afetado pela queda de Assad, uma vez que perdeu o corredor terrestre que lhe permitia enviar armas para o Hezbollah no Líbano, muito enfraquecido pelos últimos meses de guerra contra Israel.

Alguns meios de comunicação israelitas, como o The Times of Israel e o Ynet, afirmaram hoje que o exército israelita está a considerar a possibilidade de aproveitar a situação para atacar alvos nucleares iranianos, receando que o isolamento da República Islâmica a obrigue a acelerar o desenvolvimento de armas nucleares.


Leia Também: Os Estados Unidos decidiram manter Cuba na lista dos países que patrocinam o terrorismo durante mais um ano, o que implica uma série de sanções para a ilha.

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"Quando a guerra acabar, o mundo não vai estar em paz". O plano que a Europa está a desenhar para travar a Rússia

Por  cnnportugal.iol.pt

Entre promessas de paz e receios de "um novo 24 de fevereiro", a França está a liderar o plano secreto para mobilizar a Europa no pós-guerra. A criação de uma força militar europeia na fronteira da Ucrânia pode não só ser uma forma inteligente de aumentar a dissuasão, mas também ser um primeiro passo para um sonho de longa data de Macron: a criação de um exército comum europeu, composta por militares de várias nacionalidades europeias

Nos corredores das principais capitais europeias, o acordo é discutido dentro de quatro paredes e com grande secretismo. Mas cá fora, todos já ouviram falar dele. O presidente francês, Emmanuel Macron, quer garantir que a Rússia não voltará a invadir a Ucrânia no pós-guerra e, por isso, está a mobilizar uma coligação das principais nações europeias dispostas a enviar, pelo menos, 40 mil militares para manter a paz no país. Os especialistas admitem que os riscos são elevados, mas que esta é a melhor solução para um acordo de paz de longa duração na fronteira da Europa e pode ser uma antecâmara da criação do sonho de muitos: um exército europeu.

“Emmanuel Macron já percebeu que, a partir de 20 de janeiro, quando Trump tomar posse, o problema da Ucrânia vai passar a ser um problema europeu. Zelensky vai ser obrigado a negociar e já compreendeu que, neste momento, a adesão da Ucrânia à NATO é improvável, para não dizer mesmo impossível. Isso faz com que o envio de uma força conjunta europeia para a manutenção da paz seja a única alternativa viável para o fim do conflito na Ucrânia”, diz à CNN Portugal o professor José Filipe Pinto, especialista em Relações Internacionais.

Apesar dos elogios públicos de Volodymyr Zelensky ao presidente eleito dos Estados Unidos, após um encontro informal em Paris organizado por Emmanuel Macron à margem da cerimónia de reabertura da catedral de Notre Dame, os mais recentes desenvolvimentos não fazem antever boas notícias para Kiev com a chegada de Donald Trump à Casa Branca. Ao mesmo tempo que a administração Biden está a tentar encontrar fundos de emergência para enviar para Kiev antes da tomada de posse, o presidente francês encontrou-se com o líder polaco, esta quinta-feira, em Varsóvia, para discutir uma ideia para devolver a paz no continente.

O presidente francês acredita que a entrada da Ucrânia na NATO é um cenário impossível, uma vez que essa será uma das principais reivindicações russas numa futura negociação de paz. No entanto, um acordo para a Ucrânia sem garantias de segurança militares que impeçam uma nova invasão é visto como um perigo ainda maior. Por esse motivo, Macron foi à Polónia apresentar um plano que passa pela criação de uma força militar conjunta composta por unidades de diferentes países europeus. O presidente polaco, Donald Tusk, descartou para já essa hipótese.

“O objetivo é colocá-los na linha da frente para criar uma espécie de zona tampão. A proposta passa pela criação de uma zona desmilitarizada, que seria dividida por setores. Depois, estes militares fariam vigilância e patrulha das zonas que lhe são atribuídas. Nesse sentido, 40 mil militares parece-me suficiente. Só que dificilmente os russos aceitam uma situação transitória que permita à Ucrânia recuperar forças”, afirma o major-general Agostinho Costa.

O plano de Macron já conta com o apoio de algumas nações importantes. O governo de Keir Starmer, no Reino Unido, já fez saber que não descarta a hipótese de enviar militares britânicos para manter a paz na Ucrânia, após a assinatura de um armistício. Outro dos potenciais parceiros é a Alemanha. A ministra dos Negócios Estrangeiros, Annalena Baerbock, disse que Berlim “vai apoiar tudo o que sirva a paz no futuro” com “toda a sua força”, quando questionada acerca do envio de militares alemães para a Ucrânia no pós-guerra.

Só que para o acordo avançar é preciso chegar a um acordo de paz. E, apesar das promessas do presidente eleito norte-americano em acabar com a guerra “em 24 horas”, os dois lados parecem estar ainda muito distantes de um possível acordo, principalmente numa altura em que a Rússia tem conseguido obter os seus maiores ganhos territoriais desde que retirou as tropas de Kiev e de Kherson. Em junho, dias antes da cimeira de paz organizada pela Ucrânia, Vladimir Putin anunciou os seus pressupostos para avançar para uma negociação de paz: a Ucrânia tem de renunciar formalmente à NATO antes do início das conversas e deve retirar dos territórios parcialmente ocupados de Kherson, Zaporizhzhia, Donetsk e Lugansk.

“O primeiro pressuposto para a proposta de Macron funcionar é existir um acordo de paz. Se não houver um acordo de paz, a proposta cai. Putin apresenta soluções que Zelensky não pode aceitar e a Ucrânia prefere perder com honra, do que perder de uma forma servil. É preciso ter cuidado porque um cenário de congelamento da frente vai levar a um novo 24 de fevereiro [data em que a Rússia invadiu a Ucrânia]”, alerta Agostinho Costa.

Pressionado pela eleição de Trump, que quer obrigar os dois lados a negociar, Volodymyr Zelensky sugeriu que está disposto a ceder temporariamente o território ocupado pela Rússia em troca da adesão à NATO. A mudança de posição do líder ucraniano deve-se ao facto de a aliança não aceitar a adesão de países com disputas territoriais em aberto, com receio de que seja arrastada para uma guerra. Só que esta posição não parece ser suficiente para mudar a opinião de Washington e de Berlim, que não veem com bons olhos a Ucrânia na NATO. Meses antes, Zelensky dizia que a Ucrânia tinha apenas duas hipóteses de sobrevivência: entrada na NATO ou armas nucleares.

Na Ucrânia, há quem tema que este acordo se possa tornar “um Minsk-3”. Em 2015, depois de uma série de derrotas no Donbass contra os grupos separatistas apoiados por Moscovo, a Ucrânia foi obrigada a assinar um acordo de cessar-fogo que previa a retirada de armas pesadas da linha da frente, troca de prisioneiros e a presença de observadores da Organização para a Segurança e Cooperação na Europa (OSCE) para garantir que as regras do acordo eram respeitadas. Na prática, este acordo apenas serviu para adiar durante alguns anos o que veio a ser a maior invasão de larga escala na Europa, desde a segunda guerra mundial. Emmanuel Macron quer garantir que a força militar europeia tem um cariz que vai além da monitorização.

“Este cenário proposto seria diferente do de 2014 e 2015, com os acordos de Minsk. Nessa altura, a OSCE tinha uma missão que passava pela mera monitorização. A presença de dezenas de milhares de soldados europeus teria um efeito dissuasor. Isto daria à Ucrânia garantias de segurança reais, independentemente de entrar na NATO ou não. O efeito prático seria o mesmo”, explica o professor Francisco Pereira Coutinho, especialista em Direito Internacional.

Em 2023, Macron já tinha aberto as portas ao que apelidou, de “ambiguidade estratégica”. O presidente francês criticava o facto de os líderes ocidentais tornarem público aquilo que não fariam pela Ucrânia, por receio de retaliação russa, dando a Putin certezas do que poderia fazer. Nesse sentido, Macron deixou no ar a possibilidade de enviar instrutores militares franceses para território ucraniano, para cumprir missões de retaguarda, libertando soldados ucranianos para a frente de batalha.

Esta proposta é diferente, mas não é inédita. Em 1953, quando foi assinado o acordo de armistício da Guerra da Coreia, foi estabelecida a criação de uma zona desmilitarizada onde nenhum dos lados podia colocar tropas, armamento ou realizar atividades militares. Esta faixa de terreno é altamente minada e tem vedações e torres de vigia em ambos os lados. Em simultâneo, forças norte-americanas, através do Comando das Nações Unidas, permaneceram no território da Coreia do Sul para garantir a segurança da região. Do outro lado da fronteira, forças chinesas apoiaram o lado do norte, embora esse apoio tenha diminuído ao longo dos anos. Apesar da tensão entre a Coreia do Norte e a Coreia do Sul, os especialistas olham para este como um caso de sucesso, uma vez que evita um novo conflito há mais de 71 anos.

Só que, ao contrário do cenário coreano, na guerra entre a Ucrânia e a Rússia, os dois adversários não têm uma dimensão semelhante. Em caso de paz, a Rússia seria capaz de recuperar as suas forças armadas a um ritmo consideravelmente mais rápido do que a Ucrânia. De acordo com um relatório do Stockholm International Peace Research Institute (SIPRI), apesar de a Rússia ter um orçamento para a defesa dez vezes inferior ao dos países da NATO, a indústria estatal russa foi capaz de produzir armas de forma mais eficaz do que os países ocidentais. Por outras palavras: a Rússia produziu mais armamento que o Ocidente, gastando menos dinheiro. Apesar dos números esconderem algumas nuances, como a complexidade das armas produzidas, a quantidade continua a ser crucial para os militares no campo de batalha.

Apesar de Donald Trump sugerir que a única forma de conseguir um acordo de paz é "não abandonar a Ucrânia", a desigualdade entre os dois países faz com que vários membros da NATO na Europa temam uma nova invasão russa após alguns anos de recuperação. Vários dos principais líderes dos serviços secretos europeus têm vindo a público apontar isto mesmo no último ano. De acordo com o chefe da espionagem alemã, o Ocidente está "em confronto direto com a Rússia" e um conflito militar pode estar nos planos russos "até 2030". O próprio secretário-geral da NATO, Mark Rutte, alertou que a aliança não está preparada para enfrentar as ameaças russas nos próximos quatro a cinco anos e sugeriu mudar "para uma mentalidade de guerra" e aumentar os gastos na Defesa para "muito mais do que 2% do PIB".

Nesse sentido, a criação de uma força militar europeia na fronteira da Ucrânia pode não só ser uma forma inteligente de aumentar a dissuasão, mas também ser um primeiro passo para um sonho de longa data de Macron: a criação de um exército comum europeu, composta por militares de várias nacionalidades europeias.

“Esta é a única alternativa viável à paz para a guerra na Ucrânia. As hostilidades terão de ser cessadas, terá de haver concessões territoriais de parte a parte e a garantia de uma força de manutenção de paz. Mas, quando a guerra acabar, o mundo não vai estar em paz, vai estar em armistício”, antevê José Filipe Pinto


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Folclore Paigcista..., é indubitavelmente que, os Paigcistas são mestres em enganação eterna...

Por O Democrata Osvaldo Osvaldo

Folclore Paigcista...

Liga (Paigcista) dos Direitos (Paigcista) denuncia que o Paigcista (Luís Vaz Martins) está a ser alvo de perseguição e corre risco de vida!! Eu gostaria de ver um sinal de ameaça? Caso contrário, são manobras dilatórias. Ou é basta o Paigc dizer?! 

Esqueçam, porque o barulho Paigcista não é um sinal forte capaz de enganar um país inteiro, é pura e simplesmente estratégia corrupta para uma distração. 

Será que vale a pena confiar numa palavra que um analista Paigcista disse? Para os Paigcistas, Luís Vaz Martins estará sempre connosco para nos dar a vitória, tal como prometeu para o DSP. Mostrou-nos isso, muito tempo atrás, pois, o seu grande objetivo é ver o (mal maior) do país de volta para à cena do crime.

Os 6 Bilhões são injustificáveis! O que ele falou sobre 32 Bilhões, foi uma tentativa vã de querer justificar o injustificável. Todas essas narrativas doutrinárias e dogmas Paigcistas não têm qualquer tipo de relevância. Desde o começo até ao fim, falou no vazio politico e nada importante. Este pagcista perdeu a compostura na defesa da organização criminosa. Ele sonha com infalíveis promessas populistas. A própria narrativa usada teve completa falta de lógica. Tanto que, por esta razão, ao longo da sua narrativa acabou por não dizer absolutamente nada.

Sempre peço que a minha consciência me ajude a não cair nessas desgraças políticas. O que este Paigcista disse é abundantemente gratificante para outros Paigcistas fanáticos, em toda a sabedoria que ele tem, mas não conseguiu explicar nada sobre o assunto.

Concluindo: é indubitavelmente que, os Paigcistas são mestres em enganação eterna. Ele é um defensor dos 6 Bilhões pagos por empresários Paigcistas. Porém, nada que ele disse sobre 32 Bilhões é credível. Se acontecer violência contra ele, é absoluta burrice do regime, porque ele não disse nada que um surdo-mudo tolo pode acreditar. 

Friday 13 December

00:58.

(………)

Juvenal Cabi Na Una.