domingo, 7 de julho de 2024

Presidente da CEDEAO defende criação de força militar contra o terrorismo

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Por Lusa  07/07/24 
O Presidente da Nigéria, Bola Tinubu, defendeu hoje, na reunião que confirmou a sua reeleição para presidente da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), a criação de uma força regional para lutar contra o terrorismo.

"Permitam-me sublinhar que uma sociedade pacífica e segura é essencial para alcançar todo o nosso potencial; devemos assegurar-nos que cumprimos com as expetativas e recomendações estabelecidas pelos nossos ministros da Defesa e Finanças", disse Tinubu na abertura da 65.ª cimeira ordinária de chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, que decorreu este domingo em Abuja.

"À medida que avançamos para colocar em funcionamento a Força de Reserva da CEDEAO (ESF, na sigla em inglês) contra o terrorismo, tenho de salientar que o êxito deste plano implica uma forte vontade política e recursos financeiros substanciais", disse o Presidente nigeriano, instando os países da região que engloba Cabo Verde e Guiné-Bissau a angariar os 2,6 mil milhões de dólares, cerca de 2,4 mil milhões de euros, que a organização acredita serem necessários para o estabelecimento dessa força conjunta.

Tinubu foi eleito por unanimidade para continuar a liderar a CEDEAO por mais um ano, e tem tentado impulsionar a cooperação regional contra o terrorismo, depois de grupos nigerianos como o Boko Haram ou o Estado Islâmico na Província da África Ocidental (ISWAP, em inglês), terem alargado as suas operações a países vizinhos.

A cimeira acontece um dia depois de os presidentes golpistas do Mali, Níger e Burkina Faso, que saíram da CEDEAO, terem criado a Confederação da Aliança dos Estados do Sahel, terem-se reunido em Niamey para formalizar o acordo.

"O panorama político continua a ser frágil nalguns Estados membros, especialmente aqueles que passaram por mudanças inconstitucionais de governo", reconheceu Tinubu, citado pela agência espanhola de notícias, a Efe.

Antes, na abertura do encontro, o presidente da Comissão Executiva da CEDEAO tinha anunciado a imposição da obrigação de visto aos cidadãos do Mali, Burkina Faso e Níger.

O presidente da CEDEAO advertiu ainda que os cidadãos do Burkina Faso, Níger e Mali não vão poder criar empresas, como estipulado na carta da CEDEAO, e ficam sujeitos às respetivas leis nacionais.

Omar Touray também alertou para o risco de "desintegração" que representa a decisão daqueles três países de abandonarem a organização.

"As nossas populações beneficiam da liberdade de circulação no nosso espaço, bem como das vantagens do nosso mercado comum de mais de 400 milhões de pessoas. É evidente que a desintegração não só perturbará a liberdade de circulação e de fixação das pessoas, como também agravará a insegurança na região", advertiu Touray.

Leia Também: CEDEAO. Cimeira elege novo líder e coloca Sahel no centro das discussões 


Então, enquanto nada ainda acontece, o líder eleito pode acionar, como falei acima, o Ministério do Interior para recuperar patrimônio do partido que está sob controle ilegal nas mãos do Fernando Dias....

Por  O Democrata Osvaldo Osvaldo
Será que anotação do SUPREMO TRIBUNAL de JUSTIÇA sobre congresso extraordinário dos inconformados foi apenas uma brincadeira?!
Até agora, o líder eleito pelo PRS, reconhecido legalmente por Lima André Pr do STJ de Justiça da Guiné-Bissau, não tomou nenhuma decisão que a Lei lhe confere. Isto é, com o auxílio do Estado, recuperar tudo que é do partido, por exemplo, pedir as chaves da sede, as viaturas e todos os valores do partido, inclusive a conta bancária do mesmo. 

Óbvio, primeiro, que sejam feitos os balanços.
Embora, tal despacho que anotou o resultado do congresso extraordinário é meramente administrativo e que pode ser atacado no plenário do Supremo Tribunal. Ou foi plenária com 12 juízes que votaram contra Fernando Dias? 

Então, enquanto nada ainda acontece, o líder eleito pode acionar, como falei acima, o Ministério do Interior para recuperar patrimônio do partido que está sob controle ilegal nas mãos do Fernando Dias. 

Dito líder eleito, é essencial aprender ser político caso contrário, isso pode trazer mais sofrimento nos próximos dias, ou ser Presidente do partido PRS não estava destinada a ser parte da sua jornada política? 

O senhor criou expectativas políticas sem ter coragem de assumir situações necessárias com o despacho em mãos! 

Nem me importa refletir sobre mérito do despacho.
Sunday 7 July
20:07.
- UK- Londres.
Juvenal Cabi Na Una.

DIREÇÃO DO PRS LIDERADA PELO NOVO PRESIDENTE, FÉLIX BLUTNA NANDUNGUE, ESTÁ EM CONFERÊNCIA DE IMPRENSA.



  Radio Voz Do Povo

Um grupo ainda por identificar assaltou esta madrugada [07.07.2024] a sede da Comissão Eleitoral da Federação de Futebol da Guiné Bissau no Estadio Lino Correia.

Por  Radio Voz Do Povo

Viva uma África verdadeiramente independente e emancipada!...

Por  O Democrata Osvaldo Osvaldo
África Ocidental - (Burkina Faso e do Mali, reverteram determinantemente as costas à CEDEAO).
Só assim, com estes gestos de bravura e determinação a liderança Africana testemunhará a verdadeira independência para qual muitos deram as suas vidas! A meta e os objectivos finais é a prosperidade dos seus povos em todos os níveis!

Viva uma África verdadeiramente independente e emancipada!
É disso que se espera da Liderança de cada país da África Negra!
Espera-se dessa Liderança, Visão Estratégica Clara, Determinação e Coragem como também, Sentidos da Missão, Dever e Responsabilidade!
Sunday 7 July
11:10.
- UK- Londres.
Juvenal Cabi Na Una.

 

 Leia Também: Níger, Mali e Burkina Faso "viraram as costas" à CEDEAO 


MON DI PARMANHA ❤️🦅 ...Watcha Catcheu

Fonte: Watcha Catcheu

Falta de medicamentos e negligência aceleram morte em hospitais de Angola

© iStock
Por Lusa   07/07/24

Alguns pacientes e familiares relataram à Lusa situações dramáticas no acesso aos serviços de saúde pública em Angola e afirmaram que negligência, mau atendimento, falta de medicamentos e de recursos humanos são responsáveis pelo "acelerar" das mortes hospitalares.

Muitos pacientes que acorrem aos hospitais públicos angolanos morrem, não pela doença, mas por falta de cuidados e da devida atenção dos técnicos de saúde, afirmaram alguns familiares de doentes, que pernoitam à entrada dos hospitais de Luanda.

A falta de medicamentos e meios médicos (luvas, algodão, fraldas, seringas e outros), de laboratórios para exames especializados e até de refeições para os pacientes obrigam dezenas de familiares a acamparem junto dos hospitais para garantirem "socorro e solidariedade" aos seus.

Maria Lopes, 41 anos, contou à Lusa que já perdeu mais de uma dezena de familiares diretos nos últimos 16 anos em hospitais públicos do país, não devido a doenças, "mas por conta do mau atendimento dos técnicos de saúde".

"Hoje não temos essa segurança [nos hospitais], eu pelo menos não tenho", disse a gestora que chegou ao Hospital do Prenda às primeiras horas do dia para visitar um irmão ali internado e até perto das 10:30 não tinha qualquer informação sobre o seu estado de saúde.

Sentada sobre cartões espalhados na calçada principal que dá acesso à unidade hospital, ladeada de dezenas de mulheres que ali passam a noite, expostas ao frio e outros riscos, Maria disse que a "falta de amor", de comunicação e dedicação dos profissionais da saúde obriga os familiares a ficarem à porta dos hospitais durante largos dias.

"É mais fácil estar aqui, mais perto do meu irmão, dá-me tempo, por exemplo, se precisarem de alguma coisa, porque normalmente nos hospitais é assim, porque às vezes não tem dipirona [medicamento], às vezes não tem luvas e outras coisas", disse, enquanto ao lado outras pessoas acenavam a cabeça em jeito de concordância.

Porque "nem sempre eles (médicos e/ou enfermeiros) dizem (que há carência de material), mas as vezes eles deixam de atender porque não querem pedir e a pessoa acaba morrendo. Para isso não acontecer nós ficamos aqui de prevenção, só por isso", enfatizou.

Após contar o drama do sobrinho que morreu no ano passado numa unidade hospitalar pública em Viana, por não ter sido medicado durante três dias, e de outros que morreram em circunstâncias similares, Maria deplorou o acesso à saúde em Angola.

"É das piores, porque cada dia quando olho para as unidades hospitalares, hoje temos das melhores a serem inauguradas, com equipamentos de ponta, mas o que nos falta são recursos humanos (...). Vimos perdendo muitas vidas porque não há amor, não há amor à profissão e às pessoas", lamentou.

Maria Inácio, de 52 anos, também se queixa, ela que tem a tia internada no Hospital do Prenda, há quase uma semana, período em que tem pernoitado nas imediações para atender a qualquer chamada dos familiares.

Contou que por vezes permitem que aceda à sala de internamento, momentos que usa para trocar fraldas da paciente, para lhe dar de comer e mesmo para comprar alguns dos medicamentos receitados.

"Temos que ficar mesmo aqui, mesmo no frio, estamos a dormir aqui desde domingo passado", frisou.

Também agastado com o atendimento no Hospital do Prenda está Mahula Armindo, 39 anos, que, em finais de abril passado, partiu o braço direito.

Em busca de assistência dirigiu-se a este hospital às 22:00, mas apenas foi atendido às 02:00, sem que lhe fosse administrado qualquer analgésico para atenuar as intensas dores que sentia.

Mahula, funcionário de uma empresa de comunicação, aguarda há dois meses por uma nova consulta e continua com o braço engessado, lamentando a falta de informações que contribui para o agravar do estado de saúde de muitos pacientes.

"Vai ainda a questão da demora, só para marcar a primeira consulta eu já fiquei lá durante quatro horas à espera e no dia a consulta podes chegar lá as 07:00 e apenas saíres do hospital as 17:00 (...). Acho que temos hospitais bons, mas o pessoal é que não é bom", atirou o paciente, que, como recurso, começou o tratamento numa clínica privada, onde diz ser atendido com humanidade.

À entrada principal da sede do Ministério da Saúde, na Avenida Amílcar Cabral, centro de Luanda, dezenas de cidadãos transformaram os passeios em dormitórios, o espaço que encontraram para se acomodar enquanto esperam por notícias dos seus familiares, internados no Hospital Josina Machel.

Esta unidade hospitalar, uma das maiores e mais antigas do país, recebe doentes de várias províncias, cujos familiares também relatam dificuldades para aceder à unidade hospitalar.

"Isso surge porque as pessoas lá dentro [do hospital] não têm uma melhor atenção para com os pacientes, porque pelo menos um doente estaria lá acompanhado de um familiar, mas isso não acontece e temos que estar fora e isso é mau", disse à Lusa Sara Mariano.

A reformada, de 64 anos, sentada num dos passeios do conhecido prédio inacabado da Maianga, apontou para a necessidade de se melhorar o acesso à assistência médica e medicamentosa dos cidadãos angolanos.

"Falta muita coisa para melhorar, porque, por exemplo, a pessoa vai fazer a consulta e não tem medicamentos, tem de procurar fora do hospital e, nesse caso, muitos, estamos sem condições para comprar medicamentos, é complicado", desabafou.

Até perto do meio-dia, mais de uma dezena de pessoas, entre homens e mulheres, preocupadas com a saúde dos seus entes, ainda repousavam em sono profundo por cima de papelões.

Luzia António Manuel, 32 anos, teve de acorrer à Maternidade Augusto Ngangula, distrito urbano da Ingombota, para acudir a irmã mais nova, grávida, que precisava fazer uma ecografia extra-hospitalar.

"Ficámos aqui porque os técnicos chamaram para fazer uma ecografia (...) e, então, tivemos de ir aqui no Bairro Operário, num consultório privado para poder fazer a ecografia", explicou, referindo que tal movimentação pode colocar em perigo a vida da gestante e do respetivo bebé.

A Lusa tentou ainda contactar um funcionário, que se escusou a falar por falta de autorização, e a equipa médica em serviço no Ngangula, mas os efetivos da segurança não permitiram o acesso à maternidade.

Leia Também: "Situação é caótica" no Sistema Nacional de Saúde moçambicano   


Bardella com maioria absoluta e vitória de Trump. "Pode ser o gatilho para a III Guerra Mundial, caso a Rússia decida atacar o flanco Leste”

Jordan Bardella (AP)
Joana Azevedo Viana   Cnnportugal.iol.pt   07/07/2024
Este domingo, os franceses são chamados às urnas para a segunda e última volta das legislativas que Macron antecipou após a dura derrota nas europeias. Não é certo que a extrema-direita consiga a maioria absoluta, mas é uma possibilidade. "Será obviamente explosivo para a política francesa e para a política europeia" e pode piorar se Donald Trump for novamente eleito presidente dos Estados Unidos dentro de quatro meses

Há dois cenários em cima da mesa com a vitória quase certa da extrema-direita na segunda e última volta das legislativas em França, este domingo. O Reagrupamento Nacional (RN), de Marine Le Pen e Jordan Bardella, pode conquistar uma maioria relativa, sem controlo total da Assembleia Nacional, e inaugura-se um período de grande instabilidade política no país. Ou conquistar a maioria absoluta que almeja, e a crise que se inaugura terá outra dimensão, com repercussões não apenas para os franceses, mas para toda a Europa.

“As projeções anteriormente davam entre 250 e 300 deputados para o RN, mas isto já não é o caso neste momento, depois de mais de 200 deputados da coligação de esquerda Nova Frente Popular (NFP) e da coligação centrista de Emmanuel Macron terem desistido”, destaca Victor Warhem, analista da Rede de Centros de Políticas Europeias (CEPN). “Neste momento, as sondagens estão a prever cerca de 240 deputados para o RN, muito menos do que dantes e muito abaixo do mínimo [de 289] para ter maioria na Assembleia Nacional.”

Mas e se conquistarem a maioria absoluta? “Será explosivo para a política francesa e para a política europeia, obviamente”, assume Warhem. “No que toca à Ucrânia, devemos antecipar um parlamento que não vai bloquear toda a ajuda militar, mas uma parte da ajuda e, para além disso, se Putin e o exército russo conseguirem avanços na frente de batalha até Kiev, infelizmente a posição de Bardella e do RN será a de não mandar tropas para ajudar a Ucrânia.”

Durante a campanha, o possível futuro primeiro-ministro francês garantiu que, ao contrário do que Le Pen tinha sugerido, não vai retirar França do comando militar estratégico da NATO para já. Mas essa garantia não acalma os receios sobre o que pode vir a acontecer sob um governo Bardella. “Se olharmos para as pessoas que compõem o partido e para as pessoas que podem vir a ocupar cargos ministeriais, particularmente quem poderá vir a ser o próximo ministro dos Negócios Estrangeiros – e mesmo sabendo que podem estar a dizer muitas mentiras – a postura do RN é sobretudo pró-russa”, ressalta o analista do CEPN. E “no curto e médio prazo, um governo Bardella vai criar uma distância em relação aos aliados originais de França na NATO e aproximar-se da Rússia”.
O líder da Hungria, Viktor Orbán (esquerda), acaba de regressar de uma visita a Moscovo onde se encontrou com o presidente russo, Vladimir Putin (Valeriy Sharifulin, Sputnik, Kremlin Pool via AP)

O dilema orçamental

Esta aproximação já teve o seu primeiro capítulo quando, há alguns dias, o governo russo declarou apoio oficial à candidatura do RN nas eleições em França. Dias depois, Viktor Orbán, o primeiro-ministro da Hungria, visitou Vladimir Putin em Moscovo. “Uma extrema-direita cada vez mais reforçada, com cada vez mais apoio no Conselho Europeu – não apenas de Orbán, mas também de Geert Wilders e outros líderes – no curto prazo terá impacto no motor franco-alemão e na sua capacidade de liderar o projeto europeu, sobretudo depois das últimas eleições europeias”, indica a analista Marta Mucznik. “E o que sai enfraquecido com isso é a visão da Europa, o papel da UE no mundo e os grandes temas estratégicos que estão na agenda europeia agora.”

Entre esses temas conta-se o apoio à Ucrânia – que, a nível europeu, tem tido na França de Macron um dos seus maiores aliados, senão o maior – mas também o alargamento europeu, agora que as negociações para a adesão da Ucrânia e da Moldova já estão em curso. Outro tópico relevante, dadas as promessas de Bardella durante a campanha, é a contribuição de Paris para o orçamento comunitário, com o presidente do RN a prometer reduzir a quantia desembolsada para os cofres europeus.

“Quando se olha para a realidade das contribuições para a UE, vemos que, os anos 2000 e 2010, a Alemanha, os Países Baixos, a Áustria, a Suécia e a Dinamarca obtiveram reduções, e outros 17 países conseguiram-no em 2020, mas França não”, explica Victor Warhem, autor de um artigo publicado há poucos dias sobre as contribuições financeiras dos Estados-membros, que sob as regras da UE se definem de acordo com o PIB de cada país.

“Desse ponto de vista, não é contraditório pensar que França deve reduzir a sua contribuição. E sendo o país um dos mais importantes motores do projeto europeu, podemos vir a assistir a isso nos próximos meses ou anos. Mas é preciso destacar que França tem beneficiado muito dessas contribuições: sendo o segundo país que mais paga, atrás da Alemanha – pagamos 10 mil milhões de euros por ano – somos o segundo país que mais recebe de volta, por ano recebemos 10 mil milhões da Política Agrícola Comum (PAC) e 5 mil milhões de outras políticas, sobretudo de inovação, que são das mais caras na UE neste momento.”

Apesar disso, Bardella diz que quer reduzir a contribuição para a UE já este ano e é incerto se irá moderar essa postura caso se torne primeiro-ministro. “Ao longo das últimas semanas ele tem voltado atrás com várias propostas, pode retroceder nesta, e não penso que o seu eleitorado seria completamente contra isso, porque as pessoas que votam RN votam sobretudo contra a imigração e pela segurança, é o único tópico que une o eleitorado inteiro do RN. Bardella pode não voltar atrás para mostrar que é diferente de Macron e dos partidos tradicionais, mas também pode voltar atrás, porque não é do interesse dele criar uma crise destas ao nível da UE. Provavelmente tentará abrir negociações de uma forma civilizada quando chegar o momento certo.”

Sob Macron, França tem sido um dos principais aliados europeus da Ucrânia e Bardella promete bloquear mais ajuda financeira e militar a Kiev (EPA)

"Receio real de novos ataques russos, sobretudo contra Estados do Báltico"

“Se houver um governo Bardella de maioria absoluta”, adianta Marta Mucznik, o que fica sob ameaça no imediato é aquele que tem sido o mainstream político europeu, uma “visão que é posta em causa por estas forças da extrema-direita, ou da direita radical, que estão a ganhar cada vez mais terreno, eleição após eleição, com um projeto completamente diferente”.

A analista do EPC ressalva que “o centro de gravidade, apesar dos resultados das europeias em junho, ainda é o que conhecemos e há pressão para as forças da extrema-direita gravitarem mais para o centro, aliás, temos visto isso no papel que Giorgia Meloni tem desempenhado, no fundo quase de mediadora entre o centro e a extrema-direita”. O problema, acrescenta, “será quando for o contrário, quando o centro de gravidade começar a mover-se mais para a extrema-direita”.

Isso será uma hipótese ainda mais realista se, como parece cada vez mais certo, Donald Trump vencer as presidenciais norte-americanas em novembro, sobretudo se concretizar a promessa de tirar os EUA da NATO. “Se Trump sair da NATO e se França sob Bardella não se envolver no mecanismo de defesa para ajudar a Ucrânia, isto será uma enorme vitória para Putin e para a influência russa na Europa”, sublinha Warhem. “Haverá um receio real de novos ataques russos, sobretudo tendo como alvos os Estados do Báltico e os países mais próximos da Ucrânia, o que seria absolutamente terrível para o projeto europeu.”

O analista diz não estar totalmente convencido de que Trump avance mesmo com a retirada da NATO, já que “é este o estilo de negociação dele com os países europeus da NATO, para nos obrigar a pagar mais, a atingir os 2% do PIB”. E também não considera que a postura norte-americana em relação à Europa “vá mudar radicalmente com Trump”, que deverá focar-se mais na China. Só que, nesse caso, “os EUA deixarão de ter os recursos para proteger a Europa e isso pode ser o gatilho para a III Guerra Mundial, caso a Rússia decida atacar o flanco europeu de Leste”.

“É por isso que os europeus têm de se unir no que toca à indústria da Defesa, criar uma coligação entre as forças armadas”, reforça Victor Warhem. “Infelizmente, se o RN chegar ao poder em França, isto será mais difícil. Bardella não apoia, por exemplo, a criação de um mecanismo de empréstimos para financiar a indústria da Defesa. E Macron não será capaz de impor a sua agenda se o RN vencer”, mesmo sendo a autoridade máxima no que toca à política externa francesa.

Se Trump vencer, adianta Marta Mucznik, “isso será muito complicado para a UE como a conhecemos, dará mais força a esta extrema-direita, que tem uma visão muito mais insular, mais virada para dentro, para o poder soberano dos Estados, e que está menos inclinada a delegar poderes em instituições supranacionais – é essa a visão de Le Pen, de Orbán, de André Ventura, que é muito diferente da atual e que poderá sair reforçada com Trump”.

Trump vai mesmo tirar os EUA da NATO? "Essa ameaça pode só enquadrar-se no seu estilo de negociação, para nos pressionar [europeus] a contribuir mais dinheiro" (AP)

As opções em cima da mesa

De regresso a este domingo, e ao que pode acontecer em França, as perspetivas não são animadoras. “Mesmo que Bardella vença sem maioria absoluta, isso não resolve o problema político em França, de todo”, sublinha Victor Warhem. Se cada uma das três grandes coligações tiver um terço dos votos no parlamento, destaca, isso dificultará muito a criação de uma coligação contra a extrema-direita – até porque o atual primeiro-ministro, Gabriel Attal, do partido de Macron, continua a garantir que não aceita coligar-se com o França Insubmissa de Jean-Luc Mélenchon, parte da NFP, que conquistou o segundo lugar na primeira volta.

“Nesse caso, a primeira hipótese seria um governo tecnocrata, embora o melhor fosse uma coligação do centro com a esquerda, que não sabemos se será possível dado o que Attal disse. Outra hipótese é termos um governo de minoria, como aconteceu nos últimos dois anos, aliás, em que o governo pode usar o artigo 49.3 para aprovar leis.” Criticado por ser “antidemocrático”, alvo de discussão recorrente em França, o artigo 49.3 permite ao governo pedir a confiança do parlamento de cada vez que quer aprovar uma lei, “o que significa que não existe um real debate sobre as propostas”, diz.

Em anos recentes, a solução funcionou porque o Ensemble de Macron contou sempre com a abstenção dos Republicanos para passar projetos-lei, algo que também parece improvável no futuro próximo dadas as enormes divisões dentro do partido fundado por Nicolás Sarkozy em 2015 – sobretudo após o seu líder, Eric Ciotti, ter anunciado uma aliança com a extrema-direita, e ter sido interinamente substituído pela ala que não concorda com essa aproximação a Le Pen.

“Nada disto vai criar estabilidade no parlamento e pode, por exemplo, levar a uma nova dissolução da Assembleia Nacional, mas só dentro de um ano, como dita a Constituição”, reforça Warhem. “E se houver muitos problemas e muitos protestos nas ruas, Macron pode ativar o artigo 16, que é uma espécie de opção ditatorial que o presidente tem à disposição, que significa que, durante esse ano, até haver novas eleições, pode governar sozinho.” Em última instância, as eleições poderão conduzir a uma grande reforma constitucional, outro debate que tem ganhado fulgor no país. “Estamos a falar cada vez mais sobre isto em França, sobre a hipótese de alterar a atual Constituição ou aprovar uma nova. Isto acontece muito regularmente em França, as nossas instituições políticas não funcionarem, e talvez possamos encontrar uma nova solução depois destas eleições.”

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) escolhe hoje o seu líder para o próximo ano, numa cimeira em que o Presidente nigeriano, Bola Tinubu, procura um segundo mandato e o Sahel dominará as discussões.

© PHILIPPE DESMAZES/AFP via Getty Images
Por Lusa  07/07/24 
 CEDEAO. Cimeira elege novo líder e coloca Sahel no centro das discussões
A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) escolhe hoje o seu líder para o próximo ano, numa cimeira em que o Presidente nigeriano, Bola Tinubu, procura um segundo mandato e o Sahel dominará as discussões.


Os trabalhos na cimeira da organização sub-regional, além da nomeação do seu líder para os próximos 12 meses, serão dominados pelos assuntos de segurança e pelos problemas decorrentes do abandono no ano passado dos três estados do Sahel palcos de cinco golpes de estado militares nos últimos anos: Mali, Burkina Faso e Níger.

Os chefes de estado da organização - de que fazem parte dois países membros da CPLP: Guiné-Bissau e Cabo Verde - irão debater o plano proposto pelos seus ministros da Defesa no passado dia 26 de constituição de uma "força de reserva" de 5.000 homens para combater o agravamento da crise de segurança na região.

O plano foi avaliado em 2,6 mil milhões de dólares (2,4 mil milhões de euros) por ano, um número que ameaça, desde logo, a sua viabilidade atendendo ao estado das principais economias regionais, mas reflete também as lógicas políticas de alguns Estados-membros, a começar pela Nigéria e Costa do Marfim.

A medida, a avançar, operacionaliza a há muito discutida "força de reserva", destinada a combater o agravamento da crise de segurança na região, mas também novos golpes de Estado no seio da organização, como sublinhou na semana passada o ministro da Defesa nigeriano, Mohammed Badaru.

Quanto à liderança da CEDEAO, Bola Tinubu começou da pior forma o mandato que agora chega ao fim e o Presidente nigeriano pretende renovar. O primeiro teste que enfrentou enquanto líder da organização ocorreu apenas duas semanas após o início do seu mandato, quando os militares do Níger, liderados pelo general Abdourahamane Tiani, derrubaram o presidente democraticamente eleito, Mohamed Bazoum, em 26 de julho de 2023.

Tinubu liderou de imediato a imposição sanções - como os seus antecessores tinham já feito com o Mali, Guiné-Conacri e Burkina Faso, com encerramento de fronteiras e restrições comerciais - mas foi ainda mais longe e ameaçou invadir o Níger, caso a junta militar que assumiu o poder não libertasse o Presidente Bazoum -- que ainda se encontra detido - e os membros da sua família.

A ameaça levou o Mali, Burkina Faso e Níger a anunciarem o abandono da CEDEAO, com "efeitos imediatos", e a constituírem a AES.

Por outro lado, o novo poder no Níger expulsou as forças francesas e americanas do país, à semelhança do que já tinha acontecido no Mali e Burkina Faso, e o bloco veio desde então a aprofundar a aproximação novos atores internacionais, como a Rússia, Irão, China ou Turquia.

Este sábado, os três regimes golpistas realizaram a primeira cimeira da AES, precisamente na véspera da cimeira da CEDEAO e em Niamey, a capital do Níger, onde discutiram o aprofundamento das relações económicas e de segurança e defesa.

"A CEDEAO começou com uma abordagem errada e sucumbiu a influências externas, impondo sanções, pensando que isso traria de volta os Estados membros da AES. Não resultou. Os líderes dos dois grupos [CEDEAO e AES] têm enormes diferenças ideológicas e geracionais. Na situação atual, é provável que a AES venha a retirar outros membros da CEDEAO em breve", afirmou em declarações à Lusa Ezenwa Olumba, investigador no Departamento de Relações Políticas e Internacionais da Universidade de Londres.

Leia Também: A Comissão Ministerial Ad-Hoc da CEDEAO sobre a Construção das Sedes das Instituições Comunitárias reúne-se à margem da reunião do Conselho de Ministros de 5 de julho de 2024, no local da constghrução da Nova Sede da CEDEAO em Abuja, Nigéria, para analisar o relatório da Reunião de Peritos da Comissão e avaliar o andamento dos trabalhos no local. 


"Situação é caótica" no Sistema Nacional de Saúde moçambicano

© Lusa
Por Lusa  07/07/24
A Associação dos Profissionais de Saúde Unidos e Solidários de Moçambique (APSUSM) classificou hoje a situação no sistema nacional como caótica, alertando que os profissionais, em protestos constantes nos últimos meses, estão a operar sem condições.

"Faltam medicamentos para doenças como malária e hipertensão arterial. Eu posso mencionar um exemplo recente do que aconteceu na Beira [província de Sofala], em que utentes foram à televisão para denunciar a falta de reagentes para fazer hemodiálise, o que consideramos gravíssimo", disse a secretária-geral da APSUSM, Sheila Chuquela, em entrevista à Lusa.

Aquele organismo, que abrange cerca de 65.000 profissionais de saúde de diferentes departamentos do Sistema Nacional de Saúde, exceto os médicos, reivindica, há mais de um ano, melhores condições de trabalho, exige o pagamento de horas extraordinárias, além de um melhor enquadramento no âmbito da implementação da nova Tabela Salarial Única.

A associação chegou a paralisar as atividades por diversas vezes e, há uma semana, anunciou a prorrogação da suspensão de uma greve que tinha sido convocada em finais de maio, resultado de negociações com o Governo, mas alerta que a situação continua caótica no Sistema Nacional de Saúde.

"A situação continua difícil para nós porque trabalhamos sob forma de improviso, são muitos remendos que temos de fazer que é para conseguir prestar o mínimo de atendimento adequado (...) Se um hospital grande como o [Central] da Beira não tem condições, existem tantas outras coisas que não são reportadas, então imagina o que acontece nas unidades sanitárias distritais ou centros de saúde (rurais)? A situação é triste e lamentável", considerou Chuquela, profissional de saúde há quase 12 anos.

Entre outros aspetos, a associação exige que o Governo providencie medicamentos aos hospitais, que têm, em alguns casos, de ser adquiridos pelos pacientes, a aquisição de camas hospitalares, a resolução do problema da "falta de alimentação", bem como o equipamento de ambulâncias com materiais de emergência e equipamentos de proteção individual não descartável, cuja falta vai "obrigando os funcionários a comprarem do seu próprio bolso".

"Não temos gessos em muitas unidades sanitárias, [falta] medicação e temos visto casos que o paciente recebe uma receita hospitalar, mas quando vai à farmácia não há medicação. Então está um caos, não conseguimos ver melhorias", afirmou Rossana Zunguze, profissional de saúde há 10 anos e membro da APSUSM.

A organização alerta para a possibilidade de uma nova paralisação face à alegada falta de vontade do Governo em resolver a situação, acusando o Ministério da Saúde em alguns pontos do país de estar a "perseguir os grevistas", com cortes salariais e transferências arbitrárias nas províncias de Gaza, Maputo, Inhambane, no Sul, e Nampula, no Norte.

"Temos colegas que [devido aos cortes] só receberam 100 meticais (1,45 euros) e são esses que têm de ir trabalhar. Como vão se movimentar às suas unidades sanitárias para prestar serviços de saúde", questionou Rossana Zunguze, considerando que a associação pondera, até, recorrer ao Tribunal Administrativo para resolver este problema.

Em 28 de maio, a associação anunciou a suspensão da greve que durava há quase um mês por 30 dias, após conversações com o Governo, avançando, na altura, que estavam a ser cumpridos "alguns pontos de revindicações", entre os quais a resolução das irregularidades no pagamento de subsídios, a compra de equipamentos médicos e o reenquadramento definitivo dos profissionais na Tabela Salarial Única.

O Sistema Nacional de Saúde moçambicano enfrentou, nos últimos dois anos diversos momentos de pressão, provocados por greves de funcionários, convocadas, primeiro, pela Associação de Médicos Moçambicanos, contra cortes salariais e falta de pagamento de horas extraordinárias, e depois pela APSUSM, que exige melhores condições de trabalho também para outros profissionais.

O país tem um total de 1.778 unidades de saúde, 107 das quais são postos de saúde, três são hospitais especializados, quatro hospitais centrais, sete são gerais, sete provinciais, 22 rurais e 47 distritais, segundo dados do Ministério da Saúde a que a Lusa teve acesso.

Reino Unido: O novo ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, deslocou-se no sábado à Alemanha na sua primeira visita ao estrangeiro, um dia depois da vitória esmagadora dos trabalhistas nas eleições gerais.

© PAUL ELLIS/AFP via Getty Images
Por Lusa  07/07/24 
 Novo MNE do Reino Unido na Alemanha em primeira visita ao estrangeiro

O novo ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, David Lammy, deslocou-se no sábado à Alemanha na sua primeira visita ao estrangeiro, um dia depois da vitória esmagadora dos trabalhistas nas eleições gerais.

Apelando para um "reiniciar" das relações, Lammy reuniu-se com a sua homóloga alemã, Annalena Baerbock, que sublinhou que o Reino Unido é "uma parte indispensável da Europa".

Berlim "está a trabalhar com o novo Governo britânico para ver como o Reino Unido poderia aproximar-se da União Europeia", escreveu a ministra dos Negócios Estrangeiros alemã na rede social X.

Por sua vez, Lammy, que substituiu o conservador David Cameron como ministro dos Negócios Estrangeiros britânico, também publicou fotografias do seu encontro com Baerbock.

Os ministros debateram a forma de reforçar o apoio da NATO à Ucrânia, a situação geopolítica no Médio Oriente e as alterações climáticas.

"Juntos, @ABaerbock e eu enfrentaremos ameaças comuns e apoiaremos a Ucrânia", escreveu Lammy.

O Partido Trabalhista ganhou as eleições legislativas de quinta-feira, voltando ao poder após 14 anos do Partido Conservador no governo.

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Guineenses bo campanha destaques,...Obras kina realizado na capital Bissau e obras kina facido na aeroporto internacional Osvaldo Vieira... Obrigado General USE

Por Abel Djassi

Assembleia do Povo Unido-Partido Democrático da Guiné-Bissau APU-PDG, responsabiliza Presidente da República Umaro Sissoco Embaló pela Consequência Política e Instituicional no País.


Por Radio TV Bantaba  

 

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