10 de dezembro de 2018

Em Marraquexe: Conferência Intergovernamental para adopção do Pacto Global.


Congratulamo-nos, nós todos, pela feliz opção de se realizar em África - e aqui no Reino de Marrocos à beira do Mediterrâneo – esta conferência intergovernamental, mobilizada por uma agenda de grande alcance estratégico, e que certamente estabelecerá um novo marco na história das Nações Unidas.

Distintos Chefes de delegação
Minhas Senhoras, meus senhores,

Como bem se percebe pelo texto do Pacto Global Por uma Migração Segura, Ordenada e Regular que esta conferência adoptou, já não se trata de promover ou reforçar dispositivos já existentes de resposta humanitária quer para continuar a atender os refugiados, muitas vezes expostos a perigo de vida ou a tratamentos degradantes, mas sim para mitigar dificuldades dos migrantes.

Fazer isso, hoje em dia, já não é suficiente. Da perceção aprofundada das realidades do nosso tempo – realidades políticas, económicas, demográficas e culturais - resulta a ideia de que é preciso, e urgente, fazer muito mais, ou seja, é preciso agir. É preciso elevar o padrão das nossas responsabilidades coletivas e individuais, e fazê-lo a todos os níveis, no âmbito das Nações Unidas bem como à escala regional, sub-regional, nacional e local.

A tarefa consiste, pois, em conceber e desenvolver uma resposta adequada, global, coordenada e sistémica, capaz de fazer face aos desafios que são postos quer a montante quer a jusante dos fluxos migratórios em geral. Mas uma tal resposta teria de saber lidar com as vicissitudes por que passam aqueles que precisam, muitas vezes com urgência, de um refúgio para se albergar e, em consequência, de uma oportunidade para começar uma vida nova.

Vale a pena lembrar que nos encontramos num país da bacia do Mar Mediterrâneo, espaço geopolítico que foi um dos palcos da história universal, espaço de intercâmbio mútuo e enriquecedor entre povos, culturas e civilizações. E é este Mar Mediterrâneo que nos tempos mais recentes tem sido o palco de teatros macabros e de tragédias humanas de grandes dimensões e proporções.

Refiro-me à tragédia que se abateu sobre milhares de refugiados – homens, mulheres e crianças, africanos e árabes – cujos corpos se perderam no agitar das suas águas. Uma imagem de sofrimento e de luto que continua a pesar na consciência da humanidade e que, certamente, está presente nesta nossa Conferência para responder aos desafios do nosso tempo, e, em particular, concretizar o imperativo de regulação dos fluxos migratórios, da segurança e proteção da dignidade humana dos migrantes e dos refugiados.
(...)

A Guiné-Bissau, também país das migrações, identifica-se inteiramente com os objetivos e princípios que norteiam o Pacto Global Por uma Migração Segura, Ordenada e Regular, ao qual declara a sua plena adesão.

E, enfim, quero deixar aqui um testemunho: em 2017, a Guiné-Bissau comprometeu-se com o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) a conceder cidadania guineense a dez mil refugiados que há vinte anos vivem no nosso país, compromisso esse que temos sabido honrar.

Esta politica de coerência fez da Guiné-Bissau um exemplo de solidariedade e de responsabilidade como, aliás, foi claramente referido pelo ACNUR no Sexto Simpósio Humanitário Anual da União Africana que decorreu recentemente em Nairobi, Quénia.

Muito obrigado pela vossa atenção.






José Mário Vaz - Presidente da Republica da Guiné-Bissau

Presidente do parlamento guineense pede esclarecimento sobre incidente com peritos nigerianos

O presidente do parlamento guineense pediu hoje um "completo esclarecimento" sobre o incidente entre a polícia do país e peritos eleitorais da Nigéria, que foram impedidos de prestar apoio no âmbito do recenseamento eleitoral, entretanto suspenso por ordens judiciais.


Para Cipriano Cassamá, a Nigéria tem ajudado a Guiné-Bissau a organizar eleições legislativas livres, justas, transparentes e credíveis, pelo que não são razoáveis as críticas que têm recebido por parte de vários setores políticos guineenses.

Três peritos informáticos nigerianos foram expulsos, pela polícia, na quinta-feira, do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (Gtape) em Bissau, por ordens do Ministério Público que está a investigar alegadas suspeitas de fraude eleitoral.

No seu discurso hoje no ato solene do Dia Internacional dos Direitos Humanos, o presidente do parlamento guineense lamentou o incidente com os técnicos nigerianos e disse aguardar por "um completo esclarecimento" do que se passou.

O responsável considerou que o incidente "não dignifica o Estado" nem contribui para o fortalecimento das relações com a Nigéria.

A Guiné-Bissau "tem beneficiado muito dos esforços desse país em diversos domínios", sobretudo no atual processo eleitoral, assinalou Cipriano Cassamá.

O líder do parlamento guineense, questionou se ao invés das suspeitas, não seria melhor deixar que os técnicos nigerianos atuem, tendo em vista o esclarecimento das dúvidas.

Para Cassamá, a Guiné-Bissau "tem que saber preservar as suas relações de amizade e de cooperação com os seus parceiros", particularmente com aqueles que sempre se prontificaram a ajudar o país, sem reclamar qualquer contrapartida, sublinhou.

DN.PT

Notificação Judicial: adiamento de lançamento do Observatório



Abel Djassi

REAÇÃO DA COMISSÃO NACIONAL DE ELEIÇÕES DA GUINÉ-BISSAU (CNE) SOBRE A SUSPENSÃO DO RECENSEAMENTO ELEITORAL




guineendade

HOJE É ANIVERSÁRIO DO PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU

O Presidente da República da Guiné-Bissau, José Mário Vaz completa hoje, dia 10 de Dezembro, 61 anos de idade.


Bissau On-line

CEDEAO adiou a visita da Missão Ministerial

A CEDEAO informou hoje que ficou adiada deslocação a Bissau da sua Missão Ministerial de Alto Nível, que deveria começar nesta segunda-feira, dia 10, uma série de contactos com os atores políticos da Guiné-Bissau.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental não deu mais pormenores sobre o adiamento, tendo revelado apenas que uma nova data da visita será anunciada brevemente por via de um comunicado de imprensa.

"Em referência à nota de imprensa, previamente enviada, dando conta da vinda de uma missão ministerial de alto nível da CEDEAO à Guiné-Bissau, prevista para hoje, cumpre-nos informar que a dita missão foi adiada. Posteriormente uma nova data será comunicada", informa a representação da CEDEAO.

Durante a sua estada em Bissau, a missão deveria reunir-se com as autoridades nacionais, líderes políticos e representantes da comunidade internacional, mas o Presidente guineense, José Mário Vaz, não se encontra no país por estar em Marrocos a participar na conferência intergovernamental para adoção do pacto global sobre migração segura, ordenada e regular.

Braima Darame

José Mário Vaz garante legalidade do processo eleitoral

Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, na Assembleia Geral das Nações Unidas, em Nova Iorque. 7 de Setembro 2018

Presidente da Guiné-Bissau reage ao impedimento de técnicos nigerianos entrarem no edifício do órgão que faz o recenseamento

O Presidente da Guiné-Bissau, José Mário Vaz, diz que vai cumprir a legalidade democrática depois de o Ministério Público ter impedido técnicos nigerianos que apoiam o Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE) de entrarem nas instalações do órgão.

José Mário Vaz assegura “aos guineenses e aos parceiros internacionais que tudo continuará a fazer, no âmbito das suas competências constitucionais e legais para assegurar o cumprimento da legalidade democrática, a manutenção da ordem constitucional, o respeito pela autonomia e interdependência dos órgãos soberania legalmente constituídos".

Em comunicado enviado à imprensa na noite de domingo, 9, Vaz acrescenta garantir “o regular funcionamento das instituições, a igualdade de direitos dos actores políticos e a fiabilidade do processo de registo eleitoral”.

Na quinta-feira, 6, o Ministério Público suspendeu o processo eleitoral por alegadas irregularidades no processo e determinou a presença de forças policiais na sede do GTAPE para que possam entrar apenas pessoas autorizadas.

A decisão resulta de uma queixa apresentada pelo PRS, MADEM-G15, APU-PDGB e outros partidos políticos.

O Governo reagiu dizendo que vai recorrer da decisão porque a medida “carece de fundamento legal”.

José Mário Vaz assegura também à comunidade internacional que a "actuação dos órgãos de soberania da Guiné-Bissau acautelará sempre a necessidade de estabilidade e equilíbrio político, a justiça, os princípios democráticos e o interesse da preservação e aprofundamento das boas relações de amizade e cooperação".

Entretanto, sem adiantar detalhes, o Presidente afirma aguardar conclusões de um inquérito aberto pelo Governo.

Por outro lado, uma missão da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental que devia chegar hoje a Bissau para avaliar o processo eleitoral em curso cancelou a deslocação, sem avançar os motivos nem a data da nova visita.

O gabinete da CEDEAO na capital guineense enviou à imprensa um comunicado nesta segunda-feira, 10, a informar do cancelamento da missão.

As eleições legislativas estavam marcadas para 18 de Novembro, mas foram adiadas em virtude de o recenseamento estar ainda em curso.

Não há data marcada para o pleito eleitoral.

VOA

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