sexta-feira, 4 de julho de 2014

Guiné Novo governo de Bissau integrado maioritariamente por figuras do PAIGC


O novo Governo constitucional da Guiné-Bissau hoje anunciado é integrado na sua maioria por figuras do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), mas também por elementos de partidos da oposição.

Governo da Guiné-Bissau não se limita ao PAIGC

Entrada em funções do executivo liderado por Simões Pereira completa formalmente regresso à democracia, após o golpe de 2012. Pasta da Defesa foi entregue a uma médica militar.


O novo Governo da Guiné-Bissau liderado pelo PAIGC (Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde), que tem maioria absoluta, inclui representantes da segunda força política do país, o PRS (Partido da Renovação Social), de pequenas forças partidárias e independentes. A sua entrada em funções completa formalmente o processo de regresso à democracia, após o golpe de Estado de Abril de 2012.

Entre os 16 ministros e 15 secretários de Estado do Governo liderado por Domingos Simões Pereira – cuja composição foi na tarde desta sexta-feira anunciada por decreto presidencial – está o secretário-geral do PRS, Florentino Pereira, como ministro da Energia e Indústria.

A segunda figura do excecutivo é Baciro Djá, ministro da Defesa do primeiro-ministro Gomes Júnior, derrubado há dois anos pelos militares, que ocupará a pasta da Presidência e Assuntos Parlamentares.O ministro da Economia e Finanças é Geraldo Martins, ministro da Educação entre 2001 e 2003 e quadro do Banco Mundial. Os Negócios Estrangeiros foram confiados a Mário Lopes da Rosa, membro do PAIGC e ministro das Pescas do governo de transição, que agora cessa funções.

A delicada pasta da Defesa foi entregue a uma mulher, Cadi Mané, médica militar. Carmelita Pires, do pequeno Partido Unido Social-Democrático, que se distinguiu no combate ao narcotráfico, regressa ao cargo de ministro da Justiça, que ocupou entre 2007 e 2009.

Na campanha eleitoral, o primeiro-ministro Simões Pereira, 50 anos, antigo secretário executivo da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa, tinha confidenciado a intenção de incluir no Executivo políticos não pertencentes ao PAIGC, que nas eleições do passado mês de Abril elegeu 57 dos 102 deputados da Assembleia Nacional Popular.

“Com a minha tomada de posse começa a tocar no sentido regressivo o relógio do período que pedimos para, em quatro anos mudarmos a sorte e o destino desta nação. Que Deus nos ajude e abençoe a Guiné-Bissau”, disse, citado pela agência guineense ANG, na quinta-feira, quando foi empossado.

O Presidente da República, José Mário Vaz, pediu-lhe “acção urgente” para retirar da “insustentável letargia” em que se encontra um país que, nos últimos anos, foi notícia quase só por más razões – pela violência político-militar, por assassinatos e golpes de Estado e por se ter tornado plataforma do tráfico internacional de droga. Para o regresso à democracia contribuíram a pressão internacional, o isolamento das autoridades pós-golpe e as dificuldades financeiras.

Um das incertezas do processo político guineense continua a ser o relacionamento entre o poder político e os militares que há dois anos derrubaram o Governo constitucional do então primeiro-ministro, Carlos Gomes Júnior, Cadogo, à época líder do PAIGC, num golpe liderado por António Indjai, que permanece na chefia das Forças Armadas. Na campanha eleitoral Simões Pereira procurar tranquilizar a cúpula militar anunciado que não haveria “caça às bruxas”.  

 Gomes Júnior, que tinha vencido a primeira volta das presidenciais, está exilado e viu a sua candidatura presidencial inviabilizada pelo partido a que pertence, para não hostilizar a hierarquia militar. Do seu governo fazia parte, como ministro das Finanças, o novo Presidente da República, José Mário Vaz, que tomou posse na semana passada.
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Novo executivo de Primeiro-Ministro Domingos Simões Pereira

O governo da Guiné-Bissau foi anunciado hoje, sexta-feira, um dia depois do empossamento de Domingos Simões Pereira como o novo primeiro-ministro do país.

O decreto do presidente guineense, José Mário Vaz, foi tornado público e o novo executivo de Domingos Simões Pereira conta com 16 ministérios, e 15 secretarias de Estado. Num total de 31 pastas, 5 são mulheres (ministras) e uma Secretária de Estado.

Ministros:

Baciro Dja, Ministro da Presidência do Conselho de Ministros e dos Assuntos Parlamentares
Botche Candé, Ministro da Administração Interna
Mario Lopes da Rosa, Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades 
Daniel Gomes, Ministro dos Recursos Naturais 
Geraldo Martins, Ministro da Economia e Finanças 
Cadi Mané, Ministra da Defesa Nacional
José António Almeida, Ministro das Obras Publicas, Construções e Urbanismo
Valentina Mendes, Ministra da Saúde Publica
Odete Semedo, Ministra da Educação Nacional
João Aníbal Pereira, Ministra da Agricultura e Desenvolvimento Rural
Bilony Nhassé, Ministra da Mulher, Família e Coesão Social
Florentino Mendes Pereira, Ministro da Energia e Industria 
Carmelita Pires, Ministra da Justiça
Agenlo Regala, Ministro da Comunicação Social
Ademiro Nelson Belo, Ministro da Função Publica e Reforma Administrativa
António Serifo Embalo, Ministro do Comerico e Artesanato 

Secretários de Estado:

Tomas Barbosa, Secretario de Estado da Juventude, Cultura e Desporto
Barros Bacar Banjai, Secretario de Estado do Ambiente
Vicente Fernandes, Secretario de Estado do Turismo
João Bernardo Vieira, Secretario de Estado dos Transportes e Comunicações
Ildefonso de Barros, Secretario de Estado das Pescas e Economia Marítima
Idelfrides Gomes Fernandes, Secretario de Estado da Cooperação Internacional e das Comunidades
José Dju, Secretario de Estado do Tesouro
Tomasia Manjuba, Secretaria de Estado do Orçamento e Assuntos e Fiscais
Degol Mendes, Secretario de Estado do Plano e Integração Regional
Domenico Sanca, Secretario de Estado da Ordem Publica
Abu Camará, Secretario de Estado do Ordenamento e administração do Território
Carlos Nhaté, Secretario de Estado dos Combatentes da Liberdade da Pátria
Fernando Dias, Secretario de Estado do Ensino e investigação Cientifica
Domingos Malú, Secretario de Estado da Gestão Hospitalar
Filipe Quessangue, Secretario de Estado da Segurança Alimentar

Domingos Simões Pereira é o novo primeiro-minsitro da Guiné-Bissau


O chefe de Estado guineense garante todo o apoio ao Governo e quer que Domingos Simões Pereira apresente o mais urgentemente possível o seu elenco governativo.

O novo primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Domingos Simões Pereira, tomou posse hoje.

A cerimónia decorreu no palácio presidencial na presença de várias individualidades nacionais e internacionais que assim quiseram testemunhar o regresso em plenitude à ordem constitucional no país.

Na sua intervenção, o Presidente da Republica José Mário Vaz começou por contextualizar o quadro politico da nomeação de Simões Pereira para o cargo do primeiro-ministro na sequência das eleições legislativas de Abril.

O chefe de Estado guineense garantiu todo apoio ao Governo emergente, daí ter instado Domingos Simões Pereira a apresentar o mais urgente possível o seu elenco governamental. 

Com a promessa de traçar os eixos prioritários da sua administração após a nomeação por decreto presidencial e consequente tomada de posse dos novos membros do Governo, que poderá acontecer nas próximas horas, o primeiro-ministro agora empossado, descreveu o significado do dia de hoje
VOA

GUINÉ-BISSAU: IMPASSE ENTRE JOSÉ MÁRIO VAZ E DOMINGOS SIMÕES PEREIRA NA ORIGEM DO ATRASO NA FORMAÇÃO DO GOVERNO


Bissau (GBissau, 3 de Julho de 2014) - Um aparente braço-de-ferro entre o Presidente da República, José Mário Vaz e o primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira, envolvendo alguns nomes propostos para cargos governamentais,  pode  ter estado  na origem do atraso no anúncio da composição do novo elenco governamental da Guiné-Bissau.