sexta-feira, 22 de março de 2019

Militares têm ordens para disparar nas manifestações em França

Ministro do Interior, Christophe Castaner, no conselho de crise com o Presidente Macron, após violência nos Campos Elísios.  Christophe Petit Tesson/Pool via REUTERS

Na véspera de mais um sábado de manifestações de coletes amarelos em França, nova disfunção entre o governo, oposição, polícia e militares, após o ministro do Interior, ter anunciado que militares vão trabalhar com a polícia de ordem pública. Do seu lado, o governador militar de Paris, afirmou hoje que os militares estão autorizados a disparar se forem atacados.

A contribuição do exército francês durante as manifestações de amanhã dos coletes amarelos está a suscitar indignação entre partidos da oposição e associações dos direitos humanos.

É que hoje veio o governador militar de Paris, Bruno Leray, evocar a possibilidade dos soldados disparar ou  "abrir fogo" durante as manifestações de amanhã.

"As ordens dadas são extremamente precisas. Os soldados dispõem de diferentes meios de acção frente a qualquer ameaça; meios que podem ir até à abertura de fogo. Os soldados podem responder de maneira proporcionada", sublinhou o governador-general. 

Isto depois do governo, através do seu Ministro do Interior, Castaner, ter anunciado ontem a mobilização de militares da operação anti-terrorista Sentinela, ao lado da polícia de ordem pública e segurança, durante as manifestações.

Sem dizer, que o governo, já tinha proíbido manifestações nos Campos Elísios e nos principais bairros de Paris, em torno de instituições da República, para não se repetir a violência de extremistas, sobretudo, dos Black Blocs, da extrema esquerda, no sábado passado na bela avenida da capital francesa. 

Na oposição, o deputado dos Republicanos, Eric Ciotti, reagiu, dizendo: "em 2017 Emmanuel Macron prometia apaziguar a França, mas em 2019, ele mobiliza a força Sentinela, sem advertir o chefe do Estado Maior dos Exércitos, e deixa entender que os militares poderão disparar contra manifestantes.

Enfim, o líder da França Insubmissa e antigo candidato presidencial, Jean-Luc Mélenchon, pediu hoje  "solenemente", ao primeiro-ministro, Edouard Philippe, para comparecer perante o Parlamento e explicar à nação o porquê desta "declaração de mobilização militar tão aventureira como perigosa".

De recordar, que a França, foi criticada pelo Conselho dos direitos da ONU e pelo Conselho da Europa, guardião das liberdades dos países membros, por causa da violência durante as manifestações, sobretudo, da violência da polícia.  

Esperemos para ver como vai ser o dia de amanhã nas manifestações dos coletes amarelos em toda a França.

pt.rfi.fr

Little King


"RAMOS DO MESMO TRONCO"


Numa altura em que a proclamação da força da nossa União foi posta em causa e de que maneira, por interesses mesquinhos alheios aos de um povo;

Numa altura em que os valores que nortearam a criação da nossa nação são constantemente desrespeitados, com apelos à violência a surgirem a cada dia que passa. Valores e ideais que custaram sangue e suor aos nossos valentes irmãos guineenses;

Numa altura em que o futuro do país está fortemente comprometido e a pobreza a ceifar vidas no seio da população, que não tem outra alternativa, sem outro tecto, sem plano B, e começa a dar sinais de desespero;

Eis que surge no meio de tamanha confusão e desespero um verdadeiro factor de União e Coesão Nacionais - a selecção nacional de futebol.

No meio de toda essa trapalhada situação política, os Djurtus, mais uma vez, irão proporcionar aos guineenses, neste sábado dia 23, uma oportunidade de reafirmamos que a força da nossa União é mais forte e coesa do que qualquer partido político, grupos étnicos, religião ou facções.

Eu, sou do Sporting, tu és do Benfica, ele é do Porto e eles ali são do Barcelona, Real, Liverpool ou Manchester United, mas todos nós respondemos pela mesma bandeira que está a flutuar nos céus e nos nossos corações. Ou seja todos nós somos Djurtus. Somos uma equipa e uma nação.

Não importa o resultado do jogo. Não importa, por agora, se vão jogar bem ou mal, importa, sim, essa força de unidade nacional que a selecção transmite e proporciona. Mais do que um resultado desportivo está um país Unido à volta da causa nacional.

Devemos aproveitar o vento da União que a selecção leva consigo à Guiné-Bissau para juntarmos as mãos e elevar o nível de vida dos mais carenciados e, consequentemente, desenvolver projectos que venham mudar de forma concreta a vida dos guineenses. Devemos aproveitar esse legado deixado pelos jogadores da selecção para colocar de lado as nossas ambições pessoais e colocar a Guiné-Bissau acima de tudo. Primeiro, segundo e terceiro. Quiçá, só assim, seremos os “suíços de Africa” como outrora éramos apelidados.

Todos os sonhos são possíveis até que "Djurtus" seja campeão!





 










Texto: BRAIMA DARAME
FOTOS: ALBANO BARAI

Braima Darame

Condecorar polícia envolvida na maior apreensão de droga na Guiné-Bissau

Em Conselho de Ministros, o Governo decide condecorar a Polícia Judiciária e os Serviços Secretos Francês e Inglês pela histórica operação de apreensão de 800 kg de cocaína pura, e encoraja a prosseguir de forma implacável, o combate ao tráfico de droga no país.





Aliu Cande

MADEM-G15 CONSIDERA FRÁGIL O ACORDO DE INCIDÊNCIA PARLAMENTAR RUBRICADO ENTRE QUATROS PARTIDOS GUINEENSES

O segundo vice-coordenador do Movimento para a Alternância Democrática da Guiné-Bissau (MADEM- G15), considera de frágil o acordo de incidência parlamentar rubricado entre quatros partidos políticos da Guiné-Bissau para obterem maioria no parlamento.

A posição de Umaro Sissoco Embaló, foi transmitida à imprensa esta sexta-feira, 22 de março de 2019, no aeroporto internacional “Osvaldo Vieira”, em Bissau, de regresso do Senegal, no qual diz respeito ao entendimento alcançado, mas fez lembrar que é importante incluir os restantes partidos que participaram nas legislativas de 10 março último.

“A maior arma de um homem é saber ouvir os outros nas suas divergências e ideias, porque se fosse o MADEM que ganhou as eleições legislativas mesmo com 70%, convocaria os restantes partidos na busca de solução viável para a Guiné-Bissau”, argumentou Sissoco Embaló.

Aos jornalistas, Embaló, que foi primeiro-ministro guineense, afirmou que os resultados das eleições legislativas demonstram claramente que é fundamental os esforços de todos atores na busca de solução para crise política do país.

O acordo assinado entre o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), a Assembleia do Povo Unido (APU-PDGB), a União para a Mudança (UM) e o Partido Nova Democracia (PND), prevê entre outros, o estabelecimento de um acordo de incidência parlamentar para a estabilidade governativa, entendimento e no consenso Assembleia Nacional Popular, em torno das grandes reformas políticas nos próximos quatros anos.

Perante este cenário, o antigo governante revela que o seu partido vai estar no parlamento para fazer uma oposição séria, embora tenha disponibilidade para aprovar qualquer programa sustentável para a Guiné-Bissau.

Questionado pela imprensa sobre uma possível candidatura as presidenciais, Embaló, voltou a admitir esta possibilidade, contudo frisou que não confirma nada, mas também não desmente.

O acordo prevê igualmente a formação de um Governo inclusivo que reflita o presente entendimento entre as partes, mas também permitir fazer reformas politicas e institucionais ao normal funcionamento do Estado de Direito Democrático.

Segundo os resultados definitivos das eleições legislativas de 10 de março na Guiné-Bissau, divulgados na sexta-feira pela Comissão Nacional de Eleições, o PAIGC obteve 47 deputados, o Movimento para a Alternância Democrática (MADEM-G15) 27, o Partido de Renovação Social (PRS) 21, a APU-PDGB cinco e a UM e o PND elegeram um deputado, cada um.   

Por: Alison Cabral

radiojovem.info

Campanha de caju 2019 - ANAG pede calma aos associados

Bissau, 22 mar 19 (ANG) – O Presidente da Associação Nacional dos Agricultores da Guiné (ANAG), pediu calma aos agricultores, devido aquilo que chama de desinformação ou seja uma “exposição de má-fé”, referente ao  anúncio do boicote da presente campanha de comercialização da castanha de caju pela Associação dos Importadores e Exportadores da Guiné-Bissau.

Jaime Boles Gomes que falava hoje em exclusivo à Agência de Notícias da Guiné (ANG) sobre as perspectivas da presente campanha, afirmou que o desvio do dinheiro do Fundo Nacional de  Promoção Industrial (FUNPI) não pode por em causa a quotização de 20 francos por cada quilo de castanha a exportar, proposta pela Agência Nacional de Cajú da Guiné-Bissau (ANCA-GB).

Por isso, Jaime Boles Gomes considera de má-fé o boicote da campanha, porque esta organização tem o seu representante ou seja faz parte do Conselho Geral da ANCA-GB.

Boles  acrescentando que, se há problema, deve ser tratado numa das reuniões do referido Conselho e não anunciar o boicote de forma unilateral.      

O líder da Associação dos agricultores avisou que, quem não quer participar no actual processo de comercialização de caju que deixe, salientando que qualquer interveniente na fileira de cajú tem que contribuir com o referido 20 francos para permitir a implementação do plano de investimento apresentado pela ANCA-GB.

O Presidente da ANAG garantiu que a presente campanha será melhor em relação a do ano passado.

Quanto ao Relatório de Contas da Agência Nacional de Caju (ANCA) cuja apresentação é exigida pela  Associação dos Importadores e Exportadores , revelou que o referido documento chegou de ser apresentado pela primeira direcção daquela instituição, frisando que até fora apresentado um  Plano de Investimento, no qual a ANAG devia beneficiar de cerca 2.000 bolsas de formações para os seus associados.

“O desenvolvimento de qualquer actividade não depende dos homens, mas sim da sua capacidade intelectual científica e financeira, porque não podemos ter a castanha de caju há muito tempo como um produto estratégico ou seja o ouro mas não beneficia os agricultores”, disse.

Jaime Boles Gomes considerou de grave o comportamento dos guineenses em pretender apenas ganhar dinheiro na fileira de caju, sem nunca investir um tostão nela.

Falou da necessidade do envolvimento de todos para melhorar as plantações de caju que, no momento, estão a ser atacadas por pragas, acrescentando que essa situação já desperta interesse de muita gente e sobretudo dos políticos.

O presidente da ANAG abordou a necessidade de sensibilizar os produtores sobre  como devem preservar o meio ambiente, reduzindo hectares de plantação de caju.

Apela aos agricultores para não receberem um quilo de arroz em troca de dois quilos de caju, adiantando que devem esperar pelo anúncio oficial do preço e o acordo deve ser alterado em conformidade com o valor indicado pelo governo.

A castanha de caju é o principal produto de exportação da Guiné-Bissau.

ANG/LPG/AC//SG

Deputados da décima legislatura tomam posse a 18 de Abril, noticia a Rádio Nacional,

Noticiou hoje a Rádio Nacional citando o Presidente da Comissão Nacional das Eleições-CNE, JOSÉ PEDRO SAMBÚ à saída de um encontro com o Presidente cessante da Assembleia Nacional Popular-ANP, CIPRIANO CASSAMA, dando conta de reuniões de concertação para a tomada de posse de Novo Parlamento já no dia 18 de Abril.


Aliu Cande

Médicos portugueses usam lanterna do telemóvel em operação na Guiné


Estavam em plena cirurgia a uma hérnia inguinal quando falhou a energia elétrica. O resto da operação teve de ser feita com recurso aos telemóveis dos médicos e enfermeiros, para iluminar a sala, e a baterias, para alimentar alguns equipamentos. Mesmo assim, correu bem.

Esta foi uma das muitas peripécias vividas pelos onze profissionais de saúde dos hospitais de Aveiro e de Famalicão que acabam de regressar da missão humanitária "Rumo à Guiné". Ao longo de duas semanas realizaram 140 cirurgias gerais e de ortopedia (várias dezenas das quais a crianças) e centenas de consultas, no Simão Mendes, o maior hospital da Guiné-Bissau.

VIERAM DE TODO O PAÍS

Entre os doentes estavam "pessoas à espera há mais de um ano" para corrigir artroses do fémur ou úmero e doentes internados há meses. Um deles aguardava há três meses para tratar fraturas do fémur e antebraço e "estava para ser enviado para Portugal", conta a ortopedista Suzana Valente. Os médicos e enfermeiros ficaram num hotel a poucos metros do hospital e trabalharam "10 a 12 horas por dia", a operar e a dar formação, conta o anestesista Nuno Fernandes.

Quando souberam da missão, as pessoas "saíram de vários pontos do país" para pedir ajuda, frisa José Manuel In-Uba, o médico guineense que trabalha no hospital de Aveiro, mas não esqueceu a terra natal. Foi ele que lançou o repto aos colegas portugueses e que levou a esta missão.

Alguns dos doentes "saíram de aldeias e perderam-se na cidade, sem conseguir encontrar o hospital", referiu um elemento da missão ao JN. Outros não puderam ser atendidos. "Ficou muito por fazer", desabafa o enfermeiro José Sousa.


O último dia foi abalado pelo choque entre um camião e um autocarro. Doze morreram. Duas dezenas de vítimas foram assistidas.

Acreditam que os ensinamentos que deixaram, na área da higienização, controlo de infeção e técnicas médicas são "sementes" que ajudarão os médicos guineenses a "atuar em situações mais complexas", diz Suzana Valente. Mas agora querem ajudar essas sementes a germinar e, por isso, para além de se irem inteirando do estado dos doentes que trataram, muitos já começam a sonhar com novas ações. Que ajudem os doentes queimados, que "chocaram" José, e os meninos com pés deformados, que comoveram Suzana. E que deem novo alento aos profissionais de saúde com "vontade de aprender" que surpreenderam Nuno. E porque já têm uma "ligação umbilical", como lhe chamou Sousa, ao povo da Guiné.

jn.pt

CONVERSAS À QUINTA - Porque é tão difícil ter um governo estável na Guiné-Bissau?


O PAIGC ganhou as eleições mas não é certo que consiga ser governo. Num país feito de etnias rivais e sem unidade religiosa ou linguística, teimará a estabilidade política em ser miragem inatingível?
                            

Fonte: Observador

ENTREVISTA - Guiné-Bissau: Há sempre um risco de repetição da crise política, considera Aristides Gomes


Na recta final do mandato como chefe do Governo, Aristides Gomes em entrevista exclusiva à e-Global afirmou que a realização das eleições legislativas foi a principal missão na sua legislatura. “Pela primeira vez fizemos eleições na base de um recenseamento biométrico, um recenseamento muito fiável, num clima de tensão extrema e depois de uma crise política que durou vários anos. Uma crise política que provocou uma cisão no maior partido, PAIGC, mas também provocou uma ruptura entre o Presidente da República, que tinha sido eleito com as cores do PAIGC”, bem como “num contexto de ruptura de uma coligação que estava no governo. Portanto, uma ruptura entre PAIGC e o PRS”. A esta delicada situação junta-se um ambiente em que na Guiné-Bissau “as forças da defesa e segurança que se inscrevem numa tradição de Golpes de Estado”.

“Havia muitos ingredientes para uma explosão política com consequências graves. Era este o contexto em que se pretendia organizar as eleições legislativas. Não se conseguia fazer as pessoas entenderem-se, os partidos entenderem-se”, e por isso foi necessário o recurso e mediação da Comunidade Internacional “de modo que restabelecer o diálogo era uma tarefa bastante árdua”. No entanto “os partidos acabaram por dar provas de uma certa contenção e realismo”.

“Tendo em conta este contexto, nós tivemos que negociar tudo. Negociar até o que em princípio devia ser uma coisa evidente”, tais como procedimentos básicos no processo de recenseamento que geravam “muitas desconfianças”. “Fomos avançando num clima de desconfiança extrema, de modo que tínhamos negociações todos os dias com todos os partidos”, conta Aristides Gomes.

“Mas enfim, lá conseguimos fazer o recenseamento e passar às eleições. Podemos dizer que o balanço do Governo começa por ser um balanço em que nós tivemos a possibilidade de marcar uma tradição, a tradição de negociar com toda gente, de fazer baixar os ânimos, de mostrar que temos potencialidades e que temos quadros que podem ter uma certa objectividade na resolução dos problemas”, defende o chefe do Governo.

Ruptura com o mono partidarismo e a bipolarização

Sobre os resultados das eleições legislativas, Aristides Gomes considera que a Guiné Bissau está “numa situação de transformações políticas” e “há um processo de ruptura não só com o mono partidarismo” mas também “uma ruptura com a bipolarização”.

“Surgem mais dois partidos na cena que constituem mais ou menos uma espécie de uma implosão no PAIGC e no PRS. Portanto, houve uma implosão do eleitorado do PAIGC, mas também houve uma implosão do eleitorado do PRS”, que Aristides Gomes considera ser um “processo normal”.

Segundo a análise do primeiro-ministro, a implosão do PAIGC começou nos anos 90. “O PAIGC perdeu o eleitorado de origem Balanta e houve um grande choque que levou a implosão do eleitorado Mandinga. Mas, por outro lado, o PAIGC continua a afirmar-se como um partido da universalidade étnica da Guiné-Bissau” sendo aquele “que ainda reagrupa o maior número de pessoas provenientes de diferentes etnias”. Por este motivo “o PAIGC ganhou em todas as cidades, porque o fenómeno urbano é precisamente o fenómeno da maior integração, o fenómeno de uma universalidade em termos de composição das populações. Portanto, em todas as cidades, em Bissau que é o centro mais urbanizado, o PAIGC consegue mais de 95% do sufrágio. Isso é encorajador, quer dizer que é um partido que ainda tem futuro. É um partido que se inscreve na evolução normal na nossa sociedade”.

Aristides Gomes afirma também que o seu governo “não teve muito tempo” de existência para poder apresentar um balanço, para além do recenseamento e das eleições, mesmo assim destaca a acção do seu governo no funcionamento do Estado com a melhoria das “condições de trabalho e de existência dos funcionários de Estado” assim como o estabelecimento de um salário mínimo para a função pública que resultou num aumento de mais de 80%, passando de 29.000 Cfa a 50.000 Cfa.

Aristides Gomes afirma também que o seu governo criou condições para romper “com a miséria que existia na produção eléctrica” e abriu “a perspectiva para que haja mais confiança interna e externa no investimento na Guiné-Bissau”.

Romper com a ideia da Guiné-Bissau ser um Narcoestado

Para Aristides Gomes a apreensão de cerca dos 789 quilogramas de cocaína na véspera das eleições legislativas “mostra precisamente que a Guiné-Bissau está a romper com a ideia em como poderia ser um narcoestado”. Segundo o primeiro-ministro a qualificação da Guiné-Bissau como um “narcoestado” é “uma designação incorrecta”. A Guiné-Bissau “nunca chegou a ser atingida a esse nível. O narcoestado é um Estado que produz a cocaína e outras drogas. Nós sabemos quais são os Estados de onde se produz. Eu penso que essa designação é uma designação infeliz, de certos países que não estão muito atentos. Os verdadeiros observadores, aqueles que trabalham de facto nesta matéria reconheceram sempre que a Guiné-Bissau finalmente não era um dos principais países de passagem da droga”.

Risco de repetição da crise política

Aristides Gomes reconhece que “há uma repetição” do ambiente que levou à crise politica com o PAIGC, liderado por Domingos Simões Pereira, como o partido mais votado nas eleições legislativas e estando na Presidência José Mário Vaz, as duas personagens políticas que estiveram no centro da crise que iniciou em 2015.

“Acho que há uma repetição de facto”, considera Aristides Gomes, mas “este é o segundo acto”. No segundo acto, as “duas personalidades tiveram um determinado tempo e experiência para apreciarem melhor aquilo que se passou e por conseguinte podem ter uma reacção diferente no resto da peça. O público, quer dizer a nossa sociedade, e a própria Comunidade Internacional também têm maiores capacidades para ficarem vigilantes, porque já viram o primeiro acto. O segundo acto pode ser visto com olhos diferentes e com uma vigilância diferente. Portanto, eu penso que o segundo acto pode ser melhor”.

No entanto, Aristides Gomes reconhece que há “sempre um risco” para uma repetição da crise. “O risco zero não existe sobretudo num contexto em que a Guiné-Bissau tem problemas estruturais que levam à crise. A crise não se resume aos actores que estão em presença, mas há um contexto do próprio cenário. Nós precisamos de reformar as nossas instituições. Precisamos de fazer alguma coisa para que a nossa Constituição seja muito melhor gerida. Nós precisamos de fazer reformas nos sectores da Defesa e Segurança. Nós precisamos de melhores condições para o investimento. Enfim, há todo um conjunto de coisas que favorecem a explosão de crise. Assim, não é só a questão de duas personalidades”.

Sobre o risco de o Presidente da Republica não convidar Domingos Simões Pereira, líder do partido mais votado, a formar Governo, Aristides Gomes considera que “há sempre essa possibilidade. Mas é uma possibilidade que vai criar mais problemas do que resolver problemas”.

“Eu não penso que o Presidente da República, depois daquilo que se passou, tenha, enfim, essa motivação. Não penso. Como eu disse, o acto dois da mesma peça vai realizar-se num contexto diferente com uma experiência diferente dos actores, mas também com uma nova visão daqueles que vão observar esse acto”, considera o primeiro-ministro Aristides Gomes.

Aristides Gomes candidato à Presidência da República?

Vários rumores que circulam em Bissau apontam que o actual primeiro-ministro será candidato à Presidência da República, um assunto que Aristides Gomes tentou contornar. “Não tenho pressa nesse aspecto. Aprendi a não forçar as situações, porque não depende só de mim, depende das forças que estão em presença”.

Porém não excluiu poder ser candidato em primárias no PAIGC para a eleição do candidato do partido à eleição presidencial. Mas, “depende da maneira como as primárias forem feitas e em que bases. Se é para debater as ideias eu estaria disposto, porque eu estou nessa tradição, sempre fiz política para defender as ideias. Comecei a fazer a política numa época em que se debatiam ideias. Tudo partia de ideias. Mas hoje não é assim. Por isso que eu digo que depende da situação. Se o processo não assumir a característica da ideia aí não teria muito interesse para mim e continuaria a fazer a minha vida profissional”, diz Aristides Gomes reconhecendo que poderá ser um “potencial” candidato nas primárias no PAIGC.

Para Aristides Gomes a política “perdeu muita nobreza nos últimos anos” na Guiné-Bissau, e há formas de “fazer a política que já não suscita” no chefe do Governo “grande entusiasmo”. “Para mim, são menos nobres. Eu sempre trabalhei politicamente no âmbito de uma visão universal de querer transformar o meu país. Mas, nos últimos anos faz-se política mais para resolver os problemas pessoais”, acusa Aristides Gomes.

© e-Global Notícias em Português

Prisão de Michel Temer confirma: Dilma foi golpeada pela quadrilha mais perigosa do Brasil


Em delação premiada que embasou a prisão de Michel Temer, o operador financeiro Lúcio Funaro também afirmou que, após romper com o governo Dilma, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ) "pautou e liderou" a votação do impeachment dela, inocentada tanto pelo Ministério Público Federal quanto por uma perícia do Senado; o operador disse, ainda, que recebeu uma mensagem do emedebista perguntando se ele teria disponibilidade de recursos para comprar os votos necessários dos parlamentares com o objetivo de aceitarem o afastamento da então presidente.

Em delação premiada que embasou a prisão de Michel Temer, o operador financeiro Lúcio Funaro também afirmou que, após romper com o governo Dilma, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (MDB-RJ) "pautou e liderou" a votação do impeachment dela, inocentada tanto pelo Ministério Público Federal quanto por uma perícia do Senado.

O operador disse, ainda, que recebeu uma mensagem de Cunha perguntando se ele  teria disponibilidade de recursos para poder comprar os votos necessários dos parlamentares para aceitarem o afastamento da então presidente. 

Funaro não citou valores, mas diz que disponibilizou dinheiro para o deputado. E acusa Cunha de tramar diariamente a aprovação do impedimento da petista.

Além das delações de Funaro, a PF encontrou planilhas fornecidas pelos doleiros Vinícius Claret, o Juca Bala, e Claudio Barbosa, o Toni, para basear a prisão de Temer. Aparecem transferências para Altair Alves Pinto, apontado como operador do ex-deputado Eduardo Cunha (MDB-RJ).

De acordo com os doleiros, Altair era "o homem da mala" que repassava dinheiro para Cunha e para Temer; em delação, o empresário José Antunes Sobrinho, ligado à Engevix, também falou em acordo sobre "pagamentos indevidos que somam R$ 1,1 milhão, em 2014, solicitados por João Baptista Lima Filho e pelo ministro Moreira Franco, com anuência de Temer".

Brasil 247

sganoticias.com.br

ALERTA TAP -ESCÂNDALO

BISSAU e CABO VERDE
Se a sua bagagem de mão não couber aqui (foto) PAGA 150 euros (CENTO E CINQUENTA EUROS) para levar a maleta de mão!
SÓ para BISSAU e CABO VERDE! 
Para qualquer OUTRO destino NADA tem a pagar!
Isto é um ESCÂNDALO, uma pouca vergonha sem justificação!
Depois admiram-se de tantas reclamações...
DISCRIMINAM os PASSAGEIROS? 
Eu sou TESTEMUNHA. Nem queria acreditar!


Fonte: Joao Diogo