domingo, 29 de outubro de 2023

“Outubro de Rosa”: ATIVISTAS DIZEM QUE VIVER COM CÂNCER É UM DILEMA E ATRASOS NA JUNTA MÉDICA MATA DOENTES

O DEMOCRATA  28/10/2023 

As ativistas envolvidas na luta contra o câncer afirmaram que viver com essa “doença maligna” na Guiné-Bissau “é um dilema e incertezas constantes” e mostraram-se apreensivas quanto à morosidade nos processos de junta médica, o que está a matar a cada dia pacientes desta doença no país, visto que a Guiné Bissau não possui de equipamentos nem médicos especialistas para diagnosticar e tratar a doença, que exige uma série de exames que confirmam o câncer.

A Guiné-Bissau não tem condições técnicas para fazer os exames para comprovar se a pessoa tem ou não o cancro de mama, razão pela qual a maioria de pessoas, particularmente aquelas que têm condições financeiras, recorrem ao Senegal, sobretudo ao hospital de Ziguinchor para as consultas e para os exames médicos.

Em entrevista ao Jornal O Democrata para falar da doença na Guiné-Bissau, no âmbito de outubro de rosa (2023), as ativistas interpeladas afirmaram que a passividade que se vive no concernente à doença revela que há uma falta de proatividade das autoridades nacionais em relação aos problemas oncológicos e disseram desconhecer qualquer plano estratégico de luta contra o cancro no país.

Criticaram que em pleno século XXI, a Guiné Bissau não tenha sequer máquinas para mamografias, exames primordiais para a detecção de um nódulo na mama nos principais centros hospitalares públicos do país.

ATIVISTA AFIRMA QUE O CÂNCER NÃO É APENAS UM TABU, COMO É CONOTADO À FEITIÇARIA

Instada a falar da situação da doença no país, Aissato Dabó, fundadora e a idealizadora da Liga contra o câncer, afirmou que o cancro na Guiné-Bissau não é apenas   um tabu, como também é conotado à feitiçaria, o que muitas vezes leva as mulheres a recorrerem a um “curandeiro” quando sentem um nódulo na mama ao invés de irem ao hospital.

Aissato Dabó disse que “é um dilema e incertezas constantes” viver com um câncer na Guiné-Bissau, porque” os doentes oncológicos vivem à sua mercê, infelizmente”.

“Tive o privilégio de fazer parte de uma empresa socialmente responsável e preocupada com a saúde dos seus colaboradores, que serviu de ponte importante para o meu tratamento.Obviamente que quem trabalha também tem os seus seguros e planos de saúde que ajudam nesse tipo de casos. Tenho tido apoio da minha família em todos os aspetos afetivo, emocional e financeiro. Felizmente, nem sei dizer quanto foi gasto em todo esse processo, mas com muita certeza é muito dinheiro”, afirmou.

Disse que a maior parte dos doentes, ao serem-lhes anunciado que estão com suspeitas de cancro e que não existem aparelhos para confirmar a doença, começam logo a contagem regressiva das suas vidas, pois “uma boa parte não tem condições financeiras para sair do país para procurar ajuda”.

“No país, para além de não termos capacidade de resposta à situação do cancro, não existem técnicos especializados na área da oncologia, que poderiam, pelo menos, ajudar a orientar os pacientes”, disse e lamentou que tenha havido falta de comunicação e de sensibilização que pudesse ajudar a informar as populações, em todo território nacional, sobre a realidade do cancro, ensinar-lhes a melhor conhecerem os sinais e os eventuais sintomas.

“Não precisamos apenas de técnicos especialistas para ensinar as técnicas de autoexame. Essa técnica simples hoje em dia nos outros países, já não é apenas do domínio médico ou dos técnicos de saúde, mas também de toda a gente. As pessoas   têm de conhecer o seu corpo. Se notarem algo diferente devem recorrer logo à ajuda médica”, enfatizou.

“De momento, quando decidem ir ao hospital, já não se pode fazer nada, porque a doença se encontra numa fase muito avançada e o doente fica na fase de paliativa e de finitude. Esses casos, sim, são tratados na Guiné-Bissau”, informou.

Aissato Dabó revelou que sentiu o seu primeiro nódulo na mama em 2011 quando estava a tomar banho, mas achou que era normal, por isso nem se preocupou com a diferença que tinha na mama. Contudo, foi descoberto que tinha um nódulo na mama através de um programa “visita médica anual”, que consiste em realizar uma espécie de check-up aos trabalhadores da empresa onde trabalha.

“Foi em 2011, num dia normal como qualquer outro. Estava a tomar banho e quando passei a mão na mama senti um nódulo, obviamente achei que fosse normal nem me preocupei muito.  Trabalho numa empresa que tem uma política de responsabilidade social não só virada para a população da Guiné-Bissau, mas também para os seus colaboradores. Foi nesse âmbito que veio ao país uma equipe de médicos no quadro de um programa de visita médica anual, que consiste em realizar uma espécie de check-up aos trabalhadores da empresa. Foi então nesse programa que foi descoberto que o nódulo que apresentava era um cancro. A partir desse anúncio, comecei a encarar a realidade do que é um cancro, uma doença da qual era totalmente leiga, mas agora sei como é ser um doente oncológico”, detalhou.

Criticou que em pleno século XXI, a Guiné Bissau não tenha sequer máquinas para mamografias, exames primordiais para a detecção de nódulos na mama, nos principais centros hospitalares públicos do país.

AISSATO DABÓ: “ESSA ATITUDE REVELA UMA FALTA DE PROATIVIDADE DAS AUTORIDADES“

Aissato Dabó disse que essa atitude revela que há uma falta de proatividade das autoridades nacionais em relação aos problemas oncológicos e disse desconhecer de qualquer plano estratégico de luta contra o cancro no país.

“Não existem dados estatísticos no país, não se sabe quantos casos suspeitos são diagnosticados por ano no nosso país, quantos óbitos etc…, mas isso não significa que as pessoas não tenham cancro na Guiné-Bissau. Entre 5 pessoas, 3 já viveram ou conhecem alguém que passou e/ou passa ou morreu de cancro. Por isso é importante criar condições e políticas viradas às doenças oncológicas”, indicou.

Defendeu neste particular que é preciso apostar na comunicação e consciencialização sobre a doença, não só no mês de outubro, mas durante todo o ano, através de campanhas de sensibilização e de informação, organizar campanhas de rastreio, em grande escala. Tudo isso pode figurar num eventual plano estratégico do Ministério Nacional da Saúde Pública (MINSAP), porque vai ajudar a salvar muitas vidas.

“Para quem me conhece e segue as minhas andanças de doente oncológico, sabe que o meu maior anseio e desejo é que um dia haja um centro de diagnóstico e tratamento para doentes oncológicos na Guiné-Bissau, porque sei o quanto muitos sofrem por não termos isso”, afirmou.

Apesar de vários constrangimentos, disse que se hoje é uma mulher superada de uma doença que a traumatizou, superada em poder partilhar com outras pessoas para ajudar-lhes a enfrentar esse pesadelo com mais leveza, em fazer parte da primeira Organização Guineense virada especificamente ao cancro que é a LIGCCA-Liga Guineense contra o cancro, com a vontade de fazer muitas coisas ainda para os doentes oncológicos na Guiné-Bissau e superada em aceitar viver e ser feliz, apesar das adversidades.

“Sou uma mulher plena, mãe, esposa, filha e irmã. Estou bem, não paro de sonhar e continuo a realizar os meus sonhos. No cancro, os cuidados e a vigilância são constantes e permanentes. O cancro, sendo uma doença muito inteligente pelo seu silêncio, devemo-nos mostrar mais espertos e estarmos sempre atentos ao nosso corpo, pois com um diagnóstico precoce vamos sempre vencer”, aconselhou.

HAUA EMBALÓ: “DOENTE DE CANCRO OPERADO POR MÉDICO QUE ENTENDIA QUE ERA ABSCESSO NA MAMA”

A presidente da Mesa de Assembleia da Liga Guineense de Luta Contra o Cancro (LIGCCA), Haua Embaló, responsabilizou os sucessivos governos que acusou de continuarem indiferentes perante às mobilizações levadas a cabo pela sua organização para criar condições técnicas nos hospitais ou apoiar, com eficácia, a evacuação de doentes para o estrangeiro, razão pela qual persiste a falta de meios de diagnóstico do câncer no país.

“Infelizmente, em termos institucionais como no ministério da saúde, da educação ou o governo no seu todo, não avançamos em nada. Temos feito diligências para nos reunirmos com cada governo. Fizemos uma mobilização no Palácio do Governo, concretamente na primatura, aquando de uma reunião do Conselho de Ministros, mas até ao momento não temos tido ou conseguido os resultados esperados, porque até então não temos um aparelho de diagnóstico, nem especialistas para seguimento de doentes e tratamento dessa doença”, lamentou.

A ativista explicou que os casos de cancro na maioria são encaminhados para a junta médica e que muitas vezes por causa da morosidade do processo, os doentes em estado avançado da doença, acabam por morrer. Frisou que para a confirmação desta doença, exigem-se vários exames de que o país não dispõe de condições técnicas nos hospitais para fazê-los, por isso os doentes com condições financeiras recorrem ao hospital de Ziguinchor, região sul do Senegal. 

Defendeu que é preciso que haja boa vontade das autoridades nacionais para combater a doença, também realçou a necessidade da promoção de uma campanha nacional ou campanhas de sensibilização sobre o auto exame das mamas para que as pessoas saibam se há algo de errado com os seus seios.

“Já temos relatos de vítimas mortais devido a falta de especialistas para tratá-las, porque uma paciente foi ao médico queixando de um abscesso no seio e o médico resolveu submetê-la à uma cirurgia. Esta situação faz-nos pensar que na Guiné, o médico atua só porque já lidou com a doença ou tem um certo conhecimento e experiência, mas não é especialista”, criticou, acrescentando que o cancro não se opera de qualquer forma, porque “corre-se maiores riscos  de alastrar-se, reduzindo a esperança de vida da pessoa”, referiu.

Afirmou que a sua organização foi criada para lutar contra o cancro, visto que na altura, não havia nenhuma organização pela causa, desde o diagnóstico até à defesa das vítimas.

“A nível da nossa organização, constatamos que todos têm um histórico familiar com um caso de cancro, pode ser de mama, de colo de útero ou próstata, mas parece-nos que as nossas autoridades ainda não estão a enxergar isso. Não defendemos que sejam negligenciadas outras doenças, mas já chegou a hora de começarem a pensar na política face a esta doença que está a ganhar grandes proporções na Guiné-Bissau e na África”, disse.

Explicou que “outubro Rosa” é uma iniciativa de um grupo de pessoas nos Estados Unidos com o objetivo de despertar consciências sobre o cancro de mama, principalmente na sua prevenção e diagnóstico, porque “a doença era negligenciada na altura”. Recordou que a Guiné-Bissau aderiu à iniciativa apenas em outubro de 2016, após a criação da LIGCCA em julho do mesmo ano, contudo lamentou que não tenham conseguido nem cumprido os objetivos que estiveram na origem da criação da organização. 

“No quadro da celebração do outubro Rosa, convidamos meninas e mulheres a fazer um autoexame apalpando as mamas com atenção, como também consciencializar a população e as autoridades governativas sobre a doença”, disse, avançando que a celebração do “outubro rosa” este ano vai ser feita através das redes sociais, devido às limitações financeiras da organização.

Informou neste particular que a Liga Guineense de Luta Contra Cancro, atualmente conta com 25 membros, uns por serem vítimas de cancro de mama e outros por terem familiares com ocancro, tanto de mama como de próstata e colo de útero.

ONG ENDA REGISTA CERCA DE QUATROCENTOS CASOS SUSPEITOS DE CÂNCER DE ÚTERO

A responsável de Programas da ONG ENDA, Katia Hermínia Ribeiro Barreto, revelou que de 2018 a 2023 a sua instituição rastreou 3 147 casos em todo o território nacional, dos quais 373 suspeitos de cancro de útero. Segundo a sua explicação, “é difícil acompanhar a situação de cancro de colo de útero no país, uma vez que não há ainda um acompanhamento sistemático dessa doença”.

“Iniciamos a formação dos técnicos, incluindo os técnicos locais designados pelo ministério da saúde em todas as regiões, de forma a poder fazer rastreio em todas as regiões. Também promovemos campanhas gratuitas de rastreio em colaboração com as associações juvenis”, disse, assinalando que um número considerável de mulheres detectadas com infeção genital pelo vírus do “Papiloma Humano” na fase inicial são tratadas no país, através de quimioterapia ou cirurgia.

“As que estão num estado avançado são encaminhadas para o Hospital Nacional Simão Mendes para junta médica para tratamento no exterior”, indicou e afirmou que as faixas etárias que aderem ao rastreio são de 25 aos 40 anos de idade e “são as mesmas que têm mais casos da doença.

Para Katia Hermínia Ribeiro Barreto, a despistagem da doença deve ser um engajamento de todos, tanto das autoridades como da população e a prevenção de cancro passa pelo autoexame das mamas, consultas frequentes com ginecologistas.   

Disse ainda que para a inspeção utilizam três métodos, mas um dos mais utilizados é a “papanicolau”, tendo exortado as mulheres e as meninas a fazerem rastreio como forma de prevenção de cancro de colo e de útero e a realizaremautoexames de mama, apalpando-as com atenção. Contou que o rastreio e diagnóstico do câncer de próstata continua a constituir um dos desafios para a organização.

GINECÓLOGO AFIRMA QUE A INCIDÊNCIA DO CANCRO É ELEVADA NAS MULHERES DE MENOS DE 30 ANOS

O especialista em ginecologia e também diretor do serviço da maternidade do Hospital Nacional Simão Mendes (HNSM), Elísio Júnior Baldé Ferreira, contatado pela repórter para falar dos cuidados a serem tomados para a prevenção desta doença bem como debruçar-se sobre o acompanhamento das pessoas diagnosticadas com esta doença no serviço da maternidade.

Elísio Júnior Baldé Ferreira explicou na entrevista que a incidência do cancro, principalmente de mama e de colo de útero é elevada nas mulheres de menos de 30 anos de idade, que não é comum em comparação a maioria dos países, mas não há nenhum centro oncológico no país.

“Recebemos pacientes com este problema e a maioria chega num estado muito crítico, não há um sistema de prevenção e promoção da saúde efetivo que permita à população recorrer regularmente a um médico. Muitas pessoas recorrem ao médico quando têm algum sintoma ou quadro clínico. No caso docancro de mama e de útero, quando se sentem os sintomas é porque já está num quadro avançado da doença e neste quadro não se pode fazer grande coisa. Já num estágio precoce todas elas têm maior possibilidade de cura”, indicou.

Explicou que o tratamento desses dois tipos de câncer é dividido por tratamento medicamentoso (quimioterapia e cirúrgica), e para o cancro de mama, depois da cirurgia necessita de mais outros tratamentos que não são fornecidos no país, por falta de um centro especializado em oncologia.

Revelou que por falta de meios materiais, a maternidade do Hospital Simão Mendes deixou de fornecer o serviço de rastreio para o diagnóstico precoce do câncer de colo de útero, bem como o estudo de papanicolau, mas disse que as mulheres que recorrem a esse serviço não vão simplesmente por vontade própria, mas sim em estado crítico e quando já se queixam de algum problema.

“Recomenda-se a todas as mulheres sexualmente ativas a fazerem exame papanicolau de forma a permitir um diagnóstico precoce das lesões pré-cancerígenas. Mas a maioria da nossa população que sofre dessa doença chega ao hospital muito tarde”, lamentou e afirmou que o cancro de mama tem fator hereditário e que os hábitos e estilos de vida, alterações hormonais são outros fatores que causam também essa doença. 

“Já no cancro de colo, para além dos hábitos de estilo de vida sexual e reprodutiva, os métodos contraceptivos têm maior probabilidade de levar uma mulher a contrair doenças”, esclareceu e disse que uma mulher com cancro de mama não pode amamentar, mas do colo de útero tem a possibilidade de reprodução, porque “há grávidas que descobriram o câncer de útero no período da gestação”.

O serviço da maternidade do HNSM estima que até dezembro deste ano o país tenha um registro de 20 a 35 casos de cancro de colo de útero, mas ressaltou que pode ultrapassar este número e mais de 90% porcento estará numa fase da doença muito avançada.

Elísio Júnior Baldé Ferreira disse desconhecer de um serviço que faz a despistagem do cancro de mama às mulheres na fase de menopausa ou pessoas que têm um histórico familiar da doença de forma a prevenir-se e fazer exames de despistagem, no mínimo, uma vez por ano.

COMISSÃO DE JUNTA É CRITICADA PORQUE MUITOS NÃO CONHECEM OS PROTOCOLOS – PRESIDENTE DA COMISSÃO

Relativamente as críticas feitas a comissão de junta médica sobre a morosidade no processo, explicou que é verdade que a comissão da junta médica é alvo de várias críticas porque muitos não conhecem os protocolos e que os atrasos são alheios à vontade da comissão.

Explicou ainda que por falta de biópsias, vários casos suspeitos de cancro são submetidos a processo de junta médica para o exterior do país, concretamente a Portugal, o único país com o qual a Guiné-Bissau tem uma parceria para tratamento médico nos hospitais públicos.

O também presidente da Comissão da Junta Médica disse que se receberem pacientes com uma doença na fase inicial são de imediato priorizados como candidatos para evacuação.

“Qualquer paciente com elevada suspeita de cancro é candidato para ser tratado fora do país. Confrontamo-nos com vários casos com um quadro muito avançado da doença e que na maioria não é priorizada a sua evacuação, porque a chance de vida varia de três a seis meses de vida”, esclareceu.

Para Elísio Júnior Baldé Ferreira, mandar um doente em estado grave para junta médica sabendo que não tem chance de vida não faz sentido e porque também o processo de junta não depende apenas da comissão da junta, mas também do país com quem temos parceria para receber os doentes, de acordo com as vagas disponíveis.

“Mandamos para a junta médica doentes que têm um quadroclínico que pode ser solucionado, não faz sentido enviar um doente com um quadro irreversível. O que acontece é que nós elaboramos os processos e mandamos esses processos aos parceiros. São eles que marcam consultas de acordo com as vagas disponíveis lá, porque também eles têm compromissos, primeiro com as suas populações. Portanto tudo isso contribui para a morosidade na evacuação de doentes”, disse.

Disse que o acompanhamento dos pacientes com junta médica em Portugal é um dos estrangulamentos que a comissão enfrenta todos os tempos, razão pela qual está a trabalhar para reverter a situação, principalmente um feedback com os pacientes para poder ter bons resultados.

“Estamos a estudar a possibilidade de especialistas guineenses fazerem parte das equipas de bolsas da junta médica em Portugal para acompanhar melhor os nossos pacientes”, manifestou.

Para Elísio Júnior Baldé Ferreira, uma das estratégias para se prevenir de doenças passa pela promoção da saúde, como também pela criação de centros especializados.

O médico disse que o Estado deve disponibilizar a vacina contra o vírus do papiloma humano (HPV), para que seja dada na fase de adolescência e que as autoridades sanitárias devem estar mais empenhadas na luta contra cancros, sensibilizar a população e criar meios para que os diagnósticos sejam feitos a tempo. 

Por: Epifânia Mendonça

Irão não quer que a guerra enter Israel e o Hamas se alastre, diz ministro dos Negócios Estrangeiros

r Hossein Amirabdollahian 

VOA Português

WASHINGTON — O ministro dos negocios estrangeiros iraniano Hosseim Amirabdollahian disse hoje que o Irão não está interessado em que a guerra entre Israel e o Hamas se alastre.

“Nâo queremos que a guerra se alastre”, disse o chefe da diplomacia iraniana a cadeia de televisao CNN.

O ministro disse não terem qualquer fundamento as acusações de que o Irão sabia do planeado ataque do Hamas a Israel.

"Nunca escondemos que apoiamos os palestinianos”, acrescentou.

“Essa é a verdade mas no que diz respeito à operação chamada Tempestade Al Aqsa não houve nenhuma ligação entre o Irão e essa operação do Hamas com o meu goveno ou com qualquer parte do meu país”, acrescentou

Amirabdollahian rejeitou também acusações de que o seu país é responsável por recentes ataques de milícias apoiadas pelo Irão contra forças americanas no Iraque e Síria afirmando ainda que essas milícias “não recebem ordens de nós e actuam conforme os seus interesses”.

ISRAEL/PALESTINA: Manifestações em vários países contra bombardeamentos em Gaza

© Houssam Shbaro/Anadolu via Getty Images

POR LUSA  29/10/23 

Milhares de pessoas manifestaram-se hoje no Líbano, Paquistão, Marrocos e Grécia contra os bombardeamentos israelitas na Faixa de Gaza e apelaram à proteção dos palestinianos.

No centro de Beirute, no Líbano, milhares de pessoas concentraram-se hoje em frente à mesquita Mohamed al Amin com cartazes com 'slogans' como "Parem o genocídio em Gaza" ou "Salvem as crianças em Gaza".

O protesto de apoio à Faixa de Gaza foi organizado pelo movimento islamita palestiniano Hamas e pelo partido sunita Jamaa Islamiya, ligado à Irmandade Muçulmana.

Na praça da capital, foram agitadas bandeiras palestinianas, libanesas e de outras fações, enquanto uma bandeira israelita foi queimada em sinal de rejeição aos bombardeamentos e operações terrestres na Faixa de Gaza.

Também no Paquistão, milhares de apoiantes do partido radical Jamaat-e-Islami manifestaram-se na capital, Islamabad, contra os bombardeamentos de Israel em Gaza, entoando 'slogans' antiamericanos e acusando os Estados Unidos de "apoiarem o agressor".

O partido, que tinha anunciado uma marcha até à embaixada norte-americana, foi obrigado a alterar o programa e realizar a manifestação numa rua principal da capital longe do enclave diplomático de alta segurança.

Devido ao risco de violência, a embaixada norte-americana emitiu um aviso aos cidadãos que vivem na capital e arredores para durante o dia "limitarem as deslocações desnecessárias"

No sudoeste do Paquistão, na cidade de Quetta, outro partido religioso, o Jamiat Ulema Islam, organizou também um comício, onde o seu líder, Maulana Fazlur Rehman, manifestou solidariedade e apoio para com os habitantes de Gaza.

Em Casablanca, Marrocos, dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se também hoje, em solidariedade com os palestinianos e para se opor à normalização das relações entre o país norte-africano e Israel, constatou a AFP.

"Parem o genocídio em Gaza" e "Fechem o escritório de ligação sionista de Rabat", foram algumas das palavras de ordem durante esta marcha organizada ao apelo da Frente Marroquina para o Apoio à Palestina e Contra a Normalização, que reúne partidos de esquerda e islamistas.

Homens, mulheres e crianças afluíram em grande número, usando lenços 'keffieh' palestinianos ou empunhando bandeiras palestinianas, numa grande artéria da capital económica marroquina.

Já na Grécia, cerca de 5.000 pessoas manifestaram-se pacificamente em Atenas e apelaram ao "fim do massacre dos palestinianos em Gaza".

Segundo a agência noticiosa grega, Athens News Agency, os manifestantes, que marcharam até à embaixada israelita nos arredores de Atenas, acusaram Israel de ser um "Estado assassino" e denunciaram a abstenção do Governo grego numa votação da ONU sobre uma resolução da Jordânia que apela a um cessar-fogo humanitário em Gaza.

No sábado, também dezenas de milhares de pessoas manifestaram-se em apoio aos palestinianos em Londres, França e Nova Iorque.

O grupo islamita palestiniano Hamas atacou Israel no dia 07 de outubro, provocando a morte de mais de 1.400 pessoas, principalmente civis, segundo as autoridades. Mais de 200 pessoas foram sequestradas e permanecem nas mãos do grupo islamita desde então.

Após o ataque, Israel respondeu com bombardeamentos e incursões terrestres na Faixa de Gaza, que é controlada pelo Hamas.

Desde o início da guerra, mais de 8.000 pessoas morreram em Gaza, devido aos bombardeamentos que Israel realiza há três semanas, segundo o Ministério da Saúde do grupo islamita palestiniano Hamas.

Um total de 34 camiões com ajuda humanitária entraram hoje na Faixa de Gaza através da passagem egípcia de Rafah, o maior comboio humanitário a entrar no enclave desde que Israel permitiu o acesso controlado, segundo a agência EFE.


Termo 'terrorista' passa a aplicar-se a pessoas e não só a organizações

© ANWAR AMRO/AFP via Getty Images

POR LUSA   29/10/23 

O governo de Israel aprovou hoje uma modificação à lei contra o terrorismo, de 2016, para lhe dar uma aplicação mais ampla, permitindo a aplicação do termo 'terrorista' a uma pessoa, e não apenas uma organização, como até agora.

De acordo com a lei israelita, a alteração é sustentada pela necessidade de impedir o financiamento de pessoas em nome individual que operam em várias organizações e, em particular, as que estão vinculadas ao grupo islâmico palestiniano Hamas, autor dos ataques contra Israel no dia 07 de outubro, nos quais morreram 1.400 pessoas e mais de 200 foram raptadas.

"Esta emenda vai melhorar as medidas administrativas que podem aplicar-se contra indivíduos acusados de terrorismo e continuará a manter a pressão sobre organizações suspeitas de serem terroristas, abordando igualmente as questões do recrutamento, financiamento e transferência de fundos para fins terroristas", indicou o governo israelita, citado pela agência EFE.

Para entrar em vigor, a emenda proposta pelo Executivo terá de passar pelo parlamento, sendo que com o atual estado de guerra com o Hamas a lei pode ser aprovada numa questão de dias ou semanas, e não meses, como seria de esperar numa situação de normalidade, acrescenta a EFE.

A lei não deverá ter problemas em garantir a maioria necessária à aprovação, dado que a coligação no poder tem 64 dos 120 assentos no parlamento.



Leia Também: Mais 24 camiões de ajuda humanitária entraram na Faixa de Gaza

Chegada da Sua Excelência o Presidente da Repúblicas após a visita de Estado a Lisboa e a sua participação na Cimeira das 3 bacias em Congo Brazzaville.

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Radio Voz Do Povo / Presidência da República da Guiné-Bissau



Leia Também: O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, pediu hoje autoestima aos guineenses e prometeu uma "surpresa" nas comemorações dos 50 anos da independência, a 16 de novembro.


Semana do cancro da mama em Lisboa arranca com duas tendas e conversas com especialistas

Segunda-feira é Dia Nacional de Prevenção do Cancro da Mama. Em Portugal, todos os anos há sete mil novos casos desta doença e 1.800 mortes. Uma em cada sete mulheres poderá vir a ter cancro da mama ao longo da vida.

Para assinalar a "Semana do Cancro da Mama", foram montadas duas tendas na Alameda da Universidade, onde decorrem conversas com vários especialistas sobre o tema.


Cientistas alertam: a vida na Terra está "em estado de sítio" devido às alterações climáticas

Incêndios florestais no Canadá queimaram cerca de 10 milhões de hectares, deslocando 30 mil pessoas e piorando a qualidade do ar em grandes áreas do Canadá e dos EUA. Estes incêndios florestais extremos podem dever-se, em parte, às alterações climáticas, embora outros fatores estarão envolvidos. ETHAN SWOPE

Catarina Solano de Almeida   sicnoticias.pt

Uma equipa internacional de cientistas afirma num artigo publicado esta semana que os sinais vitais da Terra pioraram além de tudo o que os humanos alguma vez viram, ao ponto de a vida no planeta estar em perigo.

Um grupo de eminentes cientistas climáticos de várias instituições do mundo emitiu (mais) um alerta sobre os perigos que pairam sobre nós: as alterações climáticas representam uma "ameaça existencial" para a vida na Terra.

O aviso é feito num relatório, publicado na revista BioScience, em que os cientistas analisaram os fenómenos meteorológicos extremos que aconteceram num espaço de menos de um ano - novembro de 2022 a setembro de 2023.

O estudo examinou 35 "sinais vitais" do planeta, incluindo a poluição por CO2, o consumo de energia e carne por habitante, a desflorestação causado por incêndios e os dias de calor extremo.

Chegaram à alarmante conclusão que 20 desses 35 indicadores atingiram níveis recorde em 2023, nunca antes vistos pela humanidade.

"Estamos genuinamente chocados com a ferocidade dos fenómenos meteorológicos extremos em 2023. Entrámos em território desconhecido que nos assusta", escreveram os cientistas.

Enquanto 2023 está a caminho de se tornar o ano mais quente já registado, regiões inteiras enfrentaram ondas de calor mortais, tempestades e inundações, às vezes sucedendo uma catástrofe após a outra.

No que diz respeito aos oceanos, as temperaturas "estão completamente fora dos padrões" há meses e os cientistas ainda não conseguem explicar completamente esse fenómeno, destaca Johan Rockström, diretor do Instituto Potsdam para Pesquisa de Impacto Climático (PIK).

Para estes cientistas, o diagnóstico é claro: "a vida no planeta Terra está em estado de sítio".

A humanidade pouco ou nada faz

Os cientistas declaram que a humanidade fez apenas "progressos mínimos" na redução das emissões de gases de efeito estufa: as concentrações atingiram níveis recorde e os subsídios aos combustíveis fósseis dispararam.

"Devemos mudar a nossa perspetiva sobre a urgência climática, que não é mais um problema ambiental isolado, mas uma ameaça sistémica e existencial", afirma o relatório, a um mês da 28ª conferência climática das Nações Unidas no Dubai.

O objetivo mais ambicioso do Acordo de Paris - limitar o aquecimento a 1,5°C em relação à era pré-industrial - está em risco. Essa meta pode agora ser ultrapassada anualmente, adverte William Ripple, professor da Universidade de Oregon e co-autor do estudo, abrindo caminho para um círculo vicioso de agravamento do aquecimento: derretimento das calotas polares, desflorestamento, descongelamento dos depósitos de carbono no permafrost, extinção de corais, …

"Uma vez ultrapassados, estes pontos de inflexão podem alterar o nosso clima de uma maneira difícil, senão impossível, de reverter", alertam os cientistas..

 


Algassimo Balde vítima de agressão dum agente da Polícia de Interversão Rápida.


 Radio TV Bantaba

Moscovo ameaça confiscar bens se UE atribuir fundos russos à Ucrânia

© Contributor/Getty Images

POR LUSA    29/10/23 

O presidente da Duma, Vyacheslav Volodin, avisou hoje que a Rússia confiscará os bens de países hostis se a União Europeia canalizar para a reconstrução da Ucrânia os lucros dos ativos russos congelados ao abrigo das sanções de guerra.

"Tal decisão exigirá uma resposta simétrica da Rússia. Nesse caso, serão confiscados muitos mais ativos pertencentes a países hostis do que os nossos recursos congelados em território europeu", afirmou Volodin na sua conta do Telegram.

Volodin acusou os representantes europeus, como a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, de tentarem manter, a todo o custo, os seus cargos com tais medidas.

"A partir da má situação financeira a que conduziram os seus países, começaram novamente a falar em roubar os recursos congelados do nosso país para continuar, à sua custa, a militarização de Kiev", afirmou.

Ursula von der Leyen revelou na sexta-feira que apresentará "uma proposta para encontrar uma forma de utilizar a receita destes ativos que beneficiam atualmente um número limitado de instituições financeiras na União Europeia".

"Estes lucros inesperados já são bastante substanciais. A ideia é juntá-los e canalizá-los através do orçamento da União Europeia 'em bloco' para a Ucrânia e para a reconstrução do país", explicou Von der Leyen.

E acrescentou: "o valor destes ativos soberanos ascende a 211 mil milhões de euros. Politicamente, acordamos que, em última análise, a Rússia deve pagar pela reconstrução a longo prazo da Ucrânia".

As autoridades russas já classificaram "de roubo" a decisão dos Estados Unidos da América de atribuir 5,4 milhões de dólares de ativos congelados a oligarcas russos para apoiar os veteranos ucranianos.

A União Europeia congelou cerca de 19 mil milhões de euros a oligarcas russos nos primeiros meses da operação militar que a Rússia iniciou na Ucrânia em fevereiro de 2022.

Além disso, o ocidente bloqueou um total de 300 mil milhões de dólares em reservas de ouro e divisas do Banco Central da Rússia.



Leia Também: Parlamento russo prepara revogação de tratado que proíbe testes nucleares

Guterres alarmado com situação "cada vez mais desesperada" em Gaza

© Lusa

Notícias ao Minuto    29/10/23 

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, mostrou-se hoje alarmado com a situação "cada vez mais desesperada" na Faixa de Gaza, lamentando que Israel tenha "intensificado as suas operações militares" na região.

"A situação em Gaza está a tornar-se mais desesperada a cada hora que passa. Lamento que, em vez de uma pausa humanitária extremamente necessária, apoiada pela comunidade internacional, Israel tenha intensificado as suas operações militares", disse Guterres durante uma visita a Katmandu, a capital do Nepal.

Guterres descreveu como "totalmente inaceitável" o número de civis mortos e feridos na guerra entre Israel e o grupo islamita palestiniano Hamas.

Reiterando o seu apelo a um "cessar-fogo humanitário imediato" na Faixa de Gaza, o secretário-geral da ONU apelou "à entrega de ajuda humanitária sustentada numa escala que satisfaça as necessidades da população" do território palestiniano.

"O mundo está a testemunhar uma catástrofe humanitária que se desenrola diante dos nossos olhos", afirmou António Guterres.

"Mais de dois milhões de pessoas, que não têm para onde ir em segurança, são privadas dos bens básicos da vida -- comida, água, abrigo e cuidados médicos -- enquanto são sujeitas a bombardeamentos implacáveis", acrescentou o secretário-geral das Nações Unidas.

O grupo islamita Hamas desencadeou em 07 de outubro um ataque surpresa contra o sul de Israel com o lançamento de milhares de foguetes e a incursão de milicianos armados, matando mais de 1.400 israelitas, sobretudo civis, e sequestrando mais de 200.

Em resposta, Israel declarou guerra ao Hamas, movimento que controla a Faixa de Gaza desde 2007 e que é classificado como terrorista pela União Europeia e Estados Unidos, bombardeando várias infraestruturas do grupo na Faixa de Gaza e impôs um cerco total ao território com corte de abastecimento de água, combustível e eletricidade.

O conflito já provocou milhares de mortos e feridos, entre militares e civis, nos dois territórios.

Dez nepaleses já morreram na guerra entre Israel e o Hamas e um décimo primeiro foi dado como desaparecido.



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𝗠𝗜𝗡𝗜𝗦𝗧𝗥𝗢 𝗗𝗢 𝗖𝗢𝗠É𝗥𝗖𝗜𝗢 𝗘𝗫𝗜𝗚𝗘 𝗙𝗜𝗠 𝗗𝗘 "𝗕𝗔𝗥𝗥𝗘𝗜𝗥𝗔𝗦 𝗡Ã𝗢 𝗧𝗔𝗥𝗜𝗙Á𝗥𝗜𝗔𝗦" 𝗣𝗔𝗥𝗔 𝗙𝗔𝗖𝗜𝗟𝗜𝗧𝗔𝗥 𝗔 𝗖𝗢𝗠𝗘𝗥𝗖𝗜𝗔𝗟𝗜𝗭𝗔ÇÃ𝗢 𝗘 𝗖𝗢𝗡𝗦𝗨𝗠𝗢 𝗗𝗘 𝗣𝗥𝗢𝗗𝗨𝗧𝗢𝗦 𝗟𝗢𝗖𝗔𝗜𝗦


Jamel João Handem falava no final da tarde deste sábado em Bissau durante cerimónia de encerramento da feira "Outubro mês de consumo de produtos locais" no espaço da UEMOA.

O titular da pasta de Comércio guineense apelou à todas entidades envolvidas no processo para abdicaram na criação de barreiras não tarifárias em diferentes zonas do país.

Para Handem, os postos de controlo chamados "cordas" colocados nas diferentes regiões do país devem ser suspendidos para facilitar a comercialização e o consumo dos produtos localmente produzidos.

 Rádio Jovem Bissau

PRESIDENTE DA RÉPUBLICA PARTICIPA NA CIMEIRA DAS TRÊS BACIAS

O Presidente,Umaro Sissoco Embaló participou, na "Cimeira das Três Bacias Florestais", em Brazzaville.

A Cimeira reuniu mais de trinta Chefes de Estados e de Governos, com o objectivo de promover a cooperação entre os três ecossistemas - que representam 80% da biodiversidade global - e procurar formas de proteger as suas florestas da desflorestação financiando a sua protecção, no âmbito da Década das Nações Unidas para a Restauração dos Ecossistemas.🇵🇹🇧🇷🇨🇩🇨🇬

 Presidência da República da Guiné-Bissau    28.10.23


O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, recebido pelas autoridades Congolesas, no Aeroporto Internacional Maya-Maya, em Brazzaville, capital da República do Congo, onde representa o País na “Cimeira das Três Bacias de Ecossistema da Biodiversidade e das Florestas Tropicais", que iniciou na quinta-feira e termina hoje.

A presença do Chefe de Estado responde ao convite formulado por Denis Sassou N’Guessu, Félix Tchissekedi e Lula da Silva, respectivamente Presidentes da República do Congo, da República Democrática do Congo e República Federativa do Brasil.🇬🇼🇧🇷🇨🇩🇨🇬


Milhares invadem centros de ajuda e levam comida em Gaza, diz ONU

© MAHMUD HAMS/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto     29/10/23 

O fornecimento de ajuda a Gaza foi bloqueado desde que Israel começou a bombardear o enclave em resposta ao ataque do Hamas.

Milhares de cidadãos de Gaza invadiram armazéns e centros de distribuição da Agência das Nações Unidas para os Refugiados Palestinos (UNRWA) levando farinha e "itens básicos de sobrevivência", revela a organização este domingo, dia 29.

"Este é um sinal preocupante de que a ordem civil está a começar a ruir após três semanas de guerra e de um cerco apertado a Gaza. As pessoas estão assustadas, frustradas e desesperadas. As tensões e o medo são agravados pelos cortes nos telefones e nas linhas de comunicação pela Internet. Elas sentem que estão sozinhas, isoladas das suas famílias dentro de Gaza e no resto do mundo", afirmou a UNRWA em comunicado.

Um dos armazéns, em Deir al-Balah, é onde a UNRWA armazena suprimentos dos comboios humanitários vindos do Egito, informou ainda a UNRWA.

Recorde-se que o fornecimento de ajuda a Gaza foi bloqueado desde que Israel começou a bombardear o enclave em resposta ao ataque do Hamas.



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Ministro da Saúde anuncia a deslocação de mais de 100 médicos à Venezuela para especialização


 Radio TV Bantaba

G7 condena restrições comerciais da Rússia e da China

© Getty

POR LUSA    29/10/23 

O grupo das principais democracias industrializadas (G7) condenou hoje a pressão russa sobre as exportações de cereais da Ucrânia e as recentes restrições às importações de produtos do mar japoneses, sem nomear a China.

Os ministros do Comércio dos Estados Unidos, Canadá, França, Alemanha, Itália, Japão e Reino Unido, reunidos na cidade japonesa de Osaka, consideraram necessário "uma concorrência leal nas relações comerciais internacionais" e sublinharam a importância de um "sistema de comércio livre" e equitativamente baseado no Estado de direito.

Os responsáveis do G7 "deploraram e condenaram a destruição da infraestrutura de exportação de cereais ucraniana pela Rússia", depois de Moscovo se ter recusado em julho a renovar o acordo que permitiria a Kiev retomar as exportações, cruciais para a segurança alimentar global.

Os ministros do G7 apelaram à "revogação imediata de todas as medidas que restringem desnecessariamente o comércio", em particular as importações de produtos alimentares japoneses, visando Pequim e Moscovo, mas sem os nomear.

A China e a Rússia suspenderam recentemente as importações de mais produtos japoneses em retaliação pelas descargas de resíduos da central nuclear de Fukushima Daiichi (nordeste do Japão).

"É importante que as restrições à importação de produtos alimentares sejam baseadas em dados científicos" e cumpram as regras internacionais, afirmou o G7, depois de a descarga de água de Fukushima ter sido validada pela Agência Internacional da Água. Energia Atómica (AIEA).

As discussões durante a cimeira de dois dias também se centraram na "coação económica" e nas práticas anticoncorrenciais através das quais certos países utilizam sanções económicas para pressionar outros, mais uma vez uma alusão implícita à China.

O G7, cujos países desejam reduzir a sua dependência das importações, especialmente da China e da Rússia, sublinhou também a "necessidade de continuar os esforços para estabelecer cadeias de aprovação resilientes e fiáveis para bens essenciais, como minerais críticos, semicondutores e baterias".

Os debates do fim de semana centraram-se também na segurança alimentar, nas alterações climáticas e na reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC).



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Israel volta a ordenar a palestinianos que fujam para o sul de Gaza

© Lusa

POR LUSA   29/10/23 

O exército de Israel voltou a ordenar aos palestinianos que se desloquem para o sul da Faixa de Gaza, prometendo que a ajuda humanitária vinda do Egito será hoje reforçada nessa zona.

"Civis do norte de Gaza e da Cidade de Gaza devem deslocar-se temporariamente para o sul de Wadi Gaza, para uma área mais segura onde possam receber água, alimentos e medicamentos", disseram as Forças de Defesa de Israel (IDF, na sigla em inglês).

As IDF prometeram na rede social X (antigo Twitter) que "os esforços humanitários em Gaza, liderados pelo Egito e pelos Estados Unidos, serão reforçados" nessa zona, através do posto fronteiriço de Rafah, entre Gaza e o Egito.

Em 09 de outubro, Israel impôs um "cerco total" a Gaza, cortando o fornecimento de água, eletricidade e alimentos. O território já estava sujeito a um bloqueio terrestre, aéreo e marítimo israelita desde a chegada ao poder do movimento islamita Hamas em 2007.

Em 15 de outubro, o exército israelita já tinha ordenado à população que se deslocasse para o sul do enclave palestiniano, em preparação para uma ofensiva terrestre contra o Hamas.

Na sexta-feira, a Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU) aprovou, com 120 votos a favor, uma resolução que apela a uma "trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada" em Gaza e à rescisão da ordem de Israel para deslocação da população para o sul do enclave.

No total, 84 camiões de ajuda humanitária conseguiram chegar a Gaza através do Egito desde 21 de Outubro, de acordo com as Nações Unidas, que estima que sejam necessários 100 por dia para as 2,4 milhões de pessoas que vivem no território.

Milhares de palestinianos regressaram ao norte de Gaza, lamentou a ONU, devido à falta de abrigo e ajuda no sul, onde várias centenas de milhares de civis se concentram perto da fronteira com o Egito, que permanece fechada.

O Gabinete de Coordenação dos Assuntos Humanitários da ONU (OCHA, na sigla inglesa) reconhecer hoje ter poucos dados sobre a situação no enclave, devido ao corte dos serviços de comunicações, telemóvel e internet desde sexta-feira.

"A pouca informação disponível indica que nas últimas 24 horas [Gaza] sofreu os mais intensos bombardeamentos aéreos e de artilharia desde o início das hostilidades", indicou a OCHA, que mencionou confrontos entre grupos armados palestinianos e equipas de infantaria israelita, apoiadas por veículos blindados.

Num comunicado, o gabinete da ONU sublinhou ainda que o corte das telecomunicações, devido os intensos bombardeamentos israelitas, interrompeu também o "já difícil trabalho" de distribuição de ajuda humanitária.

O acesso à Internet está a ser restabelecido em Gaza, disse hoje a plataforma Netblocks, que monitoriza a conectividade dos utilizadores e a censura na Internet, e a empresa palestiniana de telecomunicações Paltel, a única operadora que presta serviço no enclave.

Após o ataque de 07 de outubro do Hamas ao sul de Israel, que fez mais de 1.400 mortos, cerca de 5.000 feridos e 229 reféns, os intensos bombardeamentos da retaliação israelita sobre Gaza fizeram, desde então, pelo menos 7.703 mortos e cerca de 19.000 feridos no enclave palestiniano.



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