domingo, 15 de janeiro de 2023

BURKINA FASO: Cerca de 50 mulheres raptadas no Burkina Faso alegadamente por jihadistas

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POR LUSA  15/01/23 

Cerca de 50 mulheres foram raptadas na quinta e na sexta-feira por presumíveis jihadistas na zona de Arbinda, no norte do Burkina Faso, disseram à agência AFP autoridades locais e residentes.

Segundo o testemunho de vários residentes e funcionários locais que pediram anonimato, um primeiro grupo de cerca de 40 mulheres foi raptado a cerca de 10 quilómetros a sudeste de Arbinda, e outro grupo de cerca de 20, no dia seguinte, a norte da cidade.

Algumas destas mulheres conseguiram fugir e regressar às suas aldeias, relatando o sucedido.

"As mulheres juntaram-se para ir colher folhas e frutos silvestres no mato, porque já não há nada para comer", explicou um dos habitantes, acrescentando que tinham partido com as suas carroças na quinta-feira.

"Na quinta-feira à noite, quando não voltaram, pensámos que tinha havido um problema com as suas carroças. Mas três sobreviventes regressaram para nos contar o que aconteceu", acrescentou outro residente.

No dia seguinte, oito quilómetros a norte de Arbinda, cerca de 20 mulheres que não tinham sido informadas do primeiro rapto foram, por sua vez, raptadas, disse, acrescentando que "em ambos os grupos, algumas mulheres conseguiram escapar à vigilância dos terroristas e regressaram à aldeia a pé".

"Acreditamos que os raptores as levaram para as suas várias bases", continuou.

Segundo oficiais locais, que confirmaram os raptos, o exército e os seus auxiliares civis percorreram a área, sem êxito.

A comuna de Arbinda está localizada na região do Sahel, no norte do Burkina Faso, uma área sob bloqueio por grupos jihadistas e que é difícil de abastecer com alimentos.

Quase um milhão de pessoas vivem atualmente em zonas bloqueadas no norte ou leste do país, de acordo com as Nações Unidas.

Desde 2015, o Burkina Faso, particularmente na sua metade norte, tem vindo a enfrentar ataques crescentes de grupos jihadistas ligados à Al-Qaida e ao autoproclamado Estado Islâmico, que já fizeram milhares de mortos e pelo menos dois milhões de deslocados.

Ibrahim Traoré, o presidente de transição que emergiu de um golpe militar em 30 de setembro - o segundo em oito meses -, estabeleceu para si próprio o objetivo de "recuperar o território ocupado por estas hordas terroristas".

BRASIL: Lula da Silva demite direção dos meios de comunicação públicos

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POR LUSA  15/01/23 

O presidente do Brasil, Lula da Silva, demitiu hoje por decreto a direção de todos os meios de comunicação públicos brasileiros em resultado do tratamento dado aos ataques a edifícios públicos em Brasília no dia 08.

A decisão foi tomada na sexta-feira e inclui a nomeação da jornalista Kariane Costa como presidente da Empresa Brasileira de Comunicação (EBC), da qual dependem meios como a Agência Brasil, a TV Brasil, bem como rádios nacionais.

A medida implica a abertura de um processo de transição e reorganização na EBC que durará cerca de 30 dias, informou a presidência brasileira em comunicado.

A imprensa brasileira destaca que a direção desses meios de comunicação estava nas mãos de funcionários indicados pelo ex-presidente, Jair Bolsonaro.

Em 08 de janeiro, apoiantes do ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro invadiram e vandalizaram as sedes do Supremo Tribunal Federal, do Congresso e do Palácio do Planalto, em Brasília, obrigando à intervenção policial para repor a ordem e suscitando a condenação da comunidade internacional.

Fontes citadas pelo jornal Folha de São Paulo descrevem que a maior parte dos media brasileiros se referia aos apoiantes de Bolsonaro como "vândalos" ou "conspiradores golpistas", enquanto os meios públicos mantiveram o termo "manifestantes".

Outra fonte explicou que se temia uma cobertura ainda mais radical dos meios de comunicação liderados por pessoas próximas a Bolsonaro e a possível disseminação de ideias antidemocráticas ou mesmo sabotagem técnica para interromper transmissões.

No dia seguinte ao assalto aos três poderes, o telejornal da TV Brasil transmitiu declarações do senador Flávio Bolsonaro, filho do ex-presidente, interpretadas como provocação por políticos do Partido dos Trabalhadores (PT), no poder.

A Polícia Militar conseguiu recuperar o controlo das sedes dos três poderes, numa operação de que resultaram cerca de 1.500 detidos.

A invasão começou depois de militantes da extrema-direita brasileira apoiantes do anterior presidente, derrotado por Lula da Silva nas eleições de outubro passado, terem convocado um protesto para a Esplanada dos Ministérios, em Brasília.

O juiz do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes afastou o governador do Distrito Federal, Ibaneis Rocha, por 90 dias, considerando que tanto o governador como o ex-secretário de Segurança e antigo ministro da Justiça de Bolsonaro Anderson Torres terão atuado com negligência e omissão.

PFT // NS

Rússia admite ataques de sábado sem mencionar prédio de Dnipro

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POR LUSA  15/01/23 

A Rússia admitiu hoje que atingiu no sábado o sistema de comando e controlo militar e instalações energéticas da Ucrânia, sem mencionar o míssil que atingiu um prédio em Dnipro e que matou pelo menos 21 civis.

"Em 14 de janeiro, um ataque com mísseis foi realizado contra o sistema de comando e controlo militar da Ucrânia e instalações de energia. Todos os objetos designados foram atingidos. O alvo foi atingido", disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, no relatório diário de guerra.

A onda de ataques russos no sábado em várias regiões da Ucrânia provocou pelo menos 26 mortos e 81 feridos, informou hoje o vice-chefe do gabinete do Presidente ucraniano, Kyrylo Tymoshenko.

Numa mensagem no Telegram, citada pela agência Ukrinform, o responsável precisou que, segundo as administrações militares regionais, na região de Dnipropetrovsk houve 21 mortos e 74 feridos; em Donetsk, cinco mortos e quatro feridos; em Sumy, um ferido e, em Kherson, dois feridos.

O Estado-Maior das Forças Armadas da Ucrânia informou que as forças russas lançaram três ataques aéreos e 57 ataques com mísseis no sábado e também abriram fogo com múltiplos sistemas de lançamento de foguetes em 69 ocasiões, especificamente contra a infraestrutura civil.

Os ataques russos foram realizados pouco depois de o primeiro-ministro britânico, Rishi Sunak, ter telefonado ao seu homólogo ucraniano, Volodymyr Zelensky, para lhe anunciar que o Reino Unido será a primeira potência ocidental a enviar tanques de primeira linha para Kiev.

Isto apesar dos receios, no seio da NATO (sigla original da Organização do Tratado Atlântico Norte), de que esta decisão possa ser considerada pela Rússia como uma escalada da guerra.

O Ministério da Defesa russo garantiu também hoje que o país avançou na periferia norte da cidade ucraniana de Bakhmut, situada na região leste de Donetsk, e na estação ferroviária de Sol, a oeste da cidade de Soledar, localidades que Moscovo deu como conquistadas na noite de quinta-feira.

No relatório diário de guerra, a tutela indicou que, em Donetsk, as tropas russas "continuam com sucesso na direção da periferia norte da cidade de Artemovsk (Bakhmut) da República Popular de Donetsk e na estação de comboios de Sol".

O porta-voz Igor Konashenkov disse que mais de 80 soldados ucranianos, dois tanques, três veículos blindados de combate e três carros foram destruídos nesta frente nas últimas 24 horas.

A Rússia garante que a captura de Soledar, que a Ucrânia ainda nega, permitirá cortar as rotas de abastecimento das tropas ucranianas na vizinha Bakhmut e cercar as forças de Kiev naquela cidade.

A Rússia tenta sem sucesso há meses tomar Bakhmut, localizada a cerca de 60 e 45 quilómetros a sudeste das fortalezas ucranianas de Kramatorsk e Sloviansk, respetivamente.

A ofensiva militar lançada pela Rússia contra a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022 foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e sanções políticas e económicas a Moscovo.

A invasão russa causou, até agora, a fuga de mais de 14 milhões de pessoas -- 6,5 milhões de deslocados internos e mais de 7,9 milhões para países europeus --, de acordo com os mais recentes dados das Nações Unidas, que classificam esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a II Guerra Mundial (1939-1945).

As Nações Unidas consideram confirmados 6.952 civis mortos e 11.144 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.


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Ambulância dos bombeiros de Camarate furtada enquanto equipa assistia vítima

 Agência Lusa, DCT  15/01/2023

Foi apresenta queixa na esquadra da Polícia Segurança Pública. Duas horas depois, a viatura foi encontrada

Uma ambulância dos Bombeiros Voluntários de Camarate foi furtada esta manhã enquanto a equipa assistia uma vítima na Rua Cidade de Luanda no Bairro de Angola, Camarate, concelho de Loures, disse este domingo aquela corporação.

Em comunicado, o corpo de bombeiros adianta que o furto da ambulância de socorro ocorreu pelas 06:30, enquanto a equipa “prestava socorro a uma vítima de doença súbita”.

“Foi apresentada queixa na esquadra da Polícia Segurança Pública, que está, no momento, a tomar as devidas diligências no sentido de localizar o veículo, bem como o autor do roubo” acrescenta.

Numa outra publicação feita no Facebook, os Bombeiros Voluntários de Camarate revelam que a ambulância “foi encontrada pelas 8:30 em Lisboa, freguesia de Santa Clara pelos Bombeiros desta Corporação que após o alerta do furto colocaram vários meios no terreno na tentativa de localizar viatura furtada”.

O veículo foi encontrado rodagem com luzes de emergência ligadas e portas aberta, mas sem qualquer tipo de dano.

“A tragédia que aconteceu em Dnipro mostra a brutalidade do exército russo”

Pavlo Sadhoka defende que “a única solução” para o fim do conflito está na frente de batalha e não numa eventual negociação de paz entre os dois países.

“A única solução é que uma das partes tem de ganhar esta guerra”, diz, acrescentando que “nós, ucranianos, achamos que vai ser a Ucrânia”.

O representante dos ucranianos em Portugal considera que “os crimes cometidos pelos russos chegaram a tal ponto que não há outra solução”, até porque, diz, “a tragédia que aconteceu em Dnipro mostra a brutalidade do exército russo”. 


Cnnportugal.iol.pt   15/01/2023

GUINÉ-BISSAU: Atual sociedade guineense não foi a projetada por Amílcar Cabral

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POR LUSA  15/01/23 

O investigador João José "Huco" Monteiro considera, em declarações à Lusa, que a atual sociedade guineense não é a que foi projetada por Amílcar Cabral, "pai" da independência do país, assassinado a 50 anos na Guiné-Conacri.

"Não. Digo perentoriamente que não. Em todos os aspetos", declarou "Huco" Monteiro, sociólogo e investigador no Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas (INEP) e antigo chefe da diplomacia guineense, para quem "o único projeto verdadeiramente nacional" foi o que foi idealizado por Cabral.

O ex-governante agora dono da Universidade Colinas do Boé, em Bissau, justifica sua opinião argumentando que Amílcar Cabral "sempre disse aos seus camaradas" da luta armada pela independência da Guiné e Cabo Verde que não podiam "aniquilar o colonialismo" nos dois territórios para praticarem os mesmos males às populações.

Para "Huco" Monteiro, Amílcar Cabral era um revolucionário que defendia uma rutura nas práticas de relacionamento entre os detentores do poder com a população.

"A sociedade que ele queria não era esta. Ele preconizava uma sociedade com um Estado. Já não falo de liberdades fundamentais porque na altura não estava na agenda. Nós éramos mais ou menos de orientação comunista, a liberdade individual submetia-se aos interesses coletivos (...) mas, a liberdade em si do nosso povo, o direito à palavra das pessoas, à crítica das pessoas, a preocupação com a unidade", afirmou Monteiro.

Um assumido "Cabralista", designação não oficial que é dado a alguém que estuda ou pratica os ideais de Amílcar Cabral, "Huco" Monteiro considerou que o "pai" das independências da Guiné e Cabo Verde "estava muito avançado no tempo".

Monteiro exemplificou que Cabral, assassinado a 20 de janeiro de 1973, na Guiné-Conacri, era contra a divisão dos guineenses com base na pertença étnica.

O antigo ministro considera que, "dificilmente, haverá um outro Amílcar Cabral", até pela sua singularidade de entre os da sua geração.

"Ninguém tinha" o gabarito de Amílcar Cabral e em Cabo Verde os intelectuais nunca se assumiram disponíveis em romper com a ordem colonial.

"Em Cabo Verde havia muitos intelectuais, mas mais conformistas do ponto de vista da política. Aceitaram a dominação colonial, Amílcar não, colocou-se num outro patamar da rotura nacionalista", observou Monteiro.

"Era um homem doutrinado nos ideais mais avançados e mais humanistas da atualidade internacional. Era um homem especial, muito especial", referiu Monteiro.

Mesmo estando a viver num Portugal ditatorial, Amílcar Cabral foi um privilegiado, por ter tido acesso ao mundo a partir da sua permanência e estudos no solo luso, defendeu o sociólogo guineense.

"Huco" Monteiro lembrou o facto de Cabral e outros jovens nacionalistas africanos terem recebido em Portugal o "pai" do pan-africanismo, o sociólogo norte-americano William du Bois e de outros companheiros ainda terem tido contactos com movimentos em França.

"Huco" Monteiro destacou ainda a facilidade com que Amílcar Cabral lidava com os nativos do território que o viu nascer a 12 de setembro de 1924 em Bafatá, leste da Guiné.

"Vivia com os guineenses numa sociedade complicada, sociedade colonial onde havia quase a estratificação racial. A classe social era quase secundada pelo aspeto racial ou cultural. Estava lá esse homem metido no desporto, na organização de bailes de confraternização com guineenses", frisou Monteiro.

O sociólogo também enfatizou o "carinho" que Cabral dispensava às crianças, que considerava as flores da luta e a razão do combate pela independência, e ainda a "atenção especial" que dedicava às mulheres.

"Hoje fala-se da quota das mulheres em diferentes serviços e em muitos países está em voga este aspeto do género que Amílcar já praticava na Luta de Libertação Nacional", observou "Huco" Monteiro dando exemplos com a presença de mulheres nos órgãos de decisão na luta armada e também, disse, fazia as mesmas exigências mesmo na formação de comités de 'tabancas' (aldeias).


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BEM-VINDO A JANSSEN O PLANETA INFERNAL DE LAVA E DIAMANTE


Discutir com alguém que se ama é saudável, se for como deve ser. Saiba como fazê-lo

Sandee LaMotte  Cnnportugal.iol.pt,  15/01/23

Esqueça o ditado "no amor e na guerra vale tudo" quando se trata de uma discussão com um ente querido. Os golpes baixos estão definitivamente fora, dizem os especialistas, e manter uma comunicação amorosa, sincera e aberta deve ser uma prioridade.

"Uma das coisas mais importantes que vimos na nossa pesquisa é que as pessoas beneficiam mais se forem diretas", declarou Jim McNulty, professor de psicologia na Universidade do Estado da Florida, que estudou recém-casados e relações próximas ao longo do tempo. "Estar com rodeios, insinuar coisas, ser sarcástico não funciona."

"Quando as pessoas têm perspetivas diferentes - e todos temos - é importante exprimi-las", declarou McNulty, "mas têm de o fazer de uma forma clara e tão construtiva quanto possível."

É saudável discutir – ou seja, carinhosamente

Se discutir com um ente querido é tão difícil, porquê fazê-lo? Muitas pessoas orgulham-se de nunca entrar em batalhas com os seus parceiros, disse McNulty. Foi um erro grave, declarou.

"Quando as pessoas evitam 'discutir', evitam falar", disse McNulty. "Estou constantemente a dizer à minha companheira: 'Se alguma coisa te está a incomodar, prefiro saber a não saber, para que possa fazer algo quanto a isso. Se não sei, não posso fazer nada."

Um estudo de 2008 que seguiu quase 200 casais durante 17 anos concluiu que casais em que ambos suprimiram a sua raiva no casamento eram os mais propensos a acabar mais cedo do que aqueles que não o fizeram.

"Evitar conflitos não funciona", disse Caitlin Cantor, uma terapeuta sexual certificada e especializada em indivíduos e casais em Filadélfia.

"Se puderem discutir e aprender a relacionar-se nas vossas diferenças e aprenderem mais um sobre o outro através da discussão, isso é realmente saudável."

Escolha uma boa hora para discutir

A maioria das pessoas vê o amor como um encontro de momento, muitas vezes desencadeado por sentimentos como "Não aguento mais isto".

"Nesses momentos é mais difícil morder a língua ou pensar no que está a dizer antes de o dizer", disse McNulty. "Muitas vezes, as pessoas arrependem-se do que dizem mais tarde, por isso tentam evitar estar nesses momentos."

Assim que começar a sentir a pressão, agende uma altura para discutir os teus sentimentos com o teu ente querido para que ambos estejam livres de distrações e stresse, disse McNulty. É mais difícil do que parece, acrescentou, porque muitas vezes as pessoas deixam as coisas acumularem-se até explodirem, ou enfrentam divergências quando estão cansadas, stressadas ou "irritadas".

E se se encontrar a discutir numa altura dessas?

"Carregar no botão de pausa e terminar a discussão pode ser bom", disse McNulty. Mas tem de ficar claro para o seu parceiro que está comprometido com a relação e na resolução do problema, só que agora pode não ser a melhor altura."

Analise os seus sentimentos

Agendar uma discussão também permitir que pense nos seus sentimentos e tente chegar ao fundo deles, dizem os especialistas. Mas não tente mencionar muito numa só vez: "Eu chamo-lhe 'pensamento de cozinha', atirar tudo o que está errado para a panela ao mesmo tempo", disse McNulty.

"É muito importante não fazer isso", disse Cantor. "Faz uma grande diferença quando se fala de uma coisa e de como nos sentimos magoados por isso."

E se não conseguir perceber porque se sente assim?

"Se as pessoas começam a sentir raiva que não faz muito sentido para eles, como 'Porque é que estou tão zangado com esta insignificância?' é provavelmente outra coisa completamente diferente", disse McNulty.

"É nessa altura que as pessoas podem precisar de fazer alguma introspeção e até de obter ajuda profissional para perceber porque estão infelizes", disse. "Se há questões significativas que continuam a repetir-se, é provavelmente uma boa altura para procurar ajuda também."

Seja bom ouvinte

Muitas pessoas pensam que uma discussão bem-sucedida tem tudo a ver com o quão bem comunicam os seus sentimentos ao seu parceiro. Fazê-lo é realmente importante, mas os especialistas dizem que é igualmente fundamental ouvir.

Ser bom ouvinte, disse Cantor, significa ser capaz de regular as suas emoções. Depois, quando ouvir algo de que não gosta, pode concentrar-se em compreender as palavras do parceiro em vez de ficar na defensiva, magoada ou zangada.

"Normalmente estamos a comunicar mal quando não verificamos o que estamos a ouvir", disse. "Estamos apenas a funcionar com o que pensamos que estamos a ouvir - e isso normalmente é baseado nas nossas reações defensivas e não no que está realmente a ser dito pelo nosso parceiro."

Pode fazer isso parando e repetindo ao parceiro o que pensava que ele tinha dito antes de responder com os seus próprios sentimentos, disse McNulty.

"Quando recuperar o fôlego e pedir esclarecimentos, vai ficar surpreendido com a frequência com que vai ouvir: 'Não, eu realmente quis dizer isto em vez disso'", disse McNulty.

Mas não o faça de forma acusatória, avisa McNulty: "Às vezes, as pessoas pensam que ouvir ativamente é apenas atirar à cara de alguém o que ouviram. Não é isso. É apenas um pedido calmo e comedido de esclarecimento."

Não diga "tu", "nunca" ou "sempre"

Evite colocar o seu parceiro na defensiva em qualquer desacordo. Quando começa por dizer: "Fazes-me sentir", não está a ter os seus sentimentos, disse Cantor.

"Há grande diferença entre dizer: 'Estás a fazer isto', ou 'És isto', contra 'sinto-me assim quando fazes isto'", disse ela. Usando a frase "sinto-me..." é muito menos provocador.

Usar sempre a palavra "eu" não é fácil, especialmente quando se está zangado com o parceiro, acrescentou.

"No início, tem de ser realmente intencional", disse Cantor. "Abrande e pense realmente no que realmente sente antes de falar."

Cuidado com a linguagem não-verbal

Escusado será dizer que usar um tom de voz desagradável com o seu ente querido vai dar mau resultado, mas também pode enviar mensagens insultuosas não-verbais, dizem especialistas.

"Revirar os olhos é uma das piores coisas que se pode fazer. Está a comunicar indiretamente que a outra pessoa é idiota”, disse McNulty.

Se está no limite, tente controlar-se com respiração profunda, disse Cantor.

"Se está realmente focado manter o controlo, pode manter-se calmo", disse. "Quer ser alguém que está a prestar atenção e a mostrar isso na linguagem e na linguagem corporal."


NEPAL: Avião cai no Nepal com 72 pessoas a bordo... O avião caiu entre o antigo e o novo Aeroporto Internacional de Pokhara, no centro do Nepal. Não sabem "se há sobreviventes"

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POR LUSA  15/01/23 

Um avião com 72 pessoas a bordo caiu hoje no Nepal no domingo, confirmou um porta-voz da companhia aérea Yeti Airlines, dizendo não saber "se há sobreviventes".

"Há 68 passageiros a bordo e quatro tripulantes (...) a ajuda está a caminho, não sabemos se há sobreviventes", disse Sudarshan Bartaula à agência France Presse.

O avião caiu entre o antigo e o novo Aeroporto Internacional de Pokhara, no centro do Nepal, 200 quilómetros a oeste da capital, Katmandu.

A cabine do avião, um ATR-72, estava a incendiar-se e as equipas de resgate tentavam apagar o fogo, disse, Gurudutta Dhakal.

"Os serviços de salvamento já chegaram ao local e estão a tentar apagar o incêndio" que originou na cabine do avião, disse um responsável local, Gurudutta Dhakal.

Os serviços de emergência estão "concentrado por agora em extinguir o incêndio e resgatar os passageiros", acrescentou o responsável.

O primeiro-ministro nepalês Pushpa Kamal Dahal disse que o avião voava de Katmandu para Pokhara e pediu ao pessoal de segurança e ao público em geral que ajude nos esforços de resgate.

Imagens e vídeos partilhados na rede social Twitter mostram nuvens de fumo a sair do local do acidente enquanto equipas de resgate e multidões se reuniam em torno dos destroços da aeronave.

O aeroporto de Pokhara serve de ligação para os viajantes que se dirigem à cidade de Jomsom, localizada no coração dos Himalaias, destino popular entre turistas estrangeiros que visitam o pico Annapurna (8.091 metros de altura) ou a região de Mustang, além de peregrinos hindus.

A indústria aérea do Nepal cresceu nos últimos anos, transportando mercadorias e pessoas para áreas de difícil acesso, bem como caminhantes e alpinistas estrangeiros.

No entanto, o setor tem tido problemas de segurança devido à falta de formação dos pilotos e manutenção dos aviões.

Desde 2013 que a União Europeia proíbe as companhias aéreas do Nepal de aceder ao espaço aéreo europeu, por razões de segurança.

O país dos Himalaias tem ainda algumas das rotas mais isoladas e complexas do mundo, ladeadas por picos cobertos de neve que desafiam mesmo os pilotos experientes.

Pilotos dizem que o Nepal carece também de infraestruturas para fazer previsões meteorológicas precisas, especialmente em áreas remotas com terreno montanhoso acidentado onde o clima muda rapidamente.

Em maio de 2022, todas as 22 pessoas a bordo de um avião operado pela empresa nepalesa Tara Air -- 16 nepaleses, quatro indianos e dois alemães -- morreram quando a aeronave caiu.

Após este acidente, as autoridades apertaram as regras, nomeadamente determinando que os aviões só possam deslocar se as previsões meteorológicas forem favoráveis ao longo da viagem.

Em 1992, todas as 167 pessoas a bordo de um avião da Pakistan International Airlines morreram perto de Katmandu, no acidente aéreo mais mortífero da história do Nepal.


Leia Também: Pelo menos 67 das 72 pessoas a bordo do avião que caiu hoje no centro do Nepal morreram, segundo fontes oficiais, que avançam ainda que 15 dos passageiros eram estrangeiros, nenhum dos quais português. Este é já o pior acidente aéreo do país em 30 anos.