20 de dezembro de 2021

OMS diz que poder político africano deve apostar na sensibilização

© Reuters

Por LUSA  20/12/21

A diretora da Organização Mundial de Saúde (OMS) para África, Matshidiso Moeti, defendeu hoje que o poder político africano "deve apostar na sensibilização das comunidades para garantir o sucesso da vacinação" contra a pandemia de covid-19.

Matshidiso Moeti, que intervinha numa videoconferência promovida pela União Africana (UA), com o seu Centro de Controlo e Prevenção de Doenças, para discutir a "estratégia de resposta adaptada à covid-19", defendeu ainda a importância da "coordenação de esforços" e a diversificação de fontes de financiamento.

"Fiquei muito feliz em ouvir a ênfase sobre o papel das comunidades. Eles são os destinatários de mensagens que ajudem a persuadir os africanos a serem vacinados", acrescentou.

Neste ponto, Matshidiso Moeti destacou também a necessidade de abrir ao setor privado as parcerias na luta contra a pandemia de covid-19.

"Neste encontro foi sublinhado a importância de todo o tipo de parcerias. O papel do setor privado, por exemplo. Tem de ser reforçado", afirmou.

"Os africanos devem poder ser vacinados e, ao mesmo tempo, temos de fortalecer e desenvolver os nossos sistemas de saúde", vincou ainda.

Antes de Matshidiso Moeti intervieram os representantes de França, Reino Unido, União Europeia, Alemanha e China.

Stéphanie Seydoux, representante diplomática de França junto da UA, recordou que o seu país terá a presidência rotativa da União Europeia a partir de 01 de janeiro e sinalizou o compromisso francês em chamar a questão da saúde para o centro do debate que marcará a próxima cimeira UE-África.

"A França fará questão de, por meio desta presidência, fortalecer essa cooperação com os países da União Africana", destacou.

O diretor-geral de África no 'Foreign Office', Moazzam Malik, recordou que os primeiros casos de covid-19 surgiram há cerca de dois anos e que todos testemunham as "terríveis consequências" da pandemia.

"É evidente que nos últimos dois anos houve muito boas intenções, mas também temos de humildemente reconhecer que muitas expetativas não se cumpriram e foram dados alguns passos em falso", afirmou.

Para que não se repitam essas práticas, Moazzam Malik pediu para que todos os países reconheçam que "são parceiros neste combate" e apelou à coordenação "num espírito de colaboração".

"Claro que ainda há um longo caminho à nossa frente. Há muitos desafios significativos, sobre a distribuição equitativa de vacinas e a adaptação ou desenvolvimento de novas vacinas para nos mantermos à frente das variantes emergentes. Devemos também redobrar os esforços para ampliar os testes e a vigilância usando novas ferramentas, como testes de diagnóstico rápido e plataformas digitais para compartilhar dados de vigilância ativa, a menos que novos tratamentos sejam incorporados", defendeu.

O diplomata britânico frisou que "ninguém está seguro até que todos estejam seguros".

"A saúde de cada país depende de todo o mundo ter acesso a vacinas, terapêuticas e diagnósticos seguros e eficazes", defendeu, exortando "veementemente todas as partes a continuar a colaborar, a se comprometer com a transparência", porque, concluiu: "um problema global precisa de uma solução global".

Ian Dupont, embaixador da UE junto da UA, salientou que os 27 "apoiam totalmente" os esforços de África no combate à covid-19 e disse que a UE "espera continuar a cooperação no reforço dos sistemas de saúde pública, garantindo o acesso às vacinas, bem como apoiando a implementação de campanhas de vacinação eficazes e desenvolvendo o fabrico destes fármacos no continente".

"Todos esses esforços devem ser acelerados para aumentar a absorção da vacina durante a pandemia e, como outros oradores disseram, sabemos que ninguém estará seguro até que todos estejam seguros", referiu.

Ian Dupont destacou que os 27 "estão empenhados em continuar a desempenhar um papel na garantia da vacinação global, recordando que a UE é o maior doador e exportador do mundo de vacinas anti-covid do mundo.

"E continuaremos a exportar e compartilhar vacinas e todo o material auxiliar necessário para que África produza essas vacinas no continente", garantiu.

O representante da UE concluiu dizendo que a "resposta ao covid-19 é uma oportunidade para desenvolver melhores sistemas de saúde que ajudarão África também a lidar com outras doenças mortais no continente".

O diretor do Departamento da África subsaariana no Ministério dos Negócios Estrangeiros alemão, Robert Bolger, disse ser necessária "muita flexibilidade" e abordar o combate à covid-19 "de maneiras e ângulos diferentes".

"Fica claro que o setor privado tem um papel importante a desempenhar, principalmente no reforço da capacidade produtiva regional. A Alemanha tem enfatizado isso desde o início. Estamos a apoiar empresas privadas, por exemplo, a BioNTech, para iniciar a produção em África em 2022 ", sublinhou.

A fechar as intervenções de oradores não africanos, o representante da China na UA, Shi Kai, acentuou quão importante a solidariedade para garantir o acesso às vacinas.

A covid-19 provocou mais de 5,35 milhões de mortes em todo o mundo desde o início da pandemia, segundo o mais recente balanço da agência France-Presse.

Em Portugal, desde março de 2020, morreram 18.796 pessoas e foram contabilizados 1.227.854 casos de infeção, segundo dados da Direção-Geral da Saúde.

A doença respiratória é provocada pelo coronavírus SARS-CoV-2, detetado no final de 2019 em Wuhan, cidade do centro da China, e atualmente com variantes identificadas em vários países.

Uma nova variante, a Ómicron, classificada como preocupante pela Organização Mundial da Saúde (OMS), foi detetada na África Austral, mas desde que as autoridades sanitárias sul-africanas deram o alerta, a 24 de novembro, foram notificadas infeções em pelo menos 89 países de todos os continentes, incluindo Portugal.

CANADÁ - Caso inédito: Mulher grávida descobre que tem feto no fígado ...Trata-se de um caso único em medicina.

© TikTok

Notícias ao Minuto  20/12/21 

Foi agora noticiado um caso raro de gravidez ectópica. O caso aconteceu em 2012 mas só agora ganhou visibilidade depois de ter sido partilhado na conta de TikTok do médico Michael Narvey.

Baby discovered inside woman's liver in extremely rare ectopic pregnancy  @VESA Channel

O pediatra do Instituto de Investigação do Hospital Infantil de Manitoba, no Canadá, conta que recebeu uma doente que se queixava de estar menstruada há 14 dias seguidos.

A mulher, de 33 anos, foi sujeita a uma ecografia e aquilo que se descobriu é considerado um caso inédito em medicina: a mulher tinha um feto no fígado.

A mulher teve uma versão extremamente rara de uma gravidez ectópica, na qual "um óvulo fertilizado se implanta e cresce fora da cavidade principal do útero". Os sintomas desta condição incluem hemorragia vaginal e dores pélvicas e abdominais, que normalmente aumentam à medida que o feto cresce.

O médico explica que as gravidezes ectópica não são algo raro, sendo que, por norma, o óvulo fertilizado costuma ficar preso na trompa de Falópio e que, em casos raros, pode emergir e fixar-se na parede abdominal. No entanto, nunca tinha tido conhecimento de um caso em que este fosse encontrado no fígado.

A RT refere que, neste caso, a mulher acabou por ser salva, mas o feto em causa não sobreviveu.

Fabrica de farinha: PR Sissoco apela união e boa fê para o bem do país

Por: Ussumane Baldé,  capgb.com

O presidente da república Umaro Sissoco Émbalo, inaugurou na manhã desta segunda-feira 20-12-2021, a fábrica de farinha trigo “West África Flour Mills” na zonas industrial de bolola bissau.

Após a cerimônia, o Sissoco falou a imprensa onde comentou as mais recentes atualidades ligados a governação e o acordo assinado com o Senegal, em que o chefe de estado julga que assembleia nacional popular (ANP) não tem competência nenhuma para pôr em causa o acordo de cooperação assinado por dois países Guiné-Bissau e Senegal, ” não é preocupante o que aconteceu na assembleia, não consta no regimento e nem tão pouco na constituição, uma questão de má fé” e por parte dos deputados do seu partido MADEM G15 Eis a resposta “, a comissão política do MADEM não dou orientação aos deputados, fizeram por belo prazer e o partido não vai perdurar nenhum desobediência”.

Ainda o Chefe do estado guinnense, realçou que fez tudo que lhe competia face o acordo de cooperação na zona conjunta entre os dois países ” o chefe do governo quando recebeu os documentos por parte da ministra dos negócios estrangeiros devia agendar no conselho dos ministros para sua discussão e depois mandar para mim ou ANP para algumas retificações” por fim garantiu que MADEM G15 é o seu filho “sou do MADEM G15 aliás o partido é o meu filho nunca o abandono” e sobre o recém partido no país “é normal, cada cidadão tem direito de criar seu partido político se assim entender”.

Por seu lado, o ministro do comércio, Tcherno Djaló, prometeu que o governo está a trabalhar no seu máximo para poder incorrajar os investidores a investirem no país “é o sonho do governo trazer investidores no país para abastecerem o mercado, e vamos acompanhar os próximos passos da empresa”.

Importa referir que a Guiné-Bissau íntegra assim, o leque de países anfitriões desta fábrica da farinha trigo, depois da Libéria, Guiné-Conacri, serra leoa onde se encontra a sede principal, portanto aqui, na costa ocidental africana, com presença noutras partes do globo, nomeadamente, Dubai, Inglaterra e Turquia, uma companhia com vinte e cinco anos na produção da farinha, e como disse seu diretor a fábrica instalada no país tem capacidade de fornecer trizentos sacos por hora.


“ANP NÃO TEM COMPETÊNCIA DE ANULAR O ACORDO DE PETRÓLEO COM O SENEGAL”, SISSOCO EMBALÓ

Por Rádio Jovem | dez 20, 2021

O Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, reagiu hoje ao facto da Assembleia Nacional Popular ter declarado “nulo” o Acordo de Petróleo com o Senegal assinado em outubro de 2020 entre os dois presidentes da república. A posição da estrutura representativa do povo guineense foi por uma resolução aprovada pela maioria dos deputados na sessão da semana passada.

O primeiro magistrado da nação defende que nem na Constituição, nem no Regimento da ANP está previsto que o hemiciclo possa declarar nulo um acordo desse género.

Sissoco Embaló considera que quando o primeiro-ministro recebeu o respetivo acordo devia agendar previamente a sua análise e discussão no conselho de ministros, uma vez que o chefe do executivo não toma decisões sozinho, isto para depois o documento seguir as suas devidas tramitações.

O dossiê de petróleo vem realçar a má-fé existente na busca incessante do poder na Guiné-Bissau, revela o chefe de Estado. Sissoco volta a admitir que não se trata de um acordo de petróleo, já que o país não dispõe de uma reserva desse produto confirmado, e exige certas ponderações a quem queira abordar o assunto da Guiné-Bissau para o exterior.

“Este comportamento da ANP é um teatro. Devemos ter certos cuidados quando falamos do país para o mundo”, disse o presidente da república aos jornalistas quando foi interpelado a analisar a resolução da ANP sobre o dossiê petróleo.

“Este comportamento da Assembleia Nacional Popular terá as devidas consequências”, avisa Sissoco Embaló.

Tais declarações foram registadas hoje no acto da inauguração da nova fábrica de farinha pela empresa West Africa Four, em Bissau.

Recorda-se que o parlamento guineense aprovou, na terça-feira passada, uma resolução em que os deputados deram como “nulo e sem efeito” o acordo entre os presidentes da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, e do Senegal, Macky Sall.

Guiné-Bissau: 2022, um ano entre os desafios e a desconfiança

© Lusa

Por LUSA  20/12/21 

O analista Diamantino Domingos Lopes olha para 2022 na Guiné-Bissau como um ano "desafiador" com "estagnação política" e "muita desconfiança" entre os protagonistas.

"Vai ser um ano desafiador, considerando o fecho de 2021 com muitos eventos políticos e sociais. É um ano em que se espera muitos desenvolvimentos políticos, não se sabe é os contornos que deverão ter, vai depender muito do desfecho dos resultados que sairão dessas atividades políticas", afirmou à Lusa o analista político.

O analista referia-se à realização dos congressos dos principais partidos com representação parlamentar, nomeadamente do Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), previsto para o final de janeiro ou início de fevereiro, e do Movimento para a Alternância Democrática (Madem-G15), que se deverá realizar em setembro.

"As consequências aparecem depois, em função dos resultados que vão sair dos eventos políticos internos", afirmou Diamantino Domingos Lopes.

Para o analista, 2022 "não vai ser muito diferente de 2021" do ponto de vista político e só poderá ser diferente caso as "expectativas" de queda do Governo ou do parlamento se concretizem.

"Isso poderia animar o ano de 2022 não pela certeza, mas pela imprevisibilidade considerando todos os fatores à volta", afirmou, referindo-se a possíveis novas alianças.

Mas, para isso, segundo o analista, era preciso haver mudanças na liderança do PAIGC, o que não prevê que aconteça.

"Por isso vamos estar nesta situação de estagnação política e não haverá grandes novidades. Há um nível de crispação política elevado e uma certa dose de desconfiança entre os atores", afirmou.

Diamantino Domingos Lopes salientou que vai ser um "momento de muita desconfiança que apela à assertividade".

"As ações têm de ser assertivas, qualquer deslize pode ter consequências imediatas com os resultados. As alianças não vão falar muito alto, porque cada partido vai ter de trabalhar para a sua mesa, no sentido de manifestar a sua expressão política, a sua participação no processo, os seus contributos, ganhos políticos", afirmou.

A Guiné-Bissau vai realizar legislativas em 2023. As últimas decorreram em março de 2019 e foram ganhas pelo PAIGC, que não está no poder.

Para o analista político, vai também ser um ano de mobilização de votos, mas não a partir do bem-estar social.

"A tentativa de mobilização de voto vai ser através de ganância e manipulação do eleitorado. Vão aparecer múltiplas acusações, ninguém vai assumir a responsabilidade, e a sociedade também não vai assumir as suas responsabilidades. Vai ser um momento de festas e essa diversão faz com que a sociedade perca a reflexão do essencial e passa o tempo na diversão política", afirmou.

Para o analista, poucos vão refletir sobre o ensino público, a precariedade da saúde e laboral, os impostos, sobre o impacto da covid-19.

"Poucos vão refletir sobre isso, o que ajuda os atores políticos porque falta uma consciência crítica no sentido de exigir responsabilidades. Quando não há essa exigência, os atores políticos ficam tranquilos e trabalham nas perspetivas das limitações da sociedade", afirmou.

Salientando que a sociedade não tem uma educação sólida, o sociólogo afirmou que a reflexão política "traduz-se numa perspetiva de fanatismo e é mais complicado quando envolve questões étnicas e religiosas".

Questionado sobre se 2022, ano pré-eleitoral, vai dar mais impacto às questões étnicas e religiosas, Diamantino Domingos Lopes considerou que sim porque "já se percebe que o discurso fundamentado na questão étnica terá sempre resultados".

"São elementos que provocam a desunião, a divisão e o conflito social numa sociedade que é de certo modo homogénea, o que é o grande trunfo", afirmou, sublinhando que a convergência sócio étnica acaba por minimizar o impacto do conflito.

"Vai ser um ano difícil e os que falam e fazem comentários têm de desconstruir qualquer discurso de divisão e esclarecer a sociedade. Temos de ter consciência da limitação e ajudar as pessoas a darem saltos qualitativos", afirmou.

Banco Africano de Desenvolvimento prevê angariar 10 mil milhões de dólares em 2022

Sede do Banco Africano de Desenvolvimento, em Abidjan © AFP

Dinheiro Vivo/Lusa  20 Dezembro, 2021 

O banco tem apostado na diversificação geográfica das fontes de financiamento, tendo no ano passado feito a primeira transação na bolsa de Londres

O Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) pretende angariar 10 mil milhões de dólares nos mercados financeiros internacionais no próximo ano para financiar a recuperação das economias africanas e ajudar a superar a crise pandémica, anunciou a instituição.

O programa de empréstimos a contrair pelo BAD de 2022 foi aprovado a 14 de dezembro pelo Conselho de Administração para um montante máximo de 10 mil milhões de dólares [8,9 mil milhões de euros], a serem obtidos nos mercados de capitais", lê-se numa nota enviada à Lusa.

De acordo com o comunicado de imprensa, o banco compromete-se "continuar a promover o desenvolvimento e aprofundamento dos mercados de capitais africanos através da emissão de dívida em moeda local para facilitar o financiamento das suas operações" nas moedas dos países onde financia os projetos.

O banco tem apostado na diversificação geográfica das fontes de financiamento, tendo no ano passado feito a primeira transação na bolsa de Londres, emitindo dívida no valor de 3 mil milhões de dólares, cerca de 2,6 mil milhões de euros, que serviu para financiar o combate à propagação da Covid-19.

Mensagem de Condolências: Foi com profunda consternação que tomei conhecimento da triste notícia do falecimento do Ministro da Justiça e dos Direitos Humanos - Senhor Iaia Djalo

Neste momento de pesar, em nome do povo guineense e em meu próprio nome, apresento as minhas mais sentidas condolências à família enlutada.

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

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Morreu o ministro da Justiça da Guiné-Bissau

▲Iaia Djaló entrou para o atual Governo, liderado por Nuno Gomes Nabiam, na última remodelação governamental, feita em abril passado. TIAGO PETINGA/EPA

Observador.pt

Ministro morreu esta segunda-feira em Dacar, Senegal. Iaia Djaló foi transferido de Lomé, no Togo, onde se encontrava em missão de serviço, para Dacar após uma "doença súbita".

O ministro da Justiça e dos Direitos Humanos da Guiné-Bissau, Iaia Djaló, morreu esta segunda-feira em Dacar, Senegal, vítima de doença súbita, disse fonte familiar.

Segundo a mesma fonte, Iaia Djaló foi transferido de Lomé, no Togo, onde se encontrava em missão de serviço, para Dacar após uma “doença súbita”.

Líder do Partido da Nova Democracia, que fundou após ter abandonado o Partido de Renovação Social (PRS), Iaia Djaló foi eleito deputado nas legislativas de 2019 e entrou para o atual Governo, liderado por Nuno Gomes Nabiam, na última remodelação governamental, feita em abril passado.

Formado em línguas na Nigéria, Iaia Djaló já tinha, em outros governos, ocupado as pastas do Ministério dos Negócios Estrangeiros e do Comércio.

Nigeria Customs Intercepts Container With Firearms At Tin Can Port , Lagos State.

The owner of the container declared its content as televisions. 

Native Reporters

DG da Agricultura: “GUINÉ-BISSAU DISPÕE DE 79 TRATORES AGRÍCOLAS E SÃO INSUFICIENTES”

Odemocratagb.com

O diretor-geral da Agricultura e Desenvolvimento Rural, Júlio Malam Indjai, disse que a Guiné-Bissau dispõe, apenas, de 79 tratores agrícolas recenseados e deste número, 55 são do Estado e os restantes 24 foram adquiridos por projetos, mas que são insuficientes, ou seja, não podem resolver os problemas de um país “potencialmente agrícola”.   

“O Estado deve trabalhar seriamente na mobilização de recursos para a aquisição de tratores e outras máquinas agrícolas para podermos revolucionar a agricultura nacional”, indicou em entrevista a O Democrata para falar da produção agrícola e das expetativas, bem como dos investimentos necessários para revolucionar o setor, à semelhança do Senegal, que investiu muito na agricultura, um investimento  que o permitiu elevar a produção de arroz de 300 mil para um milhão e quinhentas mil toneladas.  

GUINÉ-BISSAU DEVE INVESTIR E APOSTAR NA DIVERSIFICAÇÃO DE PRODUTOS À EXPORTAR

Júlio Malam Indjai revelou que conceberam um plano de trabalho que ressalta um grande investimento no setor agrícola. O plano foi submetido ao governo, recomendando a aquisição de, no mínimo, 300 tratores agrícolas. Júlio Malam  Indjai frisou que o documento está em análise, sublinhando que o governo pode executar esse plano através de apoios de parceiros.  

“Aquando da sua visita ao país do ministro senegalês da agricultura, em janeiro último, informou-nos que o Senegal tem dois mil tratores agrícolas, por isso saiu de 300 mil toneladas para um milhão e quinhentas mil toneladas de arroz. Acredito e defendo que nós também podemos e devemos caminhar por essa via de revolucionar a nossa agricultura. Pelas informações que temos, o atual presidente da Guiné-Conacri mandou o ministério da agricultura colocar  no porto de Conacri dois mil tratores. Atualmente, todo o mundo está virado para agricultura, porque o petróleo não ajuda e às vezes o preço oscila, enquanto na agricultura podemos constituir uma economia limpa, razoável e estável”, disse.

Assegurou que se a Guiné-Bissau tivesse apostado na diversificação de produtos para exportação que pudessem serconjugados com a castanha de cajú, ou seja, se o país tivesse cinco produtos agrícolas para exportar juntamente com a castanha de cajú, certamente estaria estável em termos económicos.

“Apenas com a castanha de cajú nota-se um certo nível de desenvolvimentos nas tabancas. Vê-se numa tabanca  pessoas com painéis solares, frigoríficos. Nos anos 70, a maior parte das casas tinham telhados das casas feitos de palha, mas hoje temos nas tabancas quase todas com telhados feitos em chapas de zinco, graças à comercialização da castanha de cajú. Se fizéssemos como a Costa de Marfim que apostou na agricultura e tem uma diversidade de produtos para exportação, seria uma mais valia para a nossa economia. A Costa de Marfim é o maior produtor da castanha de cajú na África, com 800 mil toneladas, ou melhor, ultrapassa-nos em larga escala, mas também exporta cacau que é a sua tradição, café e algodão, banana e manga”, contou.

Enfatizou que, neste momento, o governo está a desenvolver um projeto de transformação local da manga da Guiné-Bissau com apoio da Organização das Nações para o Desenvolvimento Industrial e que está a ser executado em colaboração com a direção-geral da Indústria.

“É muita pena aquilo que se vê no período das mangas. Vê-se por todo o lado do país, toneladas e toneladas de mangas a estragarem-se, é muita pena! Temos que criar as condições para a conservação e transformação dos nossos produtos agrícolas”, defendeu.

Questionado sobre os trabalhos das delegacias regionais, explicou que as direções regionais da agricultura trabalham lado a lado com os agricultores. Frisou que a  falta dos meios técnicos e financeiros não permite os técnicos desenvolverem as suas atividades. 

“O bolo orçamental colocado à disposição do ministério da agricultura pelo Orçamento Geral do Estado é insignificante e não pode ajudar na instalação de ditos “intencionistas” que outrora tínhamos, graças a grandes projetos que desenvolvíamos no leste, norte e sul do país. Aquilo fracassou porque a partir de uma determinada altura e ainda agora não temos capacidade para retermos permanentemente as pessoas no terreno . Como exemplo, não podemos ter alguém em Cacine sem que lhe disponibilizemos sequer uma bicicleta ou um salário que o permita fixar-se em Cacine. Enquanto não tivermos um orçamento ideal, nós não podemos ter estruturas largas e funcionais”, esclareceu.

Lembrou que, neste momento, o ministério está a implementar um projeto de reestruturação da fileira do arroz na sequência do qual, conseguiu criar três estruturas de produtores de arroz a nível nacional, setorial e até nas secções. Sublinhou que foram criadas também associações de transformadores de arroz e de comerciantes de arroz.

“Queremos desenvolver fileira do arroz para permitir o aumento da produção, porque quando o lavrador produz e consegue vender, vai aumentar a área da produção para produzir e vender mais. É nessa base que, em colaboração com a UEMOA, conseguimos um projeto e estamos agora a constituir uma rede cujo objetivo é juntar estas três estruturas para trabalharem colaborativamente”, notou.

Relativamente à produção hortícola, explicou que o ministério já está a implementar projetos pilotos ou campos modelos de produção hortícola, em que os campos são vedados com blocos e arames a fim de dar-lhes maior consistência.

Por: Assana Sambú

Foto: A.S