terça-feira, 3 de junho de 2025

Família de suspeito do ataque no Colorado detida pela Imigração dos EUA

Por  LUSA 03/06/2025

Mohamed Sabry Soliman, presumível autor do atentado contra uma manifestação a favor da libertação dos reféns israelitas em Gaza, foi acusado na segunda-feira de "crime de ódio".

A família do suspeito do ataque no Colorado - a mulher e os cinco filhos -, que provocou dezenas de feridos, que marchavam em apoio aos reféns israelitas de Gaza, no passado domingo, foi detida pelas autoridades da Imigração dos Estados Unidos.

"Estamos a investigar até que ponto a sua família sabia sobre este ataque hediondo, se tinham conhecimento dele ou se lhe deram apoio", disse a secretária de Segurança Interna dos EUA, Kristi Noem, através de um vídeo publicado na rede social X (antigo Twitter). 

Nessa publicação, Noem não esclareceu se a mulher de Mohamed Sabry Soliman e os seus cinco filhos serão deportados.

Uma das filhas do casal acabou recentemente o ensino secundário e foi premiada com uma bolsa de estudos de um jornal local de Colorado Springs.

"Ter vindo para o Colorado mudou-me", escreveu a jovem na aplicação da candidatura à bolsa, acrescentando que aprendeu a trabalhar sob pressão e a improvisar - e destacou o apoio da sua família.

O FBI revelou que Mohamed Sabry Soliman estaria à espera que a sua "filha se graduasse para realizar o ataque", sendo que a cerimónia de graduação aconteceu na semana passada. 

Mohamed Sabry Soliman, presumível autor do atentado contra uma manifestação a favor da libertação dos reféns israelitas em Gaza, foi acusado na segunda-feira de "crime de ódio".

O homem de nacionalidade egípcia, de 45 anos, é acusado de ter lançado dispositivos incendiários contra os participantes numa marcha semanal organizada em apoio aos reféns israelitas detidos pelo movimento islamita Hamas na Faixa de Gaza desde 07 de outubro de 2023, gritando "Libertem a Palestina!"

O alegado agressor "planeava este ataque há um ano", porque "odeia aquilo a que chama o grupo sionista", afirmou Grewel no final dos primeiros interrogatórios. "Disse que queria que eles morressem todos. Não se arrepende de nada e fá-lo-ia de novo", acrescentou o procurador.

Nos Estados Unidos, entende-se por "crime de ódio", ou crime cometido com motivação de ódio ou preconceito, um ato que visa uma pessoa devido a determinadas características da sua identidade, como a origem étnica, religião, nacionalidade ou orientação sexual. Este tipo de crime constitui uma infração federal, circunstância agravante que implica penas mais severas.

Mohammed Sabry Soliman está também a ser processado pelo estado do Colorado por várias outras acusações, incluindo tentativa de homicídio.

O ataque ocorreu cerca de dez dias depois de dois funcionários da embaixada israelita nos Estados Unidos terem sido mortos a tiro perto do Museu Judaico em Washington. O atirador, que também gritou "Libertem a Palestina", foi detido e acusado de homicídio.

Pelo menos doze pessoas ficaram feridas em Boulder, duas das quais permaneciam hospitalizadas na tarde de segunda-feira, de acordo com uma contagem atualizada pelas autoridades locais. No domingo, o balanço provisório era de oito feridos, quatro mulheres e quatro homens, com idades compreendidas entre os 52 e os 88 anos.

"Testemunhas descreveram o suspeito usando um lança-chamas caseiro e lançando um dispositivo incendiário contra a multidão", informou a polícia de Boulder.

O homem de 40 anos, de nacionalidade egípcia, segundo a imprensa norte-americana, "tentou comprar uma arma de fogo", mas "não conseguiu fazê-lo porque não tem residência legal", acrescentou o procurador do Colorado.

Mohammed Sabry Soliman "entrou no país em agosto de 2022, com um visto que expirou em fevereiro de 2023", detalhou a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, sublinhando que, entretanto, apresentou um pedido de asilo em setembro de 2022.


Leia Também: Colorado. Atacante acusado de 16 tentativas de homicídio e crimes de ódio 

Banco Mundial: Nova Atualização Económica analisa desafios fiscais na Guiné-Bissau

BISSAU, 3 de junho de 2025 — O Banco Mundial publicou a última edição da “Atualização Económica da Guiné-Bissau” , um relatório que examina as tendências económicas recentes e as questões de desenvolvimento no país.

A presente edição da Atualização Económica analisa a evolução económica em 2024 e fornece uma previsão para 2025-2028. A edição apresenta uma análise aprofundada sobre a composição e o desempenho das receitas fiscais, e fornece recomendações para melhorar a mobilização de receitas na Guiné-Bissau.

Apesar de uma campanha de caju desafiadora, a economia da Guiné-Bissau permaneceu resiliente em 2024, com o crescimento real do PIB a atingir 4,8%, ligeiramente acima da taxa de 4,4% de 2023. A inflação moderou para uma média de 3,8% em 2024, contra 7,2% em 2023. O défice orçamental melhorou para 7,3% do PIB em 2024, impulsionado pelo controlo das despesas e pelo aumento das subvenções dos doadores, apesar de a cobrança de receitas ter sido inferior ao previsto. A dívida pública subiu para 82,3% do PIB, refletindo as elevadas necessidades de financiamento e o agravamento das condições financeiras no mercado regional.

A Atualização Económica destaca que a pressão fiscal na Guiné-Bissau permanece baixa e muito abaixo do critério de convergência da União Económica e Monetária da África Ocidental (UEMOA) de 20% do PIB. Uma das prioridades imediatas é racionalizar as múltiplas despesas fiscais do país, incluindo o alargamento da base do IVA, o reforço do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Singulares e do Imposto sobre o Rendimento das Pessoas Coletivas, o ajustamento das taxas de imposto sobre combustíveis e álcool e a melhoria dos mecanismos de transparência e supervisão.

“Ao implementar estas reformas, a Guiné-Bissau pode criar espaço fiscal para fazer face à crescente necessidade de serviços públicos de qualidade, especialmente nas áreas prioritárias da saúde, educação e infraestruturas”, afirma Maria Elkhdari, Economista do Grupo Banco Mundial e principal autora do relatório.

Para 2025-2028, as perspetivas são favoráveis, mas sujeitas a riscos - prevê-se que o crescimento seja, em média, de 5,1%, pressupondo uma produção de caju favorável, uma forte atividade no setor dos serviços e a continuação do investimento em projetos de infraestruturas fundamentais. O relatório prevê igualmente uma melhoria da situação orçamental apoiada por uma consolidação orçamental baseada em receitas. A melhoria da trajetória da dívida depende de uma grande consolidação fiscal em 2025, que só pode ser alcançada com um forte compromisso político.

“O fortalecimento da mobilização de receitas é crucial para a Guiné-Bissau alcançar um crescimento económico sustentável”, refere Rosa Brito, Representante Residente do Grupo Banco Mundial na Guiné-Bissau. “O relatório Atualização Económica oferece informações oportunas e importantes para os decisores políticos, apresentando recomendações políticas concretas para ajudar a construir um sistema fiscal mais equitativo, eficiente e resiliente que possa apoiar eficazmente os objetivos de desenvolvimento da Guiné-Bissau.”

Faça o download do relatório aqui.

Contactos:

Em Bissau: Joana Rodrigues, +245 96 640 17 28, jdossantosrodrig@worldbankgroup.org

Para saber mais sobre o trabalho do Banco Mundial na Guiné-Bissau: https://www.worldbank.org/en/country/guineabissau

Para mais informações visite: https://www.worldbank.org/en/region/afr/western-and-central-africa

Siga-nos no Twitter: https://twitter.com/WorldBankAfrica

Comunicado de imprensa

2025/082/AFW

O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, chegou hoje a Kuala Lumpur, capital da Malásia, para uma visita oficial de 72 horas.

Recebido com honras militares e uma calorosa recepção, o Chefe de Estado deu início à primeira visita oficial de um Presidente da Guiné-Bissau à Malásia, marcada por gestos de hospitalidade e pela vontade mútua de reforçar as relações de amizade e cooperação.

Resolução do conflito com a Ucrânia? Rússia admite extrema complexidade... A Rússia reconheceu hoje que a resolução do conflito com a Ucrânia é "extremamente complexa", um dia depois de novas conversações russo-ucranianas na Turquia terem terminado sem um acordo de cessar-fogo.

© Sefa Karacan/Anadolu via Getty Images   Lusa   03/06/2025

 "Seria errado esperar decisões e progressos imediatos", afirmou o porta-voz do Kremlin (presidência), Dmitri Peskov, citado pela agência de notícias France-Presse (AFP).

Os russos e os ucranianos reuniram-se em Istambul na segunda-feira, para uma segunda ronda de negociações sob mediação turca, após uma primeira reunião em 16 de maio.

Mas, até agora, os esforços diplomáticos para encontrar uma saída para a ofensiva russa produziram poucos resultados, com Moscovo e Kiev a concordarem apenas com a troca de prisioneiros e de corpos de soldados mortos na frente de combate.

"A questão da resolução do conflito é extremamente complexa e envolve muitas 'nuances'", disse Peskov.

Moscovo pretende, acima de tudo, "eliminar as causas profundas do conflito" para alcançar a paz com Kiev, referiu.

Peskov elogiou, no entanto, os acordos importantes alcançados em Istambul, garantindo que "o trabalho vai continuar".

"Estamos à espera de uma reação ao memorando que foi enviado", afirmou, referindo-se à lista de exigências que Moscovo entregou aos ucranianos na segunda-feira.

Segundo o memorando, publicado pelas agências noticiosas russas TASS e Ria Novosti, Moscovo exige uma "retirada completa" do exército ucraniano das regiões parcialmente ocupadas de Donetsk e Lugansk (leste) e de Zaporijia e Kherson (sul).

Tal retirada deve ocorrer antes do "estabelecimento de um cessar-fogo de 30 dias".

Outras exigências incluem o "reconhecimento legal internacional" das quatro regiões e da península da Crimeia, anexada em 2014, como territórios russos, bem como a neutralidade da Ucrânia, numa altura em que Kiev pretende aderir à NATO.

Todas estas exigências maximalistas já foram rejeitadas no passado pela Ucrânia, que, por sua vez, pede a retirada do exército russo do território ucraniano, cerca de 20% do qual está ocupado por tropas de Moscovo.

O Presidente russo, Vladimir Putin, apelou em 19 de maio a Kiev para que encontrasse compromissos, sem dar mais pormenores.

O porta-voz de Putin não quis hoje "tornar públicos" os eventuais compromissos pretendidos por Putin.

Peskov também considerou improvável, num "futuro próximo", um encontro entre Putin e os homólogos ucraniano, Volodymyr Zelensky, e norte-americano, Donald Trump, sugerido pela Turquia na segunda-feira e pedido por Kiev.

A Casa Branca (presidência) disse que Trump estava pronto para se deslocar à Turquia para participar em tal cimeira.

Trump, que tomou posse em 20 de janeiro, disse durante a campanha eleitoral que poderia acabar com a guerra entre a Rússia e a Ucrânia em 24 horas.

As forças russas tinham a expectativa de conquistar Kiev em dois dias quando invadiram o país vizinho em 24 de fevereiro de 2022.

Mais de três anos depois, a guerra causou dezenas de milhares de mortos civis e militares dos dois lados, e o fim não parece estar à vista, como reconheceu hoje o porta-voz de Putin.


Bill Gates anuncia doação de 175 mil milhões a África durante 20 anos... Bill Gates anunciou hoje, na Etiópia, que a maior parte dos 175 mil milhões de euros que doou à sua fundação serão investidos em África nos próximos 20 anos para ajudar o continente "enfrentar os seus desafios".

© Lusa  02/06/2025

Num discurso proferido hoje na sede da União Africana, em Adis Abeba, o presidente da Fundação Gates, Bill Gates, exortou os líderes africanos a aproveitarem "o momento para acelerar o progresso na saúde e no desenvolvimento por meio da inovação e da parceria, apesar dos desafios atuais", segundo um comunicado de imprensa da fundação.

De acordo com a nota de imprensa, Gates anunciou que a maior parte dos 200 mil milhões de dólares (cerca de 175 mil milhões de euros) "que a fundação gastará nos próximos 20 anos irá para a África, com foco em parcerias com governos que priorizam a saúde e o bem-estar dos seus povos".

Gates contextualizou que assumiu o compromisso de doar a sua fortuna dos próximos 20 anos e que pretende que esse valor seja para ajudar "África a enfrentar os seus desafios".

Para Gates, o papel da liderança e criatividade africanas são fundamentais na promoção da saúde e do futuro económico do continente.

"Ao libertar o potencial humano através da saúde e da educação, todos os países africanos deverão estar no caminho da prosperidade --- e é emocionante fazer parte desse caminho", afirmou o cofundador da Microsoft.

Após o seu discurso, Gates juntou-se a Paulin Basinga, diretor da fundação para África, numa conversa informal para discutir a agenda de desenvolvimento de África e os investimentos e parcerias necessários para impulsionar o progresso futuro.

Para Gates, países como Moçambique, Etiópia, Ruanda, Zimbabué, Nigéria e Zâmbia "estão a mostrar o que é possível [acontecer] quando uma liderança ousada aproveita a inovação".

Ao refletir sobre o seu envolvimento de mais de duas décadas no continente, declarou que sempre se inspirou pelo trabalho árduo dos africanos, mesmo nos locais com os recursos mais limitados.

Para si, a inteligência artificial (IA) poderá ter um potencial transformador relevante no futuro do continente.

Por outro lado, Gates elogiou os "jovens inovadores africanos", que diz ver "os jovens em África a abraçar essa realidade e a pensar em como isso se aplica aos problemas que querem resolver".

Citou o exemplo do Ruanda, que usa IA "para melhorar a prestação de serviços".

Este anúncio da ajuda de Gates ao continente surge num contexto de corte da ajuda internacional a África, nomeadamente desde a tomada de posse da administração do Presidente norte-americano Donald Trump.

Enquanto esteve na Etiópia, Gates reuniu-se com o primeiro-ministro Abiy Ahmed e de seguida viajará para a Nigéria, onde se reunirá com o Presidente Bola Ahmed Tinubu e se reunirá com líderes federais e estaduais para discutir as reformas dos cuidados de saúde primários do país.

Gates também participará num evento da Goalkeepers Nigéria focado no futuro da inovação em África e reunirá com cientistas e parceiros locais que estão a moldar a estratégia nacional de IA da Nigéria e a ampliar as soluções de saúde.

Segundo o comunicado da fundação, nos próximos 20 anos a entidade "trabalhará em conjunto com os seus parceiros para alcançar o máximo progresso possível em direção a três objetivos principais: acabar com as mortes evitáveis de mães e bebés; garantir que a próxima geração cresça sem ter que sofrer com doenças infecciosas mortais; e tirar milhões de pessoas da pobreza, colocando-as no caminho da prosperidade"

Após esse período de 20 anos, a "fundação encerrará as suas operações", concluiu.

A Fundação Gates foi criada em 2000 por Bill e Melinda Gates e tem sede em Washington, nos Estados Unidos da América.