domingo, 16 de março de 2025

A administração do Presidente Donald Trump começou hoje a fazer cortes na rádio Voz da América (VOA) e noutros 'media' geridos pelo governo norte-americano, tendo a organização dito que todos os funcionários da VOA foram colocados em licença.

© Kent Nishimura/Bloomberg via Getty Images  Lusa  15/03/2025 

 Trump ordena cortes na Voz da América e outros meios financiados pelos EUA

A administração do Presidente Donald Trump começou hoje a fazer cortes na rádio Voz da América (VOA) e noutros 'media' geridos pelo governo norte-americano, tendo a organização dito que todos os funcionários da VOA foram colocados em licença.

Na sexta-feira à noite, pouco depois de o Congresso ter aprovado a sua última lei de financiamento, Trump deu instruções à sua administração para reduzir as funções de várias agências ao mínimo exigido por lei.

Entre elas está a Agência dos EUA para os 'Media' Globais, que abrange a Voz da América, a Rádio Europa Livre e Ásia e a Rádio Marti, que transmite notícias em espanhol para Cuba.

"Pela primeira vez em 83 anos, a famosa Voz da América está a ser silenciada", afirmou o diretor da organização, Michael Abramowitz, num comunicado, acrescentando que "praticamente" toda a equipa, de 1.300 pessoas, foi colocada em licença.

"A VOA promove a liberdade e a democracia em todo o mundo, contando a história da América e fornecendo notícias e informações objetivas e equilibradas, especialmente para aqueles que vivem sob a tirania", disse Abramowitz.

Relatos nas redes sociais e em órgãos norte-americanos indicavam que a VOA tinha ficado em silêncio hoje ou, noutros casos, passado a transmitir música.

O grupo de defesa da imprensa Repórteres Sem Fronteiras condenou a decisão e considerou-a "um desvio do papel histórico dos EUA como defensor da informação livre", apelando ao governo dos EUA "para restaurar a VOA" e ao Congresso e à comunidade internacional para que ajam "contra esta medida sem precedentes".

Em conjunto, estes meios chegam a cerca de 427 milhões de pessoas. A sua origem remonta à Guerra Fria e fazem parte de uma rede de organizações financiadas pelo governo norte-americano que tenta ampliar a influência dos EUA e combater o autoritarismo, que inclui a USAID, outra agência visada por Trump.

A administração Trump já tomou outras medidas para afirmar a sua autoridade sobre a Voz da América, e esta semana cancelou contratos que permitiam à VOA utilizar material de organizações noticiosas independentes, como a Associated Press.


Para aceitar acordo, Rússia quer garantia de que Ucrânia não adere à NATO...A Rússia quer que a Ucrânia permaneça neutra em qualquer acordo de paz.

© Getty Images   Notícias ao Minuto  16/03/2025 

A Rússia pretende ter garantias de que os países da NATO vão excluir a Ucrânia da adesão à Aliança Atlântica e que a Ucrânia permaneça neutra em qualquer acordo de paz, disse um vice-ministro dos negócios estrangeiros russo, em entrevista ao jornal local Izvestia.

"Vamos exigir que garantias de segurança rigorosas ​​se tornem parte deste acordo", afirmou Alexander Grushko, citado pela agência Reuters, este domingo.

Acrescenta ainda que "parte destas garantias deverá ser o estatuto neutro da Ucrânia, a recusa dos países da NATO em aceitá-la na aliança".

A Ucrânia concordou com uma trégua incondicional de 30 dias se a Rússia parasse com os ataques no leste do país. No entanto, o presidente russo, Vladimir Putin não concordou com qualquer trégua e decidiu estabelecer condições maximalistas, como a Ucrânia ceder cinco regiões anexadas pela Rússia, abandonar as ambições de Kyiv de se juntar à NATO e desmantelar o governo ucraniano em vigor.

Na mesma entrevista, Alexander Grushko aponta que "um dos elementos mais importantes são os interesses de segurança da Rússia".

"A Europa deve entender que se forem criadas fortes garantias jurídicas internacionais para a segurança da Rússia, que excluam a adesão da Ucrânia à NATO e a possibilidade de implantar contingentes militares estrangeiros no seu território ou usá-lo para exercer pressão militar sobre a Rússia, então a segurança da Ucrânia e de toda a região num sentido mais amplo será garantida, uma vez que uma das causas profundas do conflito será eliminada", aponta ainda o vice-ministro dos negócios estrangeiros russo.

O enviado norte-americano à Rússia, Steve Witkoff, disse este domingo que  Donald Trump irá reunir-se "esta semana" com Vladimir Putin para discutir a situação da Ucrânia, noticia a agência AFP.


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