quinta-feira, 20 de abril de 2017

Jovens da Guiné-Bissau protestam sábado contra o presidente

Os jovens da Guiné-Bissau do Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados (MCCI) com a crise política anunciaram hoje a realização de uma manifestação de protesto contra o Presidente do país, José Mário Vaz, agendada para este sábado.


Em conferência de imprensa, Sumaila Djaló, membro da direção do MCCI, plataforma de associações de jovens que dizem lutar pela afirmação da democracia na Guiné-Bissau, defendeu a necessidade de o povo continuar a manifestar-se contra "a degradação da vida política".

Segundo Sumaila Djaló, a sua organização considera o Presidente guineense, José Mário Vaz, principal responsável da crise política que o país atravessa há cerca de um ano e meio, pelo que, disse, no próximo sábado haverá uma manifestação pacífica de protesto em Bissau.

Será "mais uma manifestação para denunciar a ditadura e tirania que José Mário Vaz e a sua cúpula querem implementar" na Guiné-Bissau, declarou Sumaila Djaló, acrescentando que enquanto juventude "convicta e determinada", estão dispostos a defender os valores da democracia e cidadania.

Djaló sublinhou que mesmo com espancamento e prisões dos líderes do movimento, os protestos não vão parar enquanto a Guiné-Bissau não conhecer a estabilidade e o progresso.

O dirigente do MCCI disse ainda que já deixaram de acreditar nas promessas do Presidente José Mário Vaz.

"Ele tinha dito que não ia acontecer espancamento, prisão ou morte de nenhum filho da Guiné-Bissau só por estar a manifestar-se contra o seu regime, das três garantias duas já aconteceram, agora só falta que algum de nós seja morto", observou Sumaila Djaló.

O ativista explicou que na manifestação de sábado todos os dirigentes do movimento dos inconformados que se encontram atualmente escondidos, por temerem ações da polícia, estarão presentes, inclusive Lesmes Monteiro.

Monteiro, que é o porta-voz do MCCI, terá sido vítima de espancamento no passado sábado por pessoas desconhecidas, na sua residência, nos subúrbios de Bissau. Desde então, encontra-se escondido em lugar desconhecido.

Sumaila Djaló adiantou estarem em curso negociações com as autoridades para mudar a rota da manifestação de sábado que o movimento quer que decorra da rotunda do aeroporto à praça dos Heróis Nacionais, junto ao palácio da presidência.

A polícia não quer que a manifestação termine diante do palácio, indicou Djaló.

Noticiasaominuto

Ensino público - Sindicatos dos professores ameaçam observar nova paralização das aulas

Bissau, 20 Abr 17 (ANG) – Os Sindicatos Nacional dos Professores (SINAPROF) e o Democrático de Professores (SINDEPROF) ameaçam decretar nova greve no sector de ensino público guineense, caso o Governo “não cumprir” com último Memorando de Entendimento rubricado entre as duas partes.

Em conferência de imprensa conjunta realizada hoje, o Presidente do SINAPROF, Malam Li Baldé sustentou que os professores não podem continuar a ver os seus problemas resolvidos duma forma “pontual”.

Baldé exige a “resolução  total” das suas reivindicações, conforme rege o acordo entre o Estado e os docentes.

“Como é possível termos um sistema de ensino de qualidade, se não melhorarmos as condições nas escolas, se existir a falta de formação contínua aos professores e  se termos os conteúdos lectivos que datam dos anos oitenta”,  questiona o professor.

Por seu lado, o Presidente do Sindicato Democrático dos Professores, Lauriano Pereira,  acusa o governo de empurrar os docentes para a greve, por incumprimento do acordo firmado entre as duas partes.

Entre outros pontos, os dois sindicatos do sector do ensino público do país exigem a implementação da Carreira Docente, o pagamento dos ordenados atrasados aos novos ingressos e  contratados  e a uniformização de letras de vencimentos aos professores com a mesma categoria.

ANG/QC/SG

Movimento de cidadãos apresenta denúncia crime contra presidente do Parlamento guineense

Em causa a paralisação do Parlamento

Cipriano Cassamá é acusado de bloquear os trabalhos da Assembleia Nacional Popular por influência do PAIGC

O grupo denominado “O Cidadão” entregou nesta quinta-feira, 20, ao Procurador-geral da República de Moçambique, uma “denúncia crime de responsabilidade de cargo público” contra o Presidente do parlamento”.

Este movimento responsabiliza Cipriano Cassamá pelo bloqueio dos trabalhos parlamentares, acusando-o “de faltar o seu dever regimental e constitucional, que visa a convocação da sessão parlamentar para a votação do Programa do Governo e respectivo orçamento”.

Os promotores da iniciativa dizem que o presidente do Parlamento está a agir sob a influência política do seu partido, o PAIGC.

Uma suposta realidade que, no entender dos membros da organização, é “um crime de responsabilização de cargo público” que não pode ser tolerado.

“Se não, estaremos a abrir precedentes para que actos de género continuem a acontecer no país, e nós, como Movimento “O Cidadão”, não vamos permitir que actos de atropelos as normas legais continuem a vigorar no país”, garantiu Ussumane Griffon, do movimento que exige a retomada das sessões parlamentares.

Uma responsabilização que um alto dirigente do parlamento guineense rejeita, alegando que, citamos: “tudo que o presidente Cipriano Cassamá tem feito é o cumprimento da constituição e do Regimento do Parlamento”.

O dirigente refere ainda que “no passado, foram os deputados da oposição que tinham impedido a convocação de uma sessão parlamentar, sem a observância das normas regimentais, alegando que, a luz da legislação em vigor, o presidente da Assembleia Nacional Popular, não tem a tal competência”.

Por isso, a fonte questiona: “por que é que se quer agora que a lei seja violada”, fim de citação.

VOA

Comunicação Social - Órgãos públicos ameaçam com greve de três dias

Bissau, 20 Abr 17 (ANG) - Os órgãos públicos da comunicação social do país prevêm uma greve de três dias, com inicio a partir de 24 do mês corrente, exigindo, entre outros o pagamento de salários em atraso e cumprimento de diplomas legais do sector.

A revelação foi feita hoje pelo porta-voz da comissão negocial de greve Julciano Baldé, em entrevista exclusiva a Agência de Notícias da Guiné-ANG.

Julciano Baldé assegurou que no pré-aviso quarta-feira entregue ao ministro da Comunicação Social, constam igualmente a necessidade de assinatura de um contrato de prestação de serviço público, elaboração de um estatuto remuneratório para o sector público da Comunicação Social e satisfação dos órgãos estatais em termos de equipamentos.

Questionado sobre a resposta do ministro da área após ter recebido o pré-aviso, o porta-voz respondeu que este prometeu levar a preocupação dos órgãos públicos às “autoridades competentes”.

“Vamos aguardar a resposta do ministro, mas caso nada se resolver iremos a greve”, advertiu Julciano Baldé.

Em nome da comissão negocial, o porta-voz manifestou total disponibilidade de dialogar para se chegar a um consenso com o governo, uma vez que, destacou, o diálogo é a base para resolução de qualquer que seja problema.

O fórum de concertação dos sindicatos de base dos órgãos públicos de comunicação social (ANG, Nô Pintcha, RDN  e TGB) havia entregado no passado 7 de Marco um caderno reivindicativo ao ministro da área.

ANG/AALS/JAM/SG

Abraçar Causas Justificadas e Inteligentes - A Questão Regional

UMARO DJAU II

Qualquer cidadão nacional -- dentro das suas liberdades -- tem o seu dever de expressar livremente o seu desagrado sobre qualquer assunto nacional, regional ou internacional. 

Todavia, não posso concordar com certas atitudes desprovidas de quaisquer justificações patrióticas, nacionais e estratégicas. 

Por exemplo, como é que uma pessoa devidamente equipada (politica, académica e intelectualmente) pode insurgir-se contra o estabelecimento de boas relações de amizade e de cooperação entre a Guiné-Bissau e os seus países vizinhos? 

Uma tal postura já teve custos muitos elevados para o país em várias décadas de independência.

Por exemplo, em 1980 quando a Guiné-Bissau se “insurgiu” (política e diplomaticamente) contra o Cabo Verde, muitos guineenses aplaudiram. Mas, hoje em dia, todos sabem o resto da história. Para além de ser um exemplo entre as democracias africanas, Cabo Verde ocupa o lugar 122 do Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) e a Guiné-Bissau ocupa a posição número 178, entre os 11 países menos desenvolvidos do mundo, de acordo com os dados de 2016. 

Mas, muito cedo, países como o Cabo Verde perceberam de que, para qualquer país, o "interesse nacional" afigura-se como o aspecto mais importante no relacionamento regional e internacional.

Infelizmente, muitos guineenses (falo dos quadros guineenses), devido à tremenda limitação "técnica", não têm sabido separar as suas querelas políticas nacionais da necessidade de defender conjuntamente e inequivocamente os nossos interesses nacionais, regionais e internacionais. 

Daí que uns tenham aplaudido a forma como o actual Presidente de Portugal,  Marcelo Rebelo de Sousa, evitara visitar o país e tendo inclusive desenvolvido incessantemente campanhas contra os parceiros regionais mais vitais da Guiné-Bissau: O Senegal, a Gâmbia, a Guiné-Conacri, a Nigéria, para citar poucos. 

E para ser mais especifico, já li também várias campanhas, tanto nos blogues como nas redes sociais, contra a visita agendada do Presidente senegalês Macky Sall à Guiné-Bissau. 

Neste momento particular da sua vida e história, a Guiné-Bissau precisa (e depende) do Senegal para satisfazer as suas necessidades mais básicas da sua importação -- alimentação, combustíveis, materiais de construção, comunicação global, etc., etc. O mesmo se diz em relação à nossa inserção regional -- CEDEAO, UEMOA, entre outras organizações. O mesmo se diz em relação às outras iniciativas bilaterais de desenvolvimento -- o acordo de gestão e de cooperação na zona marítima comum com o Senegal e o Aproveitamento da Bacia do Rio Gâmbia (OMVG). O mesmo se diz em relação ao aperfeiçoamento técnico dos quadros guineenses, sobretudo no sector bancário, turismo e da tecnologia. 

A Guiné-Bissau precisa de aliados e de amigos. E as tais alianças são frequentemente forjadas e favorecidas pelos relacionamentos pessoais entre líderes dos países em questão, sem perder de vista, o interesse nacional de cada parte.

Se o Presidente senegalês tem um bom relacionamento com o Chefe de Estado guineense e o seu primeiro-ministro, é a inteira Guiné-Bissau que beneficiará de um tal ambiente político e geoestratégico. Se o Rei marroquino tem um bom relacionamento com o Chefe de Estado guineense, é a inteira Guiné-Bissau que beneficiará de um tal ambiente político e geoestratégico. E para quem já viajou através da Casablanca, sabe que o Marrocos é agora a plataforma giratória (hub) mais significativa de voos regionais e internacionais para toda a costa ocidental africana. E a Guiné-Bissau só tem que ganhar com uma boa relação com um tal país. Estes são apenas alguns exemplos sobre a importância da cooperação regional e a necessidade da sua preservação e aprofundamento.

Exemplo mundial recente: presidente Donald Trump terá sido o primeiro (talvez o único) estadista dos países ocidentais a felicitar o presidente turco, Recep Tayyip Erdogan pela sua vitória no problemático referendo. Justificação política? O interesse nacional dos EUA, sobretudo no tocante à sua necessidade de contar com a Turquia na sua luta contra o Estado Islâmico na Síria e no Iraque.

Portanto, caros compatriotas, deixemos de culpar o Senegal, a Gâmbia, e a Guiné-Conacri pelos nossos problemas crónicos e conjunturais. Um bom ponto de partida seria deixar de se influenciar por animosidades fúteis, retrógradas e sem fundamentos.

O Senegal, a Gâmbia e a Guiné-Conacri -- por uma questão de "interesses nacionais" dos seus respectivos países -- têm e terão sempre a legitimidade de investirem nos seus interesses políticos no nosso território nacional. A Guiné-Bissau tem também o mesmo direito, se assim estender. Aliás, os apoios incondicionais de Guiné-Conacri e do Senegal às causas das independências da Guiné e de Cabo Verde foram investimentos políticos (e históricos) dignos de sublinhar no quadro da solidareidade regional.

Os que já alguma vez estudaram os princípios básicos da diplomacia e das relações internacionais sabem que assim é em vários quadrantes do mundo. E assim será também em relação à Guiné-Bissau, independentemente da sua actual situação política.  Aliás, hoje em dia, as relações regionais são àquelas que se apresentam como as mais valiosas (mais eficientes e menos custosas) para países específicos, nomeadamente a gestão comum de recursos, o comércio, os transportes, a segurança interna e regional, as relações informais e transfronteiriças, assim como outros interesses geoestratégicos ou transnacionais.

E é dentro desta lógica que os quadros guineenses devem estudar e entender a noção básica de interesse nacional, da cooperação e das relações internacionais. E quando assim for, começaremos a abraçar causas e acções internas e regionais mais justificadas e mais inteligentes. E no processo, seremos capazes de educar os mais jovens sobre as formas mais estratégicas de defendermos o nosso bem comum, com a devida firmeza, astúcia e seriedade.

Umaro Djau, 19 de Abril de 2017

GOVERNO DESCONHECE DO ALEGADO DESVIO DE VERBAS NA FEDERAÇÃO DE FUTEBOL


O Governo guineense disse, esta quarta-feira não ter conhecimento do alegado desvio de cerca de mil milhões de francos FCA na conta da Federação do Futebol da Guiné-Bissau, noticiou a Radio Jovem, citando a Diretora Geral dos Desportos, Saozinha Évora. 

No início do mês em curso, Inum Embalo, antigo vice-presidente do organismo que rege o futebol nacional, disse ter provas de corrupção e de falsificações de documentos cometidas pelos atuais responsáveis do órgão.

De acordo ainda com a Rádio Jovem, Sãozinha Évora, diretora geral dos Desportos, igualmente um dos membros do comité do órgão, revelou que oficialmente o governo não foi informado sobre o caso do desvio do fundo utilizado em proveito próprio pelos atuais dirigentes da federação.

O denunciante deste alegado caso de corrupção no seio da Federação diz também que o Procurador-Geral da República António Sedja Man estaria a dar cobertura aos dirigentes da Federação, uma vez que recusa dar seguimento ao processo judicial, o que o Procurador nega, afirmando que o processo não seguiu os trâmites normais.

Convidado a comentar o assunto, a Directora Geral dos Desportos inclinou-se da materia alegando que não tem informações oficiais, apenas dos que surgiram nas redes sociais.

” Em nome do governo, não temos comentários a fazer sobre esse assunto,  porque não fomos informados de nada oficialmente. limitamos apenas nas informações que passam nas redes sociais” precisou a dirigente.

Recorda-se que o Presidente da Federação de Futebol, Manuel Irenio Nascimento Lopes, negou, durante uma conferencia de imprensa, ter desviado cerca de 400 milhões de francos CFA, e disse que a instituição não dispõe de nenhuma conta bancária clandestina.

Por: Alison cabral
Ogologb

COMITÉ OLIMPICO DISPONIBILIZA 10 MIL DÓLARES À AUGUSTO MIDANA

O Comité Olímpico do país, disponibilizou ontem cerca de 10 mil dólares americanos ao tricampeão africano de luta livre, Augusto Midana para fazer tratamento no centro especializado em Cuba de uma lesão sofrida antes dos jogos Olímpicos do Rio de Janeiro 2016 no Brasil.

Visto por muitos analistas desportivos como o melhor atleta guineense de todos os tempos na modalidade de Luta livre, Augusto Midana irá ausentar-se na próxima edição do campeonato de África desta modalidade a realizar-se em Marrocos no final de Abril de 2017.

Muniro Conté, Presidente da Federação de Luta Livre do país, realçou a contribuição do Comité Olímpico no apoio ao atleta, mas apelou o Estado guineense no sentido de apoiar o atleta que arrecadou dezasseis (16) medalhas para o país. (dez de Ouro, três de Prata e três de Bronze).

Numa recente declaração a imprensa, o atleta Augusto Midana na categoria de 74 kilos, mostrou-se desapontado com as autoridades desportivas devido a falta de atenção.

Na ocasião, a Directora dos Desportos, Sãozinha Évora, reconhece a falta do engajamento do governo em apoiar as federações do país, mas realçou a contribuição do Comité Olímpico no auxílio aos atletas nacionais.

Presente na cerimónia, o Presidente do Comité Olímpico do país, Sérgio Mané, reafirma total apoio da sua instituição no processo do desenvolvimento do setor desportivo.

O Comité Olímpico do país além de disponibilizar a verba do tratamento ao atleta, entregou ainda cerca de três mil dólares americanos por cada um dos cinco atletas guineenses que estiveram nos jogos olímpicos do Rio de Janeiro 2016 no Brasil, nomeadamente, Augusto Midana, Bidopassa Buassat Djonde, Jessica Inchude, Holder Ocante da Silva e Taciana Baldé.

Por: Alison Cabral
Ogologb.com