domingo, 23 de fevereiro de 2025

Alemanha/Eleições: Conservadores vencem eleições, recorde para a extrema-direita

© Getty Images   Por Lusa   23/02/2025 

Os conservadores de Friedrich Merz ganharam claramente as eleições gerais de hoje na Alemanha, marcadas por um aumento sem precedentes da extrema-direita, de acordo com as sondagens das principais televisões alemãs.

Esta viragem à direita, analisa a agência noticiosa France-Presse (AFP) surge numa altura crucial para uma Alemanha surpreendida pelas declarações de choque do Presidente norte-americano, Donald Trump, sobre a guerra na Ucrânia - alinhando-se mais com o invasor russo -, pelos receios de uma rutura na ligação transatlântica e pelas ameaças de aumento das tarifas aduaneiras.

 Previsto como vencedor há vários meses, o partido conservador CDU e o seu aliado bávaro CSU são creditados com uma pontuação de cerca de 29% nas sondagens realizada à "boca da urna" transmitidas pelos canais públicos de televisão ARD e ADF.

A Alternativa para a Alemanha (AfD) ficou em segundo lugar, com 19,5% a 20%, o dobro de há quatro anos e um resultado histórico para este partido criado em 2013.

A respetiva líder, Alice Weidel, saudou o "resultado histórico" do seu partido. "Nunca fomos tão fortes a nível nacional", declarou. 

No entanto, o campo conservador está a excluir qualquer aliança com a AfD, apesar de um "flirt" parlamentar sobre questões de imigração e segurança durante a campanha eleitoral.

O chanceler cessante, Olaf Scholz, não conseguiu convencer os muitos eleitores indecisos a apoiar o seu Partido Social-Democrata (SPD), que obteve entre 16% e 16,5% dos votos.

Segundo admitiu Scholz, os resultados foram um fracasso sem precedentes para o partido mais antigo da Alemanha.

Os Verdes, aliados do governo de Scholz, também perderam estas eleições, com uma quota de 12-13,5%.

A campanha eleitoral, após a implosão da coligação governamental em novembro de 2024, decorreu num clima interno tenso, com vários atentados mortais envolvendo estrangeiros nas últimas semanas, que abalaram a opinião pública e favoreceram os movimentos de direita e de extrema-direita.

O último ocorreu na sexta-feira à noite. Um jovem refugiado sírio é suspeito de ter esfaqueado e ferido gravemente um turista no Memorial do Holocausto, em Berlim. Segundo a justiça, o agressor pretenderia "matar judeus".

A campanha foi curta e intensa, mas também cheia de acontecimentos, marcada pelo facto de os Estados Unidos terem invertido a sua aliança com os partidos centristas da Alemanha, aliado histórico de Washington.

Durante semanas, o AfD recebeu um forte apoio do círculo de Donald Trump: o seu conselheiro Elon Musk, o homem mais rico do mundo, promoveu constantemente Alice Weidel na sua plataforma X.

As eleições legislativas antecipadas, na sequência da rutura do governo de Olaf Scholz em novembro, realizam-se também na véspera do terceiro aniversário da invasão russa da Ucrânia, que chocou a Alemanha.

O conflito pôs fim ao fornecimento de gás russo barato à Alemanha e contribuiu para a recessão, numa altura em que o país acolhia mais de um milhão de ucranianos.

Perante a perspetiva de um acordo de paz "nas costas" de Kiev e dos europeus, os parceiros da Alemanha querem ver um executivo formado o mais rapidamente possível. Friedrich Merz, que tinha afirmado que o seu objetivo era a Páscoa, deverá dirigir-se ao SPD.

Esta aliança, conhecida como a "grande coligação" ou "Groko" entre as duas formações que dominaram a paisagem política do pós-guerra, é também a preferida pelos alemães, que procuram estabilidade após as incessantes disputas entre o governo tripartido de Olaf Scholz e os Verdes e os liberais do FDP.

Merz afirmou que pretende evitar uma coligação tripartida.

Os resultados dos pequenos partidos e a sua capacidade de ultrapassar o limiar mínimo de 5% dos votos para entrar no Bundestag poderão desempenhar um papel importante neste contexto.

De acordo com as sondagens, o FDP está perto da marca dos 5%, tal como o BSW, uma nova formação conservadora de esquerda que defende a suspensão do fornecimento de armas à Ucrânia. 

O Die Linke, de esquerda radical, confirmou a sua recuperação das últimas semanas (8,5 a 9%).


Leia Também: Social-democrata Scholz assume derrota histórica na Alemanha

A Rússia lançou durante a noite passada 267 drones contra a Ucrânia, "um recorde" desde a invasão russa de 24 de fevereiro de 2022, afirmou hoje a Força Aérea ucraniana, na véspera do terceiro aniversário da guerra.

 

© Ukrinform/NurPhoto via Getty Images  Lusa   23/02/2025

Rússia lançou ataque recorde de mísseis desde a invasão à Ucrânia

A Rússia lançou durante a noite passada 267 drones contra a Ucrânia, "um recorde" desde a invasão russa de 24 de fevereiro de 2022, afirmou hoje a Força Aérea ucraniana, na véspera do terceiro aniversário da guerra.

O porta-voz da Força Aérea ucraniana, Iouri Ignat, indicou no Facebook que "267 drones inimigos foram lançados no céu ucraniano, o que constitui um recorde para um só ataque" desde a invasão.

 Segundo o responsável, 138 foram intercetados pela defesa aérea e 119 aparelhos perderam-se, sem causar danos.

O porta-voz não precisou o que aconteceu aos outros 10 engenhos, mas o Exército assinalou, num comunicado divulgado no Telegram, que várias regiões, entre as quais Kiev, foram "afetadas", sem fornecer detalhes.

Um ataque russo de míssil atingiu no sábado à tarde um homem e fez cinco feridos em Kryvyi Rig, no centro da Ucrânia, anunciaram hoje as autoridades regionais.

Na segunda-feira, a Ucrânia assinala o terceiro aniversário do início da invasão russa, que desencadeou uma guerra com um balanço de perdas humanas e materiais de dimensão ainda não inteiramente apurada.

O país tem contado com ajuda financeira e militar dos aliados ocidentais.


Zelensky diz-se disposto a renunciar à presidência se isso significar a paz na Ucrânia

Por  CNN Portugal

Presidente ucraniano diz que pode trocar o cargo pela adesão à NATO

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, disse este domingo que está disposto a renunciar ao seu cargo se isso significar a paz na Ucrânia, afirmando que poderia trocar a sua saída pela entrada da Ucrânia na NATO.

“Se a paz for garantida para a Ucrânia, se precisarem mesmo que me demita, estou pronto. Posso trocá-la pela NATO”, afirmou.

 Zelensky disse ainda que gostaria de ver o Presidente dos EUA, Donald Trump, como um parceiro da Ucrânia e mais do que um simples mediador entre Kiev e Moscovo.

 “Quero que seja mais do que uma simples mediação... isso não é suficiente”, afirmou numa conferência de imprensa em Kiev.

Os comentários de Zelensky surgem na sequência de uma escalada de discussões entre Zelensky e Donald Trump, depois de o Presidente dos EUA ter acusado falsamente a Ucrânia de ter iniciado o conflito e de ter chamado Zelensky de “ditador”.

Na mesma conferência de imprensa, o presidente ucraniano disse que se recusa a admitir que a Ucrânia deva 500 mil milhões de dólares aos Estados Unidos pela ajuda que Washington concedeu a Kiev durante a guerra, um número frequentemente citado pelo presidente norte-americano Donald Trump.

 Zelensky afirmou que as subvenções não devem ser tratadas como empréstimos.

Sobre o envio de tropas americanas para a Ucrânia, Zelensky disse é lógico se o acordo sobre minerais entre os dois países for tratado como garantia de segurança.

 O presidente ucraniano afirmou ainda que cerca de 15 mil milhões de dólares de ajuda militar norte-americana prometida anteriormente ainda não foram entregues.

Governo senegalês e o Movimento das Forças Democráticas de Casamança, MFDC assinam em Bissau Acordo de Paz, visando a cessação das hostilidades, desmobilização e reintegração dos rebeldes como forma de implementar o processo de paz efectuado, estabilidade e desenvolvimento da região de Casamança, fustigada por conflitos desde 1982.

Esta é a segunda vez que as partes beligerantes assinam em Bissau, depois de 2022 no regime do Presidente Make Sall. 

O primeiro-ministro do Senegal Ousmane SONKO viajou até Bissau para finalmente com apoio do Presidente Embaló conseguir garantir a deposição das armas e, continuar a negociar o processo de paz e desenvolvimento na região de Casamança.
Radio Voz Do Povo


O Presidente da República anunciou hoje que as eleições serão a 30 de novembro.

General Umaro Sissoco Embaló falando após encontro com o Primeiro-ministro do Senegal Ousmane SONKO, garantiu que serão cumpridas as formalidades necessárias, mas a data para a realização das eleições será fixada para 30 de novembro deste ano.


@ Radio Voz Do Povo

Fim da visita do Primeiro-ministro do Senegal Ousmane SONKO a Bissau após horas de reunião com o PR General Umaro Sissoco Embaló.

  Umaro S. Embaló/Presidente de Concórdia Nacional

Chefe de Estado General Umaro Sissoco Embalo recebe O Primeiro Ministro Senegalês 🇸🇳 Ousmane Sonko


Junior Gagigo 

O que são minerais e terras raras e porque é que Trump os quer?

Por  sicnoticias.pt 

Essenciais para a transição energética e a neutralidade carbónica até 2050, as terras raras são indispensáveis no fabrico de veículos elétricos, turbinas eólicas e baterias de longa duração.

Ao fim de três anos de conflito, o novo Presidente dos EUA, Donald Trump, tem pressionado para um fim rápido da guerra entre a Ucrânia e a Rússia. Mas em troca, Trump disse que queria que a Ucrânia fornecesse terras raras e outros minerais aos EUA. O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já manifestou que está disposto a partilhar estes recurso para se alcançar um acordo de paz. Mas o que são terras raras e porque são tão cobiçadas?

Na segunda-feira, 3 de fevereiro, Donald Trump disse que quer que a Ucrânia forneça minerais terras raras, que são essenciais para inovações tecnológicas como condição para a manutenção do apoio norte-americano no esforço de guerra. A Ucrânia tem importantes recursos que são essenciais para setores como o aeroespacial e os veículos elétricos.

"Vamos acabar com esta guerra ridícula. Por isso, estamos a tentar fazer um acordo com a Ucrânia para que esta assegure o que lhe estamos a dar com as suas terras raras e outras coisas".

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou dias mais tarde que está disposto a partilhar recursos com os aliados. No outono passado, a Ucrânia já tinha proposto abrir o setor mineiro ao investimento dos seus aliados. O "plano de vitória" apresentado por Zelensky em outubro de 2024 procurava reforçar a posição do país nas negociações e forçar Moscovo a negociar.

Valentyn Ogirenko

A riqueza mineral da Ucrânia

A Ucrânia possui importantes reservas minerais, incluindo as maiores jazidas de titânio da Europa e significativas quantidades de urânio. Estes materiais são estratégicos para a indústria aeronáutica, espacial e de defesa. Além disso, estima-se que o país tenha depósitos substanciais de terras raras.

Numa entrevista à Reuters a 7 de fevereiro, Zelensky revelou um mapa anteriormente classificado com os principais depósitos de terras raras e outros importantes minerais.

“São enormes quantidades de dinheiro. Precisamos de os proteger. Se estamos a falar de um acordo, somos a favor”, disse o Presidente ucraniano.

De acordo com Zelensky, menos de 20% dos recursos minerais da Ucrânia estão sob ocupação russa, incluindo cerca de metade dos depósitos de terras raras.Se Moscovo as controlar, poderá fornecê-las a países como a Coreia do Norte e o Irão, inimigos dos EUA.

Zelensky destacou ainda que a Ucrânia tem as maiores reservas de titânio da Europa, um material essencial para as indústrias aeronáutica e espacial, e também de urânio, usado na produção de energia nuclear e armamento. A maioria dos depósitos de titânio está localizada no noroeste do país, longe das zonas de combate.

O que são as terras raras e porque são tão cobiçadas?

Apesar do nome, as terras raras não são realmente escassas. São um grupo de 17 elementos químicos usados na produção de ímanes de alto desempenho, motores elétricos, chips eletrónicos e tecnologias de energia renovável.

O problema é que a sua extração e processamento são complexos e altamente poluentes.

Atualmente, a China domina este mercado, sendo responsável por 60% da extração global e 90% do processamento. O controlo chinês sobre estas cadeias de abastecimento levanta preocupações estratégicas para os EUA e outros países ocidentais.

O complexo processo de extração e processamento

As terras raras são minerais estratégicos porque são essenciais para a tecnologia. Mas comportam riscos, o processo de extração é complexo:

1.Mineração

  • Os depósitos de terras raras são explorados em minas a céu aberto ou subterrâneas.
  • O minério extraído contém apenas pequenas quantidades destes elementos.

2.Trituração e concentração

  • O material retirado da mina é triturado e tratado com processos químicos e físicos para aumentar a concentração de terras raras.
  • Técnicas como flotação, separação magnética ou eletrostática ajudam a eliminar outros minerais e impurezas.

3.Remoção de materiais radioativos

  • Muitos minérios de terras raras contêm tório e urânio, elementos radioativos que precisam de ser removidos.
  • Esse processo é feito com produtos químicos agressivos, como ácido sulfúrico ou clorídrico, gerando resíduos perigosos.

4.Separação dos elementos individuais

  • As terras raras aparecem na natureza misturadas entre si, tornando difícil a separação.
  • É usada uma técnica chamada extração por solventes, que envolve dissolver os minerais em soluções químicas para isolar cada elemento.
  • Esse processo pode exigir centenas de ciclos de separação, tornando-o extremamente dispendioso e poluente.

5.Produção de metais e ligas

  • Após a separação, os elementos são convertidos em óxidos e depois em metais por processos como eletrólise.
  • Esses metais são misturados com outros materiais para criar ligas utilizadas em tecnologias avançadas.

6.Fabrico de ímanes e componentes

  • Os metais de terras raras, como neodímio e praseodímio, são usados na produção de ímanes de alta potência.
  • Estes ímanes são essenciais para motores de veículos elétricos, turbinas eólicas, sistemas de defesa e até em tecnologia espacial.

O desafio da dependência da China

A crescente procura por terras raras coloca os EUA e a Europa numa posição vulnerável face à China que domina quase todo o setor. Para reduzir essa dependência, os países ocidentais procuram novas fontes de abastecimento e a Ucrânia pode ser uma peça-chave nesta estratégia.

Um acordo difícil

A 15 de fevereiro, Zelensky afirmou que um projeto de acordo com os EUA sobre terras raras não incluía garantias de segurança para a Ucrânia. Fontes próximas das negociações dissera à Reuters que os Estados Unidos propuseram assumir a propriedade de 50% dos minerais críticos da Ucrânia.

Embora Kiev esteja aberta a parcerias, Zelensky frisou que a Ucrânia não pretende “doar” os seus recursos. O Presidente ucraniano afirmou que a Rússia tem conhecimento detalhado sobre as reservas minerais ucranianas, graças a estudos geológicos realizados durante a era soviética e levados para Moscovo após a independência da Ucrânia, em 1991.

Avanço russo no leste da Ucrânia

Nos últimos meses, as tropas russas têm avançado no leste da Ucrânia, lançando uma ofensiva de grande escala. Já o exército ucraniano, mais pequeno, enfrenta dificuldades devido à falta de soldados e à incerteza sobre o fornecimento de armas estrangeiras.

Mas uma coisa é clara: o controlo das terras raras é vital para a segurança nacional, é crucial para as economias e pode influenciar a futura ordem geopolítica mundial.

Ministro do Interior Aladje Botche Cande, garante que não permitirá desordem no país.

Em declarações feitas neste fim-de-semana, o Ministro do Interior Aladje Botche Cande, reafirmou com firmeza que o governo não permitirá que a desordem tome conta do país. 

Durante uma entrevista, Cande sublinhou que as autoridades estão plenamente empenhadas em garantir a segurança e a estabilidade em todo o território nacional, especialmente após os recentes episódios de tensão política.👇

@Radio Voz Do Povo

Elon Musk diz que funcionários públicos devem prestar contas ou serão demitidos

Chip Somodevilla/Reuters   Lusa

O homem mais rico do mundo recorreu às redes sociais para alertar que, “segundo o Presidente”, todos os funcionários “receberão em breve um 'email' para compreender o que fizeram na última semana”. Elon Musk foi nomeado por Donald Trump para liderar uma comissão com a incumbência de cortar nas despesas públicas dos EUA.

O magnata Elon Musk, aliado próximo do Presidente norte-americano, Donald Trump, disse este sábado que os funcionários públicos federais terão de prestar contas da sua atividade recente sob pena de perderem o emprego.

"De acordo com o Presidente Donald Trump, todos os funcionários federais receberão em breve um 'email' para compreender o que fizeram na última semana. A ausência de resposta será considerada um despedimento", afirmou Musk, na rede social X, de que é proprietário.

O patrão da Tesla e da SpaceX foi nomeado por Donald Trump para liderar uma comissão com a incumbência de cortar nas despesas públicas nos Estados Unidos.

Desde então, o homem mais rico do mundo tem aplicado medidas visando despedir funcionários públicos federais de vários setores.

Trump quer Musk “mais agressivo”

Donald Trump expressou este sábado o desejo de que Musk fosse "mais agressivo".

"Elon faz um excelente trabalho, mas gostaria de vê-lo mais agressivo", referiu o Presidente dos Estados Unidos, na rede social Truth Social, de que é dono.

A administração Trump começou na semana passada a dispensar milhares de funcionários públicos federais em período experimental e já tinha lançado um plano para incentivar funcionários a se demitirem em troca de um pagamento contínuo até ao fim de setembro.

Mas de 75 mil funcionários públicos federais aceitaram a oferta de demissão, segundo o jornal The Washington Post.