terça-feira, 22 de outubro de 2024

"Acordo de defesa histórico" entre Reino Unido e Alemanha... O acordo vai ser assinado esta quarta-feira, em Londres.

© Sean Gallup/Getty Images   Por Notícias ao Minuto 22/10/24 

É a primeira vez que o Reino Unido e a Alemanha vão assinar um pacto de defesa. Trata-se de "um acordo histórico", segundo um comunicado na página do governo britânico, que acontece "num momento importante para a NATO e segurança e prosperidade europeias". 

Lê-se ainda que "a assinatura do 'Trinity House Agreement' marca uma importante mudança na relação dos dois países e na segurança da Europa". Diz também que este pacto "entre os dois países que mais gastam em segurança vai fortalecer a segurança nacional e o crescimento económico", tendo em conta "a crescente agressão russa e as crescentes ameaças". 

Os países vão trabalhar em conjunto no desenvolvimento de armas que tenham um alcance e uma precisão maiores do que os atuais sistemas de mísseis de longo alcance como o 'storm shadow' que o Reino Unido deu à Ucrânia. Vão ainda colaborar com veículos armados e drones terrestres e irão trabalhar para equipar os helicópteros alemães 'sea king' com sistemas modernos de mísseis. 

Para o secretário da defesa britânico, John Healey MP, este acordo é um momento importante para a relação dos dois países. Diz que "cumpre o manifesto do governo de estabelecer uma nova relação de defesa com a Alemanha". 

Já o ministro da defesa alemão, Boris Pistorius, afirma que "com projetos no domínio do ar, terra, mar e cibernético, vamos aumentar, em conjunto, as nossas capacidades de defesa, reforçando assim o pilar europeu no âmbito da NATO", referindo ainda com a guerra da Ucrânia "não devemos dar por garantida a segurança na Europa".  

O comunicado refere ainda que "o acordo é um exemplo fundamental de que o Governo britânico está a cumprir o compromisso de reforçar as relações com os aliados europeus e a segurança nacional". 

Este acordo é assinado depois do secretário da defesa britânico ter visitado Berlim para iniciar as negociações, em julho. "É o primeiro pilar de um tratado mais amplo entre o Reino Unido e a Alemanha prometido pelo primeiro-ministro Keir Starmer e pelo chanceler alemão, Olaf Scholz, em agosto". 


Leia Também: A Alemanha recusou hoje que a abertura da nova base da NATO no Mar Báltico viole qualquer disposição do tratado que firma o estatuto internacional do país desde a reunificação, na sequência de acusações da Rússia.

Guerra na Ucrânia: O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou hoje que cerca de 12.000 soldados norte norte-coreanos, repartidos por duas brigadas militares, vão combater ao lado da Federação Russa na guerra em curso na Ucrânia, segundo informações recolhidas por Kiev.

© REUTERS/Gleb Garanich    Por Lusa    22/10/24 21

Zelensky afirma que 12 mil norte-coreanos vão combater pela Rússia

O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, alertou hoje que cerca de 12.000 soldados norte norte-coreanos, repartidos por duas brigadas militares, vão combater ao lado da Federação Russa na guerra em curso na Ucrânia, segundo informações recolhidas por Kiev.

Num vídeo publicado através das suas páginas nas redes sociais, Zelensky frisou que "a vida humana não é valorizada" nos regimes de Moscovo e de Pyongyang e pediu colaboração a todos os aliados rumo ao objetivo comum de acabar com a guerra, que se expandiu com a invasão militar em larga escala desencadeada pela Rússia, em 24 de fevereiro de 2022.

"Se a Coreia do Norte puder intervir numa guerra na Europa, é evidente que não foi exercida pressão suficiente sobre este regime. Se a Rússia puder continuar a expandir e alargar esta guerra, então todos os que não estão a ajudar a forçar a Rússia a aceitar a paz estão, de facto, a ajudar Putin a travar esta guerra", disse.

O chefe de Estado vincou ainda que a Ucrânia sabe como responder a mais "um desafio", desde que "os aliados não fechem os olhos" e deem "uma resposta firme e concreta" para "deter os agressores".

Na sexta-feira, o Serviço Nacional de Informações da Coreia do Sul (NIS) garantiu que Pyongyang pretende enviar cerca de 12 mil soldados para a Ucrânia e que 1.500 já foram transferidos na semana passada para instalações militares russas nas regiões de Primorye, Khabarovsk e Amur, no Extremo Oriente.

As autoridades ucranianas informaram posteriormente que Moscovo planeia enviar cerca de 10.000 soldados norte-coreanos para a região de Kursk a partir de 01 de novembro para conter os avanços do Exército ucraniano.


Exército israelita diz ter "eliminado" sucessor de Nasrallah no Hezbollah... O anúncio foi feito pelo exército de Israel através de um comunicado divulgado nas redes sociais.

© Mohamed Azakir/Reuters  Por Notícias ao Minuto  22/10/24 

O exército israelita afirmou, na noite desta terça-feira, ter "eliminado" o chefe do conselho do Hezbollah, Hashem Safieddine, que seria o sucessor de Hassan Nasrallah, também morto durante um ataque.

"É agora possível confirmar que, num ataque efetuado há cerca de três semanas, Hashem Safieddine, chefe do conselho executivo da organização terrorista Hezbollah, e Hussein Ali Al-Zeima, chefe dos serviços secretos, foram eliminados nos subúrbios do sul de Beirute, juntamente com outros comandantes do Hezbollah", avançou o exército israelita num comunicado divulgado nas redes sociais.

Desde o ataque israelita de 4 de outubro, nos subúrbios do sul de Beirute, que o destino de Hashem Safieddine, sucessor de Hassan Nasrallah à frente do Hezbollah, é incerto. No dia seguinte ao ataque, um responsável do grupo revelou que o contacto com o dirigente tinha sido "perdido". No entanto, para já, o movimento pró-iraniano não confirmou a morte.

Já esta terça-feira, o chefe do Comando Norte das Forças Armadas israelitas garantiu ter derrotado os combatentes do grupo xiita libanês Hezbollah em todas as zonas do sul do Líbano onde operou, no âmbito da ofensiva contra infraestruturas do movimento.

Gordin congratulou-se com o facto de, desde o início da Operação 'Flechas do Norte', as Forças Armadas israelitas terem conseguido desferir "um golpe muito sério ao comando e controlo do Hezbollah", eliminando grande parte da sua liderança, incluindo o secretário-geral, Hassan Nasrallah, num ataque em Beirute a 27 de setembro.

Os ataques do Exército israelita ao Líbano durante o último ano têm um balanço provisório de mais de 2.500 mortos, principalmente devido aos "bombardeamentos seletivos" de zonas residenciais da capital, Beirute, graças aos quais conseguiu eliminar numerosos membros do Hezbollah.


Leia Também: O chefe do Comando Norte das Forças Armadas israelitas garantiu hoje ter derrotado os combatentes do grupo xiita libanês Hezbollah em todas as zonas do sul do Líbano onde operou, no âmbito da ofensiva contra infraestruturas do movimento 

Presidente da República da Guiné-Bissau 🇬🇼 GENERAL UMARO SISSOCO EMBALÓ, preside à cerimónia de posse dos novos procuradores da República da Guiné-Bissau 🇬🇼.




 Gaitu Baldé 

O Exército israelita declarou hoje ter atingido um 'bunker' do grupo xiita libanês Hezbollah que continha "dezenas de milhões de dólares", no âmbito da sua ofensiva no Líbano contra os interesses financeiros daquele movimento.

© Getty Images   Por Lusa  21/10/24 

 Israel atinge 'bunker' do Hezbollah com "dezenas de milhões de dólares"

O Exército israelita declarou hoje ter atingido um 'bunker' do grupo xiita libanês Hezbollah que continha "dezenas de milhões de dólares", no âmbito da sua ofensiva no Líbano contra os interesses financeiros daquele movimento.

"A Força Aérea israelita efetuou uma série de ataques de precisão contra alvos financeiros do Hezbollah", declarou o porta-voz do Exército, o contra-almirante Daniel Hagari.

"Um dos nossos alvos prioritários era um cofre subterrâneo que continha dezenas de milhões de dólares em dinheiro e ouro. O dinheiro era utilizado para financiar os ataques do Hezbollah contra Israel", acrescentou, sem especificar a sua localização exata.

Esta nova fase do conflito, de aumento dramático de tensões entre Israel e o Hezbollah, foi desencadeada por dois dias de explosões simultâneas dos dispositivos de comunicação do grupo, primeiro 'pagers', depois 'walkie-talkies' - a 17 e 18 de setembro -, ataques atribuídos a Israel que fizeram cerca de 40 mortos e de 3.000 feridos, de acordo com o mais recente balanço divulgado pelas autoridades libanesas.

Há mais de um ano que as forças israelitas e o Hezbollah estão envolvidos num intenso fogo cruzado ao longo da fronteira entre o Líbano e Israel, nos piores confrontos desde a guerra de 2006, que se intensificaram fortemente este verão, após um ataque que matou 12 crianças nos Montes Golã, ocupados por Israel desde 1967.

As tensões na região do Médio Oriente aumentaram após o ataque de 07 de outubro de 2023 do movimento islamita palestiniano Hamas em território israelita, que fez 1.205 mortos, na maioria civis, e 251 reféns, e em retaliação ao qual o Exército israelita iniciou uma guerra contra o Hamas na Faixa de Gaza que já fez mais de 42.000 mortos e de 99.000 feridos, além de mais de 10.000 desaparecidos, segundo os mais recentes números das autoridades locais, que a ONU considera fidedignos.

A partir do Líbano, o Hezbollah juntou-se logo a 08 de outubro aos ataques contra Israel, em solidariedade com a população palestiniana, abrindo assim uma segunda frente de batalha para Israel, na sua fronteira norte, que faz a comunidade internacional temer o alastramento da guerra a toda a região do Médio Oriente -- mais ainda desde 01 de outubro, data em que Israel iniciou uma ofensiva terrestre em território libanês.


Leia Também: O ministro francês da Defesa, Sebastien Lecornu, disse hoje que teme "uma guerra civil iminente" no Líbano devido à crescente tensão entre as diferentes confissões religiosas.

Leia Também: As Forças de Defesa de Israel (IDF) anunciaram hoje que eliminaram até ao momento sete comandantes de brigada do Hezbollah e reiteraram a intenção de continuar a ofensiva no sul do Líbano contra o grupo xiita apoiado pelo Irão.

Um rasto de destruição marca várias artérias centrais de Maputo ao início da noite, após várias horas de confrontos entre manifestantes e polícia, e tiros constantes para o ar e de gás lacrimogéneo, em diferentes pontos da capital moçambicana.

© Lusa    Por Lusa   21/10/24 

Rasto de destruição em várias artérias centrais de Maputo após confrontos

Um rasto de destruição marca várias artérias centrais de Maputo ao início da noite, após várias horas de confrontos entre manifestantes e polícia, e tiros constantes para o ar e de gás lacrimogéneo, em diferentes pontos da capital moçambicana.

Pelas 18h00 locais (menos uma hora em Lisboa), já depois de cair a noite, eram visíveis fogueiras e pneus a arder, ainda, em vários ruas onde, durante o dia, se registaram confrontos, com arremesso de pedras e outros objetos por parte de manifestantes e carga policial.

Pedras de todas as dimensões ainda marcam todo o percurso central da avenida Joaquim Chissano, local onde na sexta-feira ocorreu o duplo homicídio de dois apoiantes de Venâncio Mondlane, incluindo o seu advogado, Elvino Dias, e para onde o candidato presidencial tinha convocado a saída de uma manifestação para esta manhã, que nunca chegou a acontecer devido à forte intervenção da polícia.

Equipamento publicitário urbano destruído pelas chamas, pneus ardidos e em chamas, paus e contentores do lixo atravessados nas ruas podiam ser vistos na mesma zona e nos bairros envolventes, perante a presença de dezenas de viaturas da polícia, incluindo blindados da Unidade de Intervenção Rápida.

Contudo, nas últimas horas não voltaram a ser ouvidos novos disparos da polícia, apesar de presença de várias dezenas de agentes, de várias forças, fortemente armados, nas ruas mais críticas.

Na zona do Xiquelene, junto à Praça dos Combatentes, outro ponto da cidade marcado por fortes confrontos ao longo do dia, podia ser visto um forte contingente policial, incluído blindados da Unidade de Intervenção Rápida, com uma das vias cortada ao trânsito enquanto pneus eram consumidos pelas chamas.

No entanto, também aqui não se registava a intervenção da polícia há algumas horas, enquanto as dezenas de vendedores que fazem negócio na rua voltavam a colocar as bancas, tentando vender o que não conseguiram ao longo do dia.

Durante os confrontos várias pessoas ficaram feridas, nomeadamente atingidas pelos disparos de gás lacrimogéneo feitos pela polícia, incluindo pelo menos três jornalistas, tendo o Hospital Central de Maputo convocado para as 09:00 de terça-feira uma conferência de imprensa de balanço.

Os confrontos entre a polícia e os manifestantes começaram cerca das 07:30, com a força policial a dispersar os grupos que se começavam a juntar para participarem nas marchas pacíficas.

Mondlane acusou as forças policiais de dispararem "balas verdadeiras" contra manifestantes durante as marchas e afirmou que os moçambicanos juntaram-se para "salvar o país".

O candidato presidencial convocou as marchas no sábado, como forma de repúdio pelo homicídio de Elvino Dias, seu advogado, e Paulo Guambe, mandatário do partido Povo Otimista para o Desenvolvimento de Moçambique (Podemos), que o apoia.

Mondlane classificou os líderes da polícia moçambicana como verdadeiros terroristas e prometeu continuar os protestos em mais três fases até à divulgação dos resultados das eleições pelo Conselho Constitucional.

A resposta policial hoje às manifestações foi condenada pela comunidade internacional e houve vários apelos à contenção de ambas as partes, nomeadamente de Portugal, da União Europeia e da União Africana.


O secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, anunciou hoje um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia de 400 milhões de dólares (370 milhões de euros), numa reunião em Kiev com o Presidente ucraniano.

© Reuters  Por Lusa  21/10/24 

EUA anunciam novo pacote de ajuda militar à Ucrânia de 370 milhões

O secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, anunciou hoje um novo pacote de ajuda militar à Ucrânia de 400 milhões de dólares (370 milhões de euros), numa reunião em Kiev com o Presidente ucraniano.

"Hoje recebi o secretário da Defesa dos EUA, Lloyd Austin, em Kiev. Agradeci-lhe por um novo pacote de assistência à defesa da Ucrânia", escreveu após a reunião o Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, numa mensagem publicada nas redes sociais, na qual também informou sobre o montante e a composição do novo pacote de ajuda.

"Sob a liderança de Joe Biden, os Estados Unidos continuam a aumentar este apoio. Hoje quero anunciar a atribuição de um pacote de ajuda presidencial de 400 milhões de dólares em munições, equipamento militar e armamento para a Ucrânia", disse Austin durante a reunião com Zelensky, segundo a agência de notícias ucraniana Ukrinform.

O Pentágono afirmou em comunicado que o novo pacote inclui munições para sistemas de foguetes de artilharia de alta mobilidade (HIMARS), mísseis anti-tanque e anti-armadura, veículos blindados, armas ligeiras, granadas, equipamento de comunicações e equipamento para proteger infraestruturas nacionais críticas.

"Os Estados Unidos continuarão a trabalhar com cerca de 50 aliados e parceiros para satisfazer as necessidades urgentes da Ucrânia no campo de batalha e defender-se contra a agressão russa", acrescentou o Departamento de Defesa norte-americano.

Zelensky adiantou nas redes sociais que os dois discutiram "prioridades críticas de defesa para a Ucrânia", que incluem "as capacidades de defesa aérea da Ucrânia, os preparativos para o inverno e a expansão da utilização de armamento de longo alcance contra alvos militares russos".

Esta última questão refere-se ao pedido de Kiev aos EUA, ao Reino Unido e à França para que lhe seja permitido atingir alvos militares dentro da Rússia com os mísseis fornecidos por estes países, que proíbem tal uso por receio da reação de Moscovo.

Austin reafirmou que "os EUA continuarão a apoiar a Ucrânia em termos de segurança", em conformidade com o acordo de cooperação militar assinado pelos dois países, de acordo com Zelensky.

"Austin também partilhou os seus planos de convocar uma nova reunião em formato Ramstein para coordenar uma maior assistência com os aliados internacionais", acrescentou ZelenskY.

Os aliados da Ucrânia deveriam ter-se reunido na base americana de Ramstein, no sul da Alemanha, em 12 de outubro, mas a reunião foi cancelada quando o Presidente dos EUA, Joe Biden, cancelou a sua participação devido à devastação causada no seu país pelo furacão Milton.

A reunião terá lugar em novembro por videoconferência, de acordo com a Casa Branca.

No encontro com Austin, Zelensky mencionou também o designado Plano de Vitória, um documento no qual Kiev pede aos EUA e a outros aliados a garantia da sua adesão à NATO quando a guerra terminar e o fornecimento de armas e liberdade de ação suficientes para forçar a Rússia a sentar-se e a negociar nos próximos meses.

O pacote de ajuda anunciado hoje por Austin em Kiev é o segundo aprovado pela Casa Branca este mês, com Biden a anunciar um pacote de ajuda militar de 425 milhões de dólares (393 milhões de euros) à Ucrânia a 16 de outubro.

A visita de Austin a Kiev ocorre duas semanas antes das eleições presidenciais americanas de 05 de novembro.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, com o argumento de proteger as minorias separatistas pró-russas no leste e "desnazificar" o país vizinho, independente desde 1991 - após a desagregação da antiga União Soviética - e que tem vindo a afastar-se do espaço de influência de Moscovo e a aproximar-se da Europa e do Ocidente.

A guerra na Ucrânia já provocou dezenas de milhares de mortos de ambos os lados e os últimos meses foram marcados por ataques aéreos em grande escala da Rússia contra cidades e infraestruturas ucranianas, ao passo que as forças de Kyiv têm visado alvos em território russo próximos da fronteira e na península da Crimeia, ilegalmente anexada em 2014.


Veja Também: Coreia do Norte ajuda Moscovo: "É a primeira vez que Putin assume que os russos não são capazes de defender a própria Rússia" 

Putin vai encontrar-se com António Guterres na Rússia na 5.ª-feira

© ALEXEY NIKOLSKY/AFP via Getty Images   Notícias ao Minuto   21/10/24 

O presidente russo e o secretário-geral da ONU vão reunir-se à margem da cimeira dos BRICS, em Kazan, na Rússia. O anúncio foi feito pelo porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Kremlin. O encontro vai acontecer na quinta-feira, sendo a primeira vez que ambos se reencontram desde 2022.

O presidente da Rússia, Vladimir Putin, e o secretário-geral da ONU, António Guterres, vão reunir-se, esta quinta-feira, à margem da cimeira dos BRICS, em Kazan, na Rússia. 

Segundo avançou a agência de notícias AFP, o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros do Kremlin, Yuri Ushakov, disse que "no dia 24 de outubro, estão agendadas sete reuniões bilaterais, após o final dos eventos", sendo que uma dessas reuniões será com o secretário-geral da ONU. 

Esta será a primeira vez que os dois líderes mundiais se encontram desde 2022. 

A 16ª edição da Cimeira dos BRICS decorre entre 22 e 24 de outubro e o encerramento será feito pelo presidente russo, numa conferência de imprensa, segundo a agência de notícias britânica Reuters. 

Vão estar presentes 36 países, sendo que 22 estarão representados pelos seus chefes de estado. Estarão também presentes seis organizações internacionais. 

O Brasil, a Rússia, a Índia e a China criaram o grupo BRIC em 2006, para defender uma maior representação dos países emergentes e em desenvolvimento nas organizações internacionais. A adesão da África do Sul em 2010 acrescentou a letra S à sigla. 

Além de Guterres, Vladimir Putin vai manter reuniões bilaterais com vários líderes do grupo BRICS, como o Presidente chinês, Xi Jinping, e o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, bem como com outros líderes convidados para a cimeira em Kazan.

"Naturalmente, uma atividade internacional de tal magnitude não acontecerá sem reuniões bilaterais. Temos muitas planeadas, penso que não será fácil para o nosso Presidente, no entanto, ele próprio manifestou o desejo de conhecer literalmente todos os chefes de estado que se deslocam a Kazan", afirmou Ushakov.

Durante a próxima cimeira, os líderes dos países membros deverão definir os critérios para que outras 15 nações se juntem ao bloco na categoria especial de parceiros associados.

Vladimir Putin já tinha afirmado que cerca de 30 países tinham demonstrado interesse em aderir de uma forma ou outra aos BRICS.

Entre os estados que manifestaram publicamente interesse em aderir ao grupo estão Cuba, Venezuela, Turquia, Azerbaijão e Malásia.

Durante a reunião, o Brasil assumirá a liderança dos BRICS durante um ano, a partir de 01 de janeiro de 2025, mas o líder brasileiro, Lula da Silva, vai faltar ao encontro na Rússia por impedimento de saúde.

Na última cimeira, realizada no ano passado na África do Sul, o Presidente russo participou por videoconferência, no seguimento da emissão de um mandado de captura do Tribunal Penal Internacional contra Putin devido ao seu papel na deportação de crianças ucranianas após a invasão da Ucrânia, em fevereiro de 2022.

Segundo Moscovo, mais de 20 dirigentes internacionais são esperados em Kazan.


Veja Também: Reunião de Guterres com Putin é "estranha". "Recusou-se a participar na Cimeira da Paz" 

Veja Também: Guterres reúne-se com Putin: "Se for apenas para tomar chá, estará a prestar um mau serviço à ONU"