21 de maio de 2014

Guiné-Bissau União Europeia felicita novo Presidente eleito


A União Europeia (UE) felicitou hoje José Mário Vaz, que venceu a segunda volta das presidenciais na Guiné-Bissau, segundo os resultados preliminares divulgados na terça-feira pela Comissão Nacional de Eleições.

"Na sequência do anúncio pela comissão eleitoral dos resultados das eleições presidenciais, queremos estender as nossas felicitações a José Mário Vaz, que segundo os resultados preliminares obteve uma clara vitória", segundo um comunicado do porta-voz da chefe da diplomacia europeia, Catherine Ashton.

O porta-voz reiterou ainda as declarações de Ashton que, na segunda-feira, tinha felicitado o povo guineense pela forma como decorreu o ato eleitoral, sublinhando que este "demonstrou mais uma vez o seu sentido de responsabilidade e o seu compromisso com a democracia tendo votado pacífica e massivamente na segunda volta das eleições presidenciais".

Michael Mann, no comunicado, salientou ainda que a missão de observação da UE às eleições, no terreno desde março, "concluiu que o escrutínio decorreu de forma transparente e ordeira e no respeito pela legislação".

A missão continuará na Guiné-Bissau para analisar processos de queixas e até à publicação dos resultados finais.

A Comissão Nacional de Eleições da Guiné-Bissau anunciou na terça-feira que José Mário Vaz, candidato apoiado pelo Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC) e antigo ministro das Finanças do Governo deposto no golpe de Estado de abril de ter vencido as eleições presidenciais com 61,9% dos votos.

Por seu lado, o candidato Nuno Nabian recolheu 38,1 por cento, tendo a taxa de participação sido de 78,2%.

Nabian ainda não decidiu sobre a apresentação de uma impugnação aos resultados.

Na primeira volta a adesão dos eleitores tinha sido de 89,29% e nas legislativas, realizadas no mesmo dia, a taxa de participação foi de 88,57%.

Presidenciais guineenses: Organizações internacionais dão nota positiva

Não obstante alguns incidentes a missão de observação eleitoral da CEDEAO considera que a segunda volta da eleição presidencial foi realizada de forma livre, justa, transparente e credível.


Nas avaliações preliminares feitas por missões de observação eleitoral da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), da União Africana (UA) e da Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP), notou-se a uniformização de posições quanto ao clima político que animou a segunda volta das eleições presidenciais do Domingo passado.

Joaquim Chissano, antigo Presidente de Moçambique, é chefe da Missão de Observação da União Africana para eleições na Guiné-Bissau: “Apesar de alguns incidentes de campanha, de algumas tentativas de influenciar indevidamente os órgãos eleitorais e de algumas irregularidades no processo de votação, o processo eleitoral guineense de 2004, até este ponto, em que ainda falta o apuramento e o anúncio dos resultados, foi pacífico, livre, justo, transparente e, portanto, plenamente credível.

A missão de observadores da União Africana, composta de 38 membros, apela também aos dos candidatos presidenciais, aos partidos que os apoiam, e a todos os simpatizantes e seguidores, para que permitam a Comissão Nacional de Eleições de cumprir e concluir o seu mandato e que utilizem todas as vias legais para resolver eventuais reclamações e que, terminando o processo, aceitem os resultados. O mesmo defendeu a CEDEAO, organização que suportou estas eleições, acrescentando ainda para que os dois candidatos e seus apoiantes reconheçam os resultados e na eventualidade de não conformarem que usem os canais legais para fazer valer os seus direitos.

Não obstante alguns incidentes registados, a missão de observação eleitoral da CEDEAO, constituída por 120 membros e chefiada pelo antigo presidente da Libéria, Amos Sawyer, considera ainda que a segunda volta da eleição presidencial foi realizada de forma livre, justa, transparente e credível. Concluiu, entretanto, que não houve o registo de nenhum caso relacionado com fraude nos centros de votação. 

Para a Comunidade dos Países da Língua Portuguesa (CPLP), a segunda volta das eleições presidenciais de 18 de Maio respeitou, na sua generalidade, os princípios e procedimentos internacionais, o que permite concluir que as mesmas foram livres, credíveis e transparentes.

Contudo, pela Voz do chefe da Missão, Leonardo Simão, lamenta os incidentes ocorridos nas medições da cidade de Bafatá, leste do país, em que alguns activistas políticos do PAIGC foram agredidos.
Enfim, as Missões de Observadores Internacionais deram nota positiva ao escrutínio da segunda volta das eleições presidenciais, cujos resultados provisórios serão anunciados nas próximas horas pela CNE.
VOA

Bandeiras e "t-shirts" de PM deposto na festa de José Mário Vaz

As bandeiras e "t-shirts" do candidato do PAIGC à presidência da Guiné-Bissau em 2012, que com o golpe de Estado da altura ficaram fechadas, foram hoje libertadas.


A vitória de José Mário Vaz nas eleições presidenciais de domingo está a ser festejada pelas ruas de Bissau com "t-shirts" e bandeiras com a foto de Carlos Gomes Júnior e até há quem diga que um e outro são o mesmo.

"Jomav e Cadogo é igual", disse à Lusa Gil Tavares, de 28 anos, usando os nomes abreviados pelos quais são conhecidos os dois homens do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

"Cadogo tem que voltar porque é um homem trabalhador e o povo gosta dele. Se Jomav ganha, Cadogo também ganha", refere Gil, ao falar do primeiro-ministro deposto no golpe de 2012, quando já concorria à presidência e que desde então reside fora do país.

Num dos antigos escritório de Carlos Gomes Júnior, junto a Bissau velho, alguém começou a distribuir as bandeiras e "t-shirts" a meio da tarde.

Rapidamente uma pequena multidão passou a concentrar-se ali, seguindo depois em cortejo festivo, avenida acima, até à Praça dos Combatentes de Liberdade da Pátria -- em frente ao Palácio Presidencial e à sede do PAIGC, zona repleta de banquinhos e de comes e bebes, prontos para o convívio.

São sobretudo jovens que ocupam as ruas de Bissau em festa, gritando vivas, a cantar, dançar e a entoar "Jomav", o outro nome do Presidente eleito, por entre o barulho de buzinas.

Em alguns bairros, os tachos e panelas são usados para marcar o ritmo.

Gibi Seidi, 32 anos, segue pelas ruas num dos grupos que festeja a vitória e diz esperar que o novo Presidente crie postos de trabalho.

"Nós precisamos de trabalhar. É isso que espero de Jomav", referiu.

Dutche Pereira, 22 anos, também quer emprego e acrescentou outros pedidos: "escola aberta e desenvolvimento".

"Tenho confiança no Jomav", acrescentou Gil Tavares, que criticou a decisão do candidato Nuno Nabian de impugnar os resultados eleitorais.

"Não pode ser assim. Toda a gente sabe que o Jomav ganhou com 61 por cento dos votos", referiu, convicto da informação.

Augusto Mendes, presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE), anunciou hoje que José Mário Vaz obteve 61,9 por cento dos votos na segunda volta das eleições presidenciais, realizada no domingo, enquanto Nuno Nabian recolheu 38,1 por cento.

O candidato derrotado anunciou hoje através da sua direção de campanha que vai recorrer às "instâncias competentes" para impugnar os resultados.
http://www.rtp.pt/noticias/index.php?article=739019&tm=7&layout=121&visual=49

Eleições Nuno Nabian vai impugnar resultados na Guiné-Bissau


O candidato derrotado na segunda volta das eleições presidenciais da Guiné-Bissau, Nuno Nabian, vai impugnar os resultados hoje anunciados pela Comissão Nacional de Eleições (CNE), anunciou a direção de campanha em comunicado.

A direção de campanha refere que vai proceder "à impugnação perante as instâncias competentes, nomeadamente a CNE e os tribunais, porquanto em muitas regiões do país e mesas de assembleia de voto foram registadas fraudes graves que põem em causa a transparência e a justeza do processo e dos resultados eleitorais".

Sem especificar, remete para uma conferência de imprensa marcada para quarta-feira, às 11:00 (12:00 em Lisboa), na sede de campanha - antigo edifício da União Desportiva Internacional de Bissau (UDIB).

"Os resultados que foram apresentados pela CNE não estão em conformidade com os resultados que nós temos. Vamos ver isso melhor, mas eu penso que somos vencedores das eleições", declarou entretanto Nabian.

O candidato falava aos jornalistas no final de uma reunião no Palácio da Presidência onde estavam também o seu adversário, José Mário Vaz, o presidente de transição, Serifo Nhamadjo, o primeiro-ministro de transição, Rui de Barros, o futuro primeiro-ministro, Domingos Simões Pereira e os chefes militares.

O encontro serviu para as partes apresentarem as suas ideias sobre o programa de reforma do setor militar e o futuro do relacionamento entre as autoridades eleitas e as chefias das forças armadas, notou o presidente de transição, Serifo Nhamadjo.

José Mário Vaz foi eleito presidente da República da Guiné-Bissau, de acordo com os resultados provisórios hoje anunciados por Augusto Mendes, presidente da Comissão Nacional de Eleições (CNE).

José Mário Vaz obteve 61,9 por cento dos votos na segunda volta das eleições presidenciais, realizada no domingo, enquanto o candidato Nuno Nabian recolheu 38,1 por cento.