domingo, 13 de julho de 2025

Presidente dos Camarões candidata-se a 8.º mandato em outubro... O Presidente dos Camarões, de 92 anos, anunciou hoje que se vai candidatar a um oitavo mandado nas eleições de outubro.

Por LUSA 

O anúncio de Paul Biya ocorre após meses de especulação sobre a sua eventual não recandidatura.

Nas redes sociais, Biya reiterou a sua determinação em governar: "Tenham a certeza de que a minha determinação em servi-los é compatível com os sérios desafios que enfrentamos", afirmou.

Segundo Presidente mais antigo em África depois de Teodoro Obiang, da Guiné Equatorial, Paul Biya está frequentemente doente e no estrangeiro.

No poder desde 1982, Biya é o segundo Presidente dos Camarões desde a independência da França em 1960.

Em 2018, venceu com mais de 70% dos votos, numa eleição marcada por irregularidades e baixa participação devido à violência separatista e do fundamentalismo islâmico.


África do Sul: Ramaphosa suspende ministro da Polícia acusado de ligações criminosas... O Presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, suspendeu hoje o ministro da Polícia, Senzo Mchunu, e anunciou a criação de uma comissão para investigar alegadas ligações a grupos criminosos.

Por   LUSA    13/07/2025 

"Para permitir que a comissão desempenhe eficazmente as suas funções, decidi conceder ao ministro da Polícia, Senzo Mchunu, uma licença com efeitos imediatos", declarou o Presidente numa mensagem televisiva dirigida à nação.

O chefe de Estado adiantou que "o ministro prometeu a sua total cooperação com a comissão para que esta possa realizar o seu trabalho".

Ramaphosa nomeou Firoz Cachalia, atualmente professor de Direito na Universidade de Witwatersrand, em Joanesburgo, e presidente do Conselho Consultivo Nacional Anticorrupção, como ministro interino da Polícia.

O Presidente tomou a decisão depois de recordar que, no passado dia 06, o tenente-general Nhlanhla Mkhwanazi, chefe da polícia da província de KwaZulu-Natal (leste), fez numa conferência de imprensa "sérias alegações sobre a existência e o funcionamento de uma sofisticada organização criminosa que alegadamente se infiltrou nas estruturas da polícia e dos serviços secretos da África do Sul".

Mkhwanazi afirmou que Mchunu "alegadamente interferiu em investigações policiais sensíveis e conspirou com homens de negócios, incluindo um acusado de homicídio".

O chefe de Estado sublinhou que estas alegações suscitam "sérias preocupações relativamente à Constituição, ao Estado de direito e à segurança nacional".

"Se forem verdadeiras, estas alegações ameaçam minar a confiança dos sul-africanos na capacidade do Serviço de Polícia da África do Sul para os proteger e para combater eficazmente o crime e a corrupção", acrescentou.

Ramaphosa sublinhou que estas alegações exigem "uma investigação urgente e minuciosa" e, por isso, anunciou a criação de uma comissão judicial de inquérito presidida pelo vice-presidente interino do poder judicial, Mbuyiseli Madlanga.

A comissão, disse ele, investigará "alegações relacionadas com a infiltração de organizações criminosas nos serviços de aplicação da lei, nos serviços de informação e nas instituições relacionadas com o sistema de justiça penal".

A comissão deverá apresentar um relatório final ao Presidente, embora sejam esperados relatórios intercalares ao fim de três e seis meses, respetivamente.

Ramaphosa já tinha antecipado no dia 07 no Brasil, onde participava na cimeira anual de líderes do grupo de economias emergentes BRICS, que iria estudar as acusações feitas contra o ministro da Polícia no seu regresso ao país.


Maior pedaço de Marte na Terra" leiloado em Nova Iorque. Eis o valor

Por noticiasaominuto

O "maior pedaço de Marte" alguma vez encontrado na Terra será leiloado na próxima quarta-feira, em Nova Iorque. De acordo com a Sotheby's, o fragmento poderá render dois milhões de dólares (cerca de 1.710.800 euros) a quatro milhões de dólares (cerca de 3.421.600 euros).

O“maior pedaço de Marte” alguma vez encontrado na Terra será leiloado por uma estimativa de dois milhões de dólares (cerca de 1.710.800 euros) a quatro milhões de dólares (cerca de 3.421.600 euros), na próxima quarta-feira, dia 16 de julho.

Uma descoberta incrivelmente rara – o maior pedaço de Marte na Terra, ejetado da superfície marciana por um enorme impacto de um asteroide, viajou 140 milhões de milhas (cerca de 225.308.160 quilómetros) através do Espaço e atravessou a atmosfera da Terra, antes de se despenhar no deserto do Saara”, destacou a leiloeira Sotheby's, em Nova Iorque, na descrição do artefacto.

Conhecido como NWA 16788, o pedaço rochoso de 24,67 quilos foi descoberto no dia 16 de novembro de 2023, por um caçador de meteoritos, na remota região de Agadez, no Níger. De acordo com a casa de leilões, este fragmento “é aproximadamente 70% maior do que o segundo maior pedaço de Marte encontrado na Terra”, representando “aproximadamente 6,5% de todo o material marciano atualmente conhecido”.

“Os pedaços de Marte são incrivelmente raros: dos mais de 77.000 meteoritos oficialmente reconhecidos, apenas 400 são meteoritos marcianos, com um peso combinado aproximado de 374 quilos”, salientou.

A Sotheby's deu ainda conta de que “a sua composição física e química não foi significativamente alterada”, pelo que o NWA 16788 terá chegado “muito recentemente” à Terra.

“O NWA 16788 é um shergottito olivina-microgabroico, formado a partir do arrefecimento lento do magma marciano e caracterizado por uma textura de grão claro composta principalmente por piroxénio, maskelynite e olivina. Apenas 5,4% dos meteoritos marcianos são atualmente classificados como gabroicos ou microgabroicos, o que faz deste um tipo raro de rocha dentro da já extremamente rara categoria de meteoritos marcianos”, complementou.

A casa de leilões apontou também que “uma percentagem significativa (21,2% em volume) da NWA 16788 é composta por um vidro conhecido como maskelynite, produzido quando um asteroide atingiu a superfície marciana com tal força que metamorfoseou o feldspato original da rocha”. Tendo em conta o “impacto necessário para ejetar qualquer material da superfície marciana para o Espaço, os investigadores acreditam que existem apenas cerca de 19 crateras suficientemente grandes para serem potenciais pontos de origem de meteoritos marcianos”, lê-se.

Este fragmento foi validado e incluído na 113.ª edição do Boletim Meteorítico, emitido este ano.

Anteriormente, esteve em exposição na Agência Espacial Italiana, em Roma, assim como numa galeria privada em Arezzo, na Toscânia.


O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, em nome do povo e do Governo da Guiné-Bissau, apresenta as mais sentidas condolências ao povo nigeriano, ao Governo da Nigéria e à família enlutada, pelo falecimento de Sua Excelência Muhammadu Buhari, antigo Presidente da República Federal da Nigéria.

Neste momento de profunda dor, a Guiné-Bissau solidariza-se com a nação nigeriana e recorda, com respeito, o papel do Presidente Buhari na consolidação da democracia, no combate à corrupção e na promoção da paz e estabilidade no continente africano.  

A sua memória permanecerá viva entre os líderes que dedicaram a sua vida ao serviço público e à defesa dos valores africanos.  Que a sua alma descanse em paz.

Ex-Presidente da Nigéria Muhammadu Buhari morre em Londres. Tinha 82 anos

Por LUSA 

O antigo Presidente da Nigéria Muhammadu Buhari, que liderou o país em duas ocasiões, como líder militar e como Presidente democraticamente eleito, morreu aos 82 anos, divulgou hoje o seu secretário de imprensa.

A família do antigo Presidente anunciou a morte de Muhammadu Buhari esta tarde numa clínica em Londres", anunciou nas redes sociais Garba Shehu, que foi o seu porta-voz durante os dois últimos mandatos presidenciais (2015-2023).

Buhari foi o primeiro a derrotar um Presidente em exercício quando foi eleito em 2015, derrotando Goodluck Jonathan, supervisionando o pior período económico do país e a luta contra os rebeldes.  

Na sequência do golpe militar de dezembro de 1983, que derrubou o então Presidente Shehu Shagari, Buhari, então um dos líderes militares revoltosos, ocupou a Presidência entre 31 de dezembro de 1983 e 27 de agosto de 1985. 

 A segunda vez que ocupou o cargo foi em 2015, quando, já na qualidade de militar na reserva, civil, venceu democraticamente as eleições presidenciais, exercendo o mandato até 2023, após a reeleição em 2019.  

iniciar a 50ª Reunião Técnica dos Pontos Focais de Cooperação de forma profissional e acolhedora.

Guiné-Bissau cancela participação na Assembleia Parlamentar da CPLP em Maputo... O parlamento da Guiné-Bissau cancelou a sua participação na 14.ª Assembleia Parlamentar da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (AP-CPLP), que vai decorrer em 14 e 15 de julho, em Maputo, foi hoje anunciado.

Por LUSA 

"Tínhamos a confirmação de Guiné-Bissau, mas à última hora cancelou a sua vinda que seria representada pelo chefe do grupo nacional", disse, em Maputo, o deputado Feliz Sílvia, chefe do grupo nacional da Assembleia da República junto da CPLP.

O Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, dissolveu o parlamento do país em dezembro de 2023, antes de passados os 12 meses, fixados pela Constituição, das eleições legislativas ganhas pela Plataforma Aliança Inclusiva (PAI-Terra Ranka), liderada pelo Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC). 

O presidente do partido que lidera a coligação, o PAIGC, Domingos Simões Pereira, foi também afastado da presidência da Assembleia e da comissão permanente.

Membros do grupo Nacional do parlamento da Guiné-Bissau tinham antes confirmado representar aquele órgão na 14.ª AP-CPLP, entretanto, cancelada, conforme avançou hoje o deputado Feliz Sílvia, em conferência de imprensa.

"Conforme dissemos quando fizemos o lançamento desta cerimónia, eles tinham confirmado, mas sabemos que o parlamento da Guiné-Bissau foi dissolvido e isso faz com que os deputados tenham limitações de participar em eventos internacionais e já tínhamos dito que é nossa vontade que se restabeleça o parlamento guineense como instituição. Sabemos que contamos muito com a participação deste país, mas à última hora eles cancelaram", esclareceu Sílvia, que é deputado da Frente de Libertação de Moçambique (Frelimo).

O parlamento moçambicano disse antes que não vai interferir no caso da dissolução do parlamento da Guiné-Bissau em 2023, mas apelou à retoma do funcionamento o "mais rápido possível".

Mais de 100 delegados confirmaram a presença na 14.ª AP-CPLP, avançou, em 09 de julho, o chefe do grupo nacional da Assembleia da República junto da CPLP, referindo que os órgãos vão debater, durante dois dias, a promoção da paz, democracia e boa governação na CPLP.

Moçambique vai assumir a presidência rotativa da AP-CPLP na 14.ª reunião que vai decorrer no Centro de Conferências Joaquim Chissano, em Maputo, sucedendo a Guiné Equatorial, num mandato focado na paz e inclusão.

Conforme esclareceu Feliz Sílvia, no seu mandato de dois anos Moçambique vai apostar no fortalecimento da democracia e Estado de Direito e o acompanhamento da implementação do acordo de mobilidade entre os países-membros, incluindo a realização de reuniões periódicas entre os membros com vista a assegurar acordos que facilitem a mobilidade na CPLP.

O responsável avançou também que Moçambique vai focar-se na atração de investimentos privados com harmonização de taxas alfandegárias e fiscais entre países-membros e a promoção da língua portuguesa e da cultura dos países da CPLP.

Em julho de 2024, Moçambique acolheu a reunião anual, a 13.ª sessão ordinária, da AP-CPLP, sob presidência da presidente do Senado da Guiné-Equatorial, Teresa Efua Asangono, país que manifestou dificuldade para receber o evento anual.

Fundada em 1996, a CPLP integra nove países - Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.

As ilhas dos Bijagós, na Guiné-Bissau, foram elevadas a Património Mundial Natural, tornando-se no primeiro sítio do país africano a integrar a lista da Unesco, a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura.

© Lusa  13/07/2025 

 Ilhas dos Bijagós elevadas a Património Mundial Natural

A decisão foi anunciada esta manhã, em Paris, França, durante a 47.ª reunião do Comité do Património Mundial da Unesco, que decorre até dia 16, na sede da organização na capital francesa.

Esta é "uma conquista histórica " para a Guiné-Bissau, com as ilhas consideradas um tesouro natural reconhecidas com o estatuto mundial.

A comitiva chefiada pelo ministro do Ambiente, Viriato Cassamá, festejou na sala da Unesco, em Paris, o anúncio, que será motivo de celebração, também hoje em Bissau.

Delegação da Guiné-Bissau em Paris na UNESCO a 11 de Julho de 2025. © Facebook Viriato Cassamá


Leia Também: Parque Nacional de Maputo elevado a Património Mundial pela UNESCO  

Ucrânia/Rússia: "Temos de neutralizar ameaça". Zelensky pede apoio a aliados... O Presidente da Ucrânia pediu hoje a todos os seus aliados que ajudem Kiev a neutralizar os drones russos, depois de contabilizar mais de 1.800 daquelas aeronaves não tripuladas lançadas por Moscovo na última semana.

© Lusa   13/07/2025

"Sete dias de ataques russos de grande escala contra a Ucrânia: mais de 1.800 drones, mais de 1.200 bombas aéreas guiadas e 83 mísseis de diversos tipos. Os russos estão a intensificar o terror contra cidades e comunidades para intimidar cada vez mais o nosso povo", afirmou Volodymyr Zelensky, na sua conta na rede social X (antigo Twitter).

Apesar disso, o Presidente ucraniano afirmou que os sistemas antiaéreos têm tido "bons resultados" contra as aeronaves não tripuladas lançadas pela Rússia, especialmente drones usados para interceção desses ataques.

Na publicação, Zelensky afirmou que Kyiv irá tentar escalar o uso desta tecnologia, face ao sucesso desses drones intercetores na defesa ucraniana contra as investidas de Moscovo.

Apesar de "grato" por todo o apoio dado, o Presidente ucraniano considerou que é preciso um reforço da defesa ucraniana, esperando "decisões fortes dos Estados Unidos, Europa, G7" e todos os aliados de Kyiv

Para Zelensky, os drones lançados por Moscovo -- 'Shaheds', de 'design' iraniano -- "são uma das formas da Rússia prolongar a guerra".

"Nós temos de neutralizar esta ameaça para pôr em marcha a diplomacia", disse.

Kyiv realiza ataques aéreos quase diários contra a Rússia, enquanto as forças russas também continuam a bombardear cidades ucranianas, no âmbito da ofensiva russa contra a Ucrânia, lançada em fevereiro de 2022.

O enviado dos Estados Unidos para a Ucrânia, Keith Kellogg, vai iniciar na segunda-feira uma visita a Kiev, onde espera permanecer toda a semana.

A visita de Kellogg acontece depois de o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter expressado publicamente desagrado com o homólogo russo, Vladimir Putin, sobre o desenvolvimento do conflito na Ucrânia e falta de compromisso do Kremlin com um processo de paz.

Alem disso, a administração norte-americana retomou os envios de armas à Ucrânia para se defender da invasão russa, após uma pausa.

Kyiv precisa urgentemente de mais sistemas de defesa aérea Patriot, de fabrico norte-americano, para travar os bombardeamentos aéreos russos, que têm atingido dimensões recorde nos últimos dias.


Leia Também: A Rússia reivindicou hoje que controlou mais uma aldeia na região oeste de Donetsk, na Ucrânia, possibilitando que as tropas avencem lentamente em direção à região vizinha de Dnipropetrovsk.

A 50ª Reunião dos Pontos Focais de Cooperação da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) vai decorrer a 13 e 14 de julho de 2025, em Bissau.

Por CPLP - Comunidade dos Países de Língua Portuguesa

➡️ A sessão de abertura contemplas as intervenções do Secretário Executivo da CPLP, da Secretária de Estado dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau e do Ponto Focal de Cooperação de São Tomé e Príncipe.

➡️ Conforme a agenda prevista, as delegações dos Estados-Membros da CPLP vão proceder ao acompanhamento das atividades em execução no âmbito do Fundo Especial da CPLP e de outros temas de cooperação, debruçar-se sobre o Quadro Bienal de Cooperação para o período de 2023-2025 e deliberar sobre novas propostas de atividade.

➡️ Entre outros assuntos, a agenda prevista contempla, ainda, as visitas de monitorização a diversos locais onde estão ou estiveram a ser implementados projetos de cooperação, nomeadamente, ao Centro de Processamento do Caju, ao Laboratório de Engenharia da Guiné-Bissau (LEGUI), ao Centro de Formação Profissional Brasil–Guiné-Bissau, ao Instituto Nacional de Saúde Pública da Guiné-Bissau (INSP-GB) e à Faculdade de Educação Física e Desporto.

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Cancro: Água da torneira mais limpa pode prevenir mais de 50 mil casos de cancro... Um novo estudo do Environmental Working Group (EWG) sugere que a água da torneira mais limpa pode prevenir mais de 50 mil casos de cancro. A investigação aponta que a melhor regulamentação dos contaminantes da água da torneira poderia ser a chave para esta prevenção.

© Shutterstock  por  Mariana Moniz   noticiasaominuto.com  13/07/2025 

Se estava a pensar em instalar um purificador de água, um novo estudo do Environmental Working Group (EWG) pode ser o empurrãozinho que precisa.

Embora jarras com filtro de água como sejam úteis para remover cloro, chumbo e outras impurezas da água da torneira, não reduzem os níveis de produtos químicos tóxicos na água, como nitrato e arsénio.

Mas os investigadores do EWG podem ter encontrado uma solução - uma solução que pode reduzir drasticamente os casos de cancro nos EUA.

Um novo estudo revisto por pares do EWG concluiu que uma melhor regulamentação dos contaminantes da água da torneira poderia prevenir mais de 50 mil casos de cancro. O relatório foi publicado na revista Environmental Research.

De acordo com as diretrizes federais atuais, a regulamentação da água restringe-se a um contaminante por vez - geralmente, nitrato. No entanto, ao tratar dois contaminantes simultaneamente, poder-se-ia observar uma redução imensa nos casos de cancro.

A sua "abordagem multicontaminante" tem como alvo dois produtos químicos cancerígenos encontrados em mais de 17 mil sistemas de água comunitários: o arsénio e o cromo hexavalente (cromo-6).

Após analisar mais de uma década de dados, os investigadores descobriram que arsénio e cromo-6 frequentemente coincidem em sistemas de água potável. Assim, um processo de dupla eliminação pode economizar tempo e vidas.

"Se os sistemas de água com contaminação por cromo-6 também reduzirem os níveis de arsénio para uma faixa de 27% a 42%, isso poderá evitar o aumento do número de casos de cancro em comparação com apenas a redução dos níveis de cromo-6",  explicaram os autores num comunicado de imprensa.

"A água potável é contaminada principalmente em misturas, mas o nosso sistema regulatório ainda age como se elas aparecessem uma de cada vez", comentou a principal autora do estudo, Tasha Stoiber. "Esta investigação mostra que tratar múltiplos contaminantes em conjunto pode prevenir dezenas de milhares de casos de cancro".

Contaminantes da água associados a vários riscos para a saúde

O nitrato é há muito considerado um dos contaminantes mais comuns - e perigosos - da água potável. Mas um novo relatório do EWG também destaca concentrações de arsénio e cromo-6 na água da torneira dos EUA. Os três têm sido associados a vários tipos de cancro.

Arsénio

Estudos mostram que a poluição por arsénio pode causar cancro de pele, pulmão, bexiga, rim e fígado. Investigadores também identificaram correlações entre a exposição crónica ao arsénio e problemas dermatológicos, neurológicos, respiratórios, cardiovasculares, imunológicos, endócrinos e de desenvolvimento.

Cromo-6

Mais de 260 milhões de americanos têm cromo-6 na água potável. Essa substância química cancerígena é conhecida por prejudicar o fígado e o sistema reprodutor.

Nitrato

De acordo com um estudo do EWG, o nitrato está associado ao cancro colorretal, dos ovários, da tiróide, dos rim e da bexiga. Estima-se que a água potável poluída com nitrato cause até 12.594 casos de cancro anualmente nos EUA. Além disso, o baixo peso ao nascer e o parto prematuro também têm sido associados à incidência de água potável poluída com nitrato.

Em suma...

Especialistas ambientais dizem que uma redução de 20% nos níveis de nitrato poderia prevenir 130 casos de cancro anualmente nos EUA.

"Isto é mais do que apenas água limpa - é sobre proteger a saúde e promover a equidade", explicou David Andrews, diretor científico interino do EWG. "Temos as soluções de engenharia para consertar o sistema de água potável nos EUA, mas precisamos de políticas estatais e federais que reflitam a realidade que as pessoas enfrentam quando abrem a torneira."


Leia Também: Estudo. Poluição atmosférica pode aumentar casos de cancro do pulmão

Um estudo do genoma descobriu que a poluição atmosférica e a fuligem externas estão fortemente associadas a mutações de ADN relacionadas com o cancro do pulmão - incluindo fatores conhecidos observados em fumadores e novos fatores exclusivos de não fumadores.


Leia Também: Álcool ou água oxigenada? "Não devem ser usados diretamente em feridas"

Perguntámos a uma médica qual a forma mais correta de desinfetar feridas e quando é preciso pedir ajuda a um profissional de saúde. Deolinda Chaves Beça, especialista em medicina geral e familiar, responde.

Museu do Dinheiro: Caurins (usadas para comprar escravos) no Museu do Dinheiro... Caurins são conchinhas que foram das primeiras 'moedas' utilizadas pelos portugueses para comprar pessoas na costa ocidental de África e podem atualmente ser vistas e tocadas na visita-guiada 'Testemunhos da Escravatura' do Museu do Dinheiro, em Lisboa.

© Lusa    13/07/2025

"Uma pessoa valia cerca de 100 mil caurins. Imaginemos o trabalho de recolher manualmente 100 mil caurins numa praia", diz o historiador Davide Santos, enquanto pega alguns caurins cuidadosamente com uma luva e os mostra e passa aos visitantes.

Caurins são as conchas de um molusco muito valorizadas durante séculos na Ásia e em África. São conchas brancas, brilhantes, como que um búzio pequeno.

Os caurins vinham das praias do Índico, particularmente das Maldivas, e foram cruciais no comércio esclavagista na costa ocidental de África. O ano de 1515 é apontado como o primeiro ano do comércio estruturado e sistemático com caurins.

Dos séculos XVI ao XVIII, foi uma das 'moedas' usadas pelos portugueses em África para comprar pessoas e as escravizar, conta Davide Santos durante a visita no Museu do Dinheiro, que fica na baixa lisboeta e bem perto de um dos principais locais de venda de escravos em Lisboa (o Terreiro do Pelourinho Velho, junto à atual Praça do Comércio).

Estas conchinhas tinham a vantagem de ser transportáveis, duráveis, como as moedas de hoje, e tinham ainda o valor de objeto raro e belo, que dava estatuto a quem o tinha e ostentava. Eram muito usadas em cintos ou colares, como ainda hoje.

Além de caurins, 'Testemunhos da Escravatura' também mostra outros objetos usados para comprar pessoas, como zimbos (pequenas conchas colhidas na costa de Luanda, sobretudo por mulheres) e manilhas (argolas largas de metal que também tinham a função de adorno, tipo pulseira, habitualmente produzidas em Veneza, Flandres, Liverpool e Birmingham).

Durante a visita, Davide Santos recorda as cartas que o rei Afonso I do Congo (1507-1542) enviou a reis portugueses (com quem mantinha boas relações) a pedir que Portugal parasse com o comércio de escravos, com que inicialmente tinha concordado. Argumentava que se tinha descontrolado e estava a deixar o seu reino despovoado.

A visita passa ainda pela maior moeda de ouro cunhada em Portugal, a dobra de 24 escudos, uma moeda de ouro com 85 gramas que, também na sua função de propaganda, simbolizava a riqueza e poder do rei D. João V (1706-1750), em cujo reinado chegaram grandes remessas de ouro do Brasil.

"São objetos extraordinários, jóias, obras de arte, que contam uma história trágica. A estética esconde acontecimentos históricos terríveis", diz Davide Santos.

Segundo Daniela Viela, técnica de museologia no Museu do Dinheiro, que pertence ao Banco de Portugal, esta visita foi criada em 2017 quando Lisboa foi capital ibero-americana da cultura, incluída no eixo programático da memória africana relativamente à escravatura.

"Confirmámos que tínhamos objetos que fazia todo o sentido entrarem para este projeto e não quisemos fugir à responsabilidade de admitir que a escravatura africana foi parte do desenvolvimento económico de Portugal", afirma Daniela Viela à Lusa.

Para a responsável, o Museu do Dinheiro tem várias dimensões, "é um museu de história, de arqueologia, de economia, de arte", que conta a história do mundo através do dinheiro e da sua importância na vida das sociedades.

"Nós temos um dever de verdade para com a história, para com estes milhões de pessoas escravizadas", diz Daniela Viela.

"Se haverá outros culpados, isso não retira a responsabilidade de falar do papel de Portugal neste comércio transatlântico de pessoas escravizadas. Eu, enquanto português, descendente de pessoas que terão participado neste comércio, tenho uma responsabilidade histórica de a contar, de validar a dor", afirma, por seu lado, Davide Santos.

Os números da escravatura são muito difíceis de estimar por vários fatores - como contradição e insuficiência das fontes - e serão sempre razão para debate.

Segundo o Atlas do Comércio Transatlântico de Escravos (recentemente publicado em Portugal pela Imprensa da Universidade de Lisboa), foram levados da Costa Ocidental Africana para o continente americano mais de 12 milhões de pessoas escravizadas.

Segundo o 'site' SlaveVoyages (resultado da colaboração de várias universidades), entre 1501 e 1875, no 'ranking' de países que mais escravizaram Portugal está no topo, com 5,8 milhões de pessoas escravizadas. Seguem-se Reino Unido, França, Espanha, Países Baixos, Estados Unidos e, por fim, Dinamarca com outros países Bálticos.

Da costa Oriental de África, também houve tráfico (em menor quantidade) designadamente para a Ásia.

O tráfico de escravos desde África também teve como destino a Europa, incluindo Portugal.

O ano de 1444 marca a chegada a Portugal (a Lagos) dos primeiros escravos trazidos de África, iniciando-se então a sua comercialização. Nessa primeira venda, terá estado presente o Infante Dom Henrique.

No final do século XVI, estima-se que 20% da população de Lisboa fossem pessoas escravizadas.

Foi apenas nos anos 1930 do século XX que morreu a última pessoa escravizada, uma mulher que vivia no Bairro Alto.

Em 2015, o Reino Unido terminou de pagar uma dívida que contraiu no século XIX para pagar indemnizações a várias famílias que então se sentiram prejudicadas com a abolição da escravatura.


Aproximação de caça chinês a avião japonês? Manobra foi "legítima"... O Governo da China defendeu hoje a aproximação de um caça chinês a uma aeronave militar japonesa em águas internacionais, no mar da Leste da China, garantindo que a manobra foi "legítima, razoável [e] profissional".

© Lusa   13/07/2025

O incidente ocorreu na quarta-feira, quando um caça-bombardeiro chinês JH-7 se aproximou de uma aeronave de inteligência eletrónica japonesa YS-11EB a uma distância considerada insegura pelas autoridades japonesas, que apresentaram um protesto formal a Pequim sobre a manobra.

O porta-voz do Ministério da Defesa chinês, coronel Jiang Bin, afirmou que as aeronaves de reconhecimento japonesas entraram na Zona de Identificação de Defesa Aérea do mar do leste da China em "múltiplas ocasiões" para realizar "reconhecimento de aproximação".

Esta zona aérea - que inclui as ilhas Senkaku, administradas por Tóquio, mas reivindicadas por Pequim sob o nome de Diaoyu - foi anunciada unilateralmente pela China em 2013 e não é reconhecida pelos vizinhos Japão e Coreia do Sul.

"As aeronaves militares chinesas, em conformidade com a lei, realizaram verificações de identificação, rastreio e vigilância, e todas as ações correspondentes foram completamente legítimas, razoáveis, profissionais e em conformidade com os regulamentos", afirmou Jiang Bin.

O porta-voz realçou que tais atividades de "aproximação e interferência" por parte de navios e aeronaves japonesas "são a causa raiz dos riscos para a segurança aérea e marítima entre a China e o Japão".

"Esperamos que o lado japonês avance na mesma direção que a China e crie um ambiente favorável ao desenvolvimento estável das relações bilaterais", disse Jiang, em declarações citadas pela televisão estatal chinesa CCTV.

No início de junho, ocorreu um incidente semelhante em águas internacionais no Pacífico, quando um caça chinês J-15, armado com mísseis, ao levantar voo do porta-aviões Shandong, chegou a estar a apenas 45 metros de um avião militar japonês.

De acordo com o Ministério da Defesa japonês, a aeronave de patrulha marítima P-3C da Força de Autodefesa Marítima procedia a uma operação de vigilância sobre o Oceano Pacífico.

O Governo japonês expressou "grave preocupação" à China com este incidente e exigiu que sejam tomadas medidas para evitar que se repita.

Também em junho, o Japão manifestou preocupação com o aumento das manobras militares chinesas perto do seu território, levando-o a divulgar, de forma pouco habitual, informação detalhada sobre essas atividades.

Os dois porta-aviões da Marinha chinesa, o Shandong e o Liaoning, "realizaram cerca de mil aterragens de aviões de combate" entre o final de maio e meados de junho, revelou o ministro japonês da Defesa.

Gen Nakatani explicou que um dos navios se aproximou das ilhas de Iwojima e Santon e efetuou mais de 100 descolagens e aterragens de aviões na zona económica exclusiva japonesa perto de Okinotori, a ilha mais a sul do Japão.


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Nigéria condena 44 pessoas por financiamento do Boko Haram... A justiça da Nigéria condenou 44 membros do grupo fundamentalista islâmico Boko Haram a penas de prisão até 30 anos, por financiamento de atividades terroristas.

© Lusa   13/07/2025 

Os condenados no sábado estavam entre os 54 suspeitos julgados em tribunais civis especiais na cidade de Kainji, no leste do país, afirmou o porta-voz do Centro Antiterrorismo da Nigéria.

"Os veredictos proferidos nos julgamentos resultaram em penas de prisão que variam entre 10 e 30 anos, todas com trabalhos forçados", disse Abu Michael, em comunicado.

A Nigéria retomou esta semana os julgamentos, suspensos por sete anos, contra mais de mil pessoas suspeitas de terem ligações ao grupo Boko Haram, que trava uma insurgência desde 2009 para estabelecer um califado.

"Com estas últimas condenações, a Nigéria regista um total de 785 casos relacionados com o financiamento do terrorismo e outros crimes relacionados com o terrorismo", referiu o comunicado.

A campanha de 16 anos do exército nigeriano para reprimir o Boko Haram no nordeste do país fez mais de 40 mil mortos e cerca de dois milhões de deslocados, segundo as Nações Unidas.

A violência também se alastrou aos países vizinhos, como os Camarões, o Chade e o Níger.

Em outubro de 2017, a Nigéria iniciou julgamentos em massa de rebeldes islâmicos, mais de oito anos após o início da violência.

Ao longo de cinco meses, 200 combatentes do Boko Haram foram condenados a penas que vão desde "pena de morte e prisão perpétua até penas de prisão de 20 a 70 anos", disse Abu Michael.

As condenações foram proferidas, nomeadamente, por ataques contra mulheres e crianças, destruição de locais de culto, assassínio de civis e rapto de mulheres e crianças.

No final de junho, um ataque suicida no nordeste da Nigéria, perpetrado por uma mulher e atribuído ao Boko Haram, deixou pelo menos 20 combatentes anti-fundamentalismo mortos.


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