sábado, 17 de outubro de 2020

PM ADMITE QUE POR FALTA DE SENSATEZ A GUINÉ-BISSAU APARECE COMO O ÚLTIMO A CONECTAR-SE AO CABO SUBMARINO


O primeiro-ministro, Nuno Gomes Nabian, admitiu este sábado, 18 outubro de 2020, que talvez por falta de sensatez para resolver os problemas internos do país, a Guiné-Bissau aparece como o último país da Costa Ocidental da África a conectar-se ao cabo submarino que liga África a Europa (ACE).

O chefe de governo falava depois da visita à Estação Terrena onde foi amarrado o cabo submarino em fibra ótica e o Centro de Transmissão, ainda em construção, na localidade de Suru, setor de Prabis, região de Biombo a 23 quilómetros de Bissau.

Aos jornalistas, Nabian disse ter recebido informações em como o Centro de Transmissão será o coração da comunicação da Guiné-Bissau e  a partir do qual vai ser desdobrado o cabo ótico terrestre para Antula [ponto de OMVG), porque “tudo o que tem a ver com a tecnologia de comunicação para o internacional passará pelo centro de transformação de Suru”.

“O cabo submarino permitirá o país ter uma conexão e comunicação mais estáveis com o exterior”, realçou para de seguida assegurar que o governo vai reforçar a segurança do Centro de Transformação de Suru.

Para a execução do projeto, a Guiné-Bissau teve um empréstimo de Banco Mundial (BM) para poder se conectar a um dos cabos submarinos internacionais do consórcio (sociedade) ACE (África to Cost Europe), do qual o grupo Orange é acionista majoritário.

Dados indicam que o valor do empréstimo é de 35 milhões de dólares americanos, dos quais 31,5 dedicados aos trabalhos de cabos submarinos. Porém, segundo Rui Duarte Barros, PCA da Sociedade de Cabos da Guiné-Bissau (SCGB SA) que integra o Governo da Guiné-Bissau, a Orange e a MTN, os trabalhos de construção do Centro de transformação poderão estar concluídos em fevereiro de 2021.”

“A capacidade de internet alocada para Guiné-Bissau permitirá fazer telemedicina, estudos à distância, a governação eletrónica, enfim, “uma revolução total”.  

Informações na posse de O Democrata indicam que o Banco Mundial terá condicionado o empréstimo à criação de um consórcio com a participação do setor privado para gerir o cabo, tendo em conta a experiência do projeto de género nos outros países.

Foi constituída a Sociedade de Cabos da Guiné-Bissau (SCGB, SA) em maio de 2018. O governo da Guiné-Bissau detém 49% do capital com 3 administradores, MTN 25,5% com 2 administradores, ORANGE 25,5% também com 2 administradores. O conselho de administração é presidido por Rui Duarte de Barros e a direção executiva será gerida pelos operadores privados.

Segundo as informações, os trabalhos em Suru deveriam ter terminado em junho deste ano, mas por causa da Covid-19 registou-se um atraso que agora poderá condicionar o fim dos trabalhos, prolongando-os até maio de 2021, de acordo com o plano atualizado da empresa executora “Alcatel Submarine Networks”.

O Democrata soube de uma fonte que o conselho de administração da SCGB SA está caduco desde 22 de maio de 2020 e que a assembleia-geral da sociedade não foi realizada para renovar o conselho de administração, porque o acionista Governo da Guiné-Bissau, não indigitou até agora, através do Conselho de Ministros, a figura que vai lhe representar na Assembleia Geral. “Isso pode atrasar a finalização dos trabalhos”, lamenta a fonte.

Entretanto, uma parte da cotização escalonada dos operadores de telecomunicações, como participação no capital social da sociedade SCGB, é destinada para estruturação da Guinetel e Guiné-Telecom, indicou a fonte.

Por O Democrata

Ministério Público volta à carga: “Aristides Gomes é suspeito em dois processos”

A Procuradoria Geral da República da Guiné-Bissau reafirma que o ex-primeiro-ministro Aristides Gomes é suspeito em “dois processos”, contrariando o comunicado do Tribunal de Relação.

Na quinta-feira (15.10), o Tribunal de Relação disse “desconhecer” a existência de qualquer processo contra Aristides Gomes. Mas a Procuradoria Geral da República afirma que “a interpretação que se pretende dar ao comunicado do desembargador presidente do Tribunal de Relação é desonesta”, disse no comunicado a que o Capital News teve acesso esta sexta-feira (16.10).

“Esclarece-se ainda que, em relação ao caso que se discute via comunicação social, há dois processos a tramitar nos serviços do Ministério Público, por instruções do Procurador Geral (da República), nos quais figura como suspeito, o ex-primeiro-ministro, Aristides Gomes”, informou.

O comunicado da instituição dirigida por Fernando Gomes nega ainda as afirmações de que o magistrado do Ministério Público não tem competências para abrir o processo contra Aristides Gomes:

“Enquanto dóminus do inquérito, cabe ao Ministério Público, em cada categoria do tribunal, exercer a ação penal e, neste momento em particular, porque há muito que o nosso sistema baniu o inquisitório puro, obviamente, que o juiz (do Tribunal de Relação) não teria acesso aos autos, salvo algumas exceções fixadas na lei”, refere.

Esta sexta-feira, os advogados de Aristides Gomes acusaram o magistrado Juscelino Pereira de “forjar” despacho, para aplicar medida de caução ao ex-primeiro-ministro, impedindo-lhe de sair do país.

Sobre a matéria, a Procuradoria Geral da República nega:

“A realização de atos de inquérito por parte dos magistrados em cada categoria de tribunais, não constitui nenhuma falsificação de documentos e muito menos a fabricação de despachos, por força de princípio da unidade e indivisibilidade orientadora desta magistratura (artigos 70 número dois, da Lei Orgânica dos Tribunais Judiciais)” finalizou.

Por CNEWS

Nigéria e Senegal vão ajudar Guiné-Bissau com programa de emergência – PR guineense

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, disse hoje que a Nigéria e o Senegal vão ajudar a Guiné-Bissau com um programa de emergência e dar formação a quadros do setor da defesa, segurança e dos Negócios Estrangeiros.

"Estive na Nigéria. O Presidente Buhari convidou-me a mim e ao Presidente senegalês para vermos formas de ajudar a Guiné-Bissau", afirmou Umaro Sissoco Embaló aos jornalistas no aeroporto internacional Osvaldo Vieira, momentos depois de ter aterrado em Bissau.

Umaro Sissoco Embaló viajou quarta-feira para o Senegal e para a Nigéria, tendo na quinta-feira tido um encontro de trabalho com os chefes de Estado nigeriano, Muhammadu Buhari, e senegalês, Macky Sal.

"A Nigéria é um dos acionistas do Banco Africano de Desenvolvimento, o Senegal tem grandes relações no mundo e nós na Guiné-Bissau precisamos de facto de relançar o país, que nos últimos 20 anos passou por situações muito complicadas", disse.

Segundo Umaro Sissoco Embaló, no início da próxima semana vai chegar à Guiné-Bissau uma equipa de técnicos senegaleses e nigerianos para ajudarem o país a "fazer um programa de emergência".

O Presidente explicou que o programa "será rapidamente financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento com a ajuda do Banco Árabe de Desenvolvimento Económico para a África".

Questionado pela Lusa sobre as áreas estratégias do programa de emergência, o Presidente explicou que são as infraestruturas, principalmente rodoviárias no interior e em Bissau.

Ao nível da formação, o chefe de Estado disse que vão ser enviados entre 10 e 15 jovens do Ministério dos Negócios Estrangeiros para terem formação no Senegal e oficiais do setor de segurança vão receber formação na Nigéria.

Por LUSA