terça-feira, 18 de outubro de 2016

Olivais da serra, o vento leva a flor

Nas prisões masculinas desenvolve-se um curioso calão psicológico, que, se é duro, não deixa de ser pedagógico. Quando chega um novo elemento, este é «testado», ou seja, provocado. Se mostrar medo, ficará indelevelmente marcado. Momento no qual é preciso afirmar a «soberania» sobre o último reduto íntimo, o nosso próprio espaço. Esse é um ensinamento vital, para um Homem. Aqueles que chumbam nesse teste, ficam inquestionavelmente expostos. Acabam a pau ou a ferro, senão mesmo enrabados por todos. São as «Carlotas».


Domingos Simões Pereira foi a Conacri, engoliu tudo, entregou o ouro ao bandido, assumiu-o publicamente, e refugia-se agora em pretextos fúteis que não passam da confirmação da sua inapelável derrota. O «estatuto» do PAIGC? Mas qual estatuto? Essa do «libertadores» morreu com Cabral, ainda antes da sua formalização. O que tem o PAIGC para apresentar? Mais de quatro décadas de desgovernação? DeSesPerado, recorre a todo o tipo de expedientes de contra-informação, na tentativa de manipular as consciências, na linha da velha e maquiavélica história do seu diabólico Partido.

 DSP não quer confessar que, vítima da sua própria casmurrice, caiu numa armadilha, ao assinar, perante a CEDEAO, o risível «acordo» de Conacri, e que agora, atado à carroça, já só aspira a fugir com o rabo à seringa. Sob pressão (e caiu mal junto da CEDEAO a presença intrometida de Angola, o que terá ajudado), assinou o acordo, mas já só pensa em incumprir. Tenta desinformar, usando os seus canais «dedicados», avançando com o nome de Augusto Olivais, que nunca esteve na mesa das negociações, como o PRS acaba de denunciar em comunicado. Ou seja: embora Olivais fizesse parte dos três nomes propostos por Jomav, não chegou a ser discutido, tendo o PAIGC mantido a sua teimosia em torno de Carlos Correia (na «impossibilidade» de Domingos), esgotando assim os seus cartuchos. Cipriano Cassamá, que se julga uma entidade à parte (e é o principal responsável pelo impasse), ou talvez uma outra ala do PAIGC, propôs Mário Cabral, e a sociedade civil propôs Alfredo Handem.

Jomav, reforçado pelo deslize de Domingos, rapidamente se apropriou dos resultados do «acordo», afirmando que nomeará alguém da sua confiança, e que será por isso necessário «afrouxar» a exigência de consensualidade. Ou seja, que fará o que muito bem lhe apetecer (ou que julgar conveniente, estando a agir de boa fé e por patriotismo...). Ao insistir numa «adenda» ao acordo (que o PRS acaba de recusar liminarmente), Domingos está a completar a vitória de Jomav, tornando-a absoluta. Ou seja, Jomav já não precisa de se cingir aos nomes apresentados, devido a esse precedente: pode assim inovar. Apesar de haver quem pense que possa optar por Sissoko, o Presidente dá, nas entrelinhas, sinais noutro sentido:

«_"A minha chegada vai permitir muitas movimentações ao nível interno porque o importante neste momento, de facto, é que as partes desavindas cheguem a um acordo. O país não pode continuar assim devemos transformar a Guiné-Bissau, nos próximos tempos, num país de trabalho e de criação de riquezas." Embora não querendo revelar mais pormenores, o chefe da nação disse que deverá manter contactos com outras forças e organismos.»

Fonte: Emplastro

COMUNICADO DE IMPRENSA DO PARTIDO DA RENOVAÇÃO SOCIAL

Devido à necessidade de esclarecimento à volta de algumas questões do ACORDO DE CONAKRI que estão a ser objeto de deturpações e interpretações abusivas, o Partido da Renovação Social como parte assinante do Acordo vem através deste comunicado expor o seguinte:

1- Sobre os três nomes propostos pelo Presidente da República para o cargo de Primeiro-Ministro do próximo governo, nas pessoas dos Senhores Umaro Sissoko Embaló, João Aladje Fadiá e Augusto Olivais o Partido da Renovação Social, só se pronunciou em Conakri , a favor de um dos nomes apresentados, remetendo a decisão final da escolha para o senhor Presidente da República, como aliás se pronunciou consensualmente a maioria dos coassinantes do Acordo. Saliente-se por outro lado, que mesmo em circunstâncias normais, o PRS não se teria pronunciado de outro modo porque nunca nos podemos substituir aos poderes do Presidente da República, ou seja cabe ao primeiro magistrado da Nação nomear o Primeiro-Ministro;

2- Esclareça-se que durante as consultas bilaterais promovidas pelo mediador, em nenhum momento, o PRS terá sido confrontado com o nome do senhor Augusto Olivais como tendo sido escolhido pelas partes, e muito menos de que este nome terá reunido algum consenso entre as partes;

3- A forma como tem sido tornado público o nome desta personalidade, pelo PAIGC é no mínimo estranha, porquanto, e segundo informação dos mediadores, durante as consultas bilaterais, o Partido da Renovação Social ficou a saber de que a direcção do PAIGC terá escolhido o nome do ex-primeiro-ministro Carlos Correia e que o senhor Presidente da Assembleia Nacional Popular escolheu o nome do senhor Mário Cabral. Na mesma linha informaram-nos de que a sociedade civil escolheu o nome do senhor Alfredo Handem.

4- O Partido da Renovação Social informa de que nenhum dos nomes escolhidos pelo PAIGC conseguiu obter o consenso da maioria das partes, pelo contrário, o nome mais consensual foi o escolhido pela maioria dos coassinantes representantes da maioria na Assembleia Nacional Popular capaz de aprovar um Programa de governo.

Pelo exposto o Partido da Renovação Social informa à população e a comunidade internacional de que outra informação à volta desta questão é infundada e revela de questões político-partidárias alheias ao interesse e ao bem-estar do povo guineense.

Bissau, 18 de Outubro de 2016
O Secretariado Nacional de Comunicação

Trabalhadores do Ministério da Economia e Finanças iniciam greve de quatro dias

Os trabalhadores do Ministério da Economia e Finanças iniciaram, esta segunda-feira, uma greve de quatro dias, reivindicando o pagamento de subsídios em atraso.

O porta-voz do Sindicato dos Trabalhadores das Finanças, Gregório Mbana, assinalou, que os grevistas «reivindicam igualmente substituição de 52 trabalhadores fictícios, enviados ao ministério pela Direcção-Geral das Alfândegas para receberem subsídios».

De acordo com Gregório Mbana, a greve só será levantada «caso o governo se mostre disponível para ir de encontro às suas revindicações».

«E se assim não for», acrescenta o porta-voz, «o Sindicato dos Trabalhadores das Finanças vai entregar, nos próximos dias, outro pré-aviso de greve».

Gregório Mbana garantiu, por outro lado, estarem garantidos os serviços mínimos, «para não paralisar, por completo, o Ministério da Economia e Finanças».

QUEM FALA MAL DOS OUTROS PARA VOCÊ,
FALA MAL DE VOCÊ PARA OS OUTROS.