quinta-feira, 11 de dezembro de 2025

Novo clima 'hipertropical' está a surgir na Amazónia... A floresta da Amazónia está a passar por uma lenta transição para um novo clima 'hipertropical', mais quente e com secas mais frequentes e intensas, condições nunca vistas na Terra em dezenas de milhões de anos.

Por LUSA 

Um estudo liderado pela Universidade da Califórnia, Berkeley (EUA), prevê que, se os elevados níveis de emissões de gases com efeito de estufa se mantiverem, as condições de 'seca quente' poderão tornar-se mais frequentes em toda a Amazónia até 2100, atingindo os 150 dias por ano, mesmo durante a estação das chuvas.

Esta nova situação pode levar à morte generalizada das árvores e afetar a capacidade da Terra para lidar com os níveis crescentes de dióxido de carbono na atmosfera, uma vez que as florestas tropicais de todo o mundo absorvem mais emissões de carbono causadas pelo homem do que qualquer outro bioma.

Relatórios recentes detetaram um aumento do dióxido de carbono atmosférico após secas severas na Amazónia, demonstrando que o clima nos trópicos tem um impacto quantificável no balanço de carbono do planeta.

Os cientistas referem-se ao novo regime climático, ou bioma, como hipertrófico, que está a emergir devido ao aquecimento global. Este aquecimento prolonga a típica estação seca de julho a setembro, pois gera temperaturas acima do normal.

"Quando estas secas quentes ocorrem, este é o clima que associamos a uma floresta 'hipertropical', porque excede os limites do que atualmente consideramos uma floresta tropical", salientou o diretor do estudo, Jeff Chambers, citado num comunicado da Universidade da Califórnia, em Berkeley.

O estudo, publicado na revista Nature, documenta que a seca e o calor stressam as árvores e aumentam a sua taxa de mortalidade normal.

Os investigadores descobriram porque é que as árvores morrem em condições hipertropicais, que agora ocorrem apenas durante alguns dias ou semanas durante secas extremas.

Assim que o teor de humidade do solo em volume desce para aproximadamente um terço, as árvores deixam de capturar carbono, morrem de inanição ou desenvolvem bolhas de ar na sua seiva.

"Demonstrámos que as árvores de crescimento rápido com baixa densidade da madeira eram mais vulneráveis e morriam em maior número do que as árvores com alta densidade da madeira", explicou o investigador, que estuda a Amazónia desde 1993, sobretudo no Instituto Nacional de Pesquisas da Amazônia (INPA), em Manaus.

Além disso, é provável que surjam condições 'hipertropicais' fora da Amazónia, nas florestas tropicais da África Ocidental e em todo o Sudeste Asiático.

O investigador realçou que se prevê o pior cenário possível no caso de a sociedade fazer muito pouco para reduzir as emissões de dióxido de carbono que provocam as alterações climáticas.

"Depende de nós até que ponto vamos realmente criar este clima hipertropical", frisou Chambers, alertando que, se as emissões de gases com efeito de estufa continuarem sem controlo, "o humano criará este clima hipertropical mais cedo".

Adesão da Ucrânia à UE é "inevitável" e Hungria não deve interferir... A comissária europeia Marta Kos disse hoje que a adesão da Ucrânia à União Europeia (UE) é "inevitável" e de que está confiante que a Hungria não perturbe o processo.

Por LUSA 

"Não estou preocupada", disse a comissária eslovena encarregue dos assuntos do alargamento, durante uma visita a uma central elétrica na parte ocidental da Ucrânia, com fortes estragos causados pela campanha russa de ataque a infraestruturas civis.

"Sobre a pertença da Ucrânia à UE - que é inevitável -, vejo-a como uma âncora de garantias de segurança", disse, salientando que "nunca houve uma guerra no território da União Europeia".

A Ucrânia espera integrar o bloco até ao final da década e permanece frustrada com a incerteza relativa à sua interação na NATO.

A Ucrânia solicitou a adesão à UE em 2022 pouco antes da invasão russa.

Agora, a comissária Kos está a marcar uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros para quinta-feira para preparar a próxima etapa das negociações da adesão.

O primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, opôs-se ao início das negociações enquanto a guerra causada pela invasão russa continuar.

Kos minimizou as objeções, dizendo: "Não precisamos de Orbán para fazer as reformas que são necessárias para a Ucrânia se tornar membro da União Europeia".


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A Ucrânia apresentou hoje aos Estados Unidos a mais recente versão do seu plano para terminar a guerra com a Rússia, adiantaram duas autoridades ucranianas ligadas ao processo.