domingo, 7 de abril de 2024

Número de pessoas sem-abrigo aumentou 25% em Lisboa. Há mais de 530 pessoas a viver na rua só na capital

O número de pessoas sem-abrigo em Lisboa aumentou 25%. Muitos chegam de países como o Brasil, Índia ou o Nepal, Marrocos e Gâmbia. Vêm à procura de uma vida melhor e acabam a dormir na rua, muitas vezes lado a lado com portugueses que não conseguem mais pagar a renda de uma casa. 

Por Filipa Calado  cnnportugal.iol.pt

Portugal: Crescimentos das desigualdades preocupa trabalhadores cristãos

© Getty Images

POR LUSA   07/04/24 

Os movimentos da ação católica operária de Portugal e Espanha manifestaram hoje preocupação com "o crescimento das desigualdades, o empobrecimento, a falta de emprego digno e a situação dos direitos laborais e sociais".

Para a Liga Operária Católica/Movimento de Trabalhadores Cristãos de Portugal e a Irmandade Operária de Ação Católica de Espanha, esta preocupação estende-se também "ao futuro do trabalho imposto pelas novas tecnologias e pela precariedade, já que tudo isto impede muitas pessoas de desfrutar de uma vida digna".

As duas estruturas estiveram reunidas em Plasencia, Cáceres, nos últimos três dias e hoje, no comunicado final da reunião, deram conta de que no encontro foi abordada ainda "a situação de guerra e a normalização da inumanidade, bem como a ascensão da extrema-direita em diferentes países, o que significa um aumento de políticas contrárias à fraternidade e propensas a promover o ódio e a divisão entre diferentes povos".

As duas estruturas ibéricas de trabalhadores cristãos sublinharam "a importância das organizações locais, políticas e sindicais, que criam consciência e articulam a participação e o compromisso (...), reafirmando a democracia e o papel fundamental das instituições na mesma".

Na conferência bilateral de três dias, foi ainda sublinhado que "a Igreja está a viver um momento histórico com o processo sinodal que (...) impele a uma maior corresponsabilidade e a trabalhar pela igualdade das mulheres no seio da Igreja, (...) a abrir-se a um maior diálogo com o mundo, a crescer em proximidade, em simplicidade e no compromisso com a realidade".

"Temos esperança de que essa mudança nos conduza a uma Igreja mais autêntica e comprometida com os últimos", concluíram os participantes na reunião.

A LOC/MTC Portugal, cuja direção é coordenada por Américo Monteiro, tem estruturas locais na maioria das dioceses, que vão acompanhando o mundo do trabalho a partir de uma perspetiva cristã.

Leia TambémMais de 90 pessoas morreram hoje em resultado de um naufrágio na província de Nampula, no norte de Moçambique, avançou o Secretário de Estado da Província. 


Arquipélago dos Bijagos: UNO – UMA ILHA “FANTASMA” COM A POPULAÇÃO ABANDONADA SEM ESCOLA NEM TRANSPORTE

Fonte: O DEMOCRATA  07/04/2024 

[REPORTAGEM] A ilha de Uno é uma das ilhas que faz parte da região de Bolama Bijagós e que, à semelhança das outras ilhas do arquipélago, torna-se a cada dia uma “ilha fantasma” com a sua população abandonada pelo governo e deixada a sua sorte para sobreviver. A ilha enfrenta enormes dificuldades de circulação, de acesso aos produtos da primeira necessidade e com fraco nível de cobertura de serviços das telecomunicações. 

As infraestruturas administrativas estatais encontram-se completamente em ruínas. A ilha dispõe de um posto da Polícia da Ordem Pública sem condições, o porto em pedaços e sem iluminação. Conta igualmente com uma estrutura sanitária do tipo C, que cobre toda área sanitária da ilha, mas não tem sequer um único médico. 

CRIANÇAS CAMINHAM DIARIAMENTE CERCA DE 30 QUILÓMETROS PARA TER ACESSO A ESCOLA

A agricultura, a pesca artesanal, a exploração florestal e de moluscos são uma das atividades praticadas pela população local, mas a exploração de moluscos é exercida praticamente por mulheres, que agora são contratadas por outras aldeias para explorar estes produtos e vendê-los diretamente a eles (senegaleses, gambianos) principalmente, gandhi.

Uma equipa de reportagem do jornal O Democrata visitou as diferentes comunidades, com destaque para Bruce, situada a 18 quilómetros da zona central da ilha, onde se encontra o liceu e o centro de saúde. O jornal descobriu que os alunos são obrigados a percorrerem diariamente o dobro dessa distância para terem o acesso à escola. As mulheres, para terem acesso à área sanitária local têm que fazer o mesmo, caso contrário não podem ter o acesso aos cuidados médicos. Em caso de emergência, recorrem às pirogas dos pescadores para evacuação para Bubaque, o que torna os pacientes expostos às contaminações.

Apurou o semanário que existe apenas uma piroga (pertença de uma das comunidades religiosas cristãs), que tem ajudado a população de Uno. A piroga faz ligação Uno-Bissau uma vez por semana, e vice-versa. Sai de Uno na sexta e volta na segunda-feira e cada passageiro paga quatro mil (4000) francos CFA. A ligação Uno-Bubaque varia de 2000 a 2500 francos.

Em entrevista ao jornal O Democrata, o comité da aldeia de Bruce, Carlitos Gomes Quelefa, revelou que a tabanca está a deparar-se com muitas dificuldades, nomeadamente na componente de saúde e a distância de 18 quilómetros que percorrem diariamente para terem o acesso   ao liceu e ao único centro de saúde localizados na aldeia de AN-Onho é outro dos sacrifícios que têm de enfrentar. Acrescentou que a tabanca não tem nenhuma estrutura sanitária e que os medicamentos são comprados apenas no posto central.

“É preocupante a situação em que nos encontramos. Se tiver uma grávida em trabalho de parto, ou a precisar de uma assistência urgente de uma parteira, somos obrigados a recorrer a motas. Imagina se tiver uma grávida ou um doente em estado grave, só Deus. Não temos na comunidade sequer uma única piroga para as emergências. Às vezes, recorremos às pequenas embarcações dos pescadores, as canoas da pesca artesanal para transportar doentes. As nossas crianças fazem quilómetros e quilómetros para terem acesso à escola. Não temos aqui nenhuma escola e o Estado deveria ter-se preocupado com essa situação. É um direito que nos assiste”, criticou.

Afirmou que a aldeia não tem eletricidade, não tem energia solar para iluminação, nem a presença de forças de segurança ou elementos da Ordem Pública, nem água potável, como também as bolanhas enfrentam a filtração da água salgada, tornando mais difícil a sobrevivência através da produção agrícola.

“Queremos pedir ao Estado que nos ajude com um centro de saúde e que construa furos de água potável. São centro das nossas maiores dificuldades. A sobrevivência aqui é arriscada. A água que bebemos não é boa para a saúde humana e tem criado problemas e dores de barriga, tanto às crianças quanto aos adultos. É urgente resolver essa situação o mais rápido possível”, defendeu.

O comité mostrou-se preocupado com a fuga de jovens para Bubaque e Bissau à procura de conhecimento científico e de melhores condições de vida, porque “estes reúnem condições e têm infraestruturas escolares para continuarem os seus estudos”.

Disse que essa situação cria muitos problemas aos pais, porque fazem um esforço redobrado para poder assegurá-los longe de casa.

Questionado sobre as atividades de fiscalização da pesca atendendo que as ilhas que compõem o setor de Uno fazem parte da Reserva da Biosfera de Bolama Bijagós, o Parque Nacional de Orango (PNO), Carlitos Quelefa afirmou que praticam atividade de pesca sem problemas, porque “conhecem as regras do parque, embora sejam violadas. Por isso quando há fiscalização naquela zona, os pescadores escondem-se das autoridades ou dessas entidades”.

MULHERES DE UNO REFUGIAM-SE À EXPLORAÇÃO DOS MOLUSCOS PARA GARANTIR O SUSTENTO DOS FILHOS

Interpelado pela repórter de O Democrata, a antiga matrona da comunidade de Ossocom, Segunda Paulo Odunte, revelou que as mulheres dessa zona refugiam-se à exploração dos moluscos (lingron, Ostras, Gandi e Combé), bem como à tecelagem de palhas como forma de continuar a garantir o sustento da família e pagar a escola dos filhos, além da atividade agrícola.

O semanário apurou que um quilograma de Combé custa 1.250 franco CFA na época da seca, e na época das chuvas o preço varia de 1500 a 1600 francos CFA por quilograma, o que faz muitas mulheres optarem mais para essa atividade do que a agricultura, que está ameaçada devido a fatores de alteração climática, o acesso atempado às sementes e o transporte para evacuar os produtos da agricultura para a cidade ou outros centros comerciais do país.

Segunda Paulo Odunte explicou que no passado, fazia o papel de parteira tradicional, assistindo as mulheres grávidas, dava conselhos às gravidas durante a gestação e no parto. Revelou que na aldeia havia um posto construído pela própria comunidade onde trabalhava (ela) e mais duas mulheres e um agente de Saúde Comunitária, mas todo o serviço era gratuito. Apenas recebiam de uma organização incentivos de arroz, também formação para assistir a comunidade.

“Estávamos praticamente todo o tempo no pequeno posto, porque era no centro da aldeia. Trabalhávamos com velas, gostávamos do que fazíamos porque éramos reconhecidas pela própria comunidade, mesmo sem dinheiro. Já não fazemos este trabalho, porque não temos formação específica para tal e toda a atividade que fazíamos agora é feita apenas no centro. A distância para o posto é muita coisa e muitas grávidas fazem-na em condições difíceis, algumas acabam dando à luz pelo caminho”, disse.

Alertou para a existência de fome, afirmando que a comunidade está a enfrentar uma crise de fome, por falta de bolanhas em condições que permitam a cada família ter o que comer por alguns meses. Outro fator apontado tem a ver com a falta de transporte que ligue Bissau à ilha de Uno.

“Na ilha de Uno, mesmo tendo dinheiro é difícil conseguir comprar algo para comer, devido à falta de transporte e o comércio nesta localidade é quase nulo. As bolanhas são a nossa única confiança, mas nos últimos tempos estão todas abraços com água salgada e   a agricultura não está a ser uma opção, devido a vários fatores, nomeadamente a falta de chuva, de sementes e os animais estragam frequentemente as culturas da população”, indicou.

Segunda Paulo Odunte lamentou a falta de água, o que obriga as mulheres a descerem às bolanhas para conseguirem água, que também passam por vários processos, horas e horas para ser utilizada.

“A nossa água é muito poluída. Parece argila moída na água e não dá, tanto para a cozinha como para beber. Temos que passá-la por vários processos como filtragem para o consumo. Não temos escola, as crianças são obrigadas a percorrer todos os dias uma distância insuportável para terem acesso à escola para estudar. Vivemos no obscurantismo, na escuridão total porque não há energia”, lamentou, assinalando que as mulheres da comunidade têm, nos últimos tempos, recorrido à tecelagem de palhas e apanha de moluscos (ostras, ligron, combé e gandi), que são defumados e depois vendidos em Bissau e noutras ilhas.

“Nos últimos tempos a procura desses moluscos pelos cidadãos dos países vizinhos, nomeadamente Senegal, Gâmbia e Guiné-Conacri tem aumentado e as mulheres preferem vendê-los a cidadãos destes países diretamente no terreno para reduzir os riscos de perda. Também está em causa o tempo de conservação do produto e o custo de transporte para Bissau”, esclareceu.

“A minha neta está numa ilha. Leva consigo panelas e fica por lá muitos dias à procura de Combé e Gandhi para vender aos estrangeiros. Essa nova forma de trabalhar dá-lhes muito dinheiro do que vender seus produtos em Bissau”, contou sem, no entanto, dizer o valor.

Por sua vez, o comité da aldeia de Ossocom, Victor José da Gama, afirmou que a comunidade sob sua jurisdição está a enfrentar dificuldades em quase todos os domínios, nomeadamente saúde, escola e água potável. Recorrem à água de bolanhas para consumir, porque “reúne condições para o consumo humano”.

O responsável da tabanca de Uno informou que a população daquela aldeia vive através de atividade da pesca e de apanha da ostra e do Combé e todo o rendimento que conseguem é canalizado para comprar alimentos e pagar a escola das crianças.

Apesar do Combé ser rentável para as mulheres, a prática tradicional da etnia bijagó exige a sua conservação, porque “o Combé é usado para o casamento, o fanado e noutras atividades tradicionais locais, razão pela qual é aplicado esse método de conservação para a geração vindoura, bem como evitar a sua extinção.

Uno é uma das ilhas onde mais se explora o combé, porque “as ilhas do setor de Uno são as que mais têm este tipo de molusco”.

“Na nossa tabanca, a escola funciona de pré à primeira classe e quando as crianças transitam da primeira para o segundo ano de escolaridade, fazem dois quilómetros todos os dias para ter acesso à escola na tabanca de Anghané ou num posto mais próximo, um quilómetro e meio. O centro de saúde, também a mesma coisa, um quilómetro e meio dia e noite. As grávidas e doentes em estado grave são coletados e transportados em canapés”, lamentou.

No que diz respeito à questão de segurança e conflitos entre as aldeias, informou que são mediados internamente, porque “a maior parte de conflitos deriva-se dos animais que estragam os cultivos”.

“Nos últimos tempos, na qualidade do responsável da tabanca, aconselhamos os donos de gado e outros animais a construírem lugares adequados para colocar os seus animais”, disse, lembrando que a tabanca tinha um posto de atendimento às grávidas, financiado pela ONG Manitese, onde trabalhavam agentes da saúde base.

“Eu e o meu colega trabalhamos no posto como enfermeiros. Tínhamos três mulheres na equipa que desempenhava o papel de parteiras e faziam um trabalho excelente, porque tinham materiais para tal e em contrapartida recebiam arroz, óleo alimentar, carne enlatada e outros produtos que ajudavam muito na manutenção e no funcionamento do posto. O posto deixou de funcionar e as gravidas fazem quilómetros e quilómetros para dar à luz”, narrou, frisando que as doenças mais frequentes naquela tabanca são o paludismo, as diarreias e a gripe.

ÁREA SANITÁRIA DE UNO SEM MÉDICO FORMADO, NEM MEIOS DE EVACUAÇÃO DE DOENTES

O centro de saúde de Uno funciona em condições precárias, embora em relação a outros centros esteja bem conservado e a funcionar com energia solar. O centro de tipo C conta com três técnicos, dois enfermeiros e uma parteira, mas não tem médico. Esta equipa de técnicos cobre 31 aldeias e é apoiada por 13 Agentes de Saúde Comunitária (ASC). Dispõe de um serviço de maternidade, a consulta externa, farmácia e uma mota carro que faz o papel da ambulância para evacuação de doentes e grávidas, mas neste momento está inoperacional devido a uma avaria.

O responsável da Área Sanitária de Uno, Zito Nunes, disse que o centro enfrenta enormes dificuldades, começando pela fraca capacidade da produção de energia solar e as baterias estão esgotadas, não conseguem aguentar.

“O centro não tem   água potável. Os técnicos e os doentes recorrem a fontanários como alternativa”, afirmou.

O semanário soube que as análises são realizadas no hospital de Bubaque. São retiradas as amostras e depois enviadas para Bubaque, mas a geladeira de conservação tem funcionado e facilitado a conservação dos medicamentos e das amostras.

As doenças mais frequentes no setor são o paludismo e infecções respiratórias agudas. O centro de saúde tinha um moto-carro que fazia transporte dos pacientes das tabancas para o centro, mas estragou-se e neste momento tem motorizadas simples para fazer trabalhos estratégicos  nos postos avançados e a vacinação das crianças, consultas de grávidas e crianças das aldeias mais longínquas, que não têm acesso rápido ao centro de saúde, nomeadamente Cabuno, Bruce, Ancamona, entre outras.

“Recebemos medicamentos de três em três meses do hospital de Bubaque. Realizamos vacinas a cada mês nas tabancas que fazem parte da ilha e neste momento temos um stock de medicamentos”, contou.

No que diz respeito à prevalência de HIV-Sida, informou que a prevalência diminuiu, porque houve a participação e/ou adesão massiva das pessoas ao tratamento, a população tem aderido ao tratamento e planeamento familiar. A prevalência do SIDA é mais na faixa etária dos 25 anos.

Relativamente à despistagem de cancro, Zito disse que fazem a avaliação de cancro de mama que também não é frequente naquela zona insular do país, assegurando que a direção regional de saúde tem feito diligências para fazer chegar a todas as aldeias o direito à saúde, razão pela qual todos meses os técnicos fazem cinco saídas em colaboração com os 13 agentes da Saúde Comunitária. Admitiu que não têm condições para evacuar doentes.

“Havia um projeto que financiava a evacuação das grávidas em estado grave de Uno para Bubaque, mas já terminou o projeto há quase um ano e neste momento se precisarmos de evacuação temos que procurar um transporte ou pedir boleia como aconteceu com a vedeta que trouxe os medicamentos do projeto PIMI III, que nos ajudou a evacuar uma grávida para o Hospital de Bubaque, porque precisava”, contou.

De acordo com os dados do centro de Uno, em 2023 foram registados três óbitos a nível da saúde materno infantil, e neste ano ainda não se registrou nenhum caso e nenhum óbito, uma situação que se deve, em grande medida, à determinação não só dos agentes de saúde comunitária, como também da própria população que se tem mobilizado à procura de tratamento.

O centro de saúde dispõe de uma pessoa de limpeza que é pago com as receitas internas e os 13 agentes de ASC são suportados por um projeto. No que diz respeito às consultas, às crianças de 7 aos 14 anos pagam consultas no valor de 100 franco CFA, dos 15 aos 49 anos pagam 250 franco CFA, a partir dos 50 anos as consultas são gratuitas como também os menores de 0 a 6 anos e as grávidas não pagam.

O técnico lamentou a falta de incentivo do Estado perante a situação dos seus funcionários que trabalham numa zona isolada, sem subsídio de risco sobretudo para pessoas que trabalham nas ilhas, e que auferem um péssimo salário.

Por: Epifania Mendonça

Homem mais velho do mundo é inglês e tem 111 anos. Segredo? "Pura sorte"

© Guinness World Records

Notícias ao Minuto   07/04/24 

Aos 111 anos, o centenário, que é "um grande tagarela", reside num lar em Southport. Contudo, ainda "consegue realizar a maioria das tarefas diárias de forma independente".

Após a morte de Juan Vicente Pérez, o venezuelano que, aos 114 anos, era detentor do recorde de homem mais velho do mundo, o Guinness World Records anunciou um novo ‘feliz contemplado’. Nascido em Liverpool no dia 26 de agosto de 1912, – o mesmo ano em que ocorreu o naufrágio do Titanic –, o inglês John Alfred Tinniswood é, agora, considerado o homem mais velho do mundo.

Aos 111 anos, o centenário, que é “um grande tagarela”, reside num lar em Southport. Contudo, ainda “consegue realizar a maioria das tarefas diárias de forma independente: levanta-se da cama sem ajuda, ouve rádio para acompanhar as notícias e ainda administra as suas próprias finanças”, detalhou o Guinness, em comunicado.

Além de comer peixe com batatas fritas todas as sextas-feiras, John não segue “uma dieta especial”. Aliás, na sua ótica, o segredo para a longevidade é “pura sorte”.

“Ou vivemos muito ou vivemos pouco, e não há muito que se possa fazer quanto a isso”, disse.

Ainda assim, o homem confessou que não fuma nem bebe álcool.

“Adepto de longa data do Liverpool FC, John nasceu apenas 20 anos depois da fundação do clube, em 1892. Viveu todas as oito vitórias do seu clube na Taça de Inglaterra e 17 dos 19 títulos da liga”, assinalou a mesma nota.

O idoso trabalhou em contabilidade nas petrolíferas Shell e BP até se reformar, em 1972. Mas antes, passou pelas duas guerras mundiais. No brotar da segunda, e apesar de ter problemas de visão, o centenário, na altura com 27 anos, ocupou uma posição administrativa no Exército, o que faz de si o veterano sobrevivente da Segunda Guerra Mundial mais velho do mundo.

John conheceu a sua esposa, Blodwen, num baile em Liverpool. Uma das suas melhores recordações é o seu casamento, em 1942, um ano antes de ter a sua filha, Susan. O casal viveu 44 anos juntos, até à morte de Blodwen, em 1986. O homem tem, agora, quatro netos e três bisnetos.

Depois de ter completado 100 anos, em 2012, John passou a receber um cartão de aniversário por parte da rainha Isabel II, que era 14 anos mais nova. E, em 2020, o idoso tornou-se o homem mais velho do Reino Unido, pelo que o seu novo título não lhe é estranho.

“Não faz diferença nenhuma para mim, de modo algum. Aceito-o pelo que é”, disse.

No que diz respeito ao mundo, John reconheceu que a humanidade “está a melhorar um pouco, mas nada de significativo”. Aconselhou ainda os mais jovens a “fazer sempre o melhor que puderem, seja ao aprender alguma coisa ou a ensinar alguém”.

“Dêm tudo o que têm. Caso contrário, não vale a pena preocuparem-se”, disse.


Leia Também: Morreu o homem mais velho do mundo aos 114 anos  

OMS: Hamas cometeu "ato bárbaro", mas Israel manchou "toda a humanidade"

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Notícias ao Minuto    07/04/24 

Na ótica de Tedros Adhanom Ghebreyesus, "as mortes e os ferimentos graves de milhares de crianças em Gaza continuarão a ser uma mancha em toda a humanidade".

Passados seis meses desde o escalar do conflito entre o Hamas e Israel, o diretor-geral da Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, reiterou a sua condenação do “ato bárbaro” cometido pela milícia palestiniana, ao mesmo tempo que salientou que “as mortes e os ferimentos graves de milhares de crianças em Gaza”, devido à ação israelita, “continuarão a ser uma mancha em toda a humanidade”.

“A OMS condena mais uma vez este ato bárbaro de violência e exige a libertação dos restantes reféns. No entanto, esta atrocidade não justifica o horrível bombardeamento, o cerco e a demolição do sistema de saúde em curso por Israel em Gaza, matando, ferindo e deixando centenas de milhares de civis à fome, incluindo trabalhadores humanitários”, começou por escrever o responsável, na rede social X (Twitter), referindo-se, neste último ponto, à morte de sete membros da organização World Central Kitchen (WCK) na sequência de um ataque israelita na Faixa de Gaza.

Na ótica de Tedros Adhanom Ghebreyesus, “as mortes e os ferimentos graves de milhares de crianças em Gaza continuarão a ser uma mancha em toda a humanidade”, razão pela qual salientou que “este ataque às gerações presentes e futuras deve acabar”.

“A negação das necessidades básicas – alimentos, combustível, saneamento, abrigo, segurança e cuidados de saúde – é desumana e intolerável”, complementou.

E continuou: “A OMS, juntamente com os nossos parceiros humanitários e de saúde, continuará a servir os profissionais de saúde, os pacientes e as comunidades em Gaza. Mas a contínua negação de acesso significa que as necessidades da população excedem em muito qualquer ajuda que conseguimos prestar até agora. O facto de mais de 70% das mortes em Gaza serem mulheres e crianças deveria ser uma razão convincente para parar a guerra. Instamos todas as partes a silenciarem as suas armas. Apelamos à paz. Agora.”

Depois do ataque surpresa do Hamas contra o território israelita, sob o nome 'Tempestade al-Aqsa', Israel bombardeou a partir do ar várias instalações daquele grupo armado na Faixa de Gaza, numa operação que denominou 'Espadas de Ferro'.

O primeiro-ministro israelita declarou que Israel está "em guerra" com o Hamas, grupo considerado terrorista por Israel, pelos Estados Unidos e pela União Europeia (UE), tendo acordado com a oposição a criação de um governo de emergência nacional e de um gabinete de guerra.



Leia Também: Retirada do sul de Gaza provavelmente será para "descanso" dos militares 

França quer multar pacientes que faltem a consultas médicas... São desperdiçadas 27 milhões de consultas por ano devido a faltas de pacientes.

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Notícias ao Minuto   07/04/24 

França vai introduzir uma multa de cinco euros para as pessoas que não compareçam às consultas médicas.

A medida foi anunciada pelo primeiro-ministro, Gabriel Attal, este sábado, acrescentando que são desperdiçadas 27 milhões de consultas por ano devido a faltas de pacientes.  

Segundo a AFP, a multa foi uma das várias medidas anunciadas para impulsionar um serviço de saúde que luta por acompanhar as maiores exigências de uma população envelhecida e crescente.

Para Attal, a medida poderia liberar entre 15 e 20 milhões de consultas para outros pacientes, permitindo um "mecanismo de responsabilidade". Será apresentada ao parlamento e o governo quer que entre em vigor em janeiro.



Leia Também: Mais um caso de violência em França. Jovem de 14 anos espancada 

Só no último ano o preço aumentou mais de 60%: Portugueses estão a consumir menos azeite

O azeite continua a estar no topo da lista dos produtos que mais aumentaram de preço no último ano. Segundo a DECO Proteste, o azeite virgem extra custa 12 euros - há um ano a garrafa nem chegava aos oito euros.

Por Mariana Rebelo Silva   cnnportugal.iol.pt

Sem ajuda financeira dos EUA, "Ucrânia vai perder a guerra"

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POR LUSA   07/04/24 

O presidente ucraniano alertou hoje que a Ucrânia vai perder a guerra contra a Rússia se a ajuda de 60 mil milhões de dólares prometida por Biden continuar bloqueada no Congresso devido à oposição republicana leal a Trump.

"Se o Congresso não ajudar a Ucrânia, a Ucrânia vai perder a guerra", declarou Volodymyr Zelensky, em tom grave, numa teleconferência com os embaixadores da plataforma criada pelo presidente ucraniano para recolher donativos e financiamento para a Ucrânia, United24.

No final de março, Zelensky pediu ao ao presidente da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos da América uma "rápida adoção" do programa de ajuda militar para o seu país, num contexto de intensificação dos ataques russos.

O programa, avaliado em cerca de 60.000 milhões de dólares (cerca de 55.630 milhões de euros), está bloqueado no Congresso desde o ano passado.

"Informei o presidente da Câmara dos Representantes [Mike] Johnson sobre a situação no campo de batalha, em particular sobre o aumento dramático do terrorismo aéreo russo", afirmou Zelensky, que falou com o responsável norte-americano por telefone.

Johnson, republicano que controla os projetos de lei que são votados na Câmara Representantes, disse que estava a analisar "uma série de vias" para ajudar a Ucrânia.

Os EUA têm sido o principal apoio militar de Kiev desde o início da invasão russa, em fevereiro de 2022.

À estação televisiva norte-americana CBS News, disse que a Ucrânia "precisa de ajuda agora", embora a situação atual esteja melhor que há dois meses.

"Estabilizámos a situação. Está melhor que o que estava há dois ou três meses, quando tínhamos um grande défice de munição de artilharia", afirmou Zelensky.

A Rússia invadiu a Ucrânia em 24 de fevereiro de 2022, desencadeando a crise de segurança mais grave na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Desconhece-se o número de baixas civis e militares do conflito, mas diversas fontes, incluindo a ONU, têm alertado que será elevado.



Leia Também: A Agência Internacional da Energia Atómica (AIEA) confirmou a explosão de um drone na central nuclear de Zaporíjia hoje, depois de as autoridades russas da central terem comunicado que um camião perto da cantina foi danificado por um ataque ucraniano. 

DIA 20 DE ABRIL TODOS OS CAMINHOS VÃO DAR A LONDRES.…

Fonte: Gervasio Silva Lopes  

Cabo Verde acolhe a conferência internacional "Liberdade, Democracia e Boa Governança"

Um evento que vai contar com as intervenções do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky; do antigo primeiro-ministro de Portugal, António Costa, do primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, e de outros líderes cabo-verdianos e internacionais. © Facebook Governo de Cabo Verde

Por:  Odair Santos  Rfi.fr/pt   07/04/2024   

A cidade de Santa Maria, na ilha do Sal vai acolher a Conferência Internacional "Liberdade, Democracia e Boa Governança: Um olhar a partir de Cabo Verde”. Um evento que vai contar com as intervenções do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, do antigo primeiro-ministro de Portugal, António Costa, do primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, e de outros líderes cabo-verdianos e internacionais.

A democracia estável é o activo de Cabo Verde que o governo quer promover com a conferência internacional - Liberdade, Democracia e Boa Governança. O ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Figueiredo Soares, ao apresentar o evento disse que a democracia em Cabo Verde tem sido um factor de grande estabilidade.

A nossa democracia a funcionar tem sido, ao longo dos tempos, um factor de grande estabilidade e no fundo tem criado as condições para que Cabo Verde conheça o nível de desenvolvimento que tem aumentado significativamente ao longo dos anos. Defendemos que, não tendo riquezas minerais naturais, uma das principais riquezas é a sua estabilidade, uma zona de paz onde a democracia funciona e devemos partilhar essa experiência com todos os países, nomeadamente com os nossos países irmãos africanos, onde nem sempre a democracia tem feito escola.

(ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação e Integração Regional, Rui Figueiredo Soares)

Para além das intervenções do presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, do antigo primeiro-ministro de Portugal, António Costa, do primeiro-ministro de São Tomé e Príncipe, Patrice Trovoada, o chefe do governo de Cabo Verde, Ulisses Correia e Silva  e os representantes da União Europeia, do secretário-geral das Nações Unidas e da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), vão discursar na conferência, esta segunda e terça-feira na cidade de Santa Maria.

Um evento, em que o governo de Cabo Verde vai debater “o desafio vital da política contemporânea”, vai decorrer em cinco painéis, a começar pela "Democracia e Estado de Direito", tendo como oradores o vice-ministro para Assuntos Multilaterais e Globais da Coreia do Sul, Ki-Hwan Kweon, o secretário-geral do Instituto Internacional para a Democracia e Assistência Eleitoral (IDEA), Kevin Casas-Zamora, e o director regional para a África Central e Ocidental no National Democratic Institute (NDI), Christopher Fomunyoh.

"Democracia e liberdade religiosa" é o segundo painel, sendo capelão o pastor Biaud Gaha, Rose Aline Claire, cientista político e professor de Gestão Pública da Fundação Getúlio Vargas, Cláudio Gonçalves Couto e Bispo Dom Ildo Fortes, os oradores.

O terceiro painel "Promovendo a integridade de informação", contará com a politóloga e professora universitária Sarah Boukry, o director da Organização Europeia de Direito Público, Spyridon Flogaitis, o ministro da Presidência do Conselho de Ministros e Assuntos Parlamentares da Guiné-Bissau, Malal Sané, e o antigo Presidente da República de Cabo Verde, Jorge Carlos Fonseca.

O último painel designado "Promovendo a boa governança e a transparência na gestão da dívida pública" terá como oradores representantes do Banco Mundial, do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), do Banco Europeu de Investimento e do Fundo Monetário Internacional.

Com mais de 20 oradores e acima de 200 participantes esperados, no final da conferência internacional, será apresentada a Declaração do Sal, sobre "como proteger os direitos humanos, promover as liberdades, fortalecer as democracias e a boa governança em África e no mundo".

Uma declaração, segundo o governo, a ser subscrita por intelectuais, académicos e políticos de todo o mundo.

ELENCO GOVERNAMENTAL SENEGALÊS


Fonte:  Gervasio Silva Lopes

Problemas de posse de terra continua tensa nas zonas de Ondame arredores de Bissau.


Fonte: Radio Voz Do Povo 

Israel. Seis meses de guerra em Gaza expõem limitações da ONU

© SAID KHATIB/AFP via Getty Images

POR LUSA    07/04/24 

Os seis meses da guerra entre Israel e o grupo islamita Hamas em Gaza expuseram as limitações das Nações Unidas (ONU), que além de registarem um número recorde de funcionários mortos, também não conseguiram implementar as resoluções aprovadas.

O ataque sem precedentes do Hamas a Israel em 7 de outubro, assim como a implacável resposta das forças israelitas na Faixa de Gaza, voltaram a colocar os olhares internacionais não só na ONU, como também no seu secretário-geral, António Guterres, que transmitiu inúmeros apelos a um cessar-fogo urgente e imediato, mas também alertas de catástrofe humanitária.

Contudo, esses apelos não só foram amplamente ignorados pelas partes em conflito, como valeram duras críticas a Guterres e à própria ONU por parte de Israel, que acusa o ex-primeiro-ministro português e a organização multilateral de "parcialidade".

Outro dos impactos desta guerra foi sentido no número recorde de funcionários da ONU mortos. Até 30 de março, mais de 170 trabalhadores da Agência das Nações Unidas para os Refugiados da Palestina (UNRWA) haviam sido mortos, levando a acusações de que Israel está deliberadamente a visar funcionários da ONU nos seus ataques e evidenciando o facto de que ser trabalhador das Nações Unidas já não é garantia de segurança.

Mas a maior limitação foi sentida na falta de cumprimento das resoluções que as Nações Unidas conseguiram aprovar neste período, especialmente no Conselho de Segurança.

Eis a cronologia dos eventos que marcaram os seis meses da guerra em Gaza na ONU:

8 de outubro de 2023 - Um dia após o ataque sem precedentes do Hamas a Israel, o Conselho de Segurança da ONU reúne-se à porta fechada, mas levaria mais oito dias para realizar a primeira reunião pública. Nessa altura, Israel já tinha anunciado um cerco completo a Gaza, bloqueando toda a entrada de mercadorias, assim como de eletricidade, água, alimentos e combustível.

16 de outubro de 2023 - Rússia propõe primeiro projeto de resolução do Conselho de Segurança a apelar a um cessar-fogo humanitário em Gaza, mas o texto recebe quatro votos contra, incluindo de três membros permanentes: França, Reino Unido e Estados Unidos.

18 de outubro de 2023 - Os Estados Unidos vetam projeto de resolução da autoria do Brasil que pedia pausas humanitárias para permitir o acesso total, seguro e desimpedido das agências da ONU ao enclave. Foi o segundo projeto vetado no Conselho de Segurança desde o ataque do Hamas.

24 de outubro de 2023 - A já tensa relação entre Israel e a ONU atinge um novo patamar quando António Guterres, na abertura de uma reunião do Conselho de Segurança, admite ser "importante reconhecer" que os ataques do Hamas "não aconteceram do nada", frisando que o povo palestiniano "foi sujeito a 56 anos de ocupação sufocante". Essas declarações levaram Israel a pedir a demissão "imediata" de Guterres da liderança da ONU.

25 de outubro de 2023 - Conselho de Segurança volta a falhar a adoção de duas resoluções concorrentes: uma proposta pelos Estados Unidos, que teria condenado os ataques do Hamas, apelado à libertação dos reféns e a pausas humanitárias; e outra proposta pela Rússia, que teria apelado a um cessar-fogo humanitário imediato.

27 de outubro de 2023 - Face ao impasse no Conselho de Segurança, a Assembleia-Geral da ONU adota uma resolução apelando a uma "trégua humanitária imediata, duradoura e sustentada" em Gaza e à rescisão da ordem de Israel para deslocação da população para o sul do enclave. Exige também o fornecimento "contínuo, suficiente e sem entraves" de serviços vitais para os civis. Apesar de não ter caráter vinculativo, a resolução teve peso político e mostrou o posicionamento da comunidade internacional em relação à forma como Israel conduz a sua guerra contra o Hamas.

15 de novembro de 2023 - Pela primeira vez desde o ataque do Hamas, o Conselho de Segurança consegue aprovar uma resolução sobre o conflito em Gaza, que apela a "pausas e corredores humanitários" urgentes e alargados em todo o enclave. Apesar de apresentada por Malta, a resolução foi fruto do trabalho dos 10 membros não permanentes do Conselho, que decidiram agir face aos vetos apresentados por membros permanentes aos anteriores projetos.

6 de dezembro de 2023 - Pela primeira vez desde que se tornou secretário-geral da ONU, em 2017, António Guterres invoca o artigo 99.º da Carta das Nações Unidas, que afirma que o secretário-geral "pode chamar a atenção do Conselho para qualquer assunto que, na sua opinião, possa ameaçar a manutenção da paz e segurança no mundo". Nesse sentido, Guterres faz um apelo inédito ao Conselho de Segurança para que "pressione para evitar uma catástrofe humanitária" em Gaza, reiterando os apelos por um cessar-fogo que trave "implicações potencialmente irreversíveis" para os palestinianos.

8 de dezembro de 2023 - Os Estados Unidos vetam um projeto de resolução do Conselho de Segurança da ONU que exigia um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza, apesar do apelo inédito lançado por António Guterres.

9 de dezembro de 2023 - O Governo israelita acusa o secretário-geral da ONU de colocar-se ao lado do Hamas ao pedir um cessar-fogo em Gaza.

12 de dezembro de 2023 - A Assembleia-Geral da ONU aprova, com apoio esmagador de 153 países, uma resolução não vinculativa que exige um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza, após o Conselho de Segurança ter falhado em aprovar a mesma exigência.

22 de dezembro de 2023 -- O Conselho de Segurança aprova uma resolução apresentada pelos Emirados Árabes Unidos que exige o envio de ajuda humanitária "em grande escala" para Gaza.

26 de dezembro de 2023 - ONU anuncia a nomeação de uma ministra cessante dos Países Baixos, Sigrid Kaag, como coordenadora da resposta humanitária e reconstrução de Gaza, em resposta à resolução adotada pelo Conselho de Segurança.

26 de janeiro de 2024 - A UNRWA rescinde contratos de funcionários acusados por Israel de alegada participação nos ataques de 07 de outubro. Após as acusações israelitas, os principais doadores da agência, considerada a "espinha dorsal" da ajuda humanitária em Gaza, suspendem o financiamento.

5 de fevereiro de 2024 - António Guterres nomeia grupo de revisão independente para avaliar a "neutralidade" da UNRWA, liderado pela ex-ministra francesa Catherine Colonna.

20 de fevereiro de 2024 - Estados Unidos vetam mais um projeto de resolução proposto pela Argélia no Conselho de Segurança da ONU que exigia um cessar-fogo humanitário imediato em Gaza.

27 de fevereiro de 2024: Agências da ONU alertam para "níveis catastróficos" de insegurança alimentar em Gaza

22 de março de 2024 - Rússia e China vetam projeto de resolução proposto pelos Estados Unidos no Conselho de Segurança da ONU que determinava "um cessar-fogo imediato e sustentado" na guerra de Israel contra o Hamas em Gaza.

25 de março de 2024 - Conselho de Segurança da ONU adota resolução proposta pelos 10 Estados-membros eleitos que exige um cessar-fogo imediato em Gaza durante o Ramadão. O texto recebeu 14 votos a favor e a abstenção dos Estados Unidos, que causaram polémica ao considerar a resolução "não vinculativa". Ao abrigo da Carta da ONU, os Estados-membros concordam em aceitar e executar as decisões do Conselho de Segurança.

2 de abril de 2024 - Faltando menos de uma semana para o fim do período do Ramadão - que termina em 9 de abril-, António Guterres pede a implementação "sem demora" da resolução adotada pelo Conselho de Segurança que exige um cessar-fogo imediato em Gaza, apesar dos combates continuarem.


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