16 de dezembro de 2016

NOVO GOVERNO “SUPERLOTADO” CUSTARÁ MENSALMENTE AO ESTADO 65 MILHÕES DE FCFA

A matemática é bonita! Devemos sempre,  sem exceção, fazer as contas assim que um governo entre em funções afim de apurarmos as despesas com os titulares das pastas. De sublinhar que um governo de inclusão implica gastos na medida em que tem mais ministérios e secretarias de estado.

O Estado desembolsará doravante do tesouro público, mensalmente, uma soma estimada em mais de 65 000 000 (Sessenta e cinco milhões) de francos CFA [cem mil euros] para o pagamento apenas de salários e subsídios de representação dos 37 membros do governo (24 ministros e 13 Secretários de Estado) liderado por General Úmaro Sissoco Embaló. Este montante, associado às despesas em salários e subsídios dos titulares de órgãos de soberania, o tesouro público gastará cerca de 100 000 000 (Cem milhões) de francos CFA.

O Democrata apurou que o salário mensal de um ministro estima-se em 379 mil francos CFA e recebe ainda um subsídio de representação no valor de 1 500 000 (um milhão e quinhentos mil) francos CFA. Um Secretário de Estado recebe um salário mensal de 342 mil francos cfa e beneficia de um subsídio de representação estimado em 1 250 000 (Um milhão e duzentos e cinquenta mil) francos CFA.

Quanto aos quatro principais titulares dos órgãos de soberania, designadamente o Presidente da República, o Presidente da Assembleia Nacional Popular, o Primeiro-Ministro e o Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, as despesas globais em salários e subsídios de representação estimam-se em mais de 26. 000 000 (Vinte e seis milhões) de francos CFA.

Os subsídios dos titulares de órgãos de soberania foram definidos pelo governo de Carlos Gomes Júnior em 2009. Segundo os dados publicados no Boletim Oficial, através do Decreto n°09/2009 de 14 de dezembro, a tabela de subsídios de representação atribuídos aos órgãos da soberania e membros do governo, aprovada pelo então governo de Carlos Domingos Gomes Júnior e promulgada pelo defunto Presidente da República Malam Bacai Sanhá, é a seguinte: Presidente da República, 15 000 000 FCFA; Presidente da Assembleia Nacional Popular, 10 000 000 FCFA; Primeiro-Ministro e Presidente do Supremo Tribunal de Justiça, ambos recebiam um valor de 8 000 000 FCFA; Ministros, 3 000 000 FCFA e Secretários de Estado, 2 000 000 FCFA.

Durante o período de transição, na sequência do golpe de Estado de 12 de Abril de 2012, o Presidente da República, Manuel Serifo Nhamadjo, ordenara a redução para metade do valor dos subsídios de representação. O nosso jornal confirmou junto dos beneficiários, nomeadamente de personalidades que desempenharam recentemente as funções de ministro e de secretário de Estado, a redução em 50 por cento dos subsídios. Os ministros passaram a receber 1 500 000 FCFA e os Secretários de Estado, a soma de 1 250 000 FCFA.

ECONOMISTA CONSIDERA DE ‘EXAGERADOS’ OS VALORES DOS SUBSÍDIOS DE REPRESENTAÇÃO

Entretanto, O Democrata contactou o economista Alberta Djata, para abordar a questão dos valores monetários disponibilizados pelo Estado nas despesas dos membros do governo e titulares de órgãos de soberania, num país onde as pessoas vivem com menos de dois dólares, cerca de 1000 (mil) FCFA.

Alberto Djata considerou de exagerado esses valores, tendo em conta o nível de vida dos guineenses.

O economista afirmou que as pessoas têm uma ideia desajustada do subsídio de representação, que segundo ele, não é subsídio, mas sim despesas de representação para os titulares de órgãos de soberania.

“O valor é posto à disposição dos responsáveis de cargos públicos, diretores gerais ou de serviços para a função que desempenham. O exercício da referida função requer determinados recursos para a sua materialização, por isso são disponibilizados meios financeiros. Despesa de representação não é dinheiro que os ministros ou titulares de órgãos de soberania devem pôr nos bolsos ou levar para a casa, mas deve ser posto na caixa para o uso, em função das necessidades de serviço. No final do mês, devem justificar às finanças as despesas feitas cujo saldo deve ser devolvido às finanças”, explicou

Indagado se o subsídio de representação disponibilizado aos membros do governo e aos titulares de órgãos de soberania é proporcional ao nível de vida dos cidadãos guineenses e à capacidade financeira do país, Djata aponta a desproporcionalidade patente, na medida em o “Estado paga um salário mensal ao quadro superior no valor de 50 mil francos CFA, porque é que o Secretário de Estado ou ministro recebe milhões de francos CFA”?

Para o economista, a prioridade deveria assentar-se em outras coisas, sobretudo na efetivação da estabilidade política e governativa, de forma a poder trabalhar para o crescimento da economia da Guiné-Bissau.

Entretanto, o último Orçamento Geral de Estado (OGE) aprovado no Parlamento guineense para o ano 2015, foi orçado em 148 mil milhões de francos CFA, cerca de 225 milhões de Euros. O valor disponibilizado para a Educação estimava-se em mais de 14 bilhões de FCFA, o que corresponde 9,97% do valor total do OGE, enquanto o sector da saúde tinha um orçamento de mais de 9 bilhões, correspondente à 6,30% do valor total. Para o sector de Agricultura, o valor era de mais de 8 bilhões, ou seja, 5,90% do valor global.

Recorde-se que os governos de Carlos Correia e Baciro Djá não tiveram orçamento, ou seja, trabalharam sem orçamento definido.

Por: Assana Sambú
odemocratagb.com
Publicada por Bambaram di Padida

Presidente da Liga: “HÁ GRUPO DE PESSOAS CORRUPTAS, MAS INTOCÁVEIS”

Durante a governação do Carlos Gomes Júnior, mais conhecido por Cagado Júnior ou anjo da morte, muitas pessoas foram assassinadas, os mandantes e operacionais desses crimes continuam intocáveis. Perguntamos, o que é que a desligada liga fez para que os criminosos fossem julgados? Nada fez, simplesmente remeteu-se ao silêncio! Só agora é que se lembrou desses casos para ludibriar os familiares das vítimas e aos guineenses em geral?

O Presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos, Augusto Mário da Silva, denunciou ontem, 15 de dezembro 2016, que existe, no país, um grupo de pessoas que chamou de “corruptos intocáveis”.

A denúncia foi feita à margem da conferência sobre a impunidade na Guiné- Bissau sob lema “43 anos da independência e 43 anos da impunidade, que futuro para Guine Bissau”, na qual deixou bem claro que ondas de corrupção têm estado a dominar o funcionamento do aparelho do Estado e que autores continuam impunes, sem nenhuma responsabilização.

“Constatamos que há, neste país, um grupo de pessoas intocáveis com poderes de fazer tudo”, nota.

Sem ser específico na sua acusação, Augusto Mário da Silva refere que se trata de um grupo de pessoas mais dominante e expressivo de Bissau com a capacidade de influenciar decisões a mais variados níveis.

Preocupado com a impunidade na Guiné-Bissau, o ativista dos direitos humanos alerta que se a cultura de impunidade não for travada, os guineenses estarão a correr risco de um suicídio coletivo.

Neste sentido, justifica que a história da Guiné-Bissau sempre é confundida com a própria impunidade, “um dos grandes males da sociedade guineense”, que diz está a conduzir os guineenses a um “suicídio coletivo” se não for travada e adoptadas medidas conducentes a pôr fim à cultura de irresponsabilização, a continuidade do país enquanto um projeto coletivo “está ameaçado”, alerta o ativista dos direitos humanos.

Entretanto, no seu mais recente Relatório sobre a situação dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau, que cobre o período 2013-2015, a Liga Guineense dos Direitos Humanos lembra que devido a permanentes ciclos de instabilidade política, as violações dos direitos humanos e corrupção não têm tido resposta adequada por parte das autoridades judiciais.

Fundamenta, reconhecendo, de seguida, que a maioria dos crimes políticos e das violações graves de direitos humanos não foi suficientemente investigada com vista à traduzir os infratores identificáveis à justiça, “ nomeadamente os assassinatos de 1 e 2 de março de 2009 do Presidente Nino e do Chefe de Estado Maior General das Forças Armadas, Tagme Na Wayé”, escreve a Liga.

Hoje, 16 de dezembro, a “Casa dos Direitos” promove um debate sobre o “Direito à verdade”.

Por: Filomeno Sambú
odemocratagb.com
Publicada por Bambaram di Padida 

Perto de 7.200 migrantes morreram ou desapareceram em 2016

Perto de 7.200 migrantes morreram ou desapareceram desde o início do ano, o maior número registado até agora pela Organização Internacional para as Migrações, anunciou hoje a OIM.


Isto representa uma média de 20 mortes por dia e o balanço total pode assim aumentar até ao final do ano em 200 a 300 mortos, alertou num comunicado a organização, criada em 1951.

O número de vítimas contabilizadas pela OIM em 2015 foi de 5.740 e em 2014 ascendeu a 5.267.

Do total de 7.189 mortos ou desaparecidos registados até quinta-feira à noite, 4.812 migrantes ou refugiados morreram ao tentar atravessar o Mediterrâneo para alcançar a Itália, Grécia, Chipre ou Espanha, precisou a OIM.

A travessia do Mediterrâneo, utilizada por perto de 360.000 candidatos à emigração desde o início de 2016, é de longe o itinerário mais perigoso, com mais de 60% dos desaparecimentos.

De acordo com informações recebidas hoje pela OIM, 88 pessoas estariam desaparecidas após o naufrágio, ao largo de Zawiya na Líbia, de uma embarcação que transportava 114 passageiros. As informações não foram confirmadas por fonte líbia.

A OIM indicou ainda que o número de mortes de migrantes noutros locais do mundo também aumentou em 2016, em particular no norte de África e na África austral, na América central e latina e na fronteira entre o México e os Estados Unidos.

NAOM

Diplomacia/ Novo ministro dos Negócios Estrangeiros promete reformas nas representações diplomatas no exterior

(ANG) - O novo Ministro dos Negócios Estrangeiros anunciou quinta- feira a realizacao de reformas para o ajustamento das representações diplomatas no exterior as necessidades reais do pais, como uma das prioridades do seu mandato.

Citado pela Rádio Jovem, Jorge Malú disse, por outro lado, que verifica-se um grande número de Embaixadores muito experimentados no ministério sem ofício, por isso pretende com que esses embaixadores transmitissem as suas experiências à nova geração de diplomatas. 

Em relação aos fundos que foram prometidos pelos doadores internacionais na mesa redonda de Bruxelas à Guiné-Bissau, Malú revelou que é preciso criar as condições internas indispensáveis para que a Guiné-Bissau possa honrar os seus compromissos perante as entidades estrangeiras. 

Acrescentou que, apesar da instabilidade política que o país tem vivido, alguns dos fundos prometidos pela comunidade internacional já estão a ser disponibilizados à Guiné-Bissau. 

O novo chefe da diplomacia guineense fez estas declaracos na cerimónia de encerramento de uma acção de formação de 20 jovens do parido da renovação social sobre comunicação politica, partido de que é dirigente. 

ANG/PFC/SG

Rapaz de 12 anos tentou ataque a mercado de Natal na Alemanha

Explosivos não foram detonados.


Um rapaz de 12 anos, de nacionalidade alemã e iraquiana, tentou fazer explodir um mercado de Natal na cidade alemã de Ludwigshafen.

A acusação de que a BBC dá conta foi feita por procuradores.

O rapaz terá deixado um saco com explosivos que não chegaram a ser detonados. Um transeunte ter-se-á apercebido do saco suspeito e alertou as autoridades, o que permitiu que a situação se resolvesse sem problemas de maior.

O rapaz já está sob custódia e as autoridades germânicas acreditam que terá sido radicalizado recentemente, tendo inclusive ligações ao Estado Islâmico. Terá sido precisamente um elemento mais velho ligado ao grupo a radicalizar o rapaz.

NAOM

BREAKING NEWS...,

PGR máximo, mexidas na vara crime

Teresa Alexandrina substitui ao Victor Bacurin na vara crime como a nova coordenadora.  Doka Internacional já haveria chamado atenção deste caso acerca de 2 meses atras.  E tudo isto devido ao NDINHO.

JBV com uma caução carceraria e econômica no valor de 250 milhões de francos cfas, tudo isto num prazo de 20 dias.
Caso não pagar, todos os seus bens, poderão ser confiscados e ser preso também.

Fonte: dokainternacionaldenunciante

APOIO AO PRESIDENTE MÁRIO VAZ NA LUTA CONTRA A CURRUPÇÃO.

babiro Durodjassi‎ para CORRUPCAO NA GUINE-BISSAU
“No odja ku no udju, primeiro ministro (Nhu Domingos) ta fassi ba festa de cabra tudo semana na Bairro de Ajuda Ku dinheiro de povo… No sedu testinho di ministro ku ta bim tarbadju parmanha na Bissau I riba di tarde pa Dakar ku dinheiro di povo… no sedu testinho de djintis ku recibi emprego pabia elis I fidjus di ministros I badjudas e familias de ministros etc… Brincadera ten hora”.


Diz Aristóteles: “Se o Estado não pode ser inteiramente composto de homens bons ... a virtude do cidadão e dos homens bons não pode coincidir”... e nas palavras do Presidente José Mário Vaz “chegou a hora de mudança e a hora do trabalho.” Mas sim continuo a pensar! desde independência, Guiné-Bissau Nunca foi governdo por homens de virtudes humanas, fundamentos éticos e morais. Portanto, a Corrupção permanece fundamentalmente como a maior ameaça ao desenvolvimento da nação. Líderes como (JOMAV) que não comprometerão com os ministros cujo único objetivo seja de desviar os recursos da nação para seu próprio interesse, pode ser mal compreendida no meio de tal decadência moral.

A falta de transparência no aparelio de estado prejudica a vontade do povo. E isso é o que nosso presidente está lutando. 

Nossos recursos naturais foram e ainda mal geridos, taxas fiscais nunca foram utilizado bem, os fundos públicos fica nos bolsos de poucos, as figuras públicas não são responsáveis por suas ações, etc ... há uma decadência maciça moral em todos os setores que constituem as instituições Guineense . Guine-Bissau cai nesta doença de corrupção desde a independência e está comendo o tecido do nosso desenvolvimento nacional. Por isso, acho muito difícil entender porque é que alguns guineenses pensam que, o presidente é a causa de recente instabilidade política? 

Desde a independência, a nação nunca tem um líder como JOMAV que cai as dores, a vergonha e a necessidade do povo. Agenda de Mon na lama, e determinação em combate a corrupção continua a ser um obstáculo ao seu mandato. O homem dele é cercado por ministros antipatrióticos e corruptos que estão prejudicando sua imagem por suas razões egoístas. Mas a questão é: É possível transformar uma nação quando a maioria dos líderes são indulgentes no ato de corrupção? Como pode ele ter sucesso quando seu próprio partido político (PAIGC) volta-lo novamente pelo fato de discordando das suas má intenção de exploração e corrupção?

MOVIMENTO DE CIDADÃOS CONSCIENTES E INCONFORMADOS PEDE RETIRADA DA CEDEAO NA MEDIAÇÃO DA CRISE NA GUINÉ-BISSAU

O Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados está “muito” decepcionado com a mediação da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) na crise política na Guiné-Bissau e pede a substituição da organização sub-regional pelas Nações Unidas.

Durante uma conferência de imprensa, esta quinta-feira (15/12), Sana Canté, presidente do movimento, disse que os cidadãos inconformados já enviaram, no dia 05 de Dezembro corrente, uma carta a CEDEAO manifestando a decepção da organização pela forma como a mediação está a ser dirigida e pedindo a sua retirada na mediação da crise porque “não consegue, infelizmente, resolver os problemas que a Guiné-Bissau atravessa”.

“Infelizmente a mediação da CEDEAO até a data presente não tem tido nenhum resultado e não podemos estar a dar luxo de constantemente a CEDEAO estar a defender os seus interesses”, adianta.

Segundo Cante este apelo já foi reafirmado pelo Conselho de Segurança da ONU porque a CEDEAO revelou “a sua incapacidade em ultrapassar esta crise” que perdura desde Agosto de 2015, da mesma forma que o presidente José Mário Vaz continua a revelar a sua “incapacidade” e continua a sustentar a crise criada por ele.

Ainda Sana Canté disse que agora vê-se que a CEDEAO não consegue resolver os problemas, apesar de várias assinaturas de acordo, porque “afinal também é parte do problema”.

“A CEDEAO está representada neste governo através do director nacional do BCEAO (que ocupa o cargo do ministro das finanças) e através do seu vice-director. Não compreendemos a que nível ou princípio a CEDEAO faz mediação”, lamenta Sana Cante que adianta ainda que devido ao fracasso e silêncio na violação dos direitos fundamentais dos Cidadãos em várias manifestações e denúncias promovidas pelo grupo de jovens inconformados a CEDEAO sempre remete ao silêncio.

O Movimento dos Cidadãos Conscientes e Inconformados promoveu várias marchas e vigílias exigindo o fim da crise política no país.

Em Novembro último o movimento dirigido por Sana Cante apresentou uma queixa junto ao tribunal da CEDEAO acusando o governo de violação dos direitos fundamentais por proibir manifestações pacíficas no país.

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos
Radiosolmansi

ASSALTO NA MADRUGADA

Por volta das 2/3 horas desta madrugada, um grupo de seis pessoas (quatro delas armadas com AK 47 e duas com pistolas) tomaram de assalto a residência do Filomeno Pinto Cabral, no bairro D'Ajuda com bastante violência.

Ameaçaram as pessoas que se encontravam em casa, reviraram tudo, roubaram telemóveis, jóias e até a aliança da sua mulher não escapou aos larápios. Filomeno Cabral está ausente do País. AAS

Publicada por António Aly Silva 

Milhares de “filhos sem pai” aguardam pelo reconhecimento da paternidade na justiça

Seis mil cento e trinta e quatro (6134) é número de crianças em Cabo Verde que esperam receber o nome do pai através da justiça, uma vez que no país é obrigatória, por lei, a perfilhação paterna, ou seja, é uma luta contra a fuga das responsabilidades e de um direito constitucional da criança, o “Direito ao Nome”.

A cidade da Praia reúne 90% dos casos de averiguação de paternidade e a nível nacional, no ano judicial de 2015/2016, o Ministério Público realizou 223 (duzentos e vinte e três) perfilhações, isto em defesa dos direitos e interesses dos menores e incapazes. Sendo que das 6134 (seis mil cento e trinta e quatro) averiguações oficiosas de paternidade, 5226 (cinco mil duzentos e vinte e seis) dos casos de investigação estão na Curadoria de Menores da Praia.

Sofia de Oliveira Lima, advogada e bastonária da Ordem dos Advogados de Cabo Verde (OACV), relembra que no país o processo para a averiguação da paternidade não precisa de queixa para iniciar. A advogada explica que o processo começa automaticamente quando uma mulher vai registar sozinha o filho nos Serviços dos Registos, Notariado e Identificação sem a presença do pai ou de documentos que o representem. Neste caso, a situação é reencaminhada logo para a Procuradoria-Geral da República e é iniciada a investigação da paternidade, isto porque o registo paternal é obrigatório por lei, sendo “a obrigatoriedade de registo paternal uma das melhores medidas que se poderiam tomar em Cabo Verde”, assegura a advogada.

Esta obrigação não fez diminuir o número de processos, visto que há constrangimentos técnicos que impedem que esses casos sejam resolvidos de uma forma célere. Uma vez que o Ministério Público ouve o alegado pai, este “ou assume a paternidade (muitas vezes ainda não assumida por razões corriqueiras) e arroga a criança ou nega, recusa-se a perfilhar e o processo continua. Nessa fase é preciso provar que é ele o pai. E é aí que surgem os problemas”, resume a advogada no que respeita aos atrasos e estagnação dos processos e que conduzem ao avolumar-se das pendências, ou seja, o homem não tem que provar que não é o pai. É a mãe quem tem de provar que ele é”, lê-se no Expresso das Ilhas.

A elaboração do teste de paternidade tem sido um dos principais constrangimentos, porque estes acarretam elevados custos e são feitos fora do país. Assim sendo, um magistrado defende que o Estado de Cabo Verde deveria ter apostado nos meios tecnológicos e também nos meios humanos “para melhor fazer valer os direitos dos cidadãos, neste caso dos menores”. Todavia, em Cabo Verde já é possível a realização do teste no Laboratório da Polícia Científica, mas ainda não começaram a ser realizados.

Por sua vez, a advogada e bastonária da OACV acredita que “apostar no combate a este tipo de situações e estar a sensibilizar os homens, os pais, como se fez em campanhas recentes, não tem sido útil. A mensagem não passou, não houve melhorias. Penso que as mensagens deveriam ser endereçadas à mulher: fortalecê-la, mostrar-lhe que ela tem decisão em matéria” e justifica dizendo que a mensagem sobre a paternidade irresponsável só para homens não tem funcionado. Assim, a advogada acredita que “deveriam levar-se informações sobre planeamento familiar e métodos anticoncepcionais à mulher já que [em caso de recusa do pai] é ela quem vai arcar sozinha com a responsabilidade da criança e sair penalizada”, isto num país onde 6134 crianças aguardam o registo paternal.

Noticiasdonorte

Prezados concidadãos!


Umaro El Mocktar Sissoko Embaló
Desloco-me está quinta-feira a Abuja a convite da CEDEAO para participar na qualidade de Primeiro-ministro da Guiné-Bissau, para tomar parte na reunião dos Chefes de Estado e do governo da Comunidade Económica para o Desenvolvimento dos Estados da África de Oeste que terá lugar no próximo dia 17 na capital política da Nigéria.

Antes de cimeira em que também participa o chefe de estado Guineense, Dr José Mário Vaz, vou ter o privilégio de efetuar encontros com os meus homólogos chefes de governo que estarão presentes na Nigéria, bem como, com o Presidente daquele país amigo da Guiné-Bissau e o meu amigo pessoal General Muhammadu Buhari.

Um grande bem haja a todos e, que Deus abençoe a Guiné-Bissau.

Natalidade na China sobe 5,7% no primeiro ano sem política do filho único

A China vai acabar este ano -- o primeiro em que todas as famílias são autorizadas a terem dois filhos após três décadas de "política de filho único" --, com 17,5 milhões de nascimentos, ou mais 5,7% do que em 2015.


O número, revelado hoje pelo diário oficial Global Times, compara com os 16,55 milhões de nascimentos registados no ano passado, e demonstra um "crescimento estável" da natalidade após a flexibilização das políticas demográficas, e está de acordo com as expetativas, segundo responsáveis da Comissão de Saúde e Planeamento Pessoal que esta semana se reuniram para analisar os primeiros efeitos destas reformas.

O número de nascimentos é o maior registado pela China este século, já que apenas tinha superado ligeiramente os 17 milhões em 2001 e todos os anos seguintes tinha-se situado entre os 15 e 16 milhões, alcançando o mínimo (15,84 milhões) há exatamente uma década, em 2006.

FV // ISG
Lusa/fim

Media são fulcrais na radicalização dos jovens, apontam especialistas

O papel dos media foi hoje considerado fulcral na radicalização dos jovens, por especialistas participantes num debate sobre formas inovadoras de combater o problema, realizado no âmbito da 5.ª edição da conferência internacional Diálogos Atlânticos, em Marraquexe.


"A comunicação social tem culpa, porque dá visibilidade a protagonistas de atos de terrorismo, dá-lhes fama instantânea", defendeu o vice-presidente e diretor do Centro Africano do Conselho do Atlântico, J. Peter Pham.

Para o analista político, "a imprensa é importante se for livre, mas não tem sido livre, e tem tido uma grande responsabilidade, porque transforma terroristas em celebridades".

Ao longo de mais de uma hora, a discussão entre os quatro convidados do debate e a plateia tornou-se acesa, tendo um dos espectadores sustentado que "como atualmente existe uma multiplicidade de plataformas de comunicação, os 'media' convencionais têm apenas uma pequena parte da responsabilidade".

Por sua vez, o diretor do Instituto Francês de Assuntos Internacionais e Estratégicos, Pascal Boniface, expressou a opinião de que "não se deve sobrestimar a ameaça da radicalização", porque "não há mais riscos de segurança do que no passado -- por exemplo, do que durante a Guerra Fria -, o que há é mais informação".

"A situação não é boa, claro, mas é melhor que há 30 anos, porque havendo mais informação, há mais meios para combater o problema", observou.

J. Peter Pham discordou da avaliação otimista do papel dos 'media' feita pelo analista político francês, afirmando: "Temos mais informação, mas a sua importância depende do uso que lhe é dado".

"Ela pode ser usada para combater a radicalização e o terrorismo, ou pode ser usada como veículo para lavagem cerebral e recrutamento de terroristas, ou ainda como meio de tornar mais visível a dimensão da ameaça, por exemplo filmando e divulgando na internet vídeos de decapitações e fuzilamentos", argumentou.

Boniface contrapôs que a comunidade internacional "deve concentrar-se no que está na raiz da radicalização, e não nos seus canais, porque se se debruçar apenas sobre o que se passa nos 'media' e nas redes sociais, escapam-lhe as verdadeiras causas da radicalização".

O ex-ministro dos Negócios Estrangeiros senegalês Cheikh Gadio, atual presidente do Instituto Pan-Africano de Estratégia, indicou que, neste momento, "há 22 países africanos que se confrontam com grupos extremistas rebeldes", pelo que considera que, "de alguma forma, África perdeu a guerra contra o terrorismo".

Quanto às causas da radicalização no continente africano, rejeitou que a pobreza seja uma delas.

"Se a pobreza fosse a principal causa do terrorismo, então, todos os cidadãos africanos seriam terroristas -- e, felizmente, não é esse o caso", comentou.

O antigo governante do Senegal fez questão de chamar a atenção dos presentes para um aspeto a alterar, em matéria de abordagens inovadoras no combate à radicalização.

"Mesmo nas questões que diretamente a envolvem, África é marginalizada", frisou, dando como exemplo que "o primeiro atentado da Al-Qaida foi contra as embaixadas da Tanzânia e do Quénia, e não teve grande impacto", a comunidade internacional não despertou então para a necessidade de combater o terrorismo.

Depois, prosseguiu, "a Al-Qaida tornou-se o epicentro do terrorismo, mas, em África, o Boko Haram já existia e já tinha feito 34.000 mortos -- isto, muito antes de o Daesh (acrónimo árabe do grupo extremista Estado Islâmico) aparecer.

O que Cheikh Gadio defende é o imperativo de "colocar África no centro da luta contra o terrorismo" e que, por sua vez, "a primeira coisa que África tem de fazer é admitir que nenhum país africano consegue resolver o problema sozinho -- a Nigéria é um país forte, mas foi ali que surgiu o Boko Haram".

"África tem de adotar o conceito de 'mutualização': juntar a informação recolhida pelos serviços secretos, juntar os recursos e juntar os meios militares para combater a ameaça", sustentou.

Para Pham, a única forma de combater a radicalização é que "os países pensem estrategicamente, em vez de taticamente ou reativamente".

"A grande questão é: Quem financia o terrorismo?", sublinhou a autora da última pergunta do público, que ficou sem resposta.

NAOM