sábado, 9 de setembro de 2023

Kyiv diz que ataques na Rússia visam complexo militar-industrial

© YURIY DYACHYSHYN/AFP via Getty Images

POR LUSA     09/09/23 

O chefe dos serviços secretos militares ucranianos, Kyrylo Budanov, assegurou hoje no decurso de uma conferência em Kyiv que os ataques ucranianos contra a Rússia são essencialmente dirigidos ao complexo militar-industrial.

Os ataques "destinam-se prioritariamente a empresas do complexo militar-industrial russo", declarou no decurso de uma rara aparição durante a conferência International Yalta European Strategy (YES), em Kyiv.

Budanov disse que uma fábrica russa que fabrica 'chipes' eletrónicos para os mísseis Iskaner, utilizados por Moscovo nos bombardeamentos, foi "recentemente" atacada.

"As explosões no país agressor perturbam um pouco a sociedade, mas infelizmente para nós ainda não possuem um efeito massivo", considerou, ao perspetivar que estes ataques irão provocar "problemas consideráveis" para os russos.

"É uma questão de tempo", afirmou Budanov.

O chefe da secreta militar assinalou ainda que a contraofensiva ucraniana, que tem avançado lentamente desde o início de junho, vai prosseguir após o final do verão, mais propício ao movimento de tropas.

"A ofensiva vai prosseguir em todas as direções", declarou, apesar de admitir que a mudança de estação poderá ter um impacto "negativo" no avanço das tropas ucranianas.

Ao discursar no mesmo conclave, o general Vadym Skibitsky, chefe-adjunto dos serviços de informações junto do ministério da Defesa, indicou que a Rússia deslocou mais de 420.000 soldados "nas zonas temporariamente ocupadas" do leste e sul da Ucrânia, incluindo a Crimeia.

"Este número não inclui a Guarda nacional russa e outras estruturas especiais responsáveis pela manutenção do poder de ocupação nos nossos territórios", precisou.

No mesmo encontro, a vice-ministra da Defesa, Ganna Maliar, sublinhou por sua vez que os russos pretendem recapturar as zonas na região de Kharkiv (nordeste) retomadas há um ano pelo Exército ucraniano.

"Querem uma vingança", disse. "O seu objetivo também consiste em dispersar as nossas forças para que não nos possamos concentrar na zona e Bakhmut, onde avançamos com sucesso", acrescentou.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

Os aliados ocidentais da Ucrânia têm fornecido armas a Kiev e aprovado sucessivos pacotes de sanções contra interesses russos para tentar diminuir a capacidade de Moscovo de financiar o esforço de guerra.



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Ministro da Energia e Indústria, ISUF Baldé, promete a retomada de funcionamento do centro de Produção da energia elétrica da cidade de Cacheu

 Radio TV Bantaba

SISMO EM MARROCOS: Novo balanço conta 1.305 mortos e 1.832 feridos

© Reuters

POR LUSA     09/09/23 

O balanço provisório do terramoto que atingiu Marrocos na sexta-feira à noite subiu para 1.305 mortos e 1.832 feridos, dos quais 1.220 em estado grave, anunciou hoje o Ministério do Interior marroquino.

O anterior balanço dava conta de 1.037 mortos e 1.204 feridos.

O tremor de terra, cujo epicentro se registou na localidade de Ighil, 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe, foi sentido em Portugal e Espanha, tendo atingido uma magnitude de 7,0 na escala de Richter, segundo o Instituto Nacional de Geofísica de Marrocos.

O Serviço Geológico dos Estados Unidos (USGS) registou a magnitude do sismo em 6,8.

O reino de Marrocos decretou três dias de luto nacional.

A Força Aérea Portuguesa anunciou que se encontra de prevenção "para uma possível projeção de meios da Proteção Civil para Marrocos".



Novo submarino de ataque nuclear comissionado na R. P. D. da Coreia

Agência Central de Notícias da Coreia

Por ocasião do 75º aniversário da fundação da República Popular Democrática da Coreia, os heróis dos trabalhadores industriais de guerra construíram um novo submarino de ataque nuclear como um presente à sua pátria.

A cerimônia de comissionamento deste primeiro submarino de ataque nuclear ocorreu no dia 6 de setembro, na presença de Kim Jon Un, Secretário Geral do Partido de Trabalho da Coreia e Presidente de Assuntos de Estado da República Popular Democrática da Coreia.

Estiveram presentes os marechais Ri Pyong Chol e Pak Jong Chon, o primeiro-ministro, o almirante e outros quadros dirigentes do Partido, do governo e do exército, os comandantes e marinheiros da Frota Marítima da Marinha Oriental, os trabalhadores , cientistas e técnicos do estaleiro.

Kim Jong Un entregou o certificado de transferência do submarino ao comandante da flotilha de submarinos da Frota do Mar do Leste. Em seguida, ele fez um discurso de felicitações.

Disse que o Comité Central do Partido, para garantir verdadeiramente o novo pico das nossas forças navais, decidiu dar maior impulso à nossa indústria de construção de navios de guerra. O desenvolvimento desta indústria é uma tarefa da maior importância que não deve mais ser adiada e que deve ser levada a cabo sem falhas. No futuro, a modernidade das nossas forças marítimas de superfície e submarinas continuará a ser reforçada e o armamento nuclear da nossa marinha será constantemente reforçado.

Terminado o discurso, ao sinal de lançamento, o novo submarino foi lançado.

Em 7 de setembro, Kim Jong Un visitou o submarino nuclear.

Disse que o armamento nuclear da marinha é uma tarefa urgente, um requisito essencial na construção das forças armadas que não pode ser abrandado; deve ser dado um forte impulso à entrega de submarinos e navios de superfície equipados com armas nucleares à Marinha, para que esta possa cumprir plenamente a sua missão estratégica.

Ele tirou uma foto com todos os marinheiros do submarino.

Marrocos atingido por terramoto de magnitude 6,8 que causou centenas de mortos

Marrocos foi atingido por um terramoto de magnitude 6,8 na noite de sexta-feira que deixou pelo menos 1,000 pessoas mortas e centenas de outras feridas, informou a televisão estatal no sábado, citando o Ministério do Interior do país. 

O vídeo mostra os danos na cidade de Moulay Brahim, que fica perto de Marraquexe, em Marrocos.#marrocos #terramoto

VOA Português 

Ucrânia critica declaração do G20 sobre guerra que não menciona Rússia

© Lusa

Notícias ao Minuto   09/09/23 

Kyiv criticou hoje a declaração dos líderes do G20 sobre a guerra na Ucrânia, na qual denunciaram o uso da força, mas não mencionaram a Rússia.

"A Ucrânia agradece aos parceiros que tentaram incluir palavras fortes no texto. Ao mesmo tempo, em relação à agressão da Rússia contra a Ucrânia, o G20 não tem nada do que se orgulhar", disse o porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros da Ucrânia, Oleg Nikolenko.

Na cimeira de Nova Deli, os líderes do G20 consensualizaram hoje uma declaração que insta "todos os Estados" a evitarem "a ameaça ou o uso da força para conquistar territórios", mas não inclui uma condenação da guerra na Ucrânia.

Em linha com a Carta das Nações Unidas e referindo-se à guerra na Ucrânia, o texto apela a "todos os Estados" que se abstenham do uso da força para agir contra a "integridade territorial e a soberania ou a independência política de qualquer Estado".

A declaração destaca "o sofrimento humano e o impacto negativo adicional da guerra na Ucrânia", embora não inclua uma condenação explícita do conflito.

Os líderes das principais economias ricas e em desenvolvimento citam especificamente o impacto da guerra na cadeia alimentar e na segurança energética, bem como na estabilidade financeira, na inflação e no crescimento económico, destacando o seu impacto especial nos países em desenvolvimento.

O texto ressalva que houve "diferentes considerações sobre a situação".

Da mesma forma, a declaração recorda as discussões realizadas na cimeira do G20 em Bali, no ano passado, e cita como então as resoluções adotadas no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a guerra na Ucrânia, recordando que todos os países "devem agir em conformidade" com os princípios da ONU.

Em 2022, o comunicado da cimeira do G20 em Bali incluía um parágrafo em que a maioria dos membros "condenava veementemente a guerra na Ucrânia" e sublinhava que o conflito "está a causar imenso sofrimento humano e a agravar as fragilidades existentes na economia global".

O conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Jake Sullivan, disse que, apesar de ser menos duro do que em 2022, o documento da cimeira inclui "uma série de parágrafos significativos" sobre a guerra na Ucrânia.

"Na nossa opinião, o documento faz um bom trabalho ao apoiar o princípio de que os Estados não podem usar a força para violar a integridade territorial de outros", disse Sullivan, em declarações aos jornalistas em Nova Deli.

O primeiro-ministro indiano, Narendra Modi, anunciou hoje um consenso no G20 sobre a declaração da cimeira de Nova Deli, apesar da fragmentação do grupo em questões como a guerra na Ucrânia e a reestruturação da dívida.

"Graças ao trabalho árduo das nossas equipas e ao vosso apoio, surgiu um consenso sobre a declaração da Cimeira dos chefes de Estado e de Governo do G20 em Nova Deli", afirmou Modi, citado pelas agências AFP e EFE.

O G20 reúne as 19 economias mais desenvolvidas ou emergentes e a União Europeia.

A União Africana passou a integrar o grupo desde hoje, não tendo sido ainda mencionada a alteração do nome para G21.

A obtenção de um consenso no G20 tem-se tornado cada vez mais complexa nos últimos anos.

Os membros do grupo têm divergido sobretudo sobre a posição a adotar face à invasão da Ucrânia pela Rússia e sobre o financiamento necessário para a adaptação às alterações climáticas.



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PRESIDENTE DA REPÚBLICA ENVIA MENSAGEM DE CONDOLÊNCIAS A SUA MAJESTADE O REI MAOMÉ VI DE MARROCOS

"Foi com profundo pesar e  consternação que tomei conhecimento das trágicas consequências do sismo que vitimou mortalmente mais de 600 pessoas.

Em meu nome próprio e em nome do povo Guineense, expresso a nossa solidariedade às famílias das vítimas e a todo o Povo marroquino.”

 Presidência da República da Guiné-Bissau

Rússia quer "defender investimento" em África após morte de Prigozhin

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 POR LUSA   09/09/23 

Vários analistas consideram que a morte do líder do Grupo Wagner, Yevgeny Prigozhin, em 23 de agosto, retira à Rússia uma importante ferramenta da sua expansão em África, mas o Kremlin vai "defender o seu investimento".

O Kremlin vai querer "defender o seu investimento" e "continuar a honrar os contratos" assinados com a República Centro-Africana (RCA), Mali, Líbia, Sudão, e outros países africanos onde o Grupo Wagner se tinha instalado, prevê Alex Vines, diretor do Programa África da Chatham House -- Royal Institute of International Affairs, em Londres, em declarações à Lusa.

Em contrapartida, acrescenta, "não será fácil a expansão de operações do tipo-Wagner a novos países" no continente.

"Neste momento, não sei se o Grupo Wagner está em posição de procurar novos negócios. Penso que estão na posição de solidificar, consolidar, gerir uma transferência de poder e depois ver o que se segue", diz também Theodore Murphy, diretor para os Assuntos Africanos do Conselho Europeu de Relações Internacionais, um instituto de análise dedicado à política externa europeia em Bruxelas.

Julia Stanyard, analista sénior da Iniciativa Global contra o Crime Organizado Transnacional, em Genebra, prevê que será "muito difícil" a Putin encontrar uma liderança para o Grupo Wagner "à altura" de Prigozhin e da restante cúpula dirigente -- também morta no despenhamento do avião em que seguiam sete passageiros do grupo e três tripulantes no passado dia 23 de agosto -- mas não acredita na hipótese de uma "futura dissolução do grupo".

Não será fácil ao Kremlin encontrar ou mesmo reerguer uma entidade que ofereça o "bouquet" de serviços que o grupo liderado por Prigozhin proporcionava a Putin, sublinham os analistas abordados pela Lusa.

Não apenas porque esse "arranjo floral" era como que uma extensão da natureza do próprio líder da Wagner, como também porque, ao reconhecer publicamente em julho a ligação entre o Ministério russo da Defesa e o grupo, Putin deixou de poder usar, como até aqui, o argumento de que o Estado russo nada tem a ver com a atuação do Wagner, classificado por Londres esta semana como organização terrorista.

"O desafio para Moscovo é que os meios que utilizou para ganhar influência, através do GW, o destacamento de paramilitares, a desinformação, a interferência eleitoral, a troca de armas por recursos, são todos irregulares e muitas vezes ilegais", afirma Joseph Seagle, diretor de investigação do Africa Center for Strategic Studies, em Washington.

Se Prigozhin proporcionou à Rússia a "negação plausível" de que estava envolvida em "atividades irregulares", agora, ainda que Moscovo mantenha a intenção estratégica de retomar a sua influência em África, "vai ter de enfrentar desafios para o fazer, porque não tem a destreza nem os relacionamentos para fazer o que Prigozhin tem feito", afirma Seagle.

Por outro lado, Moscovo "vai enfrentar muito mais críticas por quaisquer abusos relacionados com as forças paramilitares ou com a interferência mais geral na política destes países africanos", sublinha ainda o analista.

As mortes dos líderes do grupo obrigam o Kremlin a um "trabalho de sensibilização muito ativo em torno da passagem de poder" dentro da estrutura, sublinha Theo Murphy.

"O grupo era um parceiro fundamental para muitos governos africanos, prestando uma série de serviços, alguns menos legais, outros mais abertos, e, de repente, o seu chefe desapareceu", diz Murphy. "Penso que isso deixa os parceiros africanos com algumas questões", acrescenta.

Vines recorda "uma bela citação de um alto funcionário da República Centro-Africana após o motim de Wagner": "Não interessa se é Wagner, Beethoven ou Mozart, desde que os russos continuem a apoiar".

"O que é interessante nesta discussão é que, se olharmos para os últimos meses, depois do motim, parece que [os russos] chegaram a acordo de que o Grupo Wagner continuará a operar como Wagner em África e na Síria", diz Stanyard.

A confirmar-se a previsão de Alex Vives, no entanto, Moscovo vai manter os atuais contratos em África, sem expandir-se a novas geografias, como o Níger ou o Burkina Faso.



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União Africana torna-se membro permanente do G20

© Lusa

POR LUSA   09/09/23 

O G20 decidiu incluir a União Africana (UA) como membro permanente do bloco, que agrega as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia, disse hoje o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi.

Na capital indiana, Nova Deli, na abertura de uma cimeira de dois dias do G20, Modi bateu o martelo três vezes antes de fazer o anúncio, que recebeu aplausos na sala, apertou a mão do atual líder da UA, o Presidente das Comores, Azali Assoumani, e abraçou-o calorosamente.

"Com a aprovação de todos, solicito ao representante da União Africana que assuma o seu lugar como membro permanente do G20", disse depois Modi, sublinhando que foi a Índia a propor esta alteração.

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, tinha defendido, na sexta-feira, que a UA deveria tornar-se membro permanente do grupo.

"Veremos qual será a decisão, mas o que é claro é que a União Europeia [UE] apoia a adesão da União Africana ao G20", declarou Michel, numa conferência de imprensa em Nova Deli, antes do início da cimeira.

Em dezembro, o Presidente norte-americano, Joe Biden, expressou o desejo de que a UA se possa juntar ao G20 como membro permanente, assegurando que isso iria acontecer, uma posição reafirmada esta semana pelo seu conselheiro da Segurança nacional, Jake Sullivan.

Durante esta cimeira, é esperado também o anúncio de um acordo para um grande projeto de transporte a ligar a Europa à Índia, disse hoje o conselheiro adjunto de segurança nacional dos Estados Unidos, Jon Finer.

O anúncio surge num momento em que Joe Biden trabalha para uma possível normalização das relações entre Israel e a Arábia Saudita, tal como já aconteceu entre Telavive e os Emirados Árabes Unidos, Bahrain e Marrocos.

De acordo com o portal de notícias Axios, o projeto prevê ligar os países árabes através de comboio -- ligações que poderão ser alargadas a Israel em caso de normalização das relações, e depois à Europa através dos portos marítimos israelitas -, bem como ligações marítimas com a Índia.

O grupo G20, que agrega as 19 maiores economias do mundo e a União Europeia (UE), reúne-se hoje e no domingo na capital indiana, Nova Deli, num encontro marcado por tensões patentes na ausência dos Presidentes da Rússia, Vladimir Putin, e da China, Xi Jinping.

Na reunião, as fortes divergências sobre a guerra na Ucrânia, a eliminação progressiva das energias fósseis e a restruturação da dívida deverão dominar os debates e, provavelmente, impedir qualquer acordo.

Tanto Moscovo como Pequim confirmaram recentemente que os seus chefes de Estado não participarão na cimeira e que os respetivos países serão representados pelo ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Serguei Lavrov, e pelo primeiro-ministro chinês, Li Qiang.


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Putin apela para maior cooperação com Coreia do Norte

© Contributor/Getty Images

POR LUSA  09/09/23

O Presidente russo, Vladimir Putin, felicitou hoje o líder norte-coreano, Kim Jong-un, pelo 75.º aniversário da proclamação do regime de Pyongyang, apelando para uma cooperação mais estreita "em todas as frentes", anunciou o Kremlin (presidência).

"Estou convencido de que, graças aos nossos esforços conjuntos, continuaremos a reforçar (...) os laços bilaterais em todas as frentes", declarou Putin numa mensagem de felicitações a Kim, citada pela agência francesa AFP.

Putin recordou, na mensagem, que "há três quartos de século, a União Soviética foi a primeira a reconhecer o novo Estado soberano que emergiu em solo coreano".

"Desde então, as relações entre os nossos países sempre se basearam nos princípios da amizade, da boa vizinhança e do respeito mútuo", referiu.

A Coreia do Norte apoia a Rússia na guerra russa contra a Ucrânia e os Estados Unidos disseram na semana passada que Moscovo e Pyongyang têm estado a negociar um acordo sobre troca de armamento.

O Kremlin recusou-se na terça-feira a confirmar um possível encontro entre Putin e Kim nas próximas semanas, em território russo.

A Rússia pretende obter de Pyongyang projéteis de artilharia e mísseis antitanque, segundo fontes da administração norte-americana.

A Coreia do Norte espera receber de Moscovo tecnologia de ponta para satélites e submarinos nucleares, bem como ajuda alimentar.

O ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu, visitou a Coreia do Norte entre 25 e 27 de julho para assistir às cerimónias do 70.º aniversário do armistício da Guerra da Coreia (1950-1953).

Shoigu, que se reuniu duas vezes com Kim, anunciou no início da semana que os dois países estavam a discutir a possibilidade de organizar exercícios militares conjuntos.

Desde que invadiu a Ucrânia, em 24 em fevereiro de 2022, a Rússia é alvo de sanções ocidentais que tem tentado contornar através de países seus aliados.


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MARROCOS: Mais de 600 mortos em Marrocos após sismo sentido em Portugal... O novo balanço dá conta de quase 330 feridos, mas muitas pessoas continuarão presas nos escombros.

© FADEL SENNA / AFP) (Photo by FADEL SENNA/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto   09/09/23 

O último balanço das autoridades marroquinas aumentou de quase 300 para pelo menos 632 o número de mortos no sismo registado esta noite, com muitas das vítimas a serem encontradas nas últimas horas em zonas mais isoladas de Marraquexe.

Segundo os dados, apresentados pela televisão estatal e citados pela Sky News e agência France-Presse, há pelo menos 329 feridos que foram hospitalizados no centro do país.

A cidade de Marraquexe é o maior foco das preocupações das autoridades, a mais densamente povoada das regiões afetadas e onde se encontram vários locais reconhecidos pela UNESCO como Património Mundial da Humanidade - o que implica, em muitos casos, que as estruturas dos edifícios já se encontrem muito degastadas e em risco de colapso. Vários relatos dão conta de rachas profundas nas paredes da cidade medieval (ou 'medina') e de pedaços de uma mesquita que caíram em cima de carros nas ruas.

O Notícias ao Minuto contactou o Ministério dos Negócios Estrangeiros sobre se existem vítimas portuguesas na sequência do sismo, e ainda não obteve resposta.

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, que regista a atividade sísmica em todo o mundo, o abalo ocorreu às 23:11 de sexta-feira.

O epicentro foi na localidade de Ighil, situada 63 quilómetros a sudoeste da cidade de Marraquexe.

O terramoto ocorreu a uma profundidade de 18,5 quilómetros, de acordo com a mesma fonte.

Segundo testemunhas citadas pela agência Efe, o tremor foi sentido em cidades do norte, como Larache, a 550 quilómetros do epicentro, bem como em Casablanca e Rabat, a 300 e 370 quilómetros, respetivamente.

O sismo foi sentido em várias regiões de Portugal, confirmou hoje o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).

Num comunicado, o IPMA disse que o sismo foi sentido com intensidade máxima III/IV, na escala de Mercalli modificada, nos concelhos de Castro Marim, Faro, Loulé, Portimão, Vila Real de Santo António (Faro), Cascais, Lisboa, Torres Vedras, Vila Franca de Xira (Lisboa), Almada, Setúbal e Sines (Setúbal).

Foi ainda sentido com menor intensidade nos concelhos de Coimbra, em Albufeira, Olhão, Silves (Faro), Alenquer, Loures, Mafra, Oeiras, Sintra, Amadora, Odvelas (Lisboa), Santo Tirso, Vila Nova de Gaia (Porto), Santiago do Cacém, Seixal e Sesimbra (Setúbal), acrescentou o instituto.

A escala de Mercalli Modificada mede os "graus de intensidade e respetiva descrição".

Quando há uma intensidade IV, considerada moderada, os carros estacionados balançam, as janelas, portas e loiças tremem, e os vidros e loiças chocam ou tilintam, podendo as paredes ou estruturas de madeira ranger, descreve o IPMA.

O sismo foi sentido também no sul de Espanha, onde o serviço de emergências da Andaluzia registou cerca de 20 chamadas provenientes das províncias de Huelva, Sevilha, Málaga e Jaén.

De acordo com relatos nas redes sociais, o sismo foi sentido ainda no Mali e na Argélia.

Em 24 de fevereiro de 2004, um terremoto de magnitude 6,3 na escala Richter abalou a província de Al Hoceima, 400 quilómetros a nordeste de Rabat, matando 628 pessoas e causando danos materiais significativos.



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Níger. MSF apelam à "rutura com a lógica da punição coletiva" das sanções

© Shutterstock

POR LUSA   08/09/23 

Os Médicos Sem Fronteiras (MSF) apelaram hoje a uma "rutura com a lógica de punição coletiva" para limitar o efeito sobre a população do Níger das sanções económicas impostas desde o golpe de Estado.

"Devemos (...) romper rapidamente com qualquer lógica de punição coletiva e assegurar que as sanções não agravem a situação da população", disse Moctar Daouda Abass, chefe das operações dos MSF no Níger, numa entrevista publicada no site da organização, acrescentando que 13% dos nigerianos "enfrentam uma situação de insegurança alimentar grave".

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) impôs pesadas sanções económicas e outras ao Níger, em resposta ao golpe de Estado de 26 de julho, que derrubou o Presidente eleito, Mohamed Bazoum.

Ao mesmo tempo, a França, a Alemanha, os Países Baixos e a União Europeia (UE) suspenderam a sua ajuda ao desenvolvimento.

"As medidas que têm por objetivo sufocar a economia de um país, sendo o exemplo mais extremo o embargo total, penalizam em primeiro lugar as populações, sobretudo as mais vulneráveis", declarou Moctar Daouda Abass.

Em conformidade com as sanções da CEDEAO, a Nigéria e o Benim anunciaram o encerramento das suas fronteiras com o Níger, um país sem litoral, cujo abastecimento de bens de primeira necessidade depende em grande medida dos seus vizinhos costeiros.

Várias organizações internacionais e humanitárias manifestaram a sua preocupação com as consequências das sanções num dos países mais pobres do mundo.

No final de agosto, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR) receou que as sanções pudessem ter "efeitos catastróficos" a médio prazo e apelou à criação de um "regime de isenção" humanitário.

Por seu lado, o Conselho de Paz e Segurança da União Africana (UA) apelou aos Estados membros para que "apliquem integralmente as sanções impostas pela CEDEAO" contra o Níger, mas pediu que o seu "efeito desproporcionado sobre os cidadãos" deste país seja minimizado.

O general Abdourahamane Tiani, chefe do regime militar, denunciou as sanções "ilegais" e "desumanas" num discurso transmitido pela televisão nacional.

"Mesmo que este seja um desafio injusto que nos é imposto, devemos ser capazes de o ultrapassar. E vamos superá-lo", afirmou o primeiro-ministro nomeado pelos militares, Ali Mahaman Lamine Zeine, sobre as sanções.


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