domingo, 26 de março de 2017

Ministro do Turismo da Guiné-Bissau nega narcotráfico nos Bijagós

Afirmando que o arquipélago é “um dos sítios mais seguros do mundo”, Fernando Vaz dá conta que o Governo está atento ao narcotráfico e tem um plano de reforço de medidas de segurança para preservar a atividade turística.

Fernando Vaz, ministro guineense do Turismo
O ministro do Turismo da Guiné-Bissau, Fernando Vaz,  negou, em entrevista à DW África, que as ilhas Bijagós sejam usadas como canal de tráfico de droga no país. Afirmando que o arquipélago dos Bijagós é um dos sítios mais seguros do mundo", o executivo guineense diz que o Estado está atento ao problema do narcotráfico e tem um plano de reforço de medidas de segurança para preservar a atividade turística naquela região integrada na reserva natural da Guiné-Bissau.

Governo com estratégia de desenvolvimento turístico

"Vendeu-se muito essa imagem de insegurança e da droga nas ilhas, isso é falso. Qualquer estranho que chega a uma ilha é rapidamente detetada pelos próprios nativos. Sabe-se que alguém estranho, um intruso está presente na ilha. Portanto, é fácil o controlo", asseverou Fernando Vaz, dando conta que, por causa da estratégia de desenvolvimento turístico, o Estado, está hoje presente "em quase todas as ilhas".

Para o ministro do Turismo da Guiné-Bissau, a "entrada de droga" é um problema que afeta vários pólos turísticos, não só o arquipélago dos Bijagós. Acontece no Algarve, em Portugal, no Sal e Praia, em Cabo Verde, na Madeira e Marraquexe, exemplifica. Para Fernando Vaz, "aquilo que se passou na Guiné-Bissau foi extremamente empolado no mundo, mas não corresponde em termos de quantidade e frequência. Aconteceu uma ou duas vezes, eventualmente, mas posso-lhe garantir que não acontece", atualmente. O ministro garante mesmo que "o turista está mais seguro na Guiné-Bissau do que noutros países africanos de língua portuguesa".

O plano não contempla apenas as ilhas dos Bijagós, adianta o governante, referindo que a Guiné-Bissau leva a cabo uma operação a nível internacional para a promoção e divulgação do enorme potencial turístico nacional - "uma estratégia em defesa de um turismo sustentável" - precisa o ministro.

Fernando Vaz dá conta que a imagem  negativa que se tem projetado pelo mundo da Guiné-Bissau deve-se também à "situação política e aos golpes de Estado que aconteceram no país". O governante garante que o clima de instabilidade política não afetará o plano de desenvolvimento do turismo. "Penso que o turismo irá ajudar imenso para a mudança da imagem negativa que se tem da Guiné-Bissau", afirmou.

Oposição e empresário procupados com o narcotráfico

 Arquipélago dos Bijagós
Numa recente entrevista exclusiva à DW, o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, acusou o Governo guineense de fechar os olhos à entrada de droga no país. Com base em relatórios de organizações não-governamentais, Simões Pereira também apontou o dedo ao Presidente da República, José Mário Vaz, acusando-o "de estar ligado ao negócio do narcotráfico".

Adelino da Costa (conhecido por Dakosta), empresário de sucesso em Nova Iorque (EUA) com investimento turístico nos Bijagós, manifesta a sua preocupação e pede medidas sérias para combater a face oculta do narcotráfico na Guiné-Bissau.

À DW África, o empresário afirmou que esta é uma situação "muito preocupante". "É um problema muito maior do que os nossos olhos podem atingir, porque é um problema que não se vê e é aí que começa. São os donos invisíveis os patrões do negócio chamado droga. Então, pode até ser um problema maior que a Guiné-Bissau", chama a atenção.

Droga apreendida no aeroporto de Bissau
(outubro de 2013)
Para o combate a este fenómeno, o empresário quer ver uma maior cooperação com os países europeus, porque a droga passa por África em direção à Europa. De acordo com o ministro do Turismo, o Governo da Guiné-Bissau tem tomado medidas de segurança e de fiscalização, que visam persuadir atos ilícitos e de criminalidade.

A colocação de autoridades policiais na ilha de Orango é exemplo disso, acrescenta o governante. "Em termos de segurança, posso lhe afirmar (que o arquipélago dos Bijagós) é um dos sítios mais seguros do mundo. Nunca ouviu falar de um rapto nos Bijagós, de um sequestro ou de um assassinato, de qualquer mal do género", afirmou Fernando Vaz, acrescentando que, anualmente, o destino recebe "perto de 40 mil turistas".

DW África

PR Guiné-Bissau lança pedra para construção de estrada que ligará sul ao resto do país

PR Guiné-Bissau lança pedra para construção de estrada que ligará sul ao resto do país


A estrada de 60 quilómetros ligará as localidades de Buba, na região de Quinará, a Catió, em Tombali, ambas situadas no extremo sul da Guiné-Bissau, mas considerada pelo próprio Presidente guineense como "esquecida devido à falta de infraestruturas" rodoviárias.

No seu discurso de lançamento das obras de construção da estrada Buba/Catió, como é conhecida o troço, José Mário Vaz considerou que o asfalto trará condições para que as populações das duas localidades possam criar mais riqueza e melhorar as suas vidas.


O líder guineense salientou que, no passado, vários dirigentes do país anunciaram a intenção de construir a estrada Buba/Catió, mas que nunca passou disso mesmo, o que será agora contrariado pela sua iniciativa.

"Em 2019 cá estaremos para inaugurar esta grande obra", enfatizou José Mário Vaz, pedindo à população das duas localidades para ajudarem as autoridades a impulsionar o projeto financiado pelo BOAD (Banco Oeste Africano de Desenvolvimento).


Além da estrada a ser asfaltada com alcatrão, serão reabilitadas vias urbanas nas duas localidades e ainda será construída uma portagem na localidade de Batambali, em Quinará, num projeto que deve estar pronto dentro de 22 meses.

MB // HB
Por Lusa/Fim

MCCI ACUSA PRESIDENTE JOSÉ MÁRIO VAZ DE “SUBORNAR” JOVENS PARA NÃO ADERIREM À MARCHA


O Porta-voz do “Movimento de Cidadãos Conscientes e Inconformados – MCCI”, Lesmes Monteiro acusou hoje, 25 de março de 2017, o Presidente da República José Mário Vaz e os seus “aliados” de terem usado dinheiro nas bancadas de diferentes bairros de Bissau para mobilizar a juventude a não aderir à marcha.

Monteiro falava a’O Democrata no término de mais uma marcha realizada esta manhã em Bissau, organizada pelo MCCI em colaboração com “Cidadãos de Mundo” e “Mindjeris di Guiné-Bissau Nó Lanta – MIGUILAN” para continuar a exigir a renúncia do Presidente da República e a convocação de eleições gerais antecipadas.

Lesmes Monteiro assegurou que a iniciativa do Chefe de Estado e seus “aliados” não teve êxito, porque “a marcha teve adesão de manifestantes e decorreu sem nenhuma violência física e verbal”.



A marcha contou a participação de alguns jovens provenientes de Gabú e iniciou na retunda do Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira [a 7,5 quilômetros do centro da cidade], seguiu-se o [mesmo] itinerário da Avenida Combatentes da Liberdade da Pátria até ao centro da Cidade  de Bissau, nomeadamente na Avenida Francisco Mendes – frente ao Clube de Sport Bissau e Benfica, no cruzamento da avenida Osvaldo Vieira, onde os marchantes foram interceptados pelas forças de segurança que o impediram de continuar a caminhada para a zona que dá acesso à Praça dos Heróis Nacionais, nas imediações do palácio da república.


Os marchantes exibiram durante o percurso dísticos com os seguintes dizeres: “JOMAV Rua; Povo i ka lixo; Danu nô liberdade; Povo Kansa, Mon na Lama – Mon na Bife“.

“Este movimento é independente de qualquer opção partidária e de líderes políticos, porque não recebe dinheiro da parte dos dirigentes políticos”, defendeu o jovem ativista que, entretanto, considerou de positivo o balanço da marcha, pela adesão e forma ordeira como conseguiram organizar mais uma manifestação sem incidentes. 

Por: Epifânia Fernandes Mendonça
OdemocrataGB