22 de fevereiro de 2021

Diplomata de Bissau diz que Marcelino da Mata é um problema português

Marcelino da Mata DR

Por PÚBLICO 

“Marcelino da Mata é um problema luso-português”, considera o diplomata Fernando Delfim da Silva, actual conselheiro para os Assuntos Políticos do Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló.

Fernando Delfim da Silva, que foi representante permanente da República da Guiné-Bissau nas Nações Unidas, marca distância em relação à polémica em Portugal que envolveu a memória do tenente-coronel Marcelino da Mata, que morreu a 11 de Fevereiro em Lisboa, vítima de covid-19. Num texto partilhado no Facebook por Sidney Monteiro, assessor de Nuno Nabian, primeiro-ministro da Guiné-Bissau, Delfim da Silva defende que o passado de quem optou por lutar ao lado das tropas portuguesas não deve ter consequências presentes. “Não pode perturbar a construção de respeito, amizade e cooperação entre a Guiné-Bissau e Portugal”, defendeu.

Entre os que assinalaram ter sido o membro do Exército português mais condecorado pela ditadura e os que o acusaram de crimes de guerra e o voto de pesar aprovado nesta quinta-feira na Assembleia da República com os votos do PS, PSD, CDS, Iniciativa Liberal e Chega, Fernando Delfim da Silva opta por outro enfoque.

O diplomata recua 47 anos e recorda a proclamação unilateral da independência da Guiné-Bissau, em 24 de Setembro de 1973. Refere o apoio internacional que esta decisão do PAIGC [Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde] então suscitou e os problemas, externos e internos, que causou ao regime de Marcello Caetano, como prova da insustentatibilidade do império colonial português em África e prenúncio de novos tempos.

Sete meses depois da proclamação da independência do PAIGC, a 25 de Abril de 1974, o Movimento das Forças Armadas animado pelos capitães derrotava a ditadura e anunciava, no seu programa, os conhecidos três “D” do futuro de Portugal: democratizar, descolonizar e desenvolver.

“O grito de Medina do Boé [proclamação da independência] tinha acabado com todas as dúvidas”, recorda o diplomata. E, em 11 de Novembro de 1975, com a proclamação da independência de Angola, terminava o ciclo imperial português em África. “Era isto que devia contar para uma boa cultura histórica das novas gerações, claro, não apenas das novas gerações de guineenses”, escreve.

Por isso, Fernando Delfim da Silva considera que Marcelino da Mata foi derrotado na Guiné-Bissau, a terra onde nasceu. “Marcelino da Mata tropeçou e caiu na Guiné-Bissau”, lembra. E acentua que o passado de quem optou por lutar ao lado das tropas portuguesas não deve ter consequências presentes. “Não pode perturbar a construção de respeito, amizade e cooperação entre a Guiné-Bissau e Portugal”, sublinha.

A Guiné-Bissau tem acumulado 3115 casos de COVID.

Partilhamos a versão compacta do Boletim Semanal:

Na semana de 15 a 21 de fevereiro foram registados 191 novos casos de infeção pelo novo coronavírus, totalizando 507 casos ativos no país.

Foi registado 1 óbito por COVID-19 na região de Gabú, subindo o total de mortes para 47.

#somos2milhõesdecomportamentos

Alto Comissariado para o Covid-19

Ensino - CONAEGUIB exige ao governo solução definitiva para evitar paralisações das aulas

Bissau, 22 Fev 21 (ANG)- O Presidente da Confederação Nacional das Associações Estudantis  da Guiné-Bissau (CONAEGUIB) Bacar Darame recomenda que o  governo negoceie com os sindicatos do sector educativo para que juntos possam encontrar uma solução definitiva de modo a não atrapalhar o sucesso do presente ano lectivo com sucessivas situações de paralisações das aulas.

A recomendação foi feita na conferência de imprensa conjunta da CONAEGUIB e a Associação Nacional dos Pais e Encarregados de Educação, na sequência do  levantamento da suspensão das aulas no Sector Autónomo de Bissau decidido pelo Conselho de Ministros no passado 18 do corrente mês.

Bacar Darame disse que a CONAEGUIB  nunca concordou com a  suspensão das aulas no Sector Autónomo de Bissau, e que, por isso, confrontaram o governo no sentido de não o fazer.

O Presidente da CONAEGUIB exortou as direcções das escolas públicas e privadas à tomarem  medidas administrativas rigorosas, de modo a cumprir  as orientações da Alta Autoridade de luta contra a Covid-19 para se evitar  possíveis casos de contaminação .

Por seu turno, o representante da Associação dos Pais e Encarregados de Educação, Lassana Bangura considera que não  havia  motivo se quer para a suspensão das aulas por um mês, uma vez que a escola não representa  um perigo  caso as medidas preventivas contra a Covid-19 sejam respeitadas.

“Eu não entendo as decisões dos nossos governantes. Se os transportes funcionam com a lotação completa, os mercados estão sempre cheios de pessoas sem respeito pelo distanciamento e medidas preventivas, o Ministério da Justiça aglomera as pessoas nos últimos tempos. Será que a covid-19 está apenas nas escolas?”, questionou Lassana Bangura.

Sublinhou que  a educação deve merecer bastante atenção por parte dos governantes devido a  sua importância no processo de desenvolvimento de uma nação.

Bangura considerou de alarmante ver as máscaras disponibilizadas para oferecer ao povo guineense  serem vendidas nos mercados. 

ANG/AALS/ÂC//SG

Covid-19: Músicos guineenses passam fome e pedem subvenção

Por capitalnews.gw  fevereiro 22, 2021

A Associação Profissional dos Músicos da Guiné-Bissau revelou esta segunda-feira (22.02), que os seus associados estão a passar fome e os seus filhos por “enormes dificuldades”, devido ao encerramento de espaços culturais, por causa da pandemia da Covid-19.

Os músicos realizaram conferência de imprensa, na qual denunciaram a “situação difícil” que dizem estar a enfrentar.

“(Podemos) sair às ruas com os nossos filhos, com tambores e latas e os nossos filhos a dizer pai, mãe, não comemos e estamos a passar, para as pessoas ouvirem. Mas não vamos fazer isso, porque somos ricos, somos ricos e somos a classe que mais trabalhou para a Guiné-Bissau. Vimos como associação de músicos legalizada, para não dizer que o Estado não pode dar alguma coisa de forma individual. Mas pode dar à associação para resolver os seus problemas”, disse Luís Mendes (Iche), vice-presidente da Associação Profissional dos Músicos da Guiné-Bissau.

Justino Delgado, presidente da organização, anuncia que vai entregar uma proposta ao governo e ao Alto Comissariado de Luta Contra a Covid-19, para “minimizar” as dificuldades.

“Vamos produzir um documento que vamos entregar ao governo e ao Alto Comissariado de Luta Contra a Covid-19. Quero que levem a conta de que já há um ano que os artistas não têm nada, há um ano que estão nesta situação e devem ser recompensados. Enquanto há confinamento, artistas têm que receber (dinheiro) até terminar o confinamento. Vamos elaborar um documento de forma cívica e pacífica para lhes entregar de forma a perceberem que somo gente que percebe. O que exigimos é a subvenção à classe artística, que é a única penalizada com o confinamento”, disse Justino Delgado.

Devido à pandemia do novo coronavírus e ao estado de calamidade decretado pelas autoridades guineenses, todos os espaços culturais, discotecas e salões de espetáculos foram encerrados.

Por CNEWS

A NAÇÃO PORTUGUESA E OS SEUS “CRIMINOSOS”

Por Umaro Djau

Nas memórias recentes norte-americanas, John McCain destacou-se como uma das figuras mais reconhecidas do país, um acto resultante da Guerra de Vietname. McCain foi um prisioneiro nessa guerra durante seis anos (1967 e 1973), quando o seu avião militar foi abatido sobre a cidade de Hanói. Esse estatuto de prisioneiro fez de McCain um herói nacional dos Estados Unidos da América.

Mais tarde, McCain teve uma brilhante carreira política como Senador pelo estado de Arizona (por mais de 30 anos), para além de ter sido um candidato presidencial por parte do Partido Republicano, entretanto, derrotado por Barack Obama em 2008.

McCain serviu na Guerra de Vietname com mais outros 2.5 milhões de norte-americanos, numa das guerras mais fratricidas para os EUA. Os leitores desta publicação podem também lembrar-se de uma outra figura, na pessoa de John Kerry, também um antigo candidato presidencial, presentemente a ocupar o lugar de Enviado Especial do Presidente Biden para os assuntos climáticos. Kerry é considerado um herói da Guerra de Vietname, tendo recebido várias medalhas de combate, incluindo a Estrela de Prata, Estrela de Bronze e três Corações Púrpuras.

Apesar das frustrações dos militares norte-americanos (quanto à estratégia da guerra) e dos populares (sobre a sua justificação), a América nunca retirou o heroísmo aos seus combatentes na “injusta” Guerra de Vietname. Porquê? Porque John McCain, John Kerry e outros tantos milhões de norte-americanos estiveram a servir a nação americana e a sua bandeira, independentemente da justeza ou não dessa guerra. Até hoje, John McCain e John Kerry continuam a ser heróis indiscutíveis da nação norte-americana.

No caso de Portugal, no auge da sua guerra colonial em África (1961-1973), durante a chamada “africanização” das Forças Armadas Portuguesas, mais de 400 mil africanos estavam a servir nas FAP, entre um total de aproximadamente 1 milhão e 400 mil soldados. Independentemente das suas origens, cada um desses soldados esteve a servir o Estado português e a bandeira de Portugal – voluntária ou involuntariamente – sobretudo depois da abolição do Estatuto Político, Civil e Criminal dos Indígenas em 1961. Esse acto permitiu o tratamento igual de todos (portugueses e africanos), independentemente da origem, cultura ou religião de cada um.

Sabemos o resto da história. Portugal perdeu as suas guerras coloniais – teórica ou praticamente, dependendo de quem faz o argumento. Mas, também é sabido que muitos desses soldados portugueses (das ex-colónias e da metrópole) foram agraciados com as mais altas condecorações do Exército de Portugal.

Todavia, só porque o Portugal perdera as suas guerras na Guiné/Cabo Verde e noutras suas ex-colónias africanas, não significa que os portugueses de hoje devem diabolizar àqueles que ontem serviram a bandeira lusitana, assumindo todos os riscos inerentes à uma guerra militar -- e sob o comando de Portugal. 

Aliás, no caso da Guiné, a ideia da progressiva substituição das tropas da metrópole com os destacamentos africanos, incluindo os comandos, era de próprio António Sebastião Ribeiro de Spínola, de acordo com os arquivos da Defesa Nacional portuguesa. Será Spínola, o ex-presidente de Portugal e um oficial militar, um criminoso da guerra? Será o General António dos Santos Ramalho Eanes, o ex-presidente de Portugal, também um criminoso da guerra?

Sei que o tenente-coronel Marcelino da Mata não ganhou o seu estatuto e a sua fama por ter sido um "Santo" nas frentes de batalha. Mas, qual outro militar português (ou dos movimentos de libertação) que pode reclamar o estatuto de "santidade" durante as guerras de ocupação/libertação mais sangrentas em África? 

A interrogação anterior leva-me a concluir que é mais fácil diabolizar o tenente-coronel Marcelino da Mata por se tratar pura e simplesmente de um nativo africano (nascido na Guiné), mesmo sendo o militar mais condecorado na história de Portugal.

O que não entendo, no entanto, é se essa diabolização trata-se apenas de uma distracção, de uma tentativa de lhe retirar o lugar e o mérito na história de Portugal, ou de uma pura manifestação racial contra um africano.

Todavia, cabe aos portugueses debater se devem reconhecer os seus heróis ou não. Mas, eu, sendo uma pessoa que vos é ligada através de uma história comum e até “criminosa”, cabe-me apenas lembrar-vos que milhares de ex-soldados africanos desmobilizados foram perseguidos, presos, exilados e fuzilados na Guiné-Bissau (e noutras partes do continente) por se terem lutado “criminosamente” (e inocentemente) sob à bandeira de Portugal que vocês, or portugueses, se orgulham tanto, e reconhecidamente. Uma nação portuguesa que -- criminosamente ou não -- Marcelino da Mata ajudou a construir com o seu suor e com o sangue (e invalidez) de milhares doutros combatentes africanos desconhecidos, esquecidos e negligenciados, até hoje, apesar do estipulado nos artigos 25˚ e 26˚ do anexo ao Acordo de Argel, de 26 de Agosto de 1974.

--Mestre Umaro Djau

22 de Fevereiro de 2021

Ministro das obras públicas Habitação e Urbanismo Sr. Fidelis Forbs em visita de trabalho dos troços no interior do país concretamente em Buba Fulacunda Nova Sintra Tite Intchude Sandjon…05


Vídeo by: Mustafa Cassamá

Ministro das obras públicas Habitação e Urbanismo Sr. Fidelis Forbs em visita de trabalho dos troços no interior do país concretamente em Buba Fulacunda Nova Sintra Tite Intchude Sandjon…04


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Ministro das obras públicas Habitação e Urbanismo Sr. Fidelis Forbs em visita de trabalho dos troços no interior do país concretamente em Buba Fulacunda Nova Sintra Tite Intchude Sandjon…03



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Ministro das obras públicas Habitação e Urbanismo Sr. Fidelis Forbs em visita de trabalho dos troços no interior do país concretamente em Buba Fulacunda Nova Sintra Tite Intchude Sandjon…02


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Ministro das obras públicas Habitação e Urbanismo Sr. Fidelis Forbs em visita de trabalho dos troços no interior do país concretamente em Buba Fulacunda Nova Sintra Tite Intchude Sandjon…01



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Guiné-Bissau: "GOVERNAÇÃO DE CAMPO 2021" - "FOME ZERO"

O ministro de Agricultura e Desenvolvimento Rural visitou este domingo, 21 de Fevereiro de 2021, as bolanhas de Campossa no setor de Bafatá, onde está em curso as operações da primeira Campanha Agrícola da época seca.

A visita, que começou este sábado, 20 de Fevereiro de 2021, nas regiões de Bafatá e Gabú, visa acompanhar de perto os primeiros passos a serem desenvolvidos pelos técnicos nesta Operação da época Seca.

Sob a orientação do titular da pasta de Agricultura, os técnicos estão fortemente empenhados na Instalação das moto-bombas e na produção dos viveiros.

Depois de percorrer quilómetros a volta das bolanhas de Campossa, Abel da Silva Gomes saudou os esforços dos seus técnicos e das Cooperativas Agrícolas prometendo uma luta sem tréguas no combate a fome e a pobreza.

A primeira Campanha Agrícola da época seca visa aumentar a produção e produtividade agrícola, reduzir o défice alimentar, a fome, a pobreza, melhorar a resiliência e diminuir os riscos de insegurança alimentar e nutricional crônicos na Guiné-Bissau. 



 










O assessor de imprensa

       Mamadú Baldé 

21 de Fevereiro de 2021

Ministério da Agricultural e Desenvolvimento Rural