quarta-feira, 25 de outubro de 2023

Blues & Outros Tons assinalam aniversário na UCCLA - 3 de Novembro de 2023

 Blues & Outros Tons assinalam aniversário na UCCLA

Vai decorrer, dia 3 de novembro, às 19h30, no auditório da UCCLA, o concerto do 5.º aniversário do grupo português Blues & Outros Tons, que terá como convidado Daniel Raleira. Será uma noite especial, com música muito diversificada, desde pop, rock, blues e outras músicas portuguesas.

Os bilhetes têm o valor de 12€. As reservas deverão ser enviadas para o email anabela.simao@uccla.pt e o pagamento deverá ser feito por MBWay para o número 917601820.

Blues & Outros Tons:

Para os Blues & Outros Tons fazer música é quase tão vital quanto respirar. E quando a partilham com o público então é pulsar na mesma sintonia, no mesmo tom, na mesma harmonia. Procuram repartir com quem os ouve a arte de combinar notas, vozes, sons e ritmos. A música do grupo procura abertamente a diversidade, as cores, os géneros. E cria emoção. Uma arte que transcende a linguagem direta: entra no ouvido, vai para o coração e manifesta-se na alma. A pele arrepia-se. O coração acelera. Composição do grupo: Inês Martins (voz), João Olias (teclas e voz), Mariana Amaro (voz), Paulo Amaro (baixo), Paulo Carreira (guitarra e voz), Rui Moreira de Sá (bateria) e Tomás Aragão (voz).

Páginas online do grupo:

https://www.facebook.com/blueseoutrostons

https://www.instagram.com/bluesoutros

https://www.youtube.com/channel/UCOkaK6KG-KMVR2W3BvNgLCg

https://www.tiktok.com/@blueseoutrostons

Com os melhores cumprimentos,

Fonte: Anabela Carvalho

Assessora de Comunicação | anabela.carvalho@uccla.pt

Avenida da Índia n.º 110, 1300-300 Lisboa, Portugal | Tel. +351 218 172 950 | 

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Correspondente da Al Jazeera em Gaza perde a família em ataque israelita... "Sabíamos que a ocupação israelita não nos deixaria sem punir-nos", reagiu o jornalista.

© MAJDI FATHI/AFP via Getty Images

Notícias ao Minuto    25/10/23 

Um correspondente da Al Jazeera na Faixa de Gaza perdeu a família na sequência de um ataque israelista.

Mohamed Moawad, editor da Al Jazeera, revelou, através da rede social X (antigo Twitter), que o jornalista Wael Dahdouh perdeu a esposa e os dois filhos - uma rapariga e um rapaz. O correspondente foi informado da morte da família enquanto cobria "os ataques ininterruptos" de Israel a Gaza.

A família terá perdido a vida num ataque que atingiu um abrigo para onde tinham fugido para se proteger.

Ao partilhar a triste notícia, Mohamed Moawad partilhou um vídeo, na qual é possível ver o jornalista a deixar o hospital para onde foram levados os seus familiares.

Já em declarações à Al Jazeera, Wael Dahdouh explicou que a família foi atacada no sul da Faixa de Gaza, para onde viajaram após a ordem de Israel para evacuar o norte do enclave. 

"O que aconteceu está claro; faz parte do contínuo ataque às mulheres e crianças em Gaza. Eu estava apenas a informar sobre os ataques israelitas que atingiram a área de Nuseirat", disse. "Sabíamos que a ocupação israelita não nos deixaria sem punir-nos. Eles estão a vingar-se das crianças. Mas as nossas lágrimas são humanas, não por cobardia", acrescentou.

As agências internacional têm estado também a divulgar várias imagens que mostram o jornalista a identificar e a abraçar os corpos dos seus entes queridos, que o Notícias ao Minuto optou por não partilhar devido à violência.

Telavive condena defesa do grupo Hamas pelo presidente turco

© Lusa

POR LUSA   25/10/23 

Israel condenou hoje as declarações do Presidente da Turquia, Recep Tayip Erdogan, que assegurou que o grupo islamita Hamas "não é uma organização terrorista", mas sim um "grupo de combatentes da libertação".

"O Hamas é uma organização terrorista desprezível, pior que o Estado Islâmico, que assassina brutal e intencionalmente bebés, crianças, mulheres e idosos" e que "toma civis como reféns e usa o seu próprio povo como escudo humano", reagiu Lior Haiat, porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros de Israel.

Haiat criticou ainda "a tentativa do Presidente turco de defender a organização terrorista" e sublinhou que "as suas palavras incitantes não mudarão os horrores que o mundo inteiro viu e o facto inequívoco de que o Hamas é igual ao Estado Islâmico".

Militantes do grupo Hamas lançaram um ataque surpresa a Israel em 07 de outubro que resultou na morte de mais de 1.400 pessoas, em massacres em território israelita perto de Gaza, e no rapto de mais de 200.

Este ataque -- o pior em número de mortes na história de Israel -- espoletou a guerra entre o Exército israelita e as milícias palestinianas em Gaza, que já dura há 19 dias, enquanto os bombardeamentos continuam no enclave, causando a morte de mais de 6.500 pessoas e mais de 17.000 feridos.

No entanto, Erdogan -- conhecido pela sua retórica pró-palestiniana que no passado o afastou de Israel -- disse hoje que, embora o mundo ocidental seja contra o Hamas, o grupo islamita "luta para proteger a sua terra e os seus cidadãos".

Erdogan acusou Israel de "matar crianças" em Gaza através de bombardeamentos, e garantiu que cancelou a visita que planeava fazer a este país depois de se ter reunido no mês passado com o primeiro-ministro israelita, Benjamin Netanyahu, nos Estados Unidos, como parte do esforço para aprofundar contactos entre os dois países, após o restabelecimento das relações diplomáticas plenas em 2022.

"Netanyahu abusou da nossa boa vontade", declarou hoje Erdogan, apelando a um "cessar-fogo imediato" em Gaza e à abertura urgente de "um corredor humanitário" para os feridos no enclave.

O Presidente turco reiterou o compromisso da Turquia com a causa palestiniana e lembrou que a Turquia enviou até agora oito aviões com ajuda humanitária para o Egito, para serem enviados para Gaza.



Leia Também: Presidente turco define Hamas como um grupo de libertação


Leia Também: O exército israelita e as milícias do sul do Líbano protagonizaram hoje novas hostilidades na fronteira, com trocas de tiros que incluíram disparos de foguetes e de pelo menos um míssil antitanque contra Israel.

𝗠𝗔𝗜𝗦 𝗗𝗘 𝟮𝟬 𝗔𝗚𝗘𝗡𝗧𝗘𝗦 𝗣𝗢𝗟𝗜𝗖𝗜𝗔𝗜𝗦 𝗣𝗥𝗘𝗦𝗢𝗦 𝗡𝗢 𝗖𝗔𝗦𝗢 𝗗𝗘 𝗘𝗦𝗣𝗔𝗡𝗖𝗔𝗠𝗘𝗡𝗧𝗢 𝗔𝗧É 𝗔 𝗠𝗢𝗥𝗧𝗘 𝗗𝗘 𝗨𝗠 𝗝𝗢𝗩𝗘𝗠 𝗘𝗠 𝗕𝗜𝗦𝗦𝗔𝗨

Por Rádio Jovem Bissau

O Ministério Público deteve esta terça-feira (24.10.2023), mais 20 agentes policias supostamente envolvidos no espancamento até a morte de um jovem de 18 anos no passado dia 30 do mês Setembro.

Segundo informações do Ministério Público, a detenção foi graças à Ministra do Interior em resposta à um pedido de colaboração institucional feito pelo magistrado titular do processo.

Os detidos aguardam a legalização das respectivas prisões preventivas solicitadas pelo Ministério Público para posterior termos processuais.

Tratam-se de 22 agentes todos  afetos à Sétima Esquadra do Bairro de Plack 2 em Bissau, suspeitos de cometimento de crimes de Atos Contra Liberdade Humana e de Homicídio.

Foto: arquivo

JANTAR OFICIAL EM HONRA DO PRESIDENTE DA REPUBLICA DA GUINÉ-BISSAU

O Presidente da República  Portuguesa, Marcelo Rebelo de Sousa, ofereceu um jantar, no Palácio da Cidadela de Cascais, em honra do Presidente, Umaro Sissoco Embaló, por ocasião da Visita de Estado que está a realizar a Portugal.🇬🇼🇵🇹

 Presidência da República da Guiné-Bissau   25.10.23

Guterres nega ter justificado terror do Hamas. "É falso. Foi o oposto"

© Lusa

Notícias ao Minuto   25/10/23 

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, manifestou-se hoje "chocado com as interpretações erradas" das declarações que fez na terça-feira no Conselho de Segurança e negou ter justificado os atos de terror do Hamas.

"Isto é falso. Foi o oposto", garantiu o ex-primeiro-ministro português.

"No início da minha intervenção de ontem (terça-feira), afirmei claramente -- e passo a citar: 'Condenei inequivocamente os horríveis e sem precedentes atos de terror de 7 de outubro cometidos pelo Hamas em Israel. Nada pode justificar o assassinato, o ataque e o rapto deliberados de civis -- ou o lançamento de foguetes contra alvos civis'", disse, repetindo parte do discurso que fez anteriormente no Conselho.

Guterres admitiu que falou das queixas do povo palestiniano, mas salientou que ao fazê-lo, também afirmou: "'Mas as queixas do povo palestiniano não podem justificar os terríveis ataques do Hamas'".

António Guterres afirmou na terça-feira, perante o Conselho de Segurança da ONU, que os ataques do Hamas "não vêm do nada" e lembrou que os palestinianos foram "sujeitos a 56 anos de ocupação sufocante", declarações que levaram o Governo israelita a pedir a demissão imediata do líder da ONU.


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PRESIDENTE DA REPÚBLICA VISITA A FUNDAÇÃO CHAMPALIMAUD EM LISBOA

 Presidência da República da Guiné-Bissau   25.10.23

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, visitou as instalações da Fundação Champalimaud, em Lisboa,  numa visita guiada pela Presidente da Instituição, Dra. Leonor Beleza.

Na ocasião, o Chefe de Estado guineense congratulou “todos os que souberam concretizar um sonho que ajudou – e ajuda – milhões de seres humanos em todo o mundo,  demonstrando estar à altura do sonho visionário de um português de excepção, António Champalimaud. “🇵🇹🇬🇼

RÚSSIA: Parlamento russo aprova saída do tratado que proíbe testes nucleares

© MIKHAIL METZEL/POOL/AFP via Getty Images)

POR LUSA    25/10/23 

A câmara alta do parlamento russo aprovou hoje a rescisão do Tratado de Proibição Total de Testes Nucleares, faltando apenas a aprovação final do presidente para a Rússia abandonar o acordo ratificado em 2000.

A votação foi feita na sequência do anúncio avançado por Vladimir Putin no início deste mês, quando afirmou que Moscovo poderia revogar a sua decisão de ratificar o acordo para espelhar a posição assumida pelos EUA, que assinaram mas não ratificaram a proibição dos testes nucleares.

Assinado em 24 de setembro de 1996, o tratado -- conhecido como CTBT - é um dos últimos acordos internacionais sobre armamento que a Rússia ainda considera vinculativo.

Em conjunto, a Rússia e os Estados Unidos têm 90% de todas as ogivas nucleares do mundo.

O CTBT proíbe todas as explosões nucleares em qualquer parte do mundo, mas o tratado nunca foi totalmente implementado, já que não foi ratificado nem pelos EUA, nem pela China, Índia, Paquistão, Coreia do Norte, Israel, Irão ou Egito.

A decisão russa tem causado preocupações aos países ocidentais, que receiam que Moscovo possa retomar os testes nucleares para tentar desencorajar o Ocidente de continuar a dar apoio militar à Ucrânia.

O vice-ministro dos Negócios Estrangeiros da Rússia, Sergei Ryabkov, garantiu, no início deste mês, que Moscovo continuará a respeitar a proibição e só retomará os testes nucleares se Washington o fizer primeiro.

Ryabkov adiantou hoje que o seu ministério recebeu propostas dos EUA para retomar um diálogo sobre estabilidade estratégica e questões de controlo de armas, considerando, no entanto, que isso é impossível no atual ambiente político.

"Não estamos preparados para isso porque o regresso a um diálogo sobre estabilidade estratégica... tal como foi conduzido no passado é impossível até que os EUA revejam o seu curso político profundamente hostil em relação à Rússia", disse Ryabkov, citado pelas agências de notícias russas.


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Guiné-Bissau "está pronto" para assumir presidência da CPLP, diz PR

© Getty Images

POR LUSA   25/10/23 

O Presidente da República da Guiné-Bissau disse hoje, em Lisboa, que o país "está pronto" para assumir a presidência da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP), em 2025, e tem objetivos no que respeita a livre circulação.

Umaro Sissoco Embaló fez a afirmação durante a visita que fez esta manhã à sede da CPLP, onde foi recebido, em sessão solene, pelo Secretário Executivo da organização, Zacarias da Costa, e pelos representantes permanentes dos nove Estados-Membros.

"A Guiné-Bissau já está pronta para assumir a presidência [da CPLP] a partir de 2025", afirmou o chefe de Estado guineense durante aquela que é a sua segunda visita como Presidente à sede da organização.

Sissoco Embaló realçou que o seu país "tem objetivos" para a organização que fazem parte do "objetivo comum de reforçar" a comunidade, "não só no que diz respeito à livre circulação", mas também "às culturas".

A CPLP, realçou, é a "única organização que está nos quatro cantos do mundo" e com os seus Estados-membros a integrarem várias organizações, salientando que "não podia" fazer a visita oficial, que está a realizar, de dois dias, a Portugal "sem testemunhar" que a Guiné-Bissau é um dos nove Estados-membros desta comunidade lusófona.

O secretário executivo da comunidade, por seu lado, considerou esta segunda visita, depois da de 2020, reveladora "do empenho" do chefe de Estado e da Guiné-Bissau na organização e "um sinal do compromisso [da Guiné-Bissau], que, como sabem, saiu reforçado pela disponibilidade expressa para acolher a próxima cimeira da CPLP, em 2025, conforme foi anunciado no passado mês de agosto na cimeira de São Tomé".

Zacarias da Costa afirmou ainda que aquele país "vai continuar a desempenhar um papel ativo e preponderante na consolidação" da organização CPLP.

A Guiné-Bissau vai suceder a São Tomé e Príncipe na presidência rotativa da CPLP, lugar que deverá assumir na próxima cimeira de Chefes de Estado e de Governo, que decorre em 2025.

O Presidente da Guiné-Bissau, condecorado na terça-feira por Marcelo Rebelo de Sousa com o Grande-Colar da Ordem do Infante D. Henrique, disse na altura que é um homem do povo, um disciplinador, e não um ditador" e salientou que conseguiu reposicionar o seu país no "concerto das nações".

Nas declarações aos jornalistas em Belém, o presidente da Guiné-Bissau afirmou que a sua prioridade em termos de política externa é a relação com Portugal, considerando que é crucial para a imagem externa do país, que recentemente ocupou a presidência da CEDEAO, vai ocupar a liderança da CPLP e aspira a ter também a presidência da União Africana.

"A relação forte com Portugal é muito importante para nós e para o mundo. Na Europa, a primeira coisa que me perguntam nas reuniões, é como está a relação com Portugal", disse o governante.

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, por seu lado, elogiou a "estabilização institucional" da Guiné-Bissau e saudou a "capacidade de diálogo" entre altos representantes dos dois países.

Ainda na terça-feira Sissoco Embaló teve um almoço de trabalho com o primeiro-ministro, António Costa, no qual foram levantados os temas dos vistos e dos antigos militares portugueses na Guiné-Bissau.

Além da Guiné-Bissau integram a CPLP Angola, Brasil, Cabo Verde, Guiné-Bissau, Guiné Equatorial, Moçambique, Portugal, São Tomé e Príncipe e Timor-Leste.


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PRESIDENTE DA REPÚBLICA RECEBIDO PELO PRIMEIRO MINISTRO DE PORTUGAL

 Presidência da República da Guiné-Bissau   25.10.2023

No contexto da visita de Estado, que está a realizar em Portugal, o Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, foi recebido pelo Primeiro Ministro, António Costa. 

Na ocasião foi abordado o aprofundamento das relações bilaterais, a cooperação no âmbito da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) e os múltiplos desafios nos contextos regionais e global.🇬🇼🇵🇹



Veja Também:  Visita do Chefe do Estado General Umaro Sissoco Embalo a Portugal.

Visita de estado do Presidente da República, General Umaro Sissoco Embalo a Portugal. A primeira de um chefe de estado da Guiné-Bissau a Portugal após 50 anos da independência do país.   ©Radio Voz Do Povo 👇

Guterres criticou ocupação e Hamas. Neutralidade exaltou ânimos

© Getty Images

Notícias ao Minuto   25/10/23 

Várias entidades israelitas atacaram o secretário-geral da ONU e, numa exigência algo invulgar no contexto das Nações Unidas, o embaixador de Israel na ONU exigiu a sua demissão.

As posições da Organização das Nações Unidas (ONU) sobre a ocupação da Palestina não são recentes. Há dezenas de resoluções da Assembleia Geral da ONU sobre a autodeterminação do povo palestiniano, a autonomia do seu governo, a soberania sobre recursos naturais, a ilegalidade da ocupação e de colonatos na Cisjordânia, tudo fatores que são reconhecidamente restringidos pelo governo e pelas forças de segurança israelita.

No entanto, apesar de não existirem surpresas sobre a posição da ONU, nem sobre a posição de António Guterres como mediador neutro e objetivo em qualquer conflito mundial, as declarações do secretário-geral da ONU causaram grande revolta na missão diplomática israelita, indignada com um discurso moderado, em 'horário nobre', que escrutinou a ocupação e os ataques contra civis (de ambos os lados).

"É importante reconhecer que os ataques do Hamas não surgiram do nada. Os palestinianos têm sido sujeitos a 56 anos de ocupação sufocante. Viram as suas terras serem continuamente devoradas por colonatos e assoladas pela violência; a sua economia foi sufocada; as suas pessoas foram deslocadas e as suas casas demolidas. As suas esperanças de uma solução política para a sua situação têm vindo a desaparecer", disse Guterres, numa reunião do Conselho de Segurança da ONU.

O diplomata fez questão de vincar que "as queixas do povo palestiniano não podem justificar os terríveis ataques do Hamas", da mesma forma que os ataques do Hamas "não podem justificar a punição coletiva do povo palestiniano".

Para Israel, porém, condenar ataques contra civis de ambos os lados foi, de alguma forma, a gota de água. Logo a seguir, o embaixador israelita nas Nações Unidas, Gilad Erdan, fez uma exigência algo invulgar no seio da organização sediada em Nova Iorque: a demissão do secretário-geral da ONU.

"O secretário-geral da ONU, que demonstra compreensão pela campanha de assassínio em massa de crianças, mulheres e idosos, não está apto para liderar a ONU. Peço-lhe que renuncie imediatamente", disse Erdan, interpretando a condenação clara de Guterres contra o Hamas como uma "compaixão pelas terríveis atrocidades" contra Israel.

O embaixador também questionou as críticas que Guterres fez à organização do Conselho de Segurança, que considerou como desatualizada após ter sido criado no final da Segunda Guerra Mundial, e admitiu que Israel irá "reavaliar as relações com a ONU e os seus funcionários que estão estacionados na nossa região".

Em Telavive, o ministério dos Negócios Estrangeiros israelita juntou-se ao pedido de demissão do seu embaixador, e o ministro, Eli Cohen, afirmou mesmo que "não há espaço para uma abordagem equilibrada" no que diz respeito à situação na Faixa de Gaza. Cohen também confirmou que, devido ao discurso, cancelou uma reunião com o líder da ONU.

Também houve revolta pelas famílias dos reféns israelitas do Hamas, que Guterres defendeu convictamente. Mas a indignação do português sobre a existência de reféns em Gaza não foi suficiente e, em comunicado, o grupo que representa as famílias disse ser "uma vergonha dar legitimidade a crimes contra a humanidade quando se trata de judeus!" "As declarações do secretário-geral da ONU são escandalosas!", reiteraram.

O posicionamento de Israel contra o líder da organização humanitária internacional manifestou-se, na prática, numa recusa de entrada a um dos seus principais representantes. Esta manhã, Martin Griffiths, o chefe de assuntos humanitários da ONU, viu o seu visto de entrada no país ser recusado, e Gilad Erdan avisou que Israel ia continuar a recusar vistos a oficiais das Nações Unidas. "Está na altura de lhes darmos uma lição", disse o embaixador.

"Assédio" e críticas "preocupantes". Guterres defendido em Lisboa e Ramallah

Apesar das críticas infindáveis de autoridades israelitas, o discurso de António Guterres também foi muito elogiado, especialmente por lados internacionais que sempre se manifestaram a favor da autodeterminação palestiniana e da condenação da violência de Israel e do Hamas.

Em Portugal, Mariana Mortágua (BE) e Rui Tavares (Livre) demonstraram o seu apoio ao secretário-geral da ONU, com a primeira a explicar que "bastou dizer o óbvio para que António Guterres ficasse sob assédio do regime israelita" e o segundo a considerar "preocupante" a tentativa de "confundir e minar a credibilidade" do português.

Na Palestina, o ministério dos Negócios Estrangeiros palestiniano defendeu Guterres e considerou que este teve toda a razão em apontar as décadas de ocupação e repressão, e disse que a posição de Israel é de "desrespeito e falta de compromisso" com as Nações Unidas, as suas convenções e as resoluções sobre os palestinianos.

E, na América Latina, onde o apoio à Palestina é uma política muito comum entre os vários países (nomeadamente no Brasil, através de Lula da Silva), o presidente colombiano também colocou-se do lado de António Guterres, garantindo que este "conta com todo o apoio e solidariedade" da Colômbia.

"Dizer a verdade não é razão de demissão. Israel deve cumprir com as resoluções das Nações Unidas", declarou Gustavo Petro.

Os ataques do Hamas contra Israel, que arrancaram no dia 7 de outubro, causaram cerca de 1.400 mortos do lado israelita, com o exército a declarar que encontram-se em Gaza cerca de 220 reféns. Mas a resposta de Telavive tem causado grande consternação por todo o mundo, devido à enorme escala da devastação e ao impacto sobre a população civil palestiniana no pequeno enclave.

Os bombardeamentos israelitas já provocaram pelo menos 5.700 mortos (mais de 700 nas últimas 24 horas), entre os quais se encontram mais de 2.300 crianças. Há dezenas de milhares de feridos que, alertam os profissionais de saúde no local, não vão sobreviver devido ao colapso do sistema de saúde, que tenta operar sem fornecimento de eletricidade, de combustível ou de água potável - um fornecimento que foi completamente cortado por Israel, que controla o que entra na Faixa de Gaza.


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Dependência de álcool em Portugal aumentou quase 50% na última década

Bebidas alcoólicas (Pexels)

Por Agência Lusa,   25/10/23

Apesar deste aumento de quase 50%, a procura dos serviços tem-se mantido “relativamente estável nos últimos anos”, o que indica que “não está a ser devidamente acompanhado da sinalização [dos casos] e do devido encaminhamento para as estruturas”, adiantou a psiquiatra Joana Teixeira

A dependência de álcool em Portugal aumentou quase 50% na última década, mas a procura dos serviços tem-se mantido estável, alertou esta quarta-feira a Sociedade Portuguesa de Alcoologia, defendendo ser necessária uma maior intervenção para detetar estes doentes e tratá-los.

Citando dados do inquérito à população geral, promovido pelo Serviço de Intervenção nos Comportamentos Aditivos e nas Dependências (SICAD), Joana Teixeira disse à agência Lusa que a prevalência da dependência de álcool aumentou de 3%, em 2012, para 4,2% em 2022.

Apesar deste aumento de quase 50%, a procura dos serviços tem-se mantido “relativamente estável nos últimos anos”, o que indica que “não está a ser devidamente acompanhado da sinalização [dos casos] e do devido encaminhamento para as estruturas”, adiantou a psiquiatra, que falava à Lusa a propósito do congresso “Alcoologia em tempo de mudança”, promovido pela SPA, que decorre na quinta e sexta-feira no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL).

Para Joana Teixeira, tem de haver simultaneamente um reforço das estruturas de tratamento, “que não têm estado a ser devidamente dotadas de recursos nos últimos anos”, e “uma maior capacidade de intervenção quando a doença está efetivamente estabelecida”.

“Temos de detetar estes doentes e tratá-los”, para evitar um aumento das doenças atribuíveis ao álcool, como a cirrose hepática e algumas doenças neoplásicas.

A também coordenadora da Unidade de Alcoologia e Novas Dependências do CHPL assinalou, contudo, uma melhoria na deteção destes casos e no encaminhamento por parte de alguns centros de saúde, mas ainda aquém do desejável.

Defendeu por isso a necessidade de dotar o país e a saúde de recursos, “não só nas campanhas de prevenção, mas também nas campanhas de tratamento”.

Apesar de a maioria dos doentes com dependência de álcool continuar a ser homens (80%), está a registar-se um aumento de consumo de álcool nas mulheres e nos jovens.

“Nos jovens, não só tem aumentado o consumo em quantidade, como também tem aumentado em idades mais jovens”, sublinhou, advertindo que “qualquer consumo de álcool nesta fase é muito prejudicial para a saúde”, porque ainda não têm o sistema nervoso completamente formado.

Manifestou-se ainda preocupada com o número de condutores com excesso de álcool envolvidos em acidentes rodoviários, defendendo um incentivo a campanhas de prevenção e um aumento da fiscalização: “Só assim se consegue efetivamente ver alguma repercussão, depois, na prática”.

Sobre o tema do congresso, Joana Teixeira explicou que a SPA considera estar-se num momento “de mudança” com a criação do Instituto para os Comportamentos Aditivos e as Dependências (ICAD) que vai substituir o SICAD.

“O ano 2023 tem estado a ser pautado pela reorganização da estrutura dos serviços, dos comportamentos aditivos e dependências e a Sociedade acha que isto é realmente uma oportunidade para melhorar a intervenção na área dos problemas relacionados com o álcool”, adiantou.

Para Joana Teixeira, a criação do ICAD demonstra que “há efetivamente vontade de melhorar a abordagem da problemática dos comportamentos aditivos e das dependências em Portugal”, observando que nos últimos 20 anos o consumo de álcool em Portugal tem-se mantido estável, o que indica ser necessário fazer mais.

“Setenta e cinco por cento da população portuguesa já consumiu bebidas alcoólicas e este valor tem-se mantido estável nos últimos 20 anos. Portanto, isto mostra que há alguma coisa que precisa de ser feita um pouco melhor”, defendeu.

A presidente da SPA espera que o congresso promova “uma discussão que seja produtiva para todos e que possa até vir a ser utilizada em benefício do futuro da alcoologia em Portugal” e também na reorganização dos serviços que está a ser feita.

No congresso, vão estar presentes vários especialistas, entre os quais o diretor-geral do SICAD, João Goulão.

Em ato histórico, Arábia Saudita interceta míssil destinado a Israel

Por sicnoticias.pt

Disparo feito a partir do Iémen tinha o território israelita como destino. O relato do correspondente da SIC no Médio Oriente, Henrique Cymerman, que explica que se trata da "primeira vez na história" em que um "país árabe participa numa guerra para defender Israel".

A Arábia Saudita intercetou um míssil balístico lançado a partir do Iémen e que tinha Israel como destino, apurou o correspondente da SIC no Médio Oriente, Henrique Cymerman.

A interceção feita pelas autoridades sauditas acontece numa altura em que os dois países tentam, há vários meses, desenvolver esforços no sentido de normalizar as relações diplomáticas que mantêm.

"Seria a primeira vez na história que um país árabe participa numa guerra para defender Israel e essa é uma mudança importante do ponto de vista estratégico, porque mostra que há vínculos que estão a começar a desenvolver-se entre a Arábia Saudita e Israel. Isso pode ser importante para o pós-conflito entre Israel e o Hamas", explica Henrique Cymerman.

Nos últimos dias, cinco mísseis balísticos e 30 drones foram lançados pelos hutis, movimento pró-iraniano do Iémen, sobre território israelita.