quarta-feira, 5 de março de 2025

Marcelo antevê eleições "entre 11 e 18 de maio" se Governo cair

Por sicnoticias.pt

O Presidente da República avança aquela que diz ser “a primeira data possível” para o país ir às urnas, caso a moção de confiança apresentada pelo Governo seja chumbada. Marcelo Rebelo de Sousa quer "minimizar os custos" dos efeitos de uma eventual queda do Governo e "maximizar a rapidez" com que a situação é enfrentada.

O Presidente da República anunciou, esta quarta-feira, que, em caso de queda do Governo, o país pode ir para eleições antecipadas já em maio. Marcelo Rebelo de Sousa adianta que “a primeira data possível” será "entre 11 e 18 de maio". 

O Chefe de Estado quebrou o silêncio, ao final desta tarde, após o Parlamento ter chumbado a moção de censura ao Governo, apresentada pelo PCP, na sequência das polémicas que têm envolvido o primeiro-ministro.  

Durante o debate da moção de censura, na Assembleia da República, Luís Montenegro a anunciou que irá apresentar uma moção de confiança, para determinar se o Executivo tem condições para continuar em funções. Moção essa que, à partida, deverá ser chumbada – uma vez que tanto o Partido Socialista como o Chega já disseram que a inviabilizariam. Isto significa que está em iminência a eventual queda do Governo. 

Marcelo Rebelo de Sousa não quer perder tempo e afirma que, se a moção de confiança do Governo for rejeitada, convocará, logo no dia seguinte, os partidos políticos e, dois dias depois, o Conselho de Estado. O objetivo, explica, é estabelecer "o mais rápido possível" um calendário para eleições antecipadas que aponte "para maio". 

"A primeira data possível será entre 11 e 18 de maio", disse o Presidente da República, em declarações aos jornalistas, esta quarta-feira, em Viseu. 

Visita de Estado cancelada 

Marcelo Rebelo de Sousa diz que falou com Luís Montenegro sobre a polémica, primeiro, por telefone, e que, depois, recebeu-o em audição, um dia antes de este anunciar a apresentação da moção de confiança. 

A primeira consequência desse anúncio, revela o Presidente da República, é o cancelamento da visita de Estado à Estónia que tinha marcada para a próxima semana. 

"Se admitirmos que [a moção de confiança] entra no mesmo dia à tarde, na Assembleia da República, muito provavelmente poderá ser agendada para quarta- feira", prevê o Chefe de Estado. 

"Tem de imediato uma consequência: irei cancelar a visita de Estado que ia fazer à Estónia", adianta. "Fica sacrificada. É muito mais importante isto." 

Para o Chefe de Estado, a prioridade agora é, assegura, "tentar minimizar os custos em termos de efeitos e maximizar a celeridade e rapidez no enfrentar da situação". 

Marcelo não quer questionar "legitimidade" do primeiro-ministro 

Questionado se o primeiro-ministro tem condições para continuar à frente do Governo, o Presidente da República afirmou que não quer questionar "uma legitimidade baseada numa investidura realizada há um ano e tal" e que passou os testes de "duas moções de censura". 

Já quando lhe é perguntado se ficou esclarecido com os esclarecimentos prestados pelo primeiro-ministro, Marcelo Rebelo de Sousa recusa responder, alegando que a matéria "está sob avaliação parlamentar". 

"O primeiro-ministro está convicto da legalidade das suas posições", sublinha o primeiro-ministro, enquanto a oposição está convicta do contrário. 

O Chefe de Estado terminou as declarações aos jornalistas sublinhando ter a sensação de que o "tempo" passou a ser o fator mais "fundamental" para as decisões dos políticos. "Antes eram as ideias", lança. "Assisti muito isso, ao longo destes anos", reforça Marcelo Rebelo de Sousa, lembrando que "uns saíram bem" e "outros saíram mal". 

Ucrânia e EUA concordam em voltar às negociações "num futuro próximo"

© Jim Lo Scalzo/EPA/Bloomberg via Getty Images  Lusa  05/03/2025

O chefe de gabinete da presidência ucraniana, Andriy Yermak, e Mike Waltz "discutiram novas medidas para alcançar uma paz justa e duradoura" na Ucrânia, anunciou o primeiro na rede social Telegram.

A Ucrânia e os Estados Unidos concordaram em continuar as negociações "num futuro próximo", disse hoje uma alta autoridade ucraniana após um telefonema com o conselheiro de Segurança Nacional, Mike Waltz.

O chefe de gabinete da presidência ucraniana, Andriy Yermak, e Mike Waltz "discutiram novas medidas para alcançar uma paz justa e duradoura" na Ucrânia, anunciou o primeiro na rede social Telegram.

A mesma fonte acrescentou que as partes concordaram "que as equipas se reunirão num futuro próximo para continuar este importante trabalho".

Zelensky também confirma retoma de contactos com os EUA

O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou também que os governos ucraniano e norte-americano já começaram a trabalhar para atingir um tratado de paz e espera que "os primeiros resultados" cheguem na próxima semana.

"Todos podem ver o quão rápido os acontecimentos estão a desenrolar-se", disse Zelensky numa mensagem na qual confirmou contactos telefónicos entre o seu chefe de gabinete, Andri Yermak, e o conselheiro de Segurança Nacional da Casa Branca, Mike Waltz, como passo preliminar para uma reunião presencial.


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O presidente da Ucrânia, Volodymyr Zelensky, anunciou hoje que os governos ucraniano e norte-americano já começaram a trabalhar para atingir um tratado de paz e espera que "os primeiros resultados" cheguem na próxima semana.

O Sahel é o epicentro de terrorismo no mundo e Moçambique está entre as nações com o maior aumento de mortes por terrorismo em 2024, anunciou hoje o Instituto para a Economia e a Paz.

© Lusa  05/03/2025
 Moçambique entre países africanos com maior aumento de mortes por terrorismo

O Sahel é o epicentro de terrorismo no mundo e Moçambique está entre as nações com o maior aumento de mortes por terrorismo em 2024, anunciou hoje o Instituto para a Economia e a Paz.

O Sahel é o "epicentro do terrorismo" e, nesta região, as mortes aumentaram quase dez vezes desde 2019. Em 2024, o Sahel foi responsável por 51% de todas as mortes por terrorismo", indicou a organização, que divulgou hoje o "Índice Global de Terrorismo 2025".

De acordo com o estudo, o maior número de mortes por terrorismo registou-se no Burkina Faso, no Paquistão e na Síria, sendo o país africano responsável por um quinto de todas as mortes a nível mundial.

Por sua vez, o Níger, a República Democrática do Congo, Moçambique e a Nigéria foram os países que registaram os maiores aumentos de mortes por terrorismo em 2024, segundo o índice.

Nos dez primeiros lugares do índice estão seis nações africanas: Burkina Faso em 1.º lugar, Mali em 4.º, seguido do Níger (5.º), Nigéria (6.º), Somália (7.º) e Camarões em 10.º lugar.

Segundo a investigação, "a fraca governação, as tensões étnicas e a degradação ecológica criaram um ambiente propício ao desenvolvimento do terrorismo" no Sahel.

Por sua vez, a competição pelos recursos minerais no Sahel contribuiu para a atual instabilidade, de acordo com o estudo.

"O ouro é um importante ponto de inflamação no Mali, Burkina Faso e Níger. O Níger fornece mais de 25% do urânio europeu. A presença russa tem aumentado significativamente na região, enquanto a França se está a retirar", explicou.

Segundo o índice, o Níger, em 2024, registou "o maior aumento de mortes por terrorismo a nível mundial, subindo 94%, para um total de 930, invertendo as melhorias anteriores a partir de 2022, quando teve a segunda maior melhoria".

No entanto, o estudo salientou que o número de mortes na África Subsariana - excluindo o Sahel - é agora o mais baixo desde 2016, tendo diminuído 10%.

O Estado Islâmico (EI) continua a ser a organização mais mortífera, tendo causado 1.805 mortes em 22 países em 2024, indicou.

Este grupo extremista está nomeadamente presente em Moçambique com a denominação de "Estado Islâmico Moçambique" (ISM, na sigla em inglês), conhecido localmente como Al-Shebab - embora não esteja relacionado com o grupo somali - que surgiu em outubro de 2017 "a partir de uma seita salafista de longa data", explicou.

A principal área de atuação do ISM é a província de Cabo Delgado, no norte do país, embora outras províncias, como Balama, Chiure e Macomia, também tenham sido palco do desenvolvimento do grupo, frisou. 

O instituto acrescentou ainda que, no final de 2023 e durante o ano de 2024, o ISM intensificou as suas operações no norte e no sul de Moçambique, nomeadamente em zonas anteriormente intocadas, como os distritos de Chiure e Mecúfi, no sul de Cabo Delgado.

"Nos primeiros seis meses de 2024, o grupo levou a cabo ataques mortíferos, incluindo raptos e massacres, deslocando mais de 200.000 pessoas", citou.

De um modo geral, o número de países que registaram um ataque terrorista aumentou de 58 para 66, de acordo com o 12.º Índice Global de Terrorismo hoje publicado.

Esta situação inverte quase uma década de melhorias.

O Instituto para a Economia e a Paz declarou, no documento analisado, ser "um grupo de reflexão independente, não partidário e sem fins lucrativos, dedicado a mudar o foco do mundo para a paz como uma medida positiva, alcançável e tangível do bem-estar e progresso humanos". 


Leia Também: Pelo menos 16 pessoas foram baleadas esta manhã entre os apoiantes que acompanhavam uma passeata liderada pelo ex-candidato presidencial Venâncio Mondlane na capital de Moçambique, Maputo, avançou a Plataforma Decide.

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Numa nota divulgada nas redes sociais de Venâncio Mondlane, a equipa do político moçambicano diz que o estado clínico e paradeiro do ex-candidato presidencial são desconhecidos, após tumulto durante passeata em Maputo.

O Presidente da República, condecorou, a título póstumo, Luís Oliveira Sanca com a Medalha Amílcar Cabral, a mais alta distinção do Estado, em reconhecimento pela sua luta pela liberdade, percurso político e contribuição para a independência do país

Em nome da família, Doménico Sanca agradeceu a homenagem. O Chefe de Estado destacou a relação que teve com Sanca e o seu papel na fundação do MADEM-G15.

  Radio Voz Do Povo  / 
Presidência da República da Guiné-Bissau

Presidente da República Umaro Sissoco Embaló, criticou duramente a empresa responsável pela reabilitação do Ministério da Justiça, afirmando que o montante disponibilizado para as obras não corresponde ao trabalho realizado até ao momento.

Durante uma visita ao local nesta quarta-feira (05.03), o chefe de Estado manifestou indignação com o atraso e a qualidade dos trabalhos, sublinhando que não permitirá desvios de fundos públicos. "O dinheiro foi entregue, mas o trabalho não reflete esse investimento. Alguém terá de responder por isso", declarou Embaló perante membros do governo e jornalistas.

Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, visita às instalações do Ministério da Justiça e dos Direitos Humanos...☝ @CAP GB

Radio Voz Do Povo


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O Presidente da República, foi recebido pela Ministra da Justiça e dos Direitos Humanos, durante a sua visita ao Ministério, verificou o andamento das obras de reabilitação do edifício colonial, que alberga serviços essenciais, como o Registo Civil e o Notariado.

Balanço Carnaval / Serviços de Urgência do HNSM registam 250 casos de assistência médica

Bissau, 05 Mar 25 (ANG) – O enfermeiro responsável do Serviço de Urgência do Hospital Nacional Simão Mendes(HNSM), considerou hoje de positivo o balanço dos festejos de carnaval 2025,decorrido entre 01 e 04 de Março, por não haver o registo de nenhum óbito, contrariamente ao ano passado em que houve dois mortos.

Augusto Gomes deu estas informações numa conferência de imprensa em que disse que deram entrada nos Serviços de Urgência do HNSM 250 casos, sendo 28 relacionados à  acidentes, 24 à agressões físicas.

Fazendo comparação com o ano passado, Gomes disse que em 2024 foram registados 190 casos para assistência médica relacionados ao Carnaval, sendo que dos 20 casos de acidentes de viação registados duas pessoas morreram e 20 casos se deveram a  agressões físicas.

Segundo explicou, os casos atendidos são ligeiros e depois de tratamento as vítimas voltaram para suas casas.

Disse que o Carnaval é uma das festas mais quentes onde as pessoas consomem bebidas alcoólicas  e entram em brigas ou fazem  outras práticas não adequadas.

“Os casos de acidentes são na sua maioria de moto–taxi que além de levar passageiros à mais, andam com muita velocidade para poder ganhar mais dinheiro uma vez que as estradas fecham e as viaturas não circulam”, salientou.

Augusto Gomes apelou ao Estado à fazer a sua parte controlando com mais rigor as vias públicas.

ANG/MSC/ÂC//SG

Guiné-Bissau: O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau afirmou hoje que o país aguarda uma retratação pública por parte da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) que "quis faltar ao respeito" às autoridades.

MNECI" Carlos Pinto Perreira, em conferência de Imprensa faz balanço da recente visita de Estado do Presidente da República Umaro Sissoco Embaló a Rússia.
Por Lusa  05/03/2025 

 Guiné-Bissau aguarda pedido de desculpas da CEDEAO

O Ministro dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau afirmou hoje que o país aguarda uma retratação pública por parte da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) que "quis faltar ao respeito" às autoridades.

Em conferência de imprensa de balanço das visitas ao estrangeiro do Presidente guineense, Umaro Sissoco Embaló, Carlos Pinto Pereira aproveitou para abordar a recente polémica que envolve a CEDEAO e o país. 

Ministro dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades, Carlos Pinto Pereira, considerou de positivo a recente visita de Estado do Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló a Rússia...☝  @CAP GB

de regresso ao país, Umaro Sissoco Embaló afirmou na segunda-feira ter ordenado a expulsão de uma missão "de alto nível político" que a CEDEAO enviou a Bissau para ajudar a classe política a alcançar consenso à volta do calendário eleitoral.

"Aguardamos da parte da CEDEAO uma retratação pública", disse hoje o chefe da diplomacia guineense, para quem o nome do país foi "vilipendiado na praça pública" pela atitude da missão.

Para Carlos Pinto Pereira a missão "não tem o direito de faltar ao respeito" às autoridades guineenses pelo que, disse, o Governo "está inteiramente ao lado da posição do Presidente".

"Não podemos admitir que as leis e as autoridades do país sejam desrespeitadas", sublinhou, dizendo não compreender de onde saiu a ideia de que a missão da CEDEAO iria elaborar um roteiro de transição na Guiné-Bissau.

Para o chefe da diplomacia guineense, a missão enviada a Bissau pela organização oeste africana não é de alto nível, por ser liderada por um embaixador e só poderia ser de alto nível se fosse dirigida por um ex-Presidente ou por um chefe de Estado em funções.

Pinto Pereira sublinhou ainda que o desrespeito maior foi quando a missão da CEDEAO recebeu uma delegação de deputados em nome da Comissão Permanente da Assembleia Nacional Popular dirigida por Fernando Dias.

"Toda a gente sabe que a Comissão Permanente é dirigida pelo seu presidente, que neste caso é a Satu Camará Pinto", afirmou Pereira, em alusão à terceira vice-presidente do parlamento, que desde setembro tem dirigido a instituição.

As autoridades destituíram Domingos Simões Pereira, lider da coligação PAI-Terra Ranka, da liderança do parlamento e colocaram Camará Pinto naquelas funções.

O chefe da diplomacia guineense considerou que qualquer contacto que a missão da CEDEAO pudesse fazer seria através dos serviços do Protocolo do Estado e também em nome do parlamento, por intermédio de Satu Camará.

Carlos Pinto Pereira disse que a Guiné-Bissau "não admite falta de respeito, nem da CEDEAO nem de qualquer outra organização" e afirmou que o Presidente do país já anunciou que convocará eleições legislativas e presidenciais para 30 de novembro.

A delegação da CEDEAO esteve na Guiné-Bissau, entre 21 e 28 de fevereiro, tendo revelado que deixou o país na madrugada de 01 de março sob ameaça de expulsão por parte do Presidente guieense.

O chefe de Estado não gostou que a missão tivesse alterado o programa inicial e decidido ouvir a coligação que reúne partidos contestatário do regime, a API Cabas Garandi.

A missão acabou por ouvir, também, a comissão permanente deposta do parlamento, depois de a coligação PAI-Terra Ranka recusar reunir-se com a CEDEAO sem que esta comissão fosse incluída nas audiências.

A substituição da liderança do parlamento ocorreu alguns meses depois de o Presidente ter dissolvido, em dezembro de 2023, a Assembleia de maioria Terra Ranka, liderada pelo PAIGC (Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde).

O líder da coligação e do PAIGC, Domingos Simões Pereira, assumiu a presidência da Assembleia e entregou a Geraldo Martins a liderança do Governo deposto meio ano depois da posse e substituído por um de iniciativa presidencial.

Simões Pereira encontra-se fora da Guiné-Bissau e, apesar de afastado da Assembleia, tem feito reuniões 'online' da comissão que presidia e que acabou por ser ouvida pela CEDEAO, sem a presença do líder.


Convocatoria...

Os líderes árabes adotaram hoje no Cairo um plano para a reconstrução da Faixa de Gaza e o regresso da Autoridade Palestiniana, apresentado como alternativa ao plano de Donald Trump de colocar o território sob controlo americano.

© Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images  Lusa  05/03/2025 

Cimeira árabe adota plano de reconstrução de Gaza em alternativa ao de Trump

Os líderes árabes adotaram hoje no Cairo um plano para a reconstrução da Faixa de Gaza e o regresso da Autoridade Palestiniana, apresentado como alternativa ao plano de Donald Trump de colocar o território sob controlo americano.

Os líderes dos países da Liga Árabe alertaram contra as tentativas "odiosas" de deslocar a população de Gaza, e apelaram para a união dos palestinianos sob a égide da Organização de Libertação da Palestina (OLP), excluindo efetivamente o movimento islamita Hamas, que não é membro daquela entidade.

Acordaram ainda em criar um fundo para financiar a reconstrução de Gaza, destruída por 15 meses de guerra entre Israel e o Hamas, e apelaram para uma contribuição internacional para acelerar o processo.

Segundo o plano a Faixa de Gaza será administrada durante um período de transição por um comité de tecnocratas palestinianos, antes de a Autoridade Palestiniana retomar o controlo do território.

Na cimeira, o Egito apresentou um plano de 53 mil milhões de dólares (50 mil milhões de euros) em cinco anos, uma estimativa equivalente à da ONU, para reconstruir a Faixa de Gaza.

Por seu lado, o Hamas "saudou" o plano árabe e a criação de um comité para gerir o território após a guerra.

A primeira fase da reconstrução, com uma duração de seis meses, será consagrada à remoção dos escombros, à desminagem e ao alojamento provisório de mais de 1,5 milhões de pessoas.

Seguir-se-ão duas fases de reconstrução, a primeira das quais abrangerá as infraestruturas essenciais e o alojamento permanente e a segunda as que incluem um porto comercial e um aeroporto.

O presidente egípcio Abdel Fattah al-Sissi afirmou que o plano garantirá que os 2,4 milhões de habitantes de Gaza permaneçam nas suas terras, em resposta ao plano do Presidente dos EUA de os expulsar para o Egito e a Jordânia e transformar o território na "Riviera do Médio Oriente".

No entanto, Sissi não criticou diretamente o plano de Donald Trump, que causou um protesto internacional no início de fevereiro, e disse que o presidente norte-americano era "capaz de alcançar a paz" na região.

"Qualquer tentativa odiosa de deslocar o povo palestiniano ou (...) anexar parte dos territórios palestinianos ocupados mergulharia a região numa nova fase de conflito (...) que representa uma clara ameaça à (...) paz" no Médio Oriente, refere o comunicado final divulgado pela cimeira.

O Cairo vai procurar o apoio dos países muçulmanos para o seu plano numa cimeira de emergência da Organização de Cooperação Islâmica (OCI), na sexta-feira, em Jeddah, na Arábia Saudita, para que o projeto "se torne um plano árabe e islâmico", segundo o ministro dos Negócios Estrangeiros egípcio, Badr Abdelatty.

A cimeira realizou-se num contexto de impasse sobre a continuação do cessar-fogo em vigor desde 19 de janeiro, entre Israel, que exige a "desmilitarização total" de Gaza, e o Hamas, que insiste em permanecer no território.

O movimento islamita tomou o poder no território em 2007, depois de ter destituído a Autoridade Palestiniana, liderada por Mahmoud Abbas, de 89 anos, que afirmou nesta cimeira estar preparado para organizar eleições presidenciais e legislativas nos Territórios Palestinianos "no próximo ano", "desde que as condições estejam reunidas".

O Secretário-Geral da ONU, António Guterres, que também esteve no Cairo, afirmou que a ONU "apoia firmemente" o plano árabe.

O Governo israelita continua a repetir que se reserva o direito de retomar os combates em qualquer altura para aniquilar o Hamas se este não depuser as armas, e lamentou que a cimeira extraordinária de líderes da Liga Árabe, na qual participaram também a União Africana (UA) e a União Europeia (UE), tenha optado pelo plano egípcio para a reconstrução de Gaza sem avaliar a ideia de Donald Trump.

A primeira fase da trégua de 42 dias entre Israel e o Hamas terminou em 1 de março, depois de ter permitido o regresso de 33 reféns detidos em Gaza em troca da libertação por Israel de cerca de 1.800 detidos palestinianos.

As duas partes estão agora em desacordo sobre a próxima fase do processo, cuja primeira consequência é o bloqueio imposto por Israel no domingo à entrada de ajuda humanitária na Faixa de Gaza sitiada.

Por outro lado, os islamitas voltaram a insistir na "necessidade de obrigar" Israel a aplicar a segunda fase do acordo de cessar-fogo, que deveria ter entrado em vigor no domingo, e a "rejeitar qualquer projeto que vise a deslocação dos palestinianos".

Israel quer que a primeira fase da trégua seja prolongada até meados de abril, enquanto o Hamas insiste na aplicação da segunda fase, que prevê um cessar-fogo permanente e a libertação de todos os reféns.

"A ideia do presidente Trump é uma oportunidade para os habitantes de Gaza terem liberdade de escolha com base no livre arbítrio - é isso que deveria ter sido pressionado", disse o Ministério dos Negócios Estrangeiros numa mensagem no X.

O ataque do Hamas no sul de Israel fez 1.218 mortos israelitas, a maioria civis, segundo uma contagem da AFP baseada em dados oficiais e incluindo os reféns que morreram ou foram mortos em cativeiro.

A resposta do exército israelita causou pelo menos 48.405 mortos em Gaza, a maioria civis, segundo dados do Ministério da Saúde do Hamas, considerados fiáveis pela ONU.