Por LUSA "A refinaria de Novokuibishevsk desempenha um papel importante no abastecimento das necessidades do exército russo, produzindo mais de 20 tipos de produtos. O volume anual de processamento é de 8,8 milhões de toneladas", segundo um comunicado divulgado pelos militares ucranianos na rede Telegram.
A operação, realizada no sábado pelas forças de sistemas não tripulados, em colaboração com forças especiais e outros componentes do exército, provocou explosões e um incêndio nas instalações da refinaria, acrescentou o comunicado.
A mesma refinaria já tinha encerrado duas das suas principais instalações de processamento de petróleo após um ataque semelhante levado a cabo pela Ucrânia em 19 de outubro.
"As forças de sistemas não tripulados estão a reduzir progressivamente a capacidade do inimigo de fornecer produtos petrolíferos para a guerra contra a Ucrânia", afirmaram os militares de Kyiv.
O Exército ucraniano indicou ainda que atacou uma base de armazenamento de drones russa pertencente à unidade Rubikon e uma estação de bombagem de combustível e lubrificantes no território ocupado da região de Donetsk, na Ucrânia.
Numa mensagem no Telegram, o exército atualizou ainda as informações sobre o bombardeamento no sábado contra uma refinaria na região russa de Ryazan, no qual foram danificadas as unidades de destilação de petróleo bruto ELOU-AVT-4 e ELOU-AVT-6, um tanque de armazenamento de produtos petrolíferos e uma estrutura de suporte de oleodutos.
OS ataques em profundidade contra infraestruturas petrolíferas russas surgem numa fase em que as tropas de Moscovo reclamam avanços no seu assalto à cidade de Pokrovsk, no leste da Ucrânia, e na região de Zaporijia, no sul do país, ao mesmo tempo que realizam bombardeamentos intensivos contra as infraestruturas energéticas ucranianas.
O Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou, numa publicação nas redes sociais no sábado à noite, que a Rússia falhou mais uma vez o cumprimento dos prazos estabelecidos para a captura de Pokrovsk, na região de Donetsk
Segundo um relatório do estado-maior de Kyiv, as tropas ucranianas repeliram nas 24 horas anteriores 52 ataques russos em Pokrovsk e outros cinco em Kupyansk, na região norte de Kharkiv e que também se encontra sob forte pressão de Moscovo.
"Neste momento, a Rússia falhou o cumprimento de mais um prazo estabelecido por [Presidente russo, Vladimir] Putin para a captura de Pokrovsk e Kupyansk, e estes prazos foram adiados mais uma vez", comentou Zelensky.
O líder ucraniano deslocou-se hoje a Atenas, onde assinou um acordo para garantir o fornecimento de energia no inverno através de remessas de gás natural liquefeito (GNL) dos Estados Unidos.
"A assinatura do acordo para o fornecimento de gás natural é muito importante porque os russos estão a atacar as infraestruturas energéticas todos os dias", declarou Zelensky numa conferência de imprensa com o primeiro-ministro grego, Kyriakos Mitsotakis, após a assinatura.
O acordo foi assinado entre a empresa grega DEPA Emporias e a empresa ucraniana Naftogaz para o fornecimento de GNL norte-americano à Ucrânia entre dezembro de 2025 e março de 2026.
Kyiv pretende aumentar as suas importações de gás em 30% para fazer face a um inverno particularmente difícil, marcado por danos na sua rede elétrica e reservas reduzidas.
Zelensky referiu que já existem acordos para financiar as importações de gás no valor de quase dois mil milhões de euros, o que compensará as perdas na produção ucraniana devido aos ataques russos.
A visita a Atenas decorre no âmbito de uma série de deslocações a países europeus, que passará por Espanha e França.
O Presidente ucraniano disse hoje que espera finalizar na segunda-feira em Paris um acordo "histórico" sobre aviação de combate e capacidades defensivas, manifestando a sua convicção de que as conversações no dia seguinte em Espanha serão igualmente produtivas.
"Preparamos um acordo histórico com a França: a nossa aviação de combate, defesa aérea e outras capacidades defensivas serão significativamente reforçadas", declarou na rede X.
O líder ucraniano salientou que as prioridades mais importantes para a Ucrânia são os sistemas de defesa aérea e que Kyiv está a trabalhar para garantir um novo começo nas negociações com Moscovo, "para que haja finalmente perspetivas" do fim da guerra, ao fim de mais de três anos de invasão russa.
"Contamos também com o reatamento das trocas de prisioneiros de guerra, estão em curso inúmeras reuniões, negociações e telefonemas para garantir isso", indicou Zelensky, agradecendo a todos os que estão a ajudar e a apoiar a Ucrânia.