terça-feira, 16 de abril de 2024

O Presidente do Conselho de Administração do Instituto Marítimo e Portuário, Gualdino Afonso Té, considera preocupante nível de ocupação das zonas costeiras na Guiné-Bissau.

Por: Mamadú Candé  Rádio Capital Fm  16.04.2024

Guiné-Bissau vive penúria de arroz... O arroz, base da dieta alimentar, está em falta no mercado guineense. A população pede ajuda ao Governo e este, por sua vez, diz que vai encontrar uma solução em breve.

Arroz © RFI/Aurore Lartigue

Por: Mussá Baldé   RFI  16/04/2024 

A escassez do arroz é relatada pela população e confirmada pelos comerciantes.

Pelo menos nas regiões de Oio, no Norte, Bafatá, no Leste, Quinara, no Sul, e no arquipélago dos Bijagós, há relatos, nas últimas duas semanas, de que falta arroz.

Há zonas no sul, por exemplo, onde os comerciantes que ainda detém alguma quantidade de arroz já não o vendem por sacos, mas sim por quilogramas.

O Governo, através do director-geral do Comércio Externo, Lassana Faty, admitiu a escassez do arroz nalgumas zonas do país, salientando que o problema não se coloca a Bissau onde ainda há o produto embora em poucas quantidades.

Lassana Faty prometeu que ainda no decurso desta semana, alguns comerciantes de Bissau vão distribuir arroz para as zonas mais críticas do interior.

Contudo o director geral do Comércio Externo observa que o preço do arroz vai ter de ser aumentado porque o Fundo Monetário Internacional está a apertar com o Governo no sentido de parar com as subvenções feitas à importação do arroz.

Desde Agosto passado, e durante o Governo da coligação PAI Terra Ranka, que o preço do arroz é subvencionado pelo Estado para permitir que seja vendido a baixo custo no mercado à população.

O FMI entende que o Estado já perdeu mais de quatro mil milhões de francos CFA com estas subvenções, uma situação que deve acabar.

Ouça a Crónica de Mussá Baldé, o nosso correspondente.👇


Guiné-Bissau: Sociedade civil guineense insiste em presidenciais este ano

Por  Iancuba Dansó (Bissau)  DW   16/04/2024

Frente Popular, da sociedade civil, critica a "desgovernação" durante o mandato do Presidente guineense. Exige ainda a realização das eleições presidenciais este ano, contrariamente à pretensão de Sissoco Embaló.

O Presidente Umaro Sissoco Embaló insiste que as eleições presidenciais só se devem realizar em 2025. Os cadernos eleitorais estão a ser atualizados, mas supostamente apenas para as legislativas antecipadas. E isto é algo que a Frente Popular quer evitar.

A organização, composta por cidadãos guineenses de várias franjas sociais, exige eleições presidenciais ainda este ano, de acordo com o estipulado na lei.

Além da "funcionalidade" de todas as instituições democráticas, nomeadamente o Parlamento, o Governo e o Supremo Tribunal de Justiça (STJ), "é necessário o respeito escrupuloso do calendário eleitoral", afirma o coordenador da Frente Popular, Armando Lona, em declarações à DW África.

"O nosso país deve ir às urnas para as eleições presidenciais, ainda este ano", sublinha.

Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló Foto: Privat

Frente Social queixa-se de "descalabro total"

Em carta aberta endereçada a Umaro Sissoco Embaló, a 12 de abril, a Frente Popular, exigiu a cessação de alegadas "ingerências" do Presidente da República no funcionamento das instituições judiciais e apelou ao chefe de Estado que cumpra "com a obrigação constitucional de respeito aos princípios de separação de poderes e de independência do poder judicial". 

Na missiva, os subscritores assinalam que os quatro anos de Sissoco Embaló na Presidência da República foram marcados por perseguições políticas, instrumentalização de instituições judiciais para práticas de "caça às bruxas" e uso da guarda presidencial para perseguir e agredir cidadãos guineenses, em livre exercício das suas liberdades. 

Armando Lona considera grave a situação do país. "A Frente Popular surgiu em reação àquilo que o país está a viver neste momento, uma situação de descalabro total das instituições da República, da fome, da situação da saúde pública, da educação, das infraestruturas, do bloqueio das instituições da República e do abismo", disse.

A organização da sociedade civil considera ilegal o decreto presidencial que dissolveu o Parlamento guineense em dezembro passado e, por isso, exige a retirada das forças de defesa e segurança na sede da Assembleia Nacional Popular (ANP), para permitir o acesso dos deputados às instalações. 

Uma oportunidade?

Para o jornalista Bacar Camará, a carta aberta da Frente Popular é uma oportunidade para o Presidente da República corrigir as suas ações, "evitando que o país sofra mais com este retrocesso assinalado na democracia".

Mas Bacar Camará alerta que, para a tomada de medidas corretivas, será preciso que o Presidente da República "procure encontrar áreas de convergência e fuja das pessoas que procuram, através do Presidente da República, resolver os seus problemas económicos".

"Isso aconteceu com vários chefes de Estado que dirigiram este país e que foram induzidos em erros, e depois toda a culpa caiu sobre eles", assinalou.

Presidente da associação dos retalhistas, Aliu Seide em conferência de imprensa

 

Radio Voz Do Povo

Portugal, Angola e Moçambique vão receber este ano verbas da União Europeia (UE) para proteção dos oceanos, no âmbito da sustentabilidade das pescas e da economia azul, foi hoje anunciado na conferência "Os nossos oceanos", em Atenas.

© iStock
Por Lusa   16/04/24
 Oceanos? Portugal, Angola e Moçambique vão receber verbas da UE
Portugal, Angola e Moçambique vão receber este ano verbas da União Europeia (UE) para proteção dos oceanos, no âmbito da sustentabilidade das pescas e da economia azul, foi hoje anunciado na conferência "Os nossos oceanos", em Atenas.


A verba total anunciada pela UE para proteção dos oceanos -- de 3,5 mil milhões de euros -- vai financiar 40 compromissos de ação para 2024, segundo um comunicado do executivo comunitário.

Portugal vai receber um montante até 1,9 mil milhões de euros, que será dividido também com a Grécia, Espanha, Chipre e Polónia nos seus planos de recuperação e resiliência para apoiar investimentos e reformas nas pescas sustentáveis e aquicultura para o período 2020-2026.

A sustentabilidade das economias azuis será financiada, em Portugal e Itália, com uma verba até 130 milhões de euros, também para utilizar nos planos de recuperação e resiliência para apoiar investimentos nesta vertente.

Um outro montante, de 59 milhões de euros, destina-se a países da África Ocidental, 35 milhões de euros para Moçambique, 30 milhões para Angola e dez milhões para a Mauritânia.

A conferência "O Nosso Oceano" é um esforço internacional, lançado em 2014 e organizado anualmente por um governo diferente, com o objetivo de promover a governação mundial dos oceanos e ações de apoio à conservação marinha e ao desenvolvimento sustentável.

A iniciativa mobilizou desde então mais de 2,160 autorizações no valor de cerca de 130 mil milhões de dólares.

Segundo dados de Bruxelas, os oceanos e os mares cobrem 71% da superfície terrestre e são afetados pelo aquecimento global, as práticas insustentáveis, a pesca ilegal, a poluição e a perda de 'habitats' marinhos.

A Conferência sobre os nossos Oceanos visa intensificar os esforços coletivos para abordar estas questões. Reúne países de todo o mundo, a sociedade civil e a indústria para inspirar soluções conjuntas e apresentar compromissos ambiciosos para proteger os oceanos.



Leia Também: Guterres destaca papel de Portugal e de Costa na proteção dos oceanos 

Joana Cobde Nhanca líder do MSD em conferência de imprensa

 

Radio Voz Do Povo 

Caso 6 bilhões: Famíliares dos ex-governantes consideram de “sequestro”, as suas detenções

Bissau 16 Abr 24 (ANG) – Os familiares do antigo ministro das Finanças e do ex-Secretário de Estado do Tesouro, consideram hoje de “sequestro” a detenção dos dois deste 30 de Novembro de 2023, frisando que estão sendo feitos reféns do regime num contexto de total indiferença pelas leis dos direitos fundamentais.

O grito do socorro foi feito em nome das duas familias pela Tia do ex-Secretário de Estado do Tesouro, António Monteiro durante um encontro com a Liga Guineense dos Direitos Humanos para entre outros solicitar o maior empenho desta organização no caso.

Liga Guineense dos Direitos Humanos na Guiné-Bissau e familiares dos antigos governantes detidos no caso de seis Bilhiões de francos CFA, exigem a justiça transparente e a libertação dos dois Suleimane Seide, Ministro da Economia e Finanças e o António Monteiro Secretário de Estado do Tesouro @Radio TV Bantaba

Raquel Pereira Borja disse que alguém deve fazer alguma coisa para os libertar uma vez que não fizeram nada de anormal se não pagar um dívida que o Estado contraiu ou seja uma prática recorrente com diferentes ministros das Finanças.

“Por isso responsabilizamos civil e criminalmente o poder político e judicial pelos eventuais danos que os dois possam ter, devido a privação arbitrária das suas liberdades e por isso pedimos aos juízes e magistrados deste país que cumpram com as leis e que libertem Suleimane Seide e António Monteiro  porque sabemos que estão injustamente detidos “, frisou Raquel Borja em nome das duas famílias.

Por seu turno, o vice-presidente da Liga Guineense dos Direitos Humanos (LGDH), Edimar Nhaga  disse que a sua organização sempre pugnou pela defesa dos direitos humanos e da legalidade democrática na Guiné-Bissau  e face essa situação dos ex-ministro das Finanças e Secretário de Estado do Tesouro a Liga tem acompanhado com muita preocupação o processo desde início.

Segundo ele, a organização efectuou várias deligências no sentido de poder inteirar realmente do que está a passar, salientando que neste particular, todos os prazos já foram largamente ultrapassados no que concerne a detenção destas duas figuras.

“Ou seja nunca existiu os requisitos que podiam levar a prisão preventiva destes dois governantes, digo isso porque os requisitos da prisão preventiva, acontecem em caso de perigo de fuga e da perturbação da investigação que está a deccorrer o que não se verificar no caso dos dois”, afirmou.

Edimar Nhaga   sublinhou que, aliás o ex-Secretário de Tesouro estava fora do país quando iniciou este processo, mas voltou para enfrentar a justiça.

Aquele responsável disse que enquanto defensores dos direitos humanos o que pedem nesta declaração conjunta é que se efectue a libertação dessas duas figuras ainda que seja condicionada para que possam aguardar o julgamento em liberdade, tendo exigido que a justiça seja célere e justa para ajudar na credibilização do próprio sistema judicial guineense face ao descredito total em que se encontra.

ANG/MSC/ÂC /@Radio TV Bantaba

Primeiro cartão SD com 4TB chega no próximo ano... No entanto, a Western Digital ainda não se pronunciou oficialmente sobre o preço.

© Shutterstock
Notícias ao Minuto   16/04/24

A Western Digital, uma das empresas mais populares no que diz respeito a acessórios e componentes de armazenamento, anunciou que pretende lançar cartões SD de 4TB no próximo ano.

A empresa notou que este cartão SD será lançado como parte da marca SanDisk e que será comercializado para clientes que usem câmaras e computadores que recorram a vídeos de alta resolução.

Notar que a Western Digital ainda não avançou com o preço deste cartão SD.

A doença renal crónica na Guiné-Bissau tem vindo a aumentar, essencialmente provocada pela hipertensão e diabetes

A doença renal crónica na Guiné-Bissau tem vindo a aumentar, essencialmente provocada pela hipertensão e diabetes. AP - Shelby Lum
Por: Cristiana Soares RFI

A doença renal crónica na Guiné-Bissau tem vindo a aumentar, essencialmente provocada pela hipertensão e diabetes. Em 2023 foram registados 135 pacientes. No Hospital Nacional Simão Mendes está, em fase de preparação, uma unidade de hemodiálise, entretanto os doentes são enviado para o Senegal ou para Portugal. Fidalgo Raul Ferreira sublinha que a “doença renal é muito silenciosa” e, por causa disso, o paciente só se apercebe “quando está numa fase muito avançada".

A doença renal crónica na Guiné-Bissau tem vindo a aumentar, essencialmente provocada pela hipertensão e diabetes. Em 2023 foram registados 135 pacientes.

No Hospital Nacional Simão Mendes está, em fase de preparação, uma unidade de hemodiálise, mas enquanto se aguarda o início do funcionamento os doentes renais crónicos são enviado para tratamento para o Senegal, a custas do próprio, ou para Portugal, no âmbito de um protocolo entre os dois países.

Fidalgo Raul Ferreira, médico nefrologista no Hospital Simão Mendes, sublinha que a “doença renal é muito silenciosa” e, por causa disso, o paciente só se apercebe da doença “quando está numa fase muito avançada, onde o paciente está muito pálido, anémico, começa a ter edemas nos membros inferiores e superiores, náuseas, cansaço e pode até convulsionar. Mas, é uma doença assintomática no início.”

O especialista acrescenta que faltam aos guineenses hábitos de saúde:

Aqui os pacientes só fazem um check-up só quando têm sintomas, não têm hábitos de ir ao médico para fazer um check-up, um controlo. É uma questão de hábito.

Não temos o hábito de ir ao hospital para fazer um check-up, para saber qual é o problema, para corrigir desde o início, para evitar a doença.

A gente tem o hábito de ir ao hospital só quando tem uma febre ou quando tem um outro tipo de doença.

Mas, normalmente, a cada ano, temos que fazer um check-up para saber se temos um problema e corrigir desde o início, evitando a doença.

Como na Guiné-Bissau não se realizam sessões de hemodiálise, os doentes com insuficiência renal que precisam de hemodiálise são enviados ora para o Senegal, Dacar ou Ziguinchor, ora para Portugal. 

Não temos o serviço de hemodiálise ainda a funcionar e estamos a diligenciar para que isso funcione o mais rápido possível, mas até então não temos o serviço de hemodiálise para os pacientes iniciarem a hemodiálise. Já estão a preparar o local e posso dizer que já está quase. Estamos à espera de uma triagem.

Um paciente com doença renal crónica só pode fazer hemodiálise, é a única solução. E hemodiálise é três vezes por semana.

Se transferimos o paciente para Ziguinchor ou para Dacar é o paciente é paga. Mas se é transferido para Portugal, no âmbito da junta médica, não paga nada, porque é a cooperação que temos com Portugal.

Questionado sobre os hábitos que devemos ter para evitar a doença renal, Fidalgo Raul Ferreira é peremptório:

Evitar muito sal, hidratar sempre, beber muita água, sempre. Temos que aferir a pressão arterial, fazer uma dosagem de creatinina e exames de urina e medir a glicose.

É importante também fazer exercício físico, que é extremamente importante para manter um peso saudável, sabemos que o excesso de peso pode causar uma doença renal.

China apoia conferência de paz "reconhecida pela Rússia e Ucrânia"

© Lusa
Por Lusa  16/04/24 
O Presidente chinês, Xi Jinping, transmitiu hoje ao Chanceler alemão, Olaf Scholz, o apoio de Pequim à "convocação atempada" de uma "conferência internacional de paz reconhecida pela Rússia e pela Ucrânia com a participação de todas as partes".

"A China encoraja todos os esforços que conduzam a uma resolução pacífica da crise e apoia a convocação atempada de uma conferência internacional de paz reconhecida pela Rússia e pela Ucrânia com a participação de todas as partes", disse Xi, numa reunião em Pequim, informou hoje o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês, em comunicado.

De acordo com a mesma nota, os dois líderes concordaram com a necessidade de "apoiar os princípios das Nações Unidas e opor-se ao uso de armas nucleares ou ataques contra alvos pacíficos ou instalações nucleares".

Também concordaram com a necessidade de "resolver adequadamente as questões de segurança alimentar" e "respeitar o Direito humanitário internacional".

Xi disse ainda que "todas as partes devem trabalhar em conjunto para restaurar a paz o mais rapidamente possível" e que "a paz e a estabilidade devem ser procuradas e os interesses egoístas devem ser postos de lado".

"A situação deve ser refreada e não deve ser acrescentado mais combustível ao fogo, devem ser criadas condições para que a paz possa ser restabelecida e o conflito possa ser impedido de se agravar ainda mais. Temos também de reduzir o seu impacto negativo na economia mundial", afirmou o líder chinês.

Xi sublinhou que "a China não é uma parte nem um participante nestas crises" e que "tem tentado promover as conversações de paz à sua maneira".

"Estamos dispostos a manter a cooperação com todas as partes, incluindo a Alemanha, a este respeito", acrescentou.

Desde o início dos combates na Ucrânia, a China tem apelado ao respeito pela "integridade territorial de todos os países", incluindo a Ucrânia, e à atenção às "preocupações legítimas de todos os países", referindo-se à Rússia.

Pequim também procurou contrariar as críticas de que está a apoiar a Rússia na sua campanha na Ucrânia e apresentou um documento com 12 pontos sobre a disputa, que foi recebido com ceticismo pelo Ocidente, enquanto continua a aprofundar as suas trocas com Moscovo.

Uma das prioridades de Scholz, que termina hoje uma visita de três dias ao país asiático, foi sublinhar junto de Pequim a importância da China como mediadora em conflitos como a guerra na Ucrânia.



Leia Também: O Presidente da Ucrânia disse na segunda-feira no seu discurso à nação ter informações dos seus serviços de inteligência de que a Rússia tentará intensificar os seus ataques e ações ofensivas na frente nas próximas semanas e meses.  

A investigadora iraniana Ghoncheh Tazmini defendeu hoje que o Irão "não atacou Israel, apenas retaliou" e que Telavive deve parar por aqui para evitar uma escalada do conflito no Médio Oriente.

© Morteza Nikoubazl/NurPhoto via Getty Images
Por Lusa  16/04/24

 "Irão não atacou, retaliou" e cabe a Israel parar aqui, diz investigadora
A investigadora iraniana Ghoncheh Tazmini defendeu hoje que o Irão "não atacou Israel, apenas retaliou" e que Telavive deve parar por aqui para evitar uma escalada do conflito no Médio Oriente.


Em declarações à agência Lusa, Tazmini, diretora de Investigação no Instituto Ravand de Estudos Económicos e Internacionais e que vive atualmente entre Portugal, Canadá e Reino Unido (tem tripla nacionalidade -- iraniana, portuguesa e canadiana), sublinhou que a "natureza da retaliação" de Teerão foi "muito comedida, muito calibrada e muito coreografada".

"A razão é que o objetivo não era militar, era uma demonstração política do princípio de que o Irão pode defender-se, ou deve defender-se (...) e isso explica por que o Irão continuou a invocar o Artigo 51 da Carta das Nações Unidas, que este é um ato de autodefesa e que opera no âmbito do direito internacional", prosseguiu a escritora, investigadora e conferencista independente.

Para Tazmini, se a comunidade internacional, como a União Europeia (UE) ou os Estados Unidos, tivesse condenado ou incriminado o ataque de Israel ao consulado do Irão em Damasco (a 01 deste mês), "em violação flagrante dos regulamentos e convenções de direito internacional", o Irão "teria repensado melhor a retaliação, porque teria entendido que não estava indefeso".

Prova disso é o facto de países como a "Turquia e outros" terem sido "notificados" da intenção de Teerão 72 horas antes, segundo a diretora de Investigação no Instituto Ravand de Estudos Económicos e Internacionais -- o primeiro grupo de reflexão iraniano independente, apartidário, privado, e não-governamental que se dedica a questões políticas importantes para o Irão.

Tal permitiu, sustentou, que Israel se preparasse para intercetar os 'drones' (aeronaves não tripuladas) e os mísseis balísticos e de cruzeiro, "o que sugere" que a ideia não era infligir danos cinéticos, mas sublinhar que o Irão tem o direito defender-se quando se encontra indefeso, após não haver incriminação do ato de agressão de Israel.

"A outra coisa é o facto de não ter havido vítimas civis, e essa não era a intenção, é uma prova disso", sublinhou a autora do livro "Power Couple -- Russian-Iranian Alignment In The Middle East", publicado já este ano no Reino Unido.

Nesse sentido, Tazmini lembrou as reuniões de emergência tidas sobretudo no Conselho de Segurança da ONU, cujo secretário-geral, António Guterres, afirmou "de forma inequívoca" que é altura de evitar ações que possam levar a uma escalada de um confronto militar sob múltiplas formas no Médio Oriente.

"Penso que o mundo está a perceber que isto pode resultar em algo enorme e que, claro, ninguém pode dizer: 'Israel, recue e não faça nada'. Mas penso que o facto de [o chefe da diplomacia britânica] David Cameron ter dito muito claramente que o ataque de Teerão foi uma dupla derrota e que não conseguiu infligir danos a Israel e que é uma influência maligna, pelo que não faz sentido realmente escalar é, de certa forma, dizer a Israel, 'está tudo bem, isso foi um fracasso para o Irão, não há necessidade de retaliar, não há necessidade de fazer disso uma retaliação, vamos recuar'", argumentou.

"Acho que essa é a mensagem. Penso que o potencial para que esta situação se transforme em algo de grande alcance, com consequências de longo alcance, serviu de impulso para vozes mais altas e vociferantes nos meios de comunicação social, nas organizações internacionais, e nas declarações feitas por funcionários de que precisamos de nos conter, precisamos de ser prudentes, precisamos de nos afastar da beira da destruição regional que tem implicações globais", acrescentou.

Para a também licenciada em Relações Interacionais pela Universidade de British Columbia e pela London School of Economics, de Londres, doutorada na mesma temática pela Universidade de Kent, a "tendência terá de passar por um abrandamento da escalada" e tentar levar Israel a diminuir a tensão e a "empacotar tudo" como Cameron defendeu.

"Isto é, encarar tudo como um fracasso. Com é um fracasso, não há necessidade de responder precisamente por ser um fracasso. Acho que este tipo de embalagem do cenário é, de certa forma, uma mensagem para Israel: 'Israel, vocês não perderam nada, então vamos evitar uma nova escalada, vamos deixar as coisas como estão e concluir esse capítulo'. Acho que esse é o sinal, essa será a trajetória futura", afirmou.

"É uma situação muito complexa, por isso gostaria de pensar em todos os ângulos", frisou Tazmini.



Leia Também: Ameaças e contradições. Em que ponto está a tensão entre Israel e o Irão?  

Guiné-Bissau: UDEMU disse que a atualização dos cadernos eleitorais viola a lei aprovada pela ANP

Por Rádio Capital Fm

Bissau - (16.04.2024) - A União Democrática das Mulheres (UDEMU) diz registar "inúmeras irregularidades" na atualização dos cadernos eleitorais em curso que violam a lei aprovada pela Assembleia Nacional Popular (ANP). 

Entre alegadas irregularidades apontadas, a organização das mulheres do PAIGC, que diz estar a acompanhar com preocupação o processo, começou por indicar "a exclusão dos quadros com experiência em estruturas chaves como a Comissão dos 5 e Supervisão".

Em comunicado à imprensa, datado de 8 de abril deste ano, na posse da Capital FM, a UDEMU disse que as operações iniciaram fora dos prazos estabelecidos por lei, associados à insuficiência dos brigadistas e kits de atualização. 

A UDEMU critica ainda "a não inclusão dos partidos políticos nos preparativos e execução das atividades.

"A fraca campanha de comunicação e sensibilização" foi outra preocupação levantada pela estrutura feminina do PAIGC, acrescentando que esses problemas possam colocar em causa a transparência do processo.

O secretariado Geral da UDEMU exige, por isso, do Gabinete Técnico do Processo Eleitoral (GTAPE) "a tomada de medidas correctivas visando sanar as irregularidades ora mencionadas".

"Outrossim, o Secretariado Geral da UDEMU subscreve na íntegra a decisão da direção superior do PAIGC, segundo a qual, o registo no processo de atualização deve ser efetuado na perspetiva da participação dos militantes e simpatizantes nas eleições presidenciais de outubro ou novembro de 2024" lê-se ainda no mesmo comunicado. 

Por: Gil Fernando Gomes

A Rede Oeste Africana Para Edificação de Paz na Guiné-Bissau [WANEP-GB] manisfesta-se preocupada com a onda de violência nos últimos tempos no país.

Por: Júlio Honório Bedam  Rádio Capital Fm   16.04.2024

O Presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, recebeu em audiência a Ordem dos Médicos, para encontrar uma solução para o impasse pós-eleitoral, após a renúncia do vencedor do último congresso.

Após a intervenção do chefe de Estado, decidiu-se criar uma comissão de seguimento para negociar e preparar um novo congresso para eleger os órgãos sociais da Ordem dos Médicos e o novo bastonário.

 Presidência da República da Guiné-Bissau

Dr Abdu Mane: Para muitos guineenses, o Medo, tornou-se o pão nosso de cada dia outra vez ...o medo de ser escutado e gravado telefonicamente tomou conta do País....

By: Dr Abdu Mane                                                   Líder do Grupo Parlamentar de MADEM.G15

"Em que estou à pensar? Na nossa memória colectiva, a trauma da P.I.D.E./ D.G.S. É que nos tempos ido da era colonial (tempo do tuga), existia a Policia Internacional da Defesa do Estado, que escutava e gravava as pessoas por tudo e por nada, creio que hoje, 50 anos depois, voltamos a esses tempos, faz pena, a nostalgia política tomou conta de mim, a pide, prendia arbitrariamente muita gente, espancava e matava muita gente na base de mentiras, escutas e  gravações indevidas sem autorização judicial, nalguns casos, era com a base nas testemunhas de ouvi dizer....

Para muitos guineenses, o Medo, tornou-se o pão nosso de cada dia outra vez ...o medo de ser escutado e gravado telefonicamente tomou conta do País....o vizinho, o amigo, o primo, o Camarada do Partido, escuta, grava e leva....em contrpartida, tem boa colocação, viaja para estrangeiro, é promovido e consegue benesses politico à custa da trauma e tragédia do ex-amigo e mesmo assim, sente-se honrado no novo posto e carro de topo de gama..o absurdo e escândalo da falta de higiene política, tomou a conta da gente que, supostamente, menos se esperava, afinal, vale tudo até tirar olhos, vale tudo, até humilhar e tirar dignidade a outrem,  porque compensa....

A gravaçao e a escuta telefónica sem consentimento da vítima,  além da tamanha falta de educação, é uma violência a nossa memória colectiva, é crime civilizacional, existencial, começou outra vez, não sabemos até aonde vai parar....os filósofos e politólogos já diziam...."não ordenes o que não poderás controlar depois"....por isso, temos que superar o medo quando falamos ao telefone com os nossos pais, as nossas irmãs e irmãos, aos amigos do peito e aos camaradas do nosso grande partido, e aos camaradas, de outros grandes partidos que não são nossos inimigos, são apenas e tão só adversários políticos... "

Irão alerta que responderá "em segundos" a possível retaliação israelita

© Nir Keidar/Anadolu via Getty Images
Por Lusa   16/04/24

As autoridades iranianas alertaram hoje que responderão "em segundos" com "armas não utilizadas até agora" a uma possível retaliação de Israel ao ataque iraniano de sábado com 'drones' e mísseis.
Irão alerta que responderá "em segundos" a possível retaliação israelita

"Os sionistas devem saber que desta vez não terão 12 dias e a resposta que receberão não será em horas ou dias. Será dada em segundos",
disse o vice-ministro dos Negócios Estrangeiros e principal negociador nuclear do Irão, numa entrevista à televisão estatal.

Ali Bagheri Kani referia-se a uma possível retaliação israelita contra o ataque do Irão no sábado, que também foi uma resposta ao atentado bombista ao consulado iraniano em Damasco, no dia 1 de abril.

Por sua vez, o porta-voz da Comissão de Segurança Nacional do Parlamento iraniano, Abolfazl Amouei, afirmou que o ataque de sábado não utilizou "poder significativo" e que os iranianos estão prontos para usar novas armas.

"Estamos prontos para usar armas não utilizadas até agora. Temos planos para todos os cenários", disse Amouei, segundo a agência Mehr.

Na segunda-feira, o Chefe do Estado-Maior do Exército de Israel, Herzi Halevi, disse que haverá uma "resposta" israelita ao ataque iraniano, mas não acrescentou mais detalhes.

Na noite de sábado, o Irão atacou Israel com cerca de 300 drones e mísseis, a grande maioria dos quais foi intercetada fora do espaço aéreo israelita, como resposta ao bombardeamento do consulado iraniano na Síria, atribuído a Israel, que destruiu o edifício e causou 13 mortos, incluindo dois generais iranianos.

O ataque sem precedentes do Irão a Israel, que provocou ferimentos graves numa pessoa e ligeiros noutras oito, suscitou fortes condenações em todo o mundo e apelos à contenção.


Leia Também: Israel promete retaliar o Irão, no entanto não se sabe quando e em que moldes é que esse ataque irá acontecer.  


Leia Também: EUA negam que Irão tenha dado "aviso prévio" sobre ataque contra Israel  

Descoberto "perto" da Terra o buraco negro estelar mais massivo da Via Láctea

Os astrónomos descobriram o buraco negro estelar mais massivo da nossa galáxia graças ao movimento de oscilação que este objeto induz na sua estrela companheira. A ilustração mostra as órbitas da estrela e do buraco negro, designado Gaia BH3.ESO/L. Calçada
Por sicnoticias.pt  16/04/2024

Os astrónomos identificaram o buraco negro estelar mais massivo na Via Láctea a “apenas” 2 mil anos-luz da Terra.
Foi descoberto o buraco negro estelar mais massivo alguma vez identificado na Via Láctea, chamado Gaia BH3 ou BH3, anunciou hoje o Observatório Europeu do Sul (ESO).

Este buraco negro foi encontrado a uma distância relativamente próxima da Terra, a apenas 2 mil anos-luz de distância, na constelação de Águia, tornando-o o segundo buraco negro mais próximo da Terra que conhecemos.

A descoberta foi feita através de dados da missão Gaia da Agência Espacial Europeia, que revelaram um movimento peculiar de "oscilação" da estrela companheira que orbita o buraco negro.

Foram utilizados dados do Very Large Telescope (VLT) do Observatório Europeu do Sul (ESO) e de outros observatórios terrestres para calcular que a massa deste buraco negro é 33 vezes superior à do Sol. Os buracos negros anteriormente identificados na Via Láctea são, em média, cerca de 10 vezes mais massivos que o Sol.

    “Ninguém estava à espera de encontrar um buraco negro de grande massa nas proximidades do Sol, que não tivesse sido ainda detetado”.

Revela o astrónomo da missão Gaia, Pasquale Panuzzo, do Observatório de Paris, do Centro Nacional de Investigação Científica (CNRS) francês, sobre a descoberta publicada hoje na revista da especialidade Astronomy & Astrophysics.

    "Este é o tipo de descoberta que se faz uma vez na vida”.


Buracos negros estelares e supermassivos

Os buracos negros estelares formam-se a partir do colapso de estrelas de grande massa.

O buraco negro estelar mais massivo que conhecíamos na nossa Galáxia, Cygnus X-1, a 6 mil anos-luz da Terra, atinge apenas 21 massas solares. Gaia BH3 tem uma massa 33 vezes superior à do Sol.

Sagitário A* (Sgr A* - pronuncia-se Sagitário A-estrela) é o buraco negro supermassivo que está no cento da nossa galáxia, na constelação de Sagitário e localizado a 27.000 anos-luz da Terra, no coração de nossa galáxia. Foi observado na década de 1990 e a sua presença foi comprovada em imagens em 2022.

Esta imagem artística compara três buracos negros estelares da nossa Galáxia: Gaia BH1, Cygnus X-1 e Gaia BH3, cujas massas são 10, 21 e 33 vezes superiores à do Sol, respetivamente. Os raios dos buracos negros são diretamente proporcionais às suas massas, mas note-se que os buracos negros propriamente ditos não foram diretamente fotografados. ESO/M. Kornmesser

Gaia BH3, ou BH3, foi encontrado quando a equipa analisava as observações da missão Gaia e preparava uma futura publicação dos dados.

    "Resolvemos publicar este artigo com base em dados preliminares a título excecional antes da divulgação completa dos dados Gaia, devido à natureza única desta descoberta", explica a coautora Elisabetta Caffau e astrónoma de Gaia do CNRS Observatoire de Paris.

A disponibilização antecipada dos dados permitirá que outros astrónomos comecem a estudar este buraco negro desde já, sem esperar pela publicação dos dados completos, prevista para finais de 2025, na melhor das hipóteses.

Outras observações deste sistema poderão revelar mais sobre a sua história e sobre o próprio buraco negro. O instrumento GRAVITY montado no Interferómetro do VLT do ESO poderá ajudar os astrónomos a compreender melhor este objeto, investigando, por exemplo, se este buraco negro está a atrair matéria da sua vizinhança, explica o ESO.

Esta imagem de grande angular mostra a área do céu que rodeia Gaia BH3, o buraco negro estelar mais massivo encontrado na nossa Galáxia até à data. O buraco negro propriamente dito não é visível, mas a estrela que o orbita pode ser vista mesmo no centro desta imagem, criada a partir de fotografias do Digitized Sky Survey 2.
ESO/Digitized Sky Survey 2. Acknowledgement: D. De Martin.

 

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O mundo vive atualmente, pela segunda vez em dez anos, um episódio em massa de branqueamento de corais devido às temperaturas recordes dos oceanos, alertou esta segunda-feira a agência norte-americana de observação oceânica e atmosférica (NOAA).

© DAVID GRAY/AFP via Getty Images
Por Lusa  16/04/24
 Branqueamento de corais? Mundo está a passar por outro episódio em massa
O mundo vive atualmente, pela segunda vez em dez anos, um episódio em massa de branqueamento de corais devido às temperaturas recordes dos oceanos, alertou esta segunda-feira a agência norte-americana de observação oceânica e atmosférica (NOAA).


Este declínio ameaça a sobrevivência dos recifes de coral em todo o mundo, incluindo a Grande Barreira de Corais, perto da Austrália.

"À medida que os oceanos continuam a aquecer, o branqueamento dos corais torna-se mais frequente e severo", alertou Derek Manzello, coordenador do Observatório de Recifes de Coral da NOAA.

Ligado ao aumento da temperatura da água, este processo que resulta na descoloração pode levar à morte destes organismos vivos em caso de exposição prolongada ou severa ao stress térmico.

Mas o fenómeno pode ser reversível: os corais afetados podem sobreviver se as temperaturas baixarem e outros fatores de stress, como a pesca excessiva ou a poluição, forem reduzidos.

O atual episódio de branqueamento é o quarto registado pela NOAA desde 1985. Os anteriores foram observados em 1998, 2010 e 2016.

"A escala e a gravidade do branqueamento em massa dos corais são uma prova clara dos efeitos nocivos das alterações climáticas hoje", apontou Pepe Clarke, da organização não-governamental (ONG) ambiental WWF.

A NOAA estima que o planeta já perdeu 30 a 50% dos seus recifes de coral e que estes poderão, sem grandes alterações, desaparecer completamente até ao final do século.

A temperatura dos oceanos, que desempenham um papel fundamental na regulação do clima global, atingiu um novo recorde absoluto em março, com uma média de 21,07°C medida na superfície, excluindo áreas próximas dos polos, segundo o Observatório Europeu Copernicus.

As colónias de corais são compostas por pequenas criaturas chamadas pólipos, que produzem um exoesqueleto de calcário. As ondas de calor matam os animais simplesmente pelo excesso de calor ou pela expulsão dos seus corpos das algas que lhes fornecem nutrientes: isto é o branqueamento dos corais.

"De fevereiro de 2023 a abril de 2024, foi observado um branqueamento significativo de corais nos hemisférios norte e sul de cada grande bacia oceânica", vincou Derek Manzello da NOAA.

Tais fenómenos foram observados desde o início de 2023 na Florida (sul dos Estados Unidos), nas Caraíbas, no Brasil e até no Pacífico tropical oriental.

O mar Vermelho e o Pacífico Sul também são fortemente afetados, assim como a Grande Barreira de Corais ao largo da costa da Austrália. Este recife de coral, o maior do mundo e o único visível do espaço, está a sofrer um processo de "branqueamento em massa", anunciaram as autoridades australianas no início de março.

As consequências de tais fenómenos são múltiplas: afetam os ecossistemas oceânicos, mas também as populações humanas, impactando a sua segurança alimentar e as economias locais, particularmente o turismo.

Segundo a WWF, cerca de 850 milhões de pessoas em todo o mundo dependem dos recifes de coral para a sua alimentação, o seu trabalho e até mesmo para a proteção das costas.

Desempenham também um papel importante nos ecossistemas marinhos, onde mais de um quarto das espécies marinhas fixaram residência.

Os recifes de coral constituem assim "um exemplo visual e contemporâneo do que está em jogo com cada fração de grau de aquecimento", sublinhou Pepe Clarke da WWF.



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