terça-feira, 30 de agosto de 2022

ONU: Conselho de Segurança renova regime de sanções ao Mali por mais um ano

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Por LUSA  30/08/22 

O Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) renovou, esta terça-feira, por 15 votos a favor, um conjunto de sanções sobre o Mali, que prevê o congelamento de bens e proibições de viagens até 31 de agosto de 2023.

Aprovado por unanimidade com 15 votos a favor dos Estados-membros, o projeto de resolução esta terça-feira votado estende ainda o mandato do Painel de Peritos do Mali até 30 de setembro de 2023.

As sanções da ONU ao Mali, que contemplam proibições de viagens e o congelamento de bens a indivíduos e entidades ligados a violações do acordo de paz e ataques armados, foram criadas e aprovadas pela primeira vez em 2017 e têm sido renovadas todos os anos.

Além de estender o regime de sanções, o projeto de resolução - que este ano partiu da França e do México - lamenta que o comité que monitoriza a implementação do Acordo de Paz e Reconciliação do Mali de 2015 não se tenha reunido desde outubro de 2021, e manifesta a "impaciência significativa com as partes" pelos persistentes atrasos na sua implementação.

Conforme o painel de peritos do Mali observou no seu relatório final, publicado no início deste mês, a implementação do acordo de paz pelo Governo e grupos separatistas étnicos tuaregues "estava paralisada, com nenhum dos mecanismos de implementação a funcionar".

Pela primeira vez desde julho de 2017, o relatório expressa preocupação com a ameaça de confronto entre as partes, observando que continuam a aumentar a sua força militar.

Em 29 de junho, o Conselho de Segurança já havia adotado uma resolução estendendo o mandato da Missão de Estabilização Integrada Multidimensional das Nações Unidas no Mali (MINUSMA) até 30 de junho de 2023.

Essa resolução manteve as prioridades estratégicas da missão para apoiar a implementação do Acordo de Paz e Reconciliação do Mali de 2015, a transição política e os esforços para estabilizar o centro do Mali.

Apelou ainda à cessação de todas as restrições à liberdade de movimento da MINUSMA e expressou sérias preocupações sobre repetidas e crescentes alegações de violações do direito internacional dos direitos humanos e do direito internacional humanitário pelas forças de defesa e segurança malianas.

Contudo, essa foi a primeira vez que o Conselho de Segurança aprovou a renovação do mandato da MINUSMA sem unanimidade, uma vez que a China e a Rússia se abstiveram. Os dois países citaram preocupações com a "linguagem intrusiva" da resolução sobre direitos humanos e a ênfase excessiva colocada no mandato de direitos humanos da MINUSMA.

Na votação desta terça-feira, China e Rússia integraram a lista de 15 Estados-membros que aprovaram a renovação das sanções.


Morre Mikhail Gorbachev, o "reformador soviético" que pôs fim à guerra fria

Mikhail Gorbachev, antigo líder soviético (Foto de Arquivo)

VOA Português  Agosto 30, 2022

MOSCOVO — Mikhail Gorbachev, o último líder da antiga União Soviética e responsável pelo início do fim da “guerra fria”, faleceu nesta terça-feira, 30, na Rússia, aos 91 anos de idade.

“Mikhail Sergeevich Gorbachev morreu esta noite após uma doença grave e prolongada”, informou em comunicado o Hospital Clínico Central da Academia Russa de Ciências.

O então secrétario-geral do Partido Comunista da União Sociética deu início à conhecida Perestroika, um conjunto de reformas que não só deitou abaixo o regime comunista como acabou com a chamada "Cortina de Ferro", integrada pelos países sob domínio da antiga União das Repúblicas Socialistas Soviéticas.

Mikhail Sergeyevich Gorbachev nasceu, a 2 de Março de 1931, em Stravropol, na Rússia, filho de uma família de imigrantes russo-ucranianos.

Ele perdeu duas irmãs e um tio durante um período de fome no país, em 1933, e os pais agricultores tiveram a sua ajuda durante a adolescência.

Em 1955, licenciou-se em direito, na Universidade de Moscovo, em 1955, e alargou a formação académica, em 1967, quando completou o curso de economia agrícola.

Glasnost

Ainda na universidade, entrou para o Partido Comunista, tendo sido nomeado chefe de departamento em 1963 e, em 1970, primeiro-secretário do Stavropol Kraikom.

A entrada no poderoso comité central do Partido Comunista aconteceu em 1971, e em 1979 foi promovido ao Politburo, a maior autoridade da União Soviética.

FILE - U.S. President Ronald Reagan, right, and Soviet President Mikhail Gorbachev signing the Intermediate-Range Nuclear Forces treaty at the White House, Washington, on Dec. 8 1987.

Em 1985, após a morte de Konstantin Chemenko, Mikhail Gorbachev foi eleito secretário-geral do Politburo.

No ano seguinte, o novo líder anunciou uma série de reformas que visavam revitalizar a União Soviética, com a "glasnost", que significava abertura e "perestroika", reestruturação, a servir de motor às reformas que colocaram fim ao comunismo na Rússia.

"Vejo-me como um homem que iniciou as reformas necessárias para o país, para a Europa e para o mundo", disse o antigo líder à AP numa entrevista em 1992, pouco.

Nobel da Paz

Gorbachev contou que "muitas vezes perguntam-me se teria começado tudo de novo se tivesse que repetir. Sim, de facto. E com mais persistência e determinação", explicou.

Os russos culparam-no pela desintegração da União Soviética em 1991 - uma superpotência que se dividiu em 15 nações e foi considerado pelos saudosistas do comunistmo o bode expiatório para os problemas do país.

Em 1990, recebeu o Prémio Nobel da Paz pelo seu papel no fim da Guerra Fria, nomeadamente a queda do muro de Berlim, em 1989, os acordos celebrados para redução de armas com os Estados Unidos da América (EUA) e parcerias com potências ocidentais para remover a Cortina de Ferro que dividia a Europa desde a Segunda Guerra Mundial e promover a reunificação da Alemanha.


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Notícias ao Minuto 30/08/22

O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, disse, esta terça-feira, que "o mundo perdeu um líder global imponente, multilateralista comprometido e defensor incansável da paz" com a morte do último presidente da União Soviética Mikhail Gorbachev.

Fiquei profundamente triste ao saber da morte de Mikhail Gorbachev, um estadista único que mudou o curso da história. Ele fez mais do que qualquer outro indivíduo para trazer o fim pacífico da Guerra Fria", sublinhou o diplomata português, citado em nota de imprensa.

Para o responsável das Nações Unidas, o "mundo perdeu um líder global imponente, multilateralista comprometido e defensor incansável da paz".

António Guterres, que apresentou em nome da ONU as condolências "à família, ao povo e ao governo da Federação Russa", recordou as palavras de Gorbachev quando este recebeu o Prémio Nobel da Paz em 1990 e observou que a "paz não é unidade na semelhança, mas unidade na diversidade".

"[Gorbachev] Colocou em prática essa visão vital ao seguir o caminho da negociação, reforma, transparência e desarmamento", salientou.

O líder da ONU referiu também que nos últimos anos o ex-líder da URSS "abraçou um novo desafio" importante para o bem-estar da humanidade, ao fundar a Green Cross International, de "criar um futuro sustentável cultivando relações harmoniosas entre os seres humanos e o meio ambiente".

O ex-líder da União Soviética Mikhail Gorbachev morreu esta terça-feira aos 91 anos, adiantaram as agências de notícias russas.

Tass, RIA Novosti e Interfax citaram o Hospital Clínico Central.

O gabinete de Gorbachev havia dito que o ex-chefe de Estado estava em tratamento no hospital.

Segundo as informações iniciais, Mikhail Gorbachev será enterrado no cemitério Novodevichy, em Moscovo, onde se encontram os restos mortais de figuras importantes da história russa, assim como o túmulo da sua esposa, Raísa.

O último presidente da União Soviética vivia longe dos holofotes dos 'media' há anos, devido a problemas de saúde

Como último líder da União Soviética, Mikhail Gorbachev travou uma batalha perdida para salvar um império fragilizado, mas produziu reformas extraordinárias que levaram ao fim da Guerra Fria.

O antigo secretário-geral do Partido Comunista da União Soviética (PCUS), entre 1985 e 1991, desencadeou uma série de mudança que resultaram no colapso do Estado soviético autoritário, na libertação das nações do Leste Europeu do domínio russo e no fim de décadas de confronto nuclear Leste-Oeste.

Gorbachev ganhou o Prémio Nobel da Paz em 1990 pelo seu papel no fim da Guerra Fria e passou os seus últimos anos a colecionar elogios e honras em todo o mundo, contrariando a visão da Rússia, onde era - e é - desprezado. 

Política: Lider do PAIGC promete traduzir o exemplo de vida de Manuel dos Santos em objeto de estudo para futuras gerações


Bissau, 30 Ago 22 (ANG) – O Presidente do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde prometeu traduzir o exemplo de vida de Manuel dos Santos(Manecas) em objeto de  estudo para as futuras gerações.

“É para que as futuras gerações possam saber que existem pessoas que em vida ensinaram as pessoas quais os caminhos a seguir para ser verdadeiros combatentes  libertadores da pátria tal como dizia Amilcar Cabral”, disse Domingos Simões Pereira(DSP),  esta terça-feira, na cerimónia de homenagem ao Manuel dos Santos(Manecas), por ocasião da celabração dos seus 80 anos de idade.

 “É uma honra e privilégio  dirigir uma palavra neste momento em que estamos a celebrar octagéssimo aniversário do nosso camarada Comandante Manecas, para falar de pessoas com estatura dele e que exige algum estatuto e acho que ainda não tenho esse estatuto”, disse Simões Pereira.

O presidente dos libertadores sublinhou que, para fazer este reconhecimento vai pedir emprestado o testemunho dos camaradas que na sua opinião têm estatuto para falar do Manuel Santos, nomeadamente Alanso Cassamá.

Segundo o líder do PAIGC,  se existe alguém que merece receber o nome de Combatente da Liberdade de Pátria essa pessoa é o comandante Manuel Santos Manecas por estar  sempre determinado a colocar sua vida à dispor do partido e ao serviço da Nação.

O líder do PAIGC fez questão de  citar uma carta de  Amilcar Cabral  dirigida ao  Victor Freire Monteiro, na qual,  no  terceiro parágrafo, Cabral dizia ... “só há dois tipos de homens, os que preocupam pelo seu bem estar e conforto e os que decidem assumir uma missão e que a escolha pertence ao povo”.

Acrescentou que, existem pessoas que são como flores que não existem por suas belezas, mas sim para embelezar a vida das outras pessoas, frisando que é assim que vejam o Manuel dos Santos.

“Não podiamos falar do comandante Manecas, enquanto combatente de liberdade de pátria, o conhecemos no periodo da governação e se existe um testemunho que pode encaixar naquilo que Manecas represenrta, porque é um homem sem complexos e foi dos primeiros promotores dos jovens quadros da Guiné-Bissau, quando se fala do Ansumane Mané, Issuf Sanhá, Bernardino Cardoso, Bartormeu Pereira e outros, que foram promovidos por camarada Manuel Santos Manecas”, referiu.

Por sua vez, o homenageado Manuel Santos, Manecas, agradeceu o gesto e diz ser  um simples homem que viveu sua vida, no seu tempo  de acordo com a sua consciência, e que lutou pela liberdade do seu povo e prometeu fazê-la até o dia em que mais não pode .

Presentes na homenagem estiveram familiares de Manuel dos Santos, militantes  e dirigentes do PAIGC. 

ANG/MI/ÂC//SG 

“SEM O PAIGC NAS PRÓXIMAS ELEIÇÕES, NÃO HAVERÁ PAZ NO PAÍS”, BOTCHÉ CANDÉ

By Rádio Jovem  Agosto 30, 2022

O Presidente do Partido dos Trabalhadores d Guiné (PTG), Botché Candé, afirmou hoje em Bissau que sem a participação do PAIGC nas próximas eleições marcadas para o mês de dezembro, não haverá a paz no país.

@Rádio Jovem Bissau | LÍDER DO PTG, FAZ BALANÇO DA SUA VIAGEM AO PORTUGAL

O líder do PTG falava aos jornalistas perante militantes na sede nacional do partido à margem da sua chegada de Portugal, onde esteve em contato com aliados do partido. Candé demarcou-se de um suposto envolvimento seu no impedimento da realização do Xº Congresso dos libertadores como Ministro do Interior, justificando que “acatou” simplesmente as ordens judiciais em colocar policiais no local onde devia decorrer a reunião magna do PAIGC.

Botché Candé diz ter dúvidas se na verdade o líder do PAIGC, Domingos Simões Pereira, seja um engenheiro, por desconhecer que o Ministro de Interior não tem poder de impedir a realização do congresso do seu partido.

“Se o PAIGC não participar nas próximas eleições legislativas, não haverá a Paz no país. Que Deus nos ajude para que o PAIGC realize o seu congresso, para podermos encontrar no “terreno” e sermos julgados pelo povo, assim saberemos quem será vencedor”, apelou Candé.

“Tenho dúvidas se os militantes do PAIGC são letrados. Com juízes, doutores e engenheiros e não percebem que o Ministro do Interior não podia atuar sem juízes, por isso tenho dúvidas se o meu mais novo seja um engenheiro”.

Segundo Botché Candé, pela capacidade de Domingos Simões Pereira, não podia permitir a referida acusação contra sua pessoa. Motivo pelo qual solicitou à juventude do seu partido para darem aulas aos militantes do partido dos libertadores, porque segundo ele, não estão preparados.

Fazendo balanço da sua viagem a Portugal, na qual esteve durante 10 dias, Candé disse que foi garantido pelos emigrantes guineenses que os próximos deputados da diáspora serão do seu partido, onde agradeceu pela receção.

O PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU FOI RECEBIDO COM AS DEVIDAS HONRAS PELO PRESIDENTE DA REPÚBLICA ARGELINA DEMOCRÁTICA E POPULAR, ABDELMAJID TEBBOUNE E POR MEMBROS DO GOVERNO ARGELINO.



 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló





Oficialmente este país amigo é a República Argelina Democrática e Popular, está situado na África do Norte que faz parte do Magrebe. Sua capital é Argel, no norte do país, sendo a cidade mais populosa na costa do Mediterrâneo. Com uma superfície de 2 381 741 km², é o maior país da bacia do Mediterrâneo e o mais extenso de todo continente africano, após a divisão entre o Sudão e o Sudão do Sul. Partilha suas fronteiras terrestres ao nordeste com a Tunísia, a leste com a Líbia, ao sul com o Níger e o Mali, a sudoeste com a Mauritânia e o território contestado do Saara Ocidental, e ao oeste com Marrocos.

A nação possui uma rica história, tendo conhecido muitos impérios e dinastias, incluindo os antigos númidas, fenícios, romanos, vândalos, bizantinos, omíadas, abássidas, idríssidas, aglábidas, rustamidas, fatímidas, ziridas, hamádidas, almorávidas, almóadas, otomanos e o império colonial francês. Berberes são geralmente considerados os primeiros habitantes da Argélia. Após a conquista árabe do Norte da África, a maioria dos habitantes nativos foram arabizados. Assim, embora a maioria dos argelinos são berberes na origem, se identificam na identidade árabe. No geral, argelinos são uma mistura de berberes com alguns elementos adicionais de árabes, turcos, africanos subsarianos e andaluzes (muçulmanos ibéricos emigraram após a Reconquista).

A Argélia é tida como uma potência regional e média. O país fornece grandes quantidades de gás natural para a Europa, e as exportações de energia são um dos principais contribuintes na economia argelina. De acordo com a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), a Argélia tem a 17ª maior reserva de petróleo do mundo e a segunda maior da África, ao mesmo tempo que tem a 9ª maior reserva de gás natural no mundo. Sonatrach, a empresa nacional de petróleo, é a maior empresa na África. A Argélia tem uma das maiores forças armadas na África e um dos maiores orçamentos de defesa no continente. A maioria das armas da Argélia são importadas da Rússia, com quem eles mantém uma aliança próxima.

O país é membro da Organização das Nações Unidas (ONU), da União Africana (UA) e da Liga Árabe praticamente depois de sua independência, em 1962, e integra a Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) desde 1969. Em fevereiro de 1989, a Argélia participou com os outros estados magrebinos, para a criação da União do Maghreb Árabe. A Constituição argelina define "o islã, os árabes e os berberes" como "componentes fundamentais" da identidade do povo argelino, e o país como "terra do islã, parte integrante do Grande Magreb, do Mediterrâneo e da África".

Eleições legislativas: PRS REÚNE COMISSÃO POLÍTICA PARA ESCOLHER CABEÇA DE LISTA

 JORNAL ODEMOCRATA  30/08/2022  

A Comissão Política Nacional do Partido da Renovação Social (PRS), órgão máximo dos “renovadores” entre congressos, reúne-se esta quarta-feira, 31 de agosto de 2022, num dos hotéis de Bissau para escolher o cabeça-de-lista nas próximas eleições legislativas agendadas para 18 de dezembro próximo.

O Democrata apurou que perfilam cinco pretendentes a candidato ao lugar por inerência deixado pelo Presidente do PRS, Alberto Nambeia, nomeadamente: Florentino Mendes Pereira, Dionísio Kabi, Faustino Fudut Imbali, Mónica Buaró da Costa e Ribana Nquek.Uma fonte da direção do partido disse a O Democrata que o líder do PRS, Alberto Nambeia, encontra-se há quase duas semanas na Guiné- Bissau, mas não participará da reunião desta quarta-feira que será presidida pelo presidente em exercício do partido, Fernando Dias.

Apesar de haver cinco candidatos, mas uma fonte contactada junto da direção, diz que na verdade terão três candidatos que irão concorrer ao cabeça de lista do partido do milho e arroz para as legislativas. A fonte avança que os três candidatos dispostos a disputar nas primeiras do partido, são: 

Florentino Mendes Pereira, Dionísio Kabi e o antigo primeiro-ministro, Faustino Fudut Imbali.

A fonte precisou que não há consenso entre os membros do presidium, assim como a nível dos conselheiros do presidente do partido, pelo que nem sequer houve a indicação de voto. 

A comissão política do PRS é o órgão máximo entre congressos do partido, e é composta por 276 membros.

Por: Tiago Seide

UE doa cinco milhões de comprimidos para proteger ucranianos de radiação

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Por LUSA  30/08/22 

A União Europeia (UE) vai doar cinco milhões de comprimidos de iodeto de potássio para proteger os ucranianos da potencial exposição à radiação, numa altura em que a central nuclear ucraniana de Zaporijia está ocupada por forças russas.

Em comunicado hoje divulgado, a Comissão Europeia aponta que, na passada sexta-feira, "a UE recebeu do governo da Ucrânia uma solicitação [para envio] de comprimidos de iodeto de potássio como medida preventiva de segurança para aumentar o nível de proteção em torno da central nuclear de Zaporijia".

Respondendo a tal solicitação, "o Centro Europeu de Coordenação de Resposta mobilizou rapidamente 5,5 milhões de medicamentos de iodeto de potássio através do Mecanismo de Proteção Civil da UE para a Ucrânia, incluindo cinco milhões das reservas de emergência e 500.000 da Áustria", precisa o executivo comunitário.

O apoio tem um valor financeiro de mais de 500 mil euros e será entregue à Ucrânia a partir das instalações logísticas instaladas na Alemanha.

A ideia é que comprimidos de iodeto de potássio sejam "utilizados em cenários limitados para evitar que o iodo radioativo inalado ou engolido fosse absorvido pela tiroide", adianta a Comissão Europeia.

Citado pela nota, o comissário europeu da Gestão de Crises, Janez Lenarcic, vinca que "nenhuma central nuclear deverá alguma vez ser utilizada como teatro de guerra".

"É inaceitável que vidas civis sejam postas em perigo. Toda a ação militar em torno da central nuclear de Zaporijia deve cessar imediatamente", apela o responsável.

Na segunda-feira, a Ucrânia e a Rússia voltaram a acusar-se mutuamente de ataques contra Zaporijia, no dia da partida de uma missão de peritos internacionais para a central nuclear ucraniana ocupada por forças russas.

As forças russas assumiram o controlo da central nuclear de Zaporijia, no sudeste da Ucrânia, cerca de duas semanas depois de terem invadido o país vizinho, em 24 de fevereiro.

Uma série de ataques nas últimas semanas, denunciados pelas duas partes como sendo da responsabilidade da outra, levaram ao receio de um acidente nuclear grave na central.

A Ucrânia tem quatro centrais nucleares em funcionamento, com um total de 15 reatores, seis dos quais na de Zaporijia.

O acidente nuclear mais grave de sempre ocorreu em solo ucraniano, em 1986, na central de Chernobyl, quando a Ucrânia fazia parte da antiga União Soviética.


GUERRA NA UCRÂNIA: Zelensky garante que russos serão "empurrados até à fronteira"... O presidente ucraniano reiterou estar confiante na contraofensiva do seu país.

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Notícias ao Minuto  30/08/22 

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que o seu exército irá "empurrar" os russos "até à fronteira". A declaração foi proferida no seu habitual discurso noturno, publicado na noite de segunda-feira, na rede social Telegram, e aqui citado pela Reuters.

Zelensky reiterou, a este propósito, estar confiante na contraofensiva ucraniana, que arrancou na segunda-feira em Kherson e Mykolaiv, e ecoou ainda o que já dissera sobre a retomada de territórios - com particular destaque para a Crimeira.

O chefe de Estado da Ucrânia deixou ainda um aviso aos russos, salientando que "a linha da fronteira não mudou" e que os "invasores sabem-no bem". E ameaçou: "Se querem sobreviver, então é altura do exército russo fugir. Voltem para casa".

Para os soldados russos que não puderem desobedecer a ordens e fugir, o presidente ucraniano garantiu que as autoridades do país deixarão "esses ocupantes renderem-se" e que irão "garantir o respeito por todas as normas das Convenções de Genebra". "Se não me ouvirem, terão de lidar com a nossa defesa, que não irá parar até liberar tudo o que pertence à Ucrânia", garantiu Zelensky.

De recordar que Oleksiy Arestovych, conselheiro presidencial de Zelensky, garantiu que as defesas russas tinham sido "quebradas em poucas horas", enquanto comentava a ofensiva ucraniana sobre a região de Kherson.

As forças ucranianas terão, no âmbito dessa ofensiva, bombardeado ferries que a Rússia estava a utilizar para abastecer uma faixa de território localizada na margem ocidental do rio Dnipro, na região de Kherson, acrescentou a mesma fonte.

Também o Ministério da Defesa britânico veio, entretanto, confirmar que as forças ucranianas tinham aumentado os seus ataques no sul do país, algo que estaria a perturbar o reabastecimento dos russos. 

Esta contraofensiva ucraniana surge após semanas de impasse numa guerra que, até ao momento, matou já 5.663 civis e feriu outros 8.055, segundo o mais recente balanço fornecido pela Organização das Nações Unidas (ONU).

De recordar que a Rússia invadiu a Ucrânia no dia 24 de Fevereiro, no âmbito daquilo a que chama uma "operação militar especial". O Kremlin continua, no entanto, a negar visar alvos civis com os seus ataques, embora os mesmos tenham devastado, até ao momento, várias cidades e vilas ucranianas.

NIGÉRIA: Há cerca de 14 mil crianças desaparecidas na Nigéria, diz a Cruz Vermelha

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Por LUSA  30/08/22 

Cerca de 14 mil crianças encontram-se desparecidas na Nigéria, mais de metade das 25 mil pessoas com paradeiro desconhecido no país, o mais afetado em todo o continente, que regista 64 mil desaparecidos, segundo a Cruz Vermelha Internacional.

"Infelizmente, as quase 14.000 crianças registadas não captam todo o alcance desta questão humanitária frequentemente negligenciada e trágica. Não há dúvida de que há mais crianças cujo destino permanece desconhecido", disse Yann Bonzon, chefe da delegação do Comité Internacional da Cruz Vermelha na Nigéria.

Estão atualmente ativos em todo o continente mais de 35 conflitos armados, na origem de deslocamentos forçados de largos milhares de pessoas em busca de segurança todos os anos.

Tais movimentos implicam frequentemente muitos riscos, incluindo o de desaparecimento. Os casos documentados de pessoas desaparecidas estão a aumentar, alerta o CICV, acrescentando que os números reais são muito mais elevados do que os inscritos nas estatísticas oficiais.

Durante a deslocação, as crianças enfrentam com frequência exploração, violência, angústia mental e desaparecimento, entre outros riscos. Muitas acabam por ficar sozinhas, sem notícias do paradeiro das famílias. O CICV tem mais de 5.200 casos documentados de crianças desacompanhadas em África.

"A implementação das políticas corretas pode salvar vidas e proteger migrantes e famílias de pessoas desaparecidas. Esta é uma questão de humanidade e dignidade humana", afirmou Patrick Youssef, diretor regional do CICV para África.

Entre janeiro e junho deste ano, o CICV e a Cruz Vermelha nigeriana ajudaram a juntar às respetivas famílias 31 crianças e jovens; as famílias de 377 pessoas receberam informações sobre o paradeiro ou destino dos entes queridos, e 146 famílias de pessoas desaparecidas receberam apoio psicossocial, económico, legal e administrativo através do Programa de Acompanhamento para Famílias dos Desaparecidos.


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Diretor regional da OMS no Pacífico afastado após acusações de racismo

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Por LUSA 30/08/22 

O diretor da Organização Mundial da Saúde (OMS) para a região do Pacífico Ocidental, Takeshi Kasai, foi afastado do cargo, segundo a Associated Press (AP), que noticiou em janeiro queixas de racismo contra o responsável da agência da ONU.

A AP cita "correspondência interna" da OMS que dá conta do afastamento de Takeshi Kasai. 

O afastamento ocorre meses depois de terem sido noticiados os resultados de uma investigação jornalística da AP que indicava que dezenas de funcionários do organismo na Ásia tinham sido alvo de alegados comportamentos racistas e de comportamentos considerados "pouco éticos" por parte de Kasai.

Segundo as acusações, os alegados comportamentos de Takeshi Kasai afetaram os esforços da OMS no continente asiático durante os piores momentos da pandemia de covid-19. 

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus disse hoje aos funcionários do organismo na região do Pacífico Ocidental que Kasai "se encontra de baixa", sem ter fornecido mais detalhes. 

Tedros disse que a vice-diretor-geral da OMS, Zsuzsanna Jakab, é esperado hoje na sede regional do organismo, em Manila, para garantir que "as coisas continuam a funcionar".  

Dois altos funcionários da OMS, que pediram anonimato, disseram à AP que Kasai se encontra na situação de "licença administrativa de longa duração", após investigações internas provocadas pelas notícias que davam conta das acusações de "má conduta".

Em comunicado, a OMS disse que não sabe quanto tempo Kasai vai estar afastado de funções e que as investigações vão continuar.

Kasai não comenta o afastamento, apesar de já ter negado anteriormente o uso de linguagem racista ou de ser responsável por comportamentos pouco profissionais.  

Em janeiro, a AP noticiou que mais de 30 membros da OMS, não identificados, na região do Pacífico Ocidental tinham enviado queixas queixas aos principais responsáveis pelo organismo alegando que Kasai era responsável pelo "ambiente tóxico" nos gabinetes regionais. 

Na altura, documentos e gravações mostravam os comportamentos racistas de Kasai contra os funcionários, afirmando que o aumento do número de infeções de covid-19 em alguns países do Pacífico ficava a dever-se "à cultura inferior, raça e aos baixos níveis sócio-económicos".

Alguns membros da OMS que trabalhavam com Kasai disseram ainda que o responsável enviou para o Japão de forma "imprópria" informações sobre a vacina contra o SARS-Cov-2.

Kasai, médico de formação, é natural do Japão e trabalha na OMS há 15 anos.   

Poucos dias depois das primeiras notícias terem sido difundidas, o diretor-geral da OMS anunciava uma investigação interna sobre Kasai mas durante os últimos meses vários funcionários queixaram-se que o diretor regional manipulava o processo. 

DESPORTO: Eliminatória do CHAN: DJURTUS DERROTADOS PELA MAURITÂNIA


JORNAL ODEMOCRATA  30/08/2022  

A seleção de futebol local da Guiné-Bissau foi derrotada esta segunda-feira, 29 de agosto de 2022, frente à Mauritânia por uma bola a zero (1 a 0), em jogo da primeira mão que dá acesso à qualificação para o Campeonato Africano de Nações (CHAN), que se realiza em janeiro de 2023, na Argélia.

Em partida realizada em Mauritânia, na sequência da interdição do Estádio 24 de Setembro em Bissau, por falta de condições para competições internacionais, a Guiné-Bissau teve a infelicidade de sofrer golo muito cedo.

O jogo foi equilibrado, nos primeiros 20 minutos, sem grandes ocasiões para ambas as balizas, mas a seleção adversária beneficiou de uma grande penalidade e fez o único golo da partida, aos 24 minutos, por intermédio de Mouhsine Bodda.

Após o golo da Mauritânia, os pupilos do selecionador nacional, Emiliano Té assumiram o controlo do jogo até ao final da partida, criando várias oportunidades que não conseguiram concretizar em golos, uma vez que o setor defensivo da Mauritânia estava bastante sólido. 

Na segunda parte, os Djurtus voltaram a controlar a posse de bola em busca do empate, mas em nada resultou. A equipa nacional fez várias alterações, mas continuou a registar dificuldades para romper a muralha defensiva do seu adversário.

Apesar da derrota, a  caravana nacional diz estar confiante para o jogo da segunda mão, na próxima sexta-feira, 2 de setembro, no mesmo no Estádio Cheikha Ould Boïdiya.

Refira-se que o CHAN (Campeonato das Nações Africanas) é um torneio bienal de futebol organizado pela Confederação de Futebol Africano (CAF), exclusivamente para os jogadores que disputam respetivos campeonatos nacionais.

A 7ª edição do CHAN será realizada na Argélia em janeiro de 2023. O torneio foi inicialmente agendado para julho e agosto deste ano, mas a CAF remarcou-o na sequência do adiamento da última edição do CAN, devido à pandemia de COVID-19.

Por: Alison Cabral 

Foto: Federação da Mauritânia 

SINETSA: “GOVERNANTES NÃO DEVEM DEIXAR OS CIDADÃOS PERDEREM CONFIANÇA NOS SEUS ATOS”

 JORNAL ODEMOCRATA  30/08/2022  

O presidente do Sindicato Nacional de Enfermeiros e Técnicos de Saúde e Afins (SINETSA), Yoio João Correia, alertou esta terça-feira, 30 de agosto de 2022, que os governantes não devem  conduzir o país ao ponto  de os cidadãos perderem a confiança nos seus atos.

Yoio fez essa chama de atenção em reação à decisão anunciada em Conselho de Ministro de suspender as entradas na função pública no setor de saúde, na qual disse  que a sua organização vai continuar a defender os direitos dos seus associados, porque “ o Estado deve assumir as suas responsabilidades”.

“O executivo não conseguiu cumprir a sua obrigação,  nomeadamente o pagamento das dívidas e subsídios de velas de 2018, os subsídios de isolamento aos técnicos  colocados em 2014/2015 no interior, bem como não conseguiu regularizar a situação dos 62 técnicos afetos ao projeto dos Médicos sem Fronteiras no hospital Nacional Simão Mendes”, disse.

Yoio João Correio admitiu que os técnicos colocados em 2014/2015 estão a receber os seus salários, mas não foram  efetivados na função pública,  revelando que todos eles têm processos engavetados  no gabinete do primeiro-ministro.

Segundo o presidente do Sindicato Nacional de Enfermeiros e Técnicos de Saúde e Afins lamenta, “são processos sem um engajamento orçamental”.

 “A proposta da carreira dos técnicos de diagnóstico e terapeutas  continua refém na primatura, sem sinais para a sua aprovação em Conselho de Ministros. Igualmente  a situação dos técnicos  novos ingressos colocados desde 2021 continua bloqueada no Ministério das Finanças”, salientou.

O presidente do SINETSA disse que os técnicos  não concordam com a forma como  os processos de colocação são conduzidos, sustentando que “o Estado como a pessoa de bem, com princípios de proteção de confiança, não pode ter governantes que tomem decisões e criam as expetativas jurídicas nas pessoas e  depois quer colocá-las em causa”.

 “O governo deveria, antes de avançar com decisões, concertar com os parceiros sociais”, disse, para de seguida referir que, para acabar com o problema  dos técnicos que rejeitam ficar nas ilhas, o executivo deveria lançar concursos na capital e em  Bolama dos Bijagós.

“O país está cheio das escolas de formação nas áreas de saúde sem condições mínimas, mas continuam a funcionar porque foram apadrinhadas pelos governantes e políticos. Os  sindicatos não têm o direito de reclamar e exigir do governo a  regulamentação do setor.

O sindicalista defendeu a criação de um critério sério, objetivo e rígido para o enquadramento na função pública, bem como a coragem de colocar os funcionários no interior do país.

Por: Noemi Nhanguan

Foto: N.N      

Intervenção da Ministra de Estado, dos Negócios Estrangeiros, Cooperação Internacional e das Comunidades, Suzi Barbosa no painel de Abertura da TICAD-8.


 Ministério dos Negócios Estrangeiros da Guiné-Bissau