quarta-feira, 3 de janeiro de 2024

Hezbollah ameaça lutar "sem limites" se Israel declarar guerra ao Líbano

© Reuters

POR LUSA    03/01/24 

O líder do Hezbollah ameaçou hoje que o grupo xiita libanês lutará "sem limites" se Israel declarar guerra ao Líbano, insistindo que a morte do 'número dois' do grupo islamita palestiniano Hamas na terça-feira em Beirute "não ficará impune".

"De momento, estamos a lutar na frente de forma calculada (...) mas se o inimigo pensa em lançar uma guerra contra o Líbano, lutaremos sem limites, sem restrições, sem fronteiras", avisou Hassan Nasrallah num discurso televisivo transmitido em direto, acrescentando: "Não tememos a guerra".

O discurso ocorreu um dia após a morte do 'número dois' do braço político do Hamas, Saleh al-Arouri, e de seis outros dirigentes e membros do movimento islamita palestiniano, num ataque com um 'drone' (aeronave não tripulada) contra o escritório da organização nos subúrbios a sul de Beirute, um reduto do Hezbollah.

No entanto, o líder do grupo pró-iraniano e aliado do Hamas não anunciou nenhuma ação concreta de retaliação ao primeiro ataque atribuído às forças de Telavive em Beirute desde o início do conflito com o Hamas, em 07 de outubro de 2023.

Nasrallah afirmou que o assassínio de al-Arouri foi "um crime perigoso" e garantiu que "não ficará impune", repetindo os termos de um comunicado de imprensa do Hezbollah publicado após o ataque na noite de terça-feira.

O Exército israelita ainda não assumiu a responsabilidade pelo ataque, mas disse que se estava a preparar para "qualquer cenário".

Após a confirmação da morte de al-Arouri, o líder do Hamas, Ismail Haniyah, residente no Qatar, afirmou que o movimento palestiniano "nunca será derrotado" e classificou o ataque como "um ato terrorista, uma violação da soberania do Líbano e uma expansão da sua agressão" contra o povo da Palestina.

O braço armado do Hamas, as Brigadas al-Qasam, das quais al-Arouri foi cofundador, prometeu "uma resposta" à sua morte.

O primeiro-ministro libanês, Najib Mikati, defendeu que "este novo crime israelita visa arrastar o Líbano para uma nova fase de confrontos depois dos contínuos ataques diários no sul, que causaram um grande número de mártires e feridos" e ordenou a apresentação de uma queixa urgente ao Conselho de Segurança da ONU, "no contexto do flagrante ataque à soberania libanesa".

Os confrontos entre o Exército israelita e o movimento xiita libanês Hezbollah estavam até agora limitados às zonas fronteiriças no sul do Líbano, quando se têm repetido avisos no mundo árabe e na comunidade internacional sobre o receio da propagação do conflito na Faixa de Gaza, na Palestina, a outras regiões do Médio Oriente.

Desde o início da violência transfronteiriça, 170 pessoas foram mortas no Líbano, incluindo mais de 120 combatentes do Hezbollah, mas também mais de 20 civis, incluindo três jornalistas, segundo uma contagem da agência France-Presse.

Saleh al-Arouri, membro do gabinete político do Hamas, foi um dos líderes exilados mais proeminentes do grupo palestiniano, que tem vários representantes no Líbano, bem como noutros países da região.

No Líbano desde 2018, al-Arouri chefiou a presença do grupo palestiniano na Cisjordânia e esteve detido em prisões israelitas durante 12 anos antes de ser libertado em 2010, sendo-lhe atribuído vários ataques contra Israel a partir de solo libanês.

O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, ameaçou matá-lo antes mesmo da atual guerra contra o Hamas.

Mais recentemente, foi um dos principais negociadores do Hamas na libertação dos reféns feitos pelo seu grupo no ataque contra Israel em 07 de outubro do ano passado.

O mais recente conflito entre Israel e o Hamas foi desencadeado pelo ataque sem precedentes do movimento islamita palestiniano em território israelita em 07 de outubro, massacrando cerca de 1.140 pessoas, na maioria civis mas também cerca de 400 militares, segundo números oficiais de Telavive.

Em retaliação, Israel, que prometeu eliminar o movimento palestiniano, lançou uma ofensiva em grande escala na Faixa de Gaza, onde, segundo o governo local, já foram mortas mais de 22.000 pessoas -- na maioria mulheres, crianças e adolescentes -- e feridas acima de 57 mil, também maioritariamente civis.

O conflito provocou também em Gaza cerca de 1,9 milhões de deslocados (cerca de 85% da população), segundo a ONU, mergulhando o enclave palestiniano sobrepovoado e pobre numa grave crise humanitária.


Partido de Vladimir Putin está a recrutar membros para o seu "exército privado", alegam secretas ucranianas

Conferência de imprensa de Vladimir Putin (AP) 

Cnnportugal.iol.pt,  03/01/24

De acordo com o serviço de informações militares ucraniano (HUR), o partido Rússia Unida adquiriu o seu próprio “exército privado” através da Hispaniola, e está a recrutar ativamente ‘hooligans’, ultranacionalistas e radicais de todos os géneros, incluindo neonazis e civis de regiões empobrecidas da Federação Russa e dos territórios ocupados na Ucrânia

O partido do Presidente russo, Vladimir Putin, está a recrutar membros para o seu “exército privado”, a empresa mercenária Hispaniola, informou esta quarta-feira a secreta militar ucraniana citada pela imprensa ucraniana.

De acordo com o serviço de informações militares ucraniano (HUR), o partido Rússia Unida adquiriu o seu próprio “exército privado” através da Hispaniola, e está a recrutar ativamente ‘hooligans’, ultranacionalistas e radicais de todos os géneros, incluindo neonazis e civis de regiões empobrecidas da Federação Russa e dos territórios ocupados na Ucrânia.

“Estes últimos são usados em ataques de ‘carne para canhão’ para criar o estatuto de ‘unidade de combate’”, descreve a secreta militar ucraniana citada pelo jornal Ukrainska Pravda, tendo sido referenciados em agosto de 2023 perto de um dos cenários mais sangrentos da frente ucraniana, em Bakhmut, segundo o Instituto para o Estudo da Guerra (ISW), um ‘think thank’ norte-americano.

Mais recentemente, prossegue o jornal ucraniano, a Hispaniola está à disposição do partido de Putin e “a unidade terrorista reivindicou o estatuto de empresa militar privada, tendo iniciado uma campanha de recrutamento financiada por dinheiro da Rússia Unida.

O partido no poder na Rússia, formalmente presidido pelo ex-Presidente Dmitry Medvedev, injetou dinheiro no grupo e começou a procurar ativamente novos membros, assinala a agência ucraniana citada pelo jornal Kyiv Independent.

“Nos centros de recrutamento Hispaniola, que operam nos territórios ucranianos ocupados, são prometidos aos voluntários 220.000 rublos (cerca de 2.200 euros) por mês para participação direta em operações militares contra a Ucrânia”, afirma a DIU.

A secreta militar acrescenta que está igualmente previsto nos contratos, com a duração mínima de seis meses, “um incentivo adicional para morrer por Moscovo”, na forma de pagamento de seguros no valor entre um milhão de rublos (cerca de dez mil euros) por um ferimento ligeiro e três milhões de rublos (30 mil) por um ferimento grave e cinco milhões (20 mil) em caso de morte em combate.

“Mas os incentivos financeiros são apenas uma fachada. Para a maioria dos recrutas, a primeira batalha é uma passagem só de ida. Os russos não retiram nenhum recruta de ‘carne para canhão’ morto ou gravemente ferido do campo de batalha”, destaca a HUR, e estes combatentes acabam por ser registados como “desaparecidos” para evitar o pagamento de seguros às famílias.

O Ukrainska Pravda refere que em novembro passado o órgão de comunicação social russo Vazhnye Istorii informou que o Batalhão Hispaniola tinha começado a contratar mulheres para lutar em destacamentos de assalto.

Já em 30 de dezembro, a agência russa TASS noticiou que adeptos ‘ultras’ do futebol russo ligados à Hispaniola tinham estabelecido um destacamento especializado no uso de ‘drones’ ‘kamikaze’ de ataque e reconhecimento Privet na Ucrânia.

A Hispaniola foi supostamente cofundada em 2022 pelo líder do Batalhão Vostok, Alexander Khodakovsky, criado após os levantamentos pró-russos no Donbass, leste da Ucrânia, em 2014.

O outro fundador foi o nacionalista Stanislav Orlov, que, segundo o projeto Evocation (que mantém uma base de dados de “propagandistas e colaboracionistas” da Rússia), está ligado aos ‘ultras’ do clube de futebol CSKA de Moscovo e terá participado na segunda campanha da Chechénia.

Orlov, afirma o Evocation, criou com adeptos radicais de outros emblemas russos uma unidade militar a partir da companhia de reconhecimento “Caveiras e Ossos”, que usava o nome de código “espanhol”, e a nova formação militar seria uma resposta ao batalhão ucraniano Azov.

A unidade afirma ter participado no cerco da siderúrgica Azovstal em Mariupol, no sul da Ucrânia, logo após o início da invasão russa, em fevereiro de 2022, e que foi então uma das batalhas mais violentas em solo europeu desde a Segunda Guerra Mundial, até cair, praticamente destruída, em mãos russas em maio seguinte após a rendição do Batalhão Azov.

Segundo uma reportagem do diário turco Daily Sabah divulgada em junho passado, o grupo Hispaniola tem cerca de 600 membros, um dos quais Mikhail, conhecido como ‘Pitbull’, que destacava, nos arredores de Mariupol, a camaradagem que se desenvolveu entre estes combatentes.

“Segurando uma [metralhadora] kalashnikov e com o símbolo ‘Hispaniola’ tatuado na cabeça parcialmente rapada, o adepto do Zenit de São Petersburgo afirmou: ‘Na vida civil, lutamos entre nós, mas nas trincheiras, ficamos ombro a ombro’”, relata o jornal, adicionando na sua reportagem que, “embora historicamente desconfiados do Kremlin, os combatentes salientaram que a sua lealdade reside na nação russa, e não nas autoridades”.


Em março de 2023, a Hispaniola separou-se do Batalhão Vostok e ficou sob o controle da Redut, uma empresa militar privada dirigida pelo Ministério da Defesa russo, que continua a empregar companhias privadas de mercenários, apesar da rebelião falhada em junho passado do ex-líder do Grupo Wagner Yevgeny Prigozhin, morto num desastre aéreo a norte de Moscovo dois meses mais tarde.

O portal de notícias russo anti-Kremlin Meduza, sediado em Riga, descreveu em abril do ano passado uma palestra de dois membros do batalhão Hispaniola numa faculdade de São Petersburgo e que foi caracterizada por perguntas “inapropriadas” de cinco alunos, que acabaram por ser punidos.

“Os oradores ficaram particularmente ofendidos quando questionados sobre o significado dos emblemas de caveira e ossos cruzados nos seus uniformes. O estudante que fez a pergunta apontou a semelhança entre esses emblemas e o emblema da divisão SS alemã Totenkopf. Um dos combatentes argumentou, em resposta, que um emblema semelhante foi usado pelos Cossacos do Don de Yakov Baklanov, já no século XIX”, descreve o Meduza.

Outro participante perguntou como era possível defender o país de origem no território de outro estado e a restante audiência “aplaudiu a pergunta”, tendo um dos oradores argumentado que, “quando um país está em perigo, é possível defendê-lo no território de outro”.

E outro estudante ainda, relata o Meduza, questionou como é que a Rússia e a Ucrânia poderão desenvolver-se no futuro, merecendo a seguinte resposta: “Isto requer uma compreensão do que é vitória e do que é derrota. Naturalmente, não temos ideia sobre isso. Talvez o nosso chefe de Estado [Putin] seja a única pessoa que tem alguma ideia”.



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PRESIDENTE DA REPÚBLICA ENTREGA BANDEIRA NACIONAL AOS DJURTUS

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Presidência da República da Guiné-Bissau

O presidente da República, Umaro Sissoco Embaló, entregou a bandeira nacional ao capitão da seleção de futebol, Sori Mané, no âmbito dos preparativos para a participação na Taça das Nações Africanas (CAN), na Costa do Marfim.

A cerimónia  serviu para os jogadores se despedirem do chefe de Estado, que na ocasião, apelou aos jogadores ao empenho, fair-play e disciplina e ainda afirmou que a seleção de futebol constitui "um orgulho e fator de unidade" do país.  Por sua vez, os Djurtus prometeram “dignificar a bandeira ao mais alto nível”.

ISRAEL: Hamas acusado de usar crianças para transportar armas

© REUTERS / Ibraheem Abu Mustafa

POR LUSA    03/01/24 

Israel acusou hoje o grupo islamita Hamas de doutrinar e treinar militarmente crianças palestinianas na Faixa de Gaza, que utiliza para transportar armas e recolher informações.

O Exército israelita divulgou fotos que aparentemente mostram menores, com os rostos desfocados, a segurar armas e lançadores de projéteis, bem como um vídeo em que aparecem num túnel acompanhados por alegados membros da milícia, sem especificar onde e quando foram levados.

"Mesmo durante a guerra, a organização terrorista Hamas utiliza menores para diversas tarefas, tais como entrega de mensagens e munições (...) com o entendimento de que as Forças de Defesa de Israel não os prejudicarão devido ao cumprimento do direito internacional pelas tropas israelitas", disse um porta-voz militar, em comunicado.

O comunicado não esclarece se as crianças foram utilizadas na guerra atual, que se iniciou em 07 de outubro, ou se se refere a guerras anteriores.

Durante uma investigação a um comandante do Hamas do batalhão Zeitun, no sul do enclave palestiniano, o Exército israelita afirmou ter constatado que crianças são utilizadas para "transportar explosivos em sacos de vegetais" ou são enviadas "para zonas de combate após os ataques, para avaliar os danos e relatá-los aos terroristas escondidos nos abrigos".

Segundo os israelitas, os menores são educados desde tenra idade para "odiar Israel e os judeus" nas escolas, movimentos juvenis e campos de treino militar.

"Em tempos rotineiros, o Hamas opera acampamentos de verão onde as crianças aprendem a disparar, atravessar túneis, combater tanques e até sequestrar soldados", no que constituem "os primeiros estágios de treino da ala militar do Hamas", acrescenta o comunicado.

O Exército israelita garantiu que os seus serviços de informações têm conhecimento de um número significativo de menores ativos dentro do Hamas e da Jihad Islâmica.

Israel acusa o Hamas de usar civis, incluindo crianças, como escudos nas suas lutas contra as tropas israelitas, e de usar instalações como escolas e jardins de infância para esconder armas e lançar ataques.


Morreu Peanut, a galinha mais velha do mundo. Tinha 21 anos e 238 dias

© Darwin's Eden

Notícias ao Minuto    03/01/24 

O anúncio foi feito pela dona, Marsi, que afirmou estar "com o coração partido" após perder a sua companhia das últimas duas décadas.

Peanut, reconhecida pelo Guinness World Records como a galinha mais velha do mundo, morreu no dia de Natal, 25 de dezembro, aos 21 anos e 238 anos, no estado norte-americano do Michigan. O anúncio foi feito pela dona, Marsi, que afirmou estar "com o coração partido" após perder a companhia das últimas duas décadas.

"Para mim, Peanut era um membro próximo da família e estou de luto pela perda dela. Unimo-nos há 21 anos e meio, quando a tirei de um ovo e, embora perceba que teve uma vida fenomenalmente longa para uma galinha, ainda assim estou com o coração partido", anunciou a mulher, no blog 'Darwin's Eden'.

A galinha foi abandonada pela mãe e depois passou os primeiros dois anos da sua vida numa gaiola na sala de jantar da dona, até ser transferida para um galinheiro na rua. Ao longo dos quase 22 anos, chocou vários ovos e os seus descendentes permanecem ao cuidado de Marsi.

"A velhice estava a tomar conta dela e acabou também por desistir", contou a dona, que acrescentou que a galinha começou a adoecer no dia 23 de dezembro e viria a morrer dois dias depois.

"Pelas 5h00 [do dia 25], o seu pescoço relaxou no meu, e eu sabia que tinha morrido pacificamente enquanto dormia", lamentou Marsi. "Sei que dias melhores virão com o tempo. Mas a sua falta será para sempre".

Peanut foi notícia em março de 2023, após ter sido eleita pelo Guinness World Records como a galinha mais velha do mundo, aos 21 anos. A expetativa de vida das galinhas varia em torno de cinco a 10 anos, segundo o Guinness, e Peanut ultrapassou a marca sem qualquer problema.

'Peanut' bateu recorde do Guinness. É a galinha mais velha do mundo

Segundo a dona, além de uma alimentação saudável e vitamina D, o mais importante segredo para a longevidade é "enchê-la de amor".

Notícias ao Minuto | 13:05 - 09/03/2023