segunda-feira, 3 de setembro de 2018

ELEIÇÕES LEGISLATIVAS NA GUINÉ-BISSAU PODEM ESTAR COMPROMETIDAS

A data das eleições legislativas na Guiné-Bissau pode estar comprometida devido ao atraso no recenseamento eleitoral para o escrutínio, prevista para 18 de Novembro de 2018, apesar do otimismo do primeiro-ministro guineense de realizar o pleito eleitoral na data marcada.


As autoridades têm tido algumas dificuldades financeiras e técnicas para a realização do recenseamento eleitoral, incluindo a falta de ‘kits’ eleitorais, com equipamentos de registo biométrico, apesar da disponibilidade da Nigéria de emprestar 300 ‘kits’.

Convidado esta segunda-feira (03.09), pela Rádio Jovem a pronunciar-se sobre a morosidade no processo de preparação das legislativas, o líder do Movimento Patriótico (MP), José Paulo Semedo, disse que o executivo mostrou claramente que não está em condições de cumprir com calendário estipulado e responsabiliza o Chefe de Estado, José Mario Vaz pelo sucedido.

“O nosso partido defende que as eleições legislativas sejam realizadas na data marcada, mas até neste momento o executivo não conseguiu convencer os cidadãos guineenses que irá realizar o escrutínio a 18 de Novembro, por isso, não podemos só culpar o governo, mas também o Presidente da República que a quando da marcação da data para as eleições tinha garantido que o país tem condições financeiras para suportar o processo”, referiu Paulo Semedo.

Apesar das diligências que estão a ser feitas pelo executivo liderado por Aristides Gomes cumprir com a data de 18 de Novembro, agora só resta dois meses e alguns dias para a realização do sufrágio, isso mostra claramente que será impossível realizar as eleições legislativas na data proposta pelo Presidente da República a quando do empossamento de Gomes, como chefe de governo.

Perante este cenário, Paulo Semedo, aponta o mês de Dezembro do ano em curso ou Janeiro de 2019, como soluções para a realização do pleito eleitoral para eleger novos representantes do povo no parlamento.

Na opinião do líder do Partido da Unidade Nacional (PUN), Idrissa Djaló, o mais importante neste momento é conjugar esforços na mobilização de recursos financeiros para realizar um recenseamento credível para todos os cidadãos guineenses que estão em condição de exercer o seu direito na urna.

De referir que o chefe do governo guineense, voltou a pedir o apoio de todos os parceiros internacionais para realização das eleições legislativas prevista para o mês de Novembro do ano em curso no país.

Aristides Gomes considera que o escrutínio vai ser uma etapa decisiva para consolidação da paz na Guiné-Bissau.

O pedido de Gomes foi lançado quinta-feira passada (30.08) em Nova Iorque perante o Conselho de Segurança das Nações Unidas, na presença do representante do secretário-geral da ONU na Guiné-Bissau.

No Conselho de Segurança da ONU, Gomes admitiu que a organização das eleições legislativas no país não tem sido um processo fácil, com registo de várias dificuldades.

No passado dia 23 do mês anterior, o líder do governo guineense abriu oficialmente o recenseamento eleitoral para as eleições legislativas, previstas para 18 de Novembro de 2018. Uma abertura simbólica, pois na prática o recenseamento não pode ser iniciado por falta de material.

Por: Alison Cabral

radiojovem.info