sábado, 8 de abril de 2023

Posição de Lula da Silva sobre a Crimeia "é um perfeito disparate"

 O coronel e comentador CNN Portugal Carlos Mendes Dias analisa as declarações do presidente brasileiro, que sugeriu que a Ucrânia deveria ceder a Crimeia à Rússia como forma de conseguir a paz.

Por cnnportugal.iol.pt

Guiné-Bissau: As ações falam mais alto do que as palavras...👇

Fotos ©Emmanuel Ejehi Iyere   8 de abril de 2023


Ataque armado a duas aldeias do Burkina Faso faz 44 mortos

© Shutterstock

POR LUSA  08/04/23 

Quarenta e quatro pessoas morreram na última noite durante um ataque a duas aldeias no nordeste do Burkina Faso, perpetrado por "grupos terroristas armados", noticia a agência AFP.

Os ataques ocorreram nas aldeias de Kourakou e Tondobi, perto da fronteira do Burkina Faso com o Níger, e os números de vítimas mortais apurados são para já provisórios, segundo explicou o governador da região de Sahel, Rodolphe Sorgho.

Na aldeia de Kourakou o número de vítimas mortais foi de 31 enquanto em Tondobi se registaram 13 mortos.

Rodolphe Sorgho assegurou que "estão em curso ações para garantir a segurança da região" e adiantou que os grupos terroristas armados que perpetraram este ataque já foram neutralizados.

O Burkina Faso é governado desde o final de setembro pelo capitão Ibrahim Traoré, que chegou ao poder através de um golpe de Estado, o segundo em oito meses.

Desde 2015, o país vive uma espiral de violência perpetrada por grupos jihadistas ligados ao Estado Islâmico e à Al-Qaeda, que causaram um total de 10.000 mortos - civis e militares - segundo organizações não-governamentais (ONG), e cerca de dois milhões de deslocados internos.

Na sexta-feira a Amnistia Internacional apelou hoje ao fim dos "ataques e ameaças" à liberdade de imprensa no Burkina Faso, após a suspensão da France 24 e expulsão de correspondentes dos jornais Libération e do Le Monde, na semana passada.


Leia Também: Um novo massacre perpetrado na sexta-feira pelas milícias das Forças Democráticas Aliadas (ADF) causou a morte a pelo menos 25 civis no Beni, na província do nordeste do Kivu do Norte, na República Democrática do Congo (RDCongo).

Reabilitação de troço que liga Ganadu a Cidade de Bafata financiado pela Ministra de Estado dos Negócio Estrangeiro e Candidato a deputado Cabeça de lista do Madem-G15 Círculo 14 Dra. Suzi Barbosa


Suzi Barbosa MADEM G-15

Violência jihadista? EUA preparam apoio de longo prazo a países africanos

© Reuters

POR LUSA   08/04/23 

Os Estados Unidos preparam-se para dar apoio a longo prazo à Costa do Marfim, Benim e Togo, países que têm sido fustigados com a propagação da violência jihadista da zona do Sahel para as regiões costeiras da África Ocidental.

A informação é avançada, na sexta-feira, pela agência de notícias France-Presse que cita funcionários do Departamento de Estado. Segundo a AFP, esse apoio será também fundamental para impedir o avanço nos países do Sahel de mercenários da empresa russa de segurança privada Wagner, destacados nomeadamente no Mali - embora os coronéis no poder em Bamako os apresentem como "instrutores" militares.

O Sahel, na fronteira com a Guiné-Bissau, é uma faixa com cerca de 700 quilómetros de largura e 5.400 quilómetros de extensão, que funciona como uma fronteira natural no continente africano. Esta faixa estende-se entre o deserto do Saara, a norte, e a savana do Sudão, a sul, e entre o oceano Atlântico, a oeste, e o Mar Vermelho, a leste.

Atravessa a Gâmbia, Senegal, parte da Mauritânia, o centro do Mali, o norte do Burquina Faço, sul da Argélia, Níger, norte da Nigéria e dos Camarões, parte central do Chade, centro e sul do Sudão, norte do Sudão do Sul e a Eritreia.

A vice-presidente dos EUA, Kamala Harris, em visita ao Gana em março como parte do crescente esforço dos EUA em África, prometeu 100 milhões de dólares ao longo de 10 anos para aumentar a resiliência nas regiões costeiras da África Ocidental. O Departamento de Estado está também a procurar fundos adicionais, incluindo do orçamento da luta contra o terrorismo.

"É uma preocupação para nós devido à capacidade dos governos existentes que nunca enfrentaram uma ameaça como esta", disse Michael Heath, secretário de Estado adjunto para a África Ocidental.

"Estamos a tentar ver de que instrumentos necessitam", acrescentou Heath, que regressou recentemente de uma viagem à região com outros funcionários do Departamento de Estado para avaliar as necessidades.

Quanto ao grupo Wagner, o secretário de Estado disse que "ainda não têm presença nos países costeiros da África Ocidental".

"Mas sabemos que estão à procura de oportunidades para tirar partido da instabilidade onde quer que a encontrem", admitiu Heath.

Os funcionários do Departamento de Estado dos EUA acreditam que as zonas costeiras da África Ocidental só poderiam ser dominadas pela violência se houvesse um alastramento do norte para o Sahel, mas salientam que a instabilidade pode ser alimentada por fatores locais e pela competição por recursos exacerbada pelas alterações climáticas.

"Queremos obviamente ajudar os governos que estão mais interessados numa abordagem abrangente e numa boa governação para lidar com os problemas no Norte (do seu território), onde os recursos são mais limitados", disse Gregory LoGerfo, um alto funcionário anti-terrorismo do Departamento de Estado, na viagem.


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EUA avisam que qualquer ação da China em Taiwan ameaça estabilidade global

© Lusa

POR LUSA   08/04/23 

O secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, advertiu que qualquer acção unilateral da China sobre Taiwan representaria um perigo para a estabilidade global, numa altura em que Pequim iniciou exercícios de guerra à volta da ilha.

"Parece que a liderança chinesa já não considera aceitável o 'status quo' que moldou o curso de Taiwan nos últimos 40 anos e ajudou a preservar a paz e a estabilidade no Estreito de Taiwan", lamentou Blinken numa entrevista com o diário francês 'Ouest France'.

Blinken criticou as "manobras de pressão" exercidas pela China "a nível económico e militar" para "isolar Taiwan das organizações internacionais ou das suas relações com certos países do mundo", mas reiterou que a política dos EUA a este respeito permanece inalterada.

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos deixou claro que, embora não apoie explicitamente a independência de Taiwan, respeita o acordo bilateral com o território para fornecer às suas autoridades "tudo o que elas precisarem para se defenderem de qualquer ataque".

"Na nossa relação com a China, deixámos muito claro que a base desta relação é um entendimento mútuo de que as nossas diferenças devem ser resolvidas pacificamente, e não através de uma acção unilateral, quer seja pressão, coerção ou, pior ainda, o uso da força", explicou Blinken, numa entrevista publicada antes do início dos exercícios.

Os exercícios militares chineses, envolvendo todos os ramos das Forças Armadas, pretendem ser um simulacro de bloqueio da ilha e uma retaliação contra o recente encontro entre o Presidente de Taiwan, Tsai Ing Wen, e o presidente da Câmara dos Representantes dos EUA, Kevin McCarthy, que Pequim interpretou como uma grave afronta às suas ambições de soberania sobre Taiwan.

Finalmente, Blinken salientou que Taiwan é de importância essencial para o desenvolvimento económico global.

"Cinquenta por cento do tráfego comercial mundial passa diariamente pelo estreito", disse, antes de salientar que o território produz pelo menos 70 por cento dos microprocessadores do mundo.

"Se houvesse uma crise como resultado de uma ação unilateral da China, seria provavelmente uma crise que envolveria todo o mundo. Acabaríamos com uma verdadeira crise económica nas nossas mãos, e é por isso que é do interesse de todos que estas questões sejam tratadas de forma responsável e calma", concluiu.


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Ucranianos reforçam defesas na fronteira com a Bielorrússia... Terão sido cavados mais de sete quilómetros de trincheiras.

© Diego Herrera Carcedo/Anadolu Agency via Getty Images

Notícias ao Minuto   08/04/23 

As forças ucranianas estão a fortalecer linhas defensivas e posições ao longo da fronteira com a Bielorrússia e a Rússia, disse o Estado Maior das Forças Armadas ucranianas no Facebook, citando o Tenente General Serhiy Nayev, Comandante das Forças Conjuntas das Forças Armadas Ucranianas.

"Em particular, o sistema de barreiras nas regiões que fazem fronteira com a Bielorrússia e a Rússia está a ser aprimorado. Campos minados antitanque estão a ser criados em áreas acessíveis a tanques e possíveis rotas de avanço do inimigo no nosso território, incluindo estradas, faixas de floresta, pontes, linhas de energia”, disse Nayev.

O militar acrescentou: “Todas as posições foram cobertas com madeira para um desempenho mais eficiente das tarefas dos nossos soldados. Os militares ucranianos trabalham o tempo todo, independentemente das condições climatéricas."

Só nesta semana, argumentam os ucranianos, as unidades de engenharia montaram várias dezenas de campos minados usando mais de 6.000 minas antitanque, tendo ainda sido cavados mais de 7.000 metros de trincheiras antitanque.


Partido da Convergência Nacional Para a Liberdade e o Desenvolvimento (COLIDE-GB), empossou hoje sábado [08.04], os membros da Diretoria Nacional da Campanha Eleitoral liderado por Nosolino Mendonça

 Radio Voz Do Povo


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Mais de 80 pessoas raptadas na Nigéria por homens armados

© Native Reporters

POR LUSA   08/04/23 

Mais de 80 pessoas, incluindo crianças, foram raptadas na sexta-feira por homens armados, no estado de Zamfara, no noroeste da Nigéria, segundo denunciaram hoje vários líderes da sociedade civil do país.

"Mais de 80 pessoas foram raptadas por bandidos no início da sexta-feira na aldeia de Wanzamai na cidade de Tsafe", disse hoje à agência EFE, por telefone, Attahiru Mohammed, secretário da Coligação da Sociedade Civil de Zamfara (ZASCON).

"As vítimas, rapazes e raparigas, tinham ido à floresta buscar lenha para cozinhar por volta das 8h00 [7h00 GMT] quando os bandidos os pararam, os cercaram e levaram-nos", disse Mohammed.

Segundo a polícia, são nove as pessoas nas mãos dos raptores.


Leia Também: Ataque de homens armados a aldeia na Nigéria faz pelo menos 46 mortos

IRÃO: Polícia iraniana instalará câmaras para vigiar o uso do véu islâmico

© Pixabay

POR LUSA   08/04/23 

 A polícia iraniana anunciou hoje que vai instalar câmaras e outros "meios inteligentes" para evitar "tensões" e "conflitos" devido à aplicação da lei que obriga ao uso do 'hijab' ou véu islâmico.

"A polícia usará ferramentas inovadoras e câmaras inteligentes nas vias públicas para evitar qualquer tensão e conflito com compatriotas (...) para identificar as pessoas que violam a Lei do 'Hijab' e da Castidade Pública", explicou a polícia num comunicado, citado pela agência de notícias Mizan e pela estação de rádio norte-americana em farsi Farda, afiliada da Radio Liberty.

Estas câmaras servirão inicialmente para enviar "mensagens de advertência" a quem violar a lei e "alertá-las sobre as consequências legais da reincidência deste crime".

No entanto, um dos membros mais radicais do Conselho Islâmico de Farvardin, Hossein Jalali, alertou sobre as penalidades que podem ser aplicadas, nomeadamente penas financeiras, assim como a retirada da carta de condução, o passaporte ou o serviço de internet.

As autoridades também alertaram os grupos radicais para não fazerem justiça com as próprias mãos e não agredir ou assediar mulheres que não usam o lenço islâmico.

Nos últimos meses, várias imagens e vídeos de ataques verbais e físicos contra mulheres sem o 'hijab' foram publicados, como o ocorrido na semana passada, quando um membro dos paramilitares Basij atirou iogurte a uma mulher sem o véu islâmico em Shandiz.

Após a morte em setembro da curda-iraniana Mahsa Amini, sob custódia da polícia alegadamente por não usar corretamente o véu islâmico, os protestos contra o Governo multiplicaram-se, assim como o número de iranianas que não usam o 'hijab' em público.


Afinal, consumo moderado de álcool não é assim tão inocente como se pensava

Consumo de álcool (Pexels)

CNN Portugal,  08/04/23

Duas cervejas por dia pode já fazer soar os alarmes

“Beba com moderação”. O conselho é generalizado, mas a ciência vem agora mostrar que, ao contrário do que outros estudos indicavam, afinal, até o consumo moderado de bebidas alcoólicas é mau - e não, beber moderadamente não é melhor do que não beber de todo.

Segundo o The New York Times, a ideia de que beber moderadamente poderia ser benéfica remonta a 1924 e nasce do biólogo Raymond Pearl, que, através de um gráfico com uma curva em forma de ‘J’, mostrou que o consumo moderado de bebidas alcoólicas poderia ser bom para a saúde, uma vez que o ponto mais baixo do gráfico representava os bebedores moderados, que tinham as taxas mais baixas de mortalidade por todas as causas.

No entanto, uma nova revisão científica, que analisou 107 estudos realizados entre 1980 e 2021 sobre o consumo de álcool, revela que essa teoria não está correta. E mais, dois copos de vinho por dia são já um trampolim para um maior risco de morte prematura.

De acordo com a nova análise, que envolveu 4,8 milhões de participantes, todos os anteriores eram maioritariamente observacionais e que, por isso, deixavam de fora uma série de complicações associadas ao consumo de bebidas alcoólicas, sobretudo quando esse consumo, mesmo que pareça moderado, é rotineiro.

Publicado na JAMA Open Network, o estudo da Universidade de Vitória, no Canadá, “não encontrou reduções significativas no risco de mortalidade por todas as causas para bebedores que bebiam menos de 25 gramas de etanol por dia”, pelo contrário. “Houve um risco significativamente aumentado de mortalidade por todas as causas entre as mulheres que bebiam 25 gramas ou mais por dia e entre os homens que bebiam 45 ou mais gramas por dia”, lê-se na investigação.

E 25 gramas de álcool é nada mais, nada menos do que dois copos de vinho ou duas cervejas de 33 cl cada. 

Apesar de os riscos serem generalizados, os autores do estudo alertam que o consumo de álcool pode ser ainda mais prejudicial para as mulheres, uma vez que detectaram “riscos significativamente maiores de mortalidade entre mulheres que bebiam em comparação com mulheres que não bebiam”.

Empresário ucraniano desafia: 500 mil para quem pousar drone em Moscovo

© Getty Images

Notícias ao Minuto  08/04/23 

Em janeiro, os russos começaram a instalar sistemas de defesa aérea em prédios no centro de Moscovo. A implantação massiva de sistemas de defesa aérea pode ser uma resposta à ameaça potencial de ataques de drone a objetos estratégicos no território russo.

Pese embora a guerra, a Ucrânia já se tornou conhecida por nunca desanimar nem esquecer o sentido de humor - mesmo nos piores momentos.

Não se deixando intimidar pelo invasor russo, a Ucrânia quer mostrar a Moscovo que pode atacar o coração das suas instalações militares com aeronaves não tripuladas. Embora não sejam ataques muito destrutivos, revelam uma Rússia incapaz de deter drones.

Volodymyr Yatsenko, co-fundador do Monobank, o primeiro banco somente online da Ucrânia, e criador do drone Dovbush, lançou um concurso para que alguém faça pousar um drone na Praça Vermelha de Moscovo a 9 de maio.

A oferta está aberta a fabricantes de drones ucranianos com um prémio de 20 milhões de hryvnias, equivalente a quase meio milhão de euros.

“Estou oficialmente a oferecer um prémio a um fabricante ucraniano de UAV, cuja aeronave, com a ajuda dos militares, é claro, voará e pousará na Praça Vermelha de Moscovo a 9 de maio”, escreveu Yatsenko nas redes sociais. “Espero que esse valor seja dividido de forma justa entre o fabricante e os operadores militares que concluírem a tarefa com sucesso", escreveu ainda.

Uma das condições do desafio passa por garantir que algum slogan patriótico ucraniano possa ser lido nas asas do drone, como por exemplo, “Glória à Ucrânia”, “Glória aos heróis”, entre outros. Segundo Yatsenko, tal é necessário para entender qual drone (e de qual fabricante) chegou ao destino e quais falharam.

O drone Dovbush, desenvolvido por Yatsenko, também fará a tentativa de pousar em Moscovo, mas fica fora de competição.

No final de fevereiro, a Rússia anunciou ter destruído um drone supostamente ucraniano nos subúrbios de Moscovo. Os russos especularam que o drone pode ter perdido altitude porque o motor ficou sem combustível ou atingiu árvores, danificando a sua asa.

Em janeiro, os russos começaram a instalar sistemas de defesa aérea em prédios no centro de Moscovo. A implantação massiva de sistemas de defesa aérea pode ser uma resposta à ameaça potencial de ataques de drone a objetos estratégicos no território russo.


Leia Também: Piloto ucraniano exibe voo no interior de um caça de combate


China está a realizar exercícios de "cerco total" da ilha de Taiwan

© REUTERS/Tyrone Siu

POR LUSA   08/04/23 

A China está a realizar hoje exercícios militares no Estreito de Taiwan que visam um "cerco total" da ilha, informou a televisão estatal chinesa.

"O exercício de hoje concentra-se na capacidade de obter controlo do mar, espaço aéreo e informações (...) para criar dissuasão e cerco total" de Taiwan, referiu o canal CCTV.

A localização exata destas operações não foi informada pelo meio de comunicação.

A parte mais próxima entre a costa chinesa e a ilha no Estreito de Taiwan tem cerca de 130 quilómetros.

De acordo com o canal CCTV, contratorpedeiros, lançadores de mísseis rápidos, aviões de combate, navios de abastecimento e outros meios militares estão mobilizados para estes exercícios.


Eu não vou morrer duas vezes por seus pecados, queniano, 'Jesus' de Tongaren rejeita alegações de crucificação...

© Nation  I will not die twice for your sins, 'Jesus' of Tongaren dismisses crucifixion claims

Juiz federal proíbe prescrição de pílulas abortivas nos Estados Unidos

© iStock

POR LUSA   08/04/23 

Um juiz federal do Texas anunciou na sexta-feira a suspensão da autorização de comercialização nos Estados Unidos da mifepristona, uma das duas pílulas usadas para abortos, o que na prática impede sua prescrição.

No entanto, o magistrado distrital Matthew J. Kacsmaryk, nomeado pelo anterior governo de Donald Trump, deu às autoridades federais uma semana para poderem recorrer da decisão.

A droga abortiva tem sido amplamente utilizada nos Estados Unidos desde 2000 e não há essencialmente nenhum precedente para um juiz anular sozinho as decisões médicas da Food and Drug Administration (FDA).

A mifepristona é um dos dois medicamentos usados para o aborto medicamentoso nos Estados Unidos, juntamente com o misoprostol.

O juiz instruiu a FDA a suspender a autorização da mifepristona, enquanto decorre um processo que contesta a segurança e a aprovação do medicamento, mas o impacto não é claro.

O magistrado não foi tão longe quanto os queixosos pretendiam, retirando ou suspendendo as aprovações de medicamentos para aborto químico e removendo-os da lista de medicamentos autorizados.

Clínicas e médicos que prescrevem a combinação das duas drogas disseram que se a mifepristona fosse retirada do mercado, eles passariam a usar apenas a segunda droga, o misoprostol.

Essa abordagem de medicamento único tem uma taxa ligeiramente menor de eficácia para interromper a gravidez, mas é amplamente usada em países onde a mifepristona é ilegal ou indisponível.

A mifepristona faz parte de um regime de duas drogas que há muito é o padrão para o aborto medicamentoso nos Estados Unidos.


Leia Também: O presidente dos Estados Unidos anunciou que "vai lutar" contra a decisão de um juiz federal de suspender a pílula abortiva no país, medida que considerou "uma tentativa sem precedentes de negar às mulheres liberdades básicas".

China anuncia exercícios com fogo real no estreito de Taiwan na 2.ª-feira

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POR LUSA   08/04/23 

O exército chinês vai realizar, na segunda-feira, exercícios com fogo real no estreito de Taiwan, próximo das costas de Fujian (leste), província situada em frente à ilha, anunciaram hoje as autoridades marítimas locais.

A zona dos exercícios fica em Pingtan, o ponto da China mais próximo de Taiwan, de acordo com as coordenadas comunicadas pelas autoridades de Fujian.

Entretanto, o Ministério da Defesa taiwanês disse ter detetado esta manhã três barcos de guerra e 13 aviões chineses em redor da ilha, acrescentando que "quatro [aviões] atravessaram a linha mediana do estreito de Taiwan e entraram na parte sudeste da zona de identificação de defesa aérea (Adiz) de Taiwan".

O Ministério alertou que os exercícios militares chineses ameaçam a "estabilidade e a segurança" regionais.

Por seu lado, o Exército Popular de Libertação (EPL) chinês afirmou que estas manobras "servem como um sério aviso contra o conluio entre forças separatistas que procuram 'a independência de Taiwan' e forças externas, bem como contra atividades provocadoras", disse um porta-voz militar chinês Shi Yi, em comunicado, divulgado depois do início de dois dias de exercícios militares de "preparação para o combate" no estreito de Taiwan, anunciados já esta manhã por Pequim.

Na quinta-feira, Pequim tinha condenado a estada da líder de Taiwan, Tsai Ing-wen, nos EUA, onde manteve um encontro com o presidente da Câmara dos Representantes norte-americano, Kevin McCarthy, e acusou Washington de "conluio" com Taiwan, ao mesmo tempo que garantiu "medidas resolutas e eficazes para salvaguardar a soberania e a integridade territorial".

Depois do encontro de Tsai e McCarthy, na quarta-feira, o Governo chinês enviou navios de guerra, um helicóptero e um avião de combate para o estreito de Taiwan, e anunciou sanções contra a representante de Taiwan nos EUA, Hsiao Bi-khim, e contra o Instituto Hudson e a Biblioteca Presidencial Ronald Reagan.

Horas depois, uma porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês afirmou, em conferência de imprensa, que "alguns países" apoiam "a independência de Taiwan, em nome da democracia" e para "usar a ilha como forma de conter a China", algo que descreveu como "perigoso e condenado ao fracasso".

"O futuro de Taiwan está na reunificação e o bem-estar do seu povo depende do rejuvenescimento da nação chinesa", disse Mao Ning, acrescentando que as "diferenças entre os sistemas de ambos os lados do estreito [de Taiwan] não são um obstáculo à reunificação".

A ilha é um dos maiores motivos da tensão entre a China e os EUA, principal fornecedor de armas a Taiwan.

Em 1949 e após a derrota contra o Partido Comunista, na guerra civil chinesa, o Governo nacionalista refugiou-se na ilha, que mantém, até hoje, o nome oficial de República da China, em contraposição com a República Popular da China, no continente chinês.

Pequim considera a ilha parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso Taipé declare formalmente a independência.


Leia Também: Taiwan está a enfrentar o "expansionismo autoritário" da China, disse hoje a líder da ilha, Tsai Ing-wen, no primeiro dia dos exercícios militares de Pequim no estreito de Taiwan.