quarta-feira, 9 de julho de 2025

FMI. Exportação de peixe da Guiné-Bissau vale mais que as vendas de caju

 Jornal Económico com Lusa    9 Julho 2025

Na análise ao setor pesqueiro e às implicações para os indicadores macroeconómicos da Guiné-Bissau, os economistas do FMI apontam que “a produção pesqueira industrial é significativa” neste país lusófono africano e detalha que “o volume das capturas na Zona Económica Exclusiva atingiu cerca de 167 mil toneladas por ano nos últimos cinco anos”, no seguimento da reativação do acordo de pesca com a União Europeia, em 2014.

O Fundo Monetário Internacional (FMI) afirmou que as exportações de peixe da Guiné-Bissau estão significativamente sub-representadas, valendo mais do que as vendas de caju, e influenciando decisivamente indicadores como o PIB e a dívida.

“O domínio acentuado das exportações de caju, como é comummente percecionado, não representa adequadamente a verdadeira situação da diversificação económica na Guiné-Bissau”, lê-se numa nota técnica de enquadramento para o mais recente relatório de análise do país, datado deste mês, assinada pelos economistas Nour Bouzouita, Yugo Koshima e Babacar Sarr.

Na análise ao setor pesqueiro e às implicações para os indicadores macroeconómicos da Guiné-Bissau, os economistas do FMI apontam que “a produção pesqueira industrial é significativa” neste país lusófono africano e detalha que “o volume das capturas na Zona Económica Exclusiva atingiu cerca de 167 mil toneladas por ano nos últimos cinco anos”, no seguimento da reativação do acordo de pesca com a União Europeia, em 2014.

“Utilizando os preços de desembarque do peixe nos portos portugueses obtidos pelo EUROSTAT, estima-se que o valor das capturas seja de 310 milhões de euros por ano, em média, nos últimos cinco anos, muito superior ao valor das exportações de caju, que ascendeu a 201 milhões de euros por ano no mesmo período”, acrescenta o FMI.

Contrariando a perceção geral de que o caju é o principal motor do crescimento económico da Guiné-Bissau, a análise do FMI mostra que “se todas as capturas dos barcos de pesca industrial fossem registadas como exportações oficiais da Guiné-Bissau, teriam acrescentado 20,8% ao PIB por ano, em média, nos últimos cinco anos, mais do que as exportações de castanha de caju, que representaram 13,4% do PIB”.

Isto, salientam, “alteraria drasticamente o panorama dos principais indicadores macroeconómicos”, como o saldo da balança corrente, que passaria a apresentar um excedente significativo em todos esses anos.

Em 2022, por exemplo, o PIB nominal seria reajustado em 20%, o que, por seu turno, reduziria o rácio da dívida pública de 80,7% para 67,1% do PIB nesse ano, com potenciais implicações significativas nas escolhas dos investidores internacionais.

Na nota técnica, os analistas do departamento africano do FMI explicam que a exportação de peixe da Guiné-Bissau está “severamente sub-representada” por falta de atribuição da origem do peixe.

“Os relatórios das contrapartes [dos países que compram o peixe pescado nas águas da Guiné-Bissau] incluem um volume significativo de importações de peixe da Guiné-Bissau, que não são registadas nos dados oficiais de exportação das autoridades; se as exportações de peixe fossem incluídas, a quota-parte do caju ficaria limitada a 65% do total das exportações”, lê-se no artigo consultado pela Lusa.

As exportações de peixe da Guiné-Bissau seriam “pelo menos o dobro das registadas nos dados oficiais se as exportações das capturas dos barcos de pesca industrial fossem formalizadas na Guiné-Bissau”, ao invés de serem contabilizadas “noutros países da região, de onde o peixe guineense é enviado para os destinos finais na Europa e na Ásia”.

O FMI afirma também que vários países ‘escondem’ a verdadeira origem do pescado por a Guiné-Bissau não ter a certificação da União Europeia relativa a pesca ilegal, não declarada e não regulamentada (IUU), o que fez com que em 2023 mais de 85% das capturas não estejam nos relatórios dos países compradores, “tornando-se invisíveis nos dados do comércio internacional”.

O peixe da Guiné-Bissau “ainda não obteve a certificação de qualidade necessária para exportar para a UE, o que suscita sérias preocupações em matéria de IUU se um país terceiro importar peixe da Guiné-Bissau e o reexportar para a UE, sendo suscetível de motivar os compradores dos países terceiros a não declarar as importações de peixe da Guiné-Bissau, ocultando a sua origem”, alerta o FMI.

Mudança de sexo: EUA enviam intimações a médicos para por fim a operações

Por  LUSA   09/07/2025

O governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, enviou intimações a uma série de médicos e clínicas envolvidos em procedimentos de mudança de sexo em menores, no âmbito de um plano para tentar acabar com aquelas cirurgias.

O Departamento de Justiça emitiu hoje "mais de 20 intimações a médicos e clínicas envolvidos na realização de procedimentos médicos transgénero em crianças" para que testemunhem e forneçam documentação às autoridades federais, no âmbito de uma investigação que, segundo um comunicado divulgado por aquele, procura descobrir "fraudes na saúde" ou "deturpações".

"Os profissionais e organizações médicas que mutilaram menores ao serviço de uma ideologia distorcida serão responsabilizados perante este Departamento de Justiça", acrescenta a procuradora-geral dos EUA, Pam Bondi, num breve texto.

Uma semana depois de regressar ao poder, em janeiro, Trump assinou uma ordem executiva estipulando que o seu governo "não financiará, patrocinará, promoverá, ajudará ou apoiará a chamada 'transição' de um menor de um género para outro".

Trump também garantiu que iria "aplicar rigorosamente todas as leis que proíbem ou limitam estes procedimentos destrutivos".

O seu governo acusa a Associação Profissional Mundial para a Saúde dos Transgéneros (WPATH) de promover "os danos causados às crianças pela mutilação química e cirúrgica" e de não ter "integridade científica" para o fazer.

Desde janeiro, a administração nova-iorquina adotou e fez aprovar medidas agressivas que muitos juristas e organizações de defesa dos direitos civis consideram como um grande retrocesso na proteção das pessoas transgénero nos Estados Unidos.


Leia Também: Administração Trump processa Califórnia por permitir atletas transgénero em provas femininas 


Leia Também: Trump anuncia tarifas de 50% ao Brasil (e reforça apoio a Bolsonaro)


Frigideiras antiaderentes arranhadas: Serão um risco para a saúde?

Por  noticiasaominuto.com 09/07/2025

Vários estudos descobriram que a presença de substâncias usadas em frigideiras antiaderentes mais antigas estava relacionada com o cancro. Além disso, algumas pessoas argumentam que outros produtos químicos perigosos estavam presentes em níveis mais altos quando frigideiras antiaderentes estavam arranhadas pelo uso regular.

Se já teve dificuldade em cozinhar ovos numa frigideira de aço inoxidável ou descartou muitos crepes que não deram certo, sabe a importância das frigideiras antiaderentes em qualquer cozinha. Embora não sejam ideais para todos os projetos culinários, as suas superfícies lisas são essenciais na preparação de pratos particularmente delicados.

Mas para cada superfã de frigideiras antiaderentes, existem pelo menos dois céticos. Provavelmente já ouviu histórias de terror sobre os perigos das frigideiras antiaderentes. E elas não são totalmente infundadas.

Vários estudos descobriram que a presença de substâncias perfluoroalquiladas e polifluoroalquiladas (ou PFAS) usadas em frigideiras antiaderentes mais antigas estava relacionada com o cancro.

E como se isso não fosse assustador o suficiente, muitas pessoas argumentam que PFAS e outros produtos químicos perigosos estavam presentes em níveis mais altos quando frigideiras antiaderentes estavam arranhadas pelo uso regular.

Desde uma decisão federal de 2013 que esses compostos são proibidos em todas as frigideiras antiaderentes fabricadas nos Estados Unidos. E muitas marcas se adaptaram, introduzindo métodos menos perigosos para superfícies escorregadias. Mesmo assim, alguns ainda dizem que frigideiras arranhadas apresentam riscos para saúde. Gabby Romero, citada pelo Delish, explica tudo.

A sua frigideira antiaderente arranhada pode ser perigosa?

Provavelmente não. Mas há algumas ressalvas. A resposta dependerá da frigideira que estiver a usar. "Se usar uma frigideira velha de segunda mão ou se os seus utensílios de cozinha forem de uma marca fabricada fora dos Estados Unidos, existe uma probabilidade significativamente maior de que sejam feitos com produtos químicos perigosos".

Outro fator importante é o tipo de comida que faz com a sua frigideira antiaderente. "Produtos com quantidades mensuráveis ​​de PFAS podem libertar substâncias químicas nocivas no ar quando aquecidos acima dos 260°C. Portanto, se estiver a selar uns bifes em lume alto ou a pré-aquecer a sua frigideira em lume alto por períodos prolongados, poderá estar a convidar gases indesejáveis ​​para dentro da sua casa."

Para aqueles que usam modelos mais novos de frigideiras antiaderentes fabricados nos Estados Unidos, os riscos para a saúde associados a arranhões são improváveis.

Posto isto, deve continuar a usar a sua frigideira arranhada?

Não. "Embora não representem necessariamente um problema de segurança, não deve guardar as suas frigideiras antiaderentes arranhadas. Se os arranhões forem recentes, pode acabar com lascas do revestimento na comida".

Isso também pode afetar a eficácia da antiaderência da sua frigideira. Arranhões, altas temperaturas e desgaste geral desgastam o revestimento liso da superfície da sua frigideira. E, dependendo da frequência de uso e da manutenção, uma frigideira nova pode perder a sua antiaderência em apenas um ou dois anos.

Ao contrário dos produtos feitos de ferro fundido e aço inoxidável, as frigideiras antiaderentes não são feitas para durar para sempre. E se a sua já tiver alguns arranhões, então definitivamente está na hora de se desfazer dela.

Estudo. Com que frequência um casal deve ter sexo para se sentir feliz

Por   noticiasaominuto.com 09/07/2025

Para um estudo recente, investigadores pediram a casais que aumentassem a sua frequência sexual. Inesperadamente, os casais que foram orientados a fazer mais sexo não relataram nenhum aumento na felicidade.

Citada pelo Psychology Today, Gurit Birnbaum, professora na Universidade Reichman, em Israel, revela com que frequência os casais devem ter relações sexuais para se sentirem felizes.

"Quando é bom, o sexo pode fazê-lo sentir-se satisfeito e relaxado. E, claro, as pessoas costumam fazer sexo não apenas porque estão excitadas, mas também porque isso promove a intimidade e aprofunda a conexão emocional", começou por explicar.

De facto, vários estudos têm vindo a revelar que parceiros que fazem sexo com frequência relatam maior satisfação no relacionamento e na vida.

Considerando esses benefícios, seria de esperar que quanto mais sexo faz, melhor ele vai ficando, certo? Bem, a ciência testou essa ideia.

Para um estudo recente, investigadores pediram a casais que aumentassem a sua frequência sexual. Inesperadamente, os casais que foram orientados a fazer mais sexo não relataram nenhum aumento na felicidade. Na verdade, foi o oposto: eles experimentaram um humor mais baixo e menos prazer no sexo.

Mas aqui está a questão: os casais deste estudo já tinham relações sexuais cerca de uma vez por semana, em média. Isto revela que forçar mais sexo, especialmente quando parece uma tarefa ao invés de um resultado de um desejo genuíno e espontâneo, pode ter desvantagens.

Como qualquer pessoa que já tenha tentado uma maratona sexual pode comprovar, sexo em excesso pode ser exaustivo. Mas não precisa de uma maratona de fim de semana para sentir o peso. "É da natureza humana acostumar-se às coisas boas da vida e passar a vê-las de forma menos positiva com o passar do tempo."

No caso do sexo, a frequência excessiva pode corroer a expectativa e a emoção que o tornam especial. Um dia, pode acordar a sentir que o sexo com o seu parceiro se tornou mais um item na lista de afazeres, algo entre "comprar leite" e "levar o cão à rua". Sim, pode ser um caso de excesso de uma coisa boa.

Então, qual é o ponto ideal? Estudos mostram que o aumento da felicidade nos relacionamentos causado pelo sexo parece estabilizar-se com cerca de uma vez por semana. Pessoas que fazem sexo com mais frequência do que isso não relatam ser significativamente mais felizes do que aquelas que fazem sexo semanalmente.

Um dos motivos para esse ponto ideal semanal pode ser o "efeito pós-sexo", no qual os benefícios da atividade sexual, incluindo uma profunda sensação de satisfação, podem persistir durante, pelo menos, 24 horas depois.

Esse efeito pós-sexo ajuda os casais a manter a intimidade entre os encontros, criando uma sensação duradoura de conexão que os leva ao próximo momento íntimo. Uma boa sessão, ao que parece, pode fazer toda a diferença.

De notar que nem todas as pessoas precisam de sexo para se sentirem felizes nos seus relacionamentos. Há pessoas que têm menor desejo sexual, identificam-se como assexuais ou simplesmente não priorizam o sexo - e, para algumas, essa é uma escolha gratificante, especialmente quando o parceiro partilha uma abordagem semelhante. 

Essas pessoas podem expressar amor e afeição de outras maneiras e ainda assim sentirem-se profundamente satisfeitas uma com a outra. A chave, para qualquer casal, é a comunicação aberta sobre as necessidades de cada um e encontrar maneiras de as atender que funcionem para ambos.


Leia Também: Estudo. Mais sexo pode levar a menos dor para mulheres na pós-menopausa 

O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, reuniu-se hoje com o Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na Casa Branca, durante a primeira cimeira da nova administração norte-americana com cinco líderes africanos.

O encontro reforçou a visão de uma Guiné-Bissau estável, segura e aberta ao investimento estrangeiro, com destaque para os sectores da energia, agricultura, turismo, tecnologia e infraestruturas.

Ao lado dos Chefes de Estado do Gabão, Libéria, Mauritânia e Senegal, o Presidente Embaló apresentou as potencialidades económicas do país e o novo código de investimento como elementos-chave para atrair parcerias sólidas.

 Presidência da República da Guiné-Bissau

O robô terá realizado a cirurgia com "100% de precisão”, embora “tenha demorado mais tempo a realizar o trabalho do que um cirurgião humano"

Por cnnportugal.iol.pt

Um robô operou pela primeira vez um modelo realista de paciente respondendo durante a operação aos comandos da equipa, “como um cirurgião principiante a trabalhar com um mentor”, revela um estudo publicado esta quarta-feira na revista científica Science Robotics.

Treinado com vídeos de cirurgias, o robô procedeu à remoção da vesícula biliar sem ajuda humana, indica um comunicado sobre o estudo divulgado pela Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, cujos investigadores o lideraram.

“O robô teve um desempenho irrepreensível durante os testes e com a perícia de um cirurgião humano habilidoso, mesmo em cenários inesperados típicos de emergências médicas reais”, adianta.

Segundo a universidade, o trabalho “representa um avanço transformador na robótica cirúrgica, em que os robôs podem atuar tanto com precisão mecânica como com adaptabilidade e compreensão semelhantes às humanas”.

O denominado Surgical Robot Transformer-Hierarchy (SRT-H) realiza realmente cirurgias, adaptando-se às características anatómicas individuais na ocasião, tomando decisões em tempo real e autocorrigindo-se quando é necessário.

Construído com a mesma estrutura de aprendizagem automática do sistema de inteligência artificial (IA) ChatGPT, o SRT-H também é interativo, capaz de responder a comandos de voz, como "agarrar a cabeça da vesícula biliar", e correções, como "mover o braço esquerdo um pouco para a esquerda", aprendendo neste processo.

"Este avanço leva-nos de robôs que podem executar tarefas cirúrgicas específicas para robôs que realmente compreendem os procedimentos cirúrgicos", assinala o especialista em robótica médica Axel Krieger, citado no comunicado.

O especialista acrescenta tratar-se de um passo decisivo no caminho para a criação de “sistemas cirúrgicos autónomos clinicamente viáveis, capazes de funcionar na realidade confusa e imprevisível dos cuidados reais ao doente”.

Em 2022, o Smart Tissue Autonomous Robot (STAR) de Krieger realizou a primeira cirurgia robótica autónoma num animal vivo – uma cirurgia laparoscópica num porco -, mas este robô trabalhou com “tecido marcado” e operou num ambiente altamente controlado, seguindo um rigoroso e predeterminado plano cirúrgico.

Segundo Krieger, no caso anterior foi como ensinar um robô a conduzir por uma rota cuidadosamente mapeada, enquanto no seu novo sistema se ensinou o robô “a navegar em qualquer estrada, em qualquer condição, respondendo de forma inteligente a tudo o que encontra".

Ji Woong (Brian) Kim, ex-investigador de pós-doutoramento na Johns Hopkins e atualmente na Universidade de Stanford (EUA), autor principal do artigo, diz que o trabalho “mostra que os modelos de IA podem ser fiáveis o suficiente para a autonomia cirúrgica, algo que parecia distante, mas que é comprovadamente viável”.

A equipa de Krieger já tinha treinado um robô para realizar três tarefas cirúrgicas fundamentais: manipular uma agulha, levantar tecido corporal e suturar, cada uma das quais demorava alguns segundos.

A remoção da vesícula biliar é um procedimento muito mais complexo, uma sequência de 17 tarefas, que duram alguns minutos, tendo o SRT-H aprendido a realizar o trabalho assistindo a vídeos de cirurgiões da Johns Hopkins, com legendas descrevendo as tarefas.

O robô “realizou a cirurgia com 100% de precisão”, embora “tenha demorado mais tempo a realizar o trabalho do que um cirurgião humano, os resultados foram comparáveis”, refere o comunicado.

"Isto mostra realmente que é possível realizar procedimentos cirúrgicos complexos de forma autónoma", declara Krieger.

O passo seguinte para a equipa é treinar e testar o sistema em mais tipos de cirurgias e expandir as suas capacidades para que possa realizar operações de forma completamente autónoma.

"Gostaria muito". Trump manifesta interesse em visitar África... O Presidente norte-americano, Donald Trump, manifestou hoje abertura a visitar países africanos, na sequência de um encontro com cinco líderes de Estados desse continente, incluindo o Presidente da Guiné-Bissau, na Casa Branca

Por LUSA 

Num almoço com os cinco líderes africanos - Guiné-Bissau, Gabão, Libéria, Mauritânia e Senegal - Trump discutiu potenciais parcerias económicas com esses países e questões ligadas à imigração.

No final, questionado por uma jornalista sobre se tenciona visitar o continente, Trump afirmou que "gostaria de ir a África, com certeza", acrescentando: "Vamos ver qual é o cronograma, mas eu gostaria muito de fazer isso".

Perante a imprensa, Donald Trump começou por apresentar as potencialidades dos cinco países que convidou para a Casa Branca, os quais classificou como "lugares muito vibrantes, com terras muito valiosas, grandes minerais, grandes depósitos de petróleo e pessoas maravilhosas".

"Há um grande potencial económico em África, como em poucos outros lugares, em muitos aspetos", afirmou, acrescentando que quer aumentar o envolvimento norte-americano no continente.

Desde que regressou à Casa Branca, em janeiro passado, Donald Trump defendeu a diplomacia baseada em princípios transacionais e colocou a questão dos minerais no centro das negociações com muitos Estados estrangeiros, como a Ucrânia ou no âmbito do acordo de paz entre Ruanda e a República Democrática do Congo.

Por sua vez, os líderes africanos elogiaram os esforços do Presidente dos Estados Unidos para tentar resolver conflitos no mundo e, a maioria, colocou os recursos naturais dos seus países na mesa de negociações.

Um por um, os cinco líderes foram indicando as suas prioridades nas relações com Washington, mas sem mencionarem os cortes de ajuda externa que Donald Trump decretou contra o continente africano.

O Presidente da Mauritânia, Mohamed Ould Ghazouani, falou por vários minutos, lançando elogios e expressando satisfação com "o comprometimento de Trump com o continente" africano.

"Temos minerais, terras raras, minerais raros. Temos manganês, temos urânio e temos boas razões para acreditar que temos lítio e outros minerais", indicou o líder da Mauritânia, ao descrever os atrativos naturais do seu país.

Já o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, foi o líder que menos falou na Casa Branca, focando-se na importância da resolução de conflitos militares.

"A Guiné-Bissau é um país pacífico e somos um país pequeno, mas somos um grande Estado. Não um grande Estado como os Estados Unidos, mas também somos um grande país. E, para finalizar, estamos a acompanhar a sua dinâmica e a guerra com a Rússia e a Ucrânia. Pode contar com a Guiné-Bissau", afirmou Embaló.

Mais tarde, quando os cinco líderes africanos foram questionados por uma jornalista sobre se equacionavam indicar Trump ao Prémio Nobel da Paz, o Presidente guineense optou por manifestar apoio aos esforços do líder norte-americano para acabar com a guerra na Ucrânia.

"Estamos muito comprometidos com a paz. Fui o primeiro chefe de Estado a ir à Rússia e à Ucrânia desde o início da guerra. Eu presidi a CEDEAO [Comunidade Económica de Estados da África Ocidental] e fui ver o Presidente [da Rússia, Vladimir] Putin. Conversamos por quatro horas e depois fui para a Ucrânia. Passei 12 horas num comboio para falar com o Presidente [da Ucrânia, Volodymy] Zelensky", disse Embaló.

"Mas o peso do Presidente Trump é completamente diferente. Estamos consigo, para ver o que podemos fazer para ajudar a trazer a paz de volta. Ninguém ganha quando há guerra. Têm o nosso apoio para que possamos trazer a paz de volta", concluiu o líder guineense.

Já o Presidente senegalês, Bassirou Diomaye Faye, quis "tranquilizar os investidores americanos sobre a estabilidade política" do seu país e o "ambiente regulatório favorável", antes de destacar os recursos de petróleo e gás natural do Senegal.

"O Gabão é um país rico", declarou por seu turno o Presidente deste pais, Brice Oligui Nguema, antes de acrescentar: "Temos mais de dois milhões de habitantes e uma grande diversidade de matérias-primas, reservas de petróleo e gás, e gostaríamos de ver esses recursos explorados".

De acordo com o Serviço Geológico dos Estados Unidos, o Gabão foi em 2023 o segundo maior produtor mundial de manganês, mineral essencial para fabricar baterias, apenas atrás da África do Sul.

Também o Presidente da Libéria, Joseph Nyuma Boakai, apelou ao investimento norte-americano no país, enaltecendo os minerais que detém.

Trump elogiou o domínio do inglês do Presidente da Libéria, parecendo ignorar que o inglês é a língua oficial desse país africano.


Leia Também: "O Brasil, por exemplo, não tem sido bom connosco, nada bom", disse Trump no final de um encontro com líderes da África Ocidental na Casa Branca, quando questionado pelos jornalistas sobre o temas da taxas alfandegárias

Ataque com laser chinês a avião alemão no Mar Vermelho? "Inaceitável"... O chanceler alemão declarou hoje "totalmente inaceitável" o incidente em que um laser chinês terá sido apontado para um avião de reconhecimento alemão que participava da Operação Áspides da UE no mar Vermelho.

Por LUSA 

"O possível ataque com laser a um avião de vigilância militar [para proteger a navegação civil dos ataques das milícias hutis do Iémen] é totalmente inaceitável", afirmou Friedrich Merz, numa conferência de imprensa conjunta com o secretário-geral da NATO, Mark Rutte.

Merz lembrou que o embaixador chinês em Berlim foi convocado na véspera ao Ministério dos Negócios Estrangeiros para uma nota de protesto por causa do incidente.

Enquanto aguarda o relatório final do ministro dos Negócios Estrangeiros alemão, Johann Wadephul, sobre este incidente e a conversa com o embaixador chinês, o chanceler indicou que, por sua parte, não fará hoje uma avaliação final.

"Mas algo assim demonstra que também temos de enfrentar tais fenómenos e que também esclareceremos exatamente de onde veio este ataque a laser a um avião alemão", acrescentou.

Em declarações ao grupo de "media" RedaktionsNetzwerk Deutschland (RDN), Wadephul disse estar "mais do que irritado" com o incidente e acrescentou que a China terá que se explicar.

"Uma perturbação semelhante dos nossos aviões, bem como colocar em risco sem motivo as nossas unidades, é inaceitável. Dissemos isso claramente ao embaixador chinês", afirmou.

Segundo o Ministério da Defesa alemão, o incidente, negado por Pequim, ocorreu durante um voo de rotina a 02 deste mês, quando o avião, "sem motivo algum e sem contacto prévio", segundo um porta-voz, foi atacado com laser a partir de um navio chinês.

Pequim recusou a acusação de Berlim, considerando as alegações "completamente incompatíveis com os factos".

"Ambas as partes devem adotar uma atitude pragmática, reforçar a comunicação em tempo útil e evitar mal-entendidos e erros de cálculo", afirmou a porta-voz do Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês Mao Ning, em conferência de imprensa.

Mao Ning indicou que os navios chineses realizam missões de escolta no golfo de Aden e nas águas somalis, "contribuindo assim para a segurança das rotas marítimas internacionais".

A China já foi várias vezes acusada de ações de intimidação marítima com lasers. Em fevereiro de 2023, um navio da marinha chinesa foi acusado de ter usado um "laser de tipo militar" contra um navio da guarda costeira filipina no mar do Sul da China.

Em 2022, a Austrália acusou o Exército chinês de ter apontado um laser militar a um do avião no norte do país.

Desde 2017, a China possui uma base militar em Djibuti, com acesso ao golfo de Aden, na foz do mar Vermelho, o que permite a Pequim proteger os interesses geopolíticos e económicos (transportes, indústria, energia) na região.


Leia Também: Polícia alemã rejeita mais de seis mil migrantes nas fronteiras 

Saúde? Ex-médico de Biden recusa-se a responder (e invoca Quinta Emenda)

Por  LUSA 

Uma investigação levada a cabo pelo Partido Republicano 'chamou' o antigo médico da Casa Branca Kevin O’Connor para falar sobre a saúde do antigo presidente Joe Biden. Profissional recusou e advogados dizem que investigação devia ser suspensa.

O antigo médico de Joe Biden recusou-se a testemunhar num inquérito à porta fechada no âmbito da investigação que o Partido Republicano está a levar a cabo acerca da saúde mental do antecessor de Donald Trump na Casa Branca.

Segundo avançam as publicações norte-americanas, o médico Kevin O’Connor invocou o privilégio médico-paciente e o seu direito à Quinta Emenda contra a autoincriminação.

Segundo explica um comunicado citado pela imprensa, O’Connor diz, repetidamente, que os seus deveres como médico complicam o seu testemunho e o impedem também de partilhar algumas informações mais sensíveis.

A Associated Press diz ainda que a Quinta Emenda da Constituição dos EUA foi invocada esta quarta-feira antes de se realizar o Comité de Supervisão da Câmara dos Representantes.

Note-se que a Quinta Emenda garante a proteção contra o abuso da autoridade estatal, incluindo o direito de não falar, por forma a evitar a autoincriminação. Esta emenda faz parte da Carta de Direitos dos EUA e estabelece o "devido processo legal", assegurando que ninguém seja privado de vida, liberdade ou propriedade sem o devido processo legal.  

Note-se que a investigação em causa está a ser conduzida pelos republicanos, que se questionam sobre as ações de Biden no cargo de presidente dos Estados Unidos.

Segundo o que defendem, algumas políticas levadas a cabo pela Casa Branca podem ser inválidas, se se provar que Biden esteve mentalmente incapacitado durante uma parte do seu mandato - e que terá usado uma 'autopen' [máquina para assinaturas automáticas] em certas ações. Note-se que Donald Trump afirmou que o Joe Biden tinha usado uma máquina destas para assinar perdões.

"Com exceção da eleição presidencial fraudulenta de 2020, o uso de 'autopen' é o maior escândalo político da História", escreveu Trump na Truth Social, no início de junho.

No comunicado em nome do médico, um dos seus advogados, David Schertler, explicou que o Comité de Supervisão da Câmara devia suspender a sua investigação até que a Procuradora-Geral dos EUA, Pam Bondi, concluísse uma investigação que o presidente do Comité de Supervisão, o deputado James Comer, disse que esta iniciou sobre o uso destas máquinas, usadas já por presidentes, mas também por escritores.

A saúde de Biden

Note-se que ainda antes de Biden dizer que se ia recandidatar ao cargo de presidente dos EUA, várias vozes levantaram questões acerca da sua saúde, apontando que este não estaria bem mentalmente. Após insistir várias vezes que ia defrontar Donald Trump, Biden acabou por retirar a sua candidatura, em julho de 2024, dizendo que a acreditava ser "do melhor interesse do partido e do país dar um passo atrás."

Biden demonstrou desde logo o seu apoio à sua então 'vice', Kamala Harris, que acabou por perder as presidenciais dos EUA para Trump.

Mais recentemente, em maio deste ano, Joe Biden anunciou que tinha sido diagnosticado com cancro na próstata, que já estaria metastizado - e que terá sido descoberto na semana anterior.

Depois de a notícia ser tornada pública, um outro antigo médico da Casa Branca, Ronny Jackson, explicou que o antigo presidente poderia não ter entre "12 a 18 meses de vida."

AO VIVO | O Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, recebe líderes da África Ocidental na Casa Branca, com a presença do Presidente da República da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló.


Rede para casamentos por conveniência: "Noivos só se encontraram para registar o contrato e nunca mais se viram"... A rede criminosa recrutava mulheres para casamentos como imigrantes, a troco de elevadas quantias de dinheiro, para obterem a nacionalidade portuguesa. Foram identificados 60 'casais', ou seja, 120 pessoas que casaram por conveniência para a obtenção de nacionalidade portuguesa.

Rita Rogado     sicnoticias.pt   09/07/2025

José Ribeiro, coordenador de investigação criminal da Polícia Judiciária (PJ), diz que foram identificadas 120 pessoas, ou seja, 60 'casais' por conveniência para a obtenção da nacionalidade portuguesa, no âmbito da operação Aliança Digital. Explica ainda que os noivos não se conheciam e só se encontraram para registar o contrato de casamento.

A rede criminosa recrutava mulheres para casamentos como imigrantes, a troco de elevadas quantias de dinheiro, para obterem a nacionalidade portuguesa.

Segundo o responsável, as noivas são portuguesas porque "era-lhes fundamental [para a rede] para a aquisição de nacionalidade". Pelo contrário, os noivos clientes da rede criminosa "são todos oriundos" de fora da União Europeia.

No total, foram identificadas até ao momento 120 pessoas, ou seja, 60 'casais'.

"As noivas e os noivos não se conheciam. Apenas se encontraram para registar o contrato de casamento e nunca mais se viram. Aliás, tem sido grande dificuldade fazer regressar os noivos para obter o divórcio", acrescenta o coordenador de investigação criminal da PJ.

Numa conferência de empresa sobre o balanço da operação, que começou em 2023, explica que inicialmente o objetivo da rede era a "constituição de empresas", contudo, "rapidamente perceberam que casamento por conveniência" era um processo "mais ágil e célere" para a obtenção da autorização de residência.

A operação Aliança Digital desenrolou-se em todo o país, mas teve mais incidência na Grande Lisboa. Contou com a colaboração de cerca 300 elementos da Polícia Judiciária. Foram cumpridos 57 mandados de busca e apreensão.

"Eu disse a Putin: 'Se vocês entrarem na Ucrânia, eu bombardeio Moscovo": este é o áudio explosivo de Trump

O presidente dos Estados Unidos ameaçou bombardear Moscovo para evitar que Vladimir Putin invadisse a Ucrânia. Na altura terá feito a mesma ameaça à China, a propósito de Taiwan. Donald Trump contou tudo em 2024, numa conversa privada com doadores da sua campanha. A gravação áudio foi agora conhecida

Fez o aviso a Putin e repetiu a mesma ameaça a Xi Jinping

Donald Trump disse, no ano passado, numa reunião privada de doadores, que em tempos tentou dissuadir o presidente russo, Vladimir Putin, de atacar a Ucrânia, ameaçando “bombardear Moscovo” como retaliação, de acordo com um áudio fornecido à CNN.

"A Putin, eu disse: 'Se entrarem na Ucrânia, vou bombardear Moscovo. Estou a dizer-vos que não tenho escolha'", pode ouvir-se Trump a dizer durante uma angariação de fundos para 2024, de acordo com o áudio. "E então [Putin] disse, tipo, ‘não acredito em ti’. Mas ele acreditou em mim 10%."

Mais tarde, Trump afirmou que transmitiu um aviso semelhante ao presidente chinês Xi Jinping sobre uma potencial invasão de Taiwan, dizendo-lhe que os EUA bombardeariam Pequim em resposta.

“Ele pensou que eu estava louco”, disse Trump sobre Xi, antes de observar que “nunca tivemos um problema”.

Os comentários, que surgiram no momento em que Trump defendia um segundo mandato, estão entre os captados numa série de gravações áudio de angariações de fundos para 2024 em Nova Iorque e na Florida, que foram posteriormente obtidas por Josh Dawsey, Tyler Pager e Isaac Arnsdorf, que descreveram em pormenor algumas das trocas de impressões no seu novo livro, “2024”. O áudio não foi transmitido anteriormente. A campanha de Trump recusou-se a comentar o conteúdo das gravações.

O áudio mostra um lado mais solto de Trump que o presidente estava disposto a revelar a portas fechadas para apelar aos doadores ricos - quando falou não apenas sobre a sua estratégia de política externa por vezes agressiva, mas também sobre a deportação de estudantes manifestantes e a opinião de que “as pessoas do Estado social” votará sempre nos democratas.

Trump referiu as suas conversas com Putin e Xi enquanto argumentava que teria evitado os conflitos na Ucrânia e em Gaza se fosse ele o presidente em vez de Joe Biden - uma afirmação que continuou a repetir enquanto luta agora para acabar com ambas as guerras.

Ainda esta terça-feira, Trump voltou a manifestar a sua frustração com a resistência de Putin a um acordo de paz, queixando-se de que o líder russo estava a atirar “um monte de tretas” aos EUA.

“Não estou satisfeito com Putin”, sublinhou durante uma reunião do gabinete. “Estou muito descontente com eles”.

Durante uma angariação de fundos, Trump gabou-se de ter pressionado aliados ricos a doar dezenas de milhões de dólares para a sua campanha. Noutra, fez uma antevisão dos esforços da sua administração para deportar estudantes manifestantes, para além de contar as suas trocas de impressões com líderes estrangeiros.

“Uma coisa que eu faria seria expulsar do país qualquer estudante que protestasse”, disse Trump numa segunda angariação de fundos à porta fechada, prometendo reprimir as manifestações pró-palestinianas nos campus universitários. "Essas pessoas cometeram um grande erro. Expulsem-nas do país e acho que isso vai acabar com o problema".

Depois de um doador ter manifestado a sua preocupação com o facto de alguns dos estudantes manifestantes poderem vir a “governar este país”, Trump pressionou a audiência a “ser realmente generosa” para o ajudar a ser eleito.

“Se me elegerem, vamos fazer recuar esse movimento 25 a 30 anos”, garantiu.

Trump tem procurado cumprir essa promessa desde que assumiu o cargo, provocando uma série de confrontos legais entre a Casa Branca e o poder judiciário sobre o âmbito da ação de deportação em massa da administração - incluindo contra estudantes que possuem vistos que a administração procurou revogar.

Noutra angariação de fundos, Trump pressionou os participantes a darem mais para a sua campanha, afirmando que os republicanos estavam em desvantagem porque “as pessoas que vivem da assistência social votarão sempre nos democratas”.

“Os sindicatos dão muito dinheiro, a função pública dá muito dinheiro, e eles têm a vantagem do Estado social”, disse. "A única coisa que tenho a dizer aos meus amigos judeus: têm de os fazer começar a votar nos republicanos."

Durante esse evento, Trump também se gabou de ter convencido um doador rico, que tinha oferecido um donativo de 1 milhão de dólares em troca de um almoço com ele, a aumentar o montante para 25 milhões de dólares.

“E ele fê-lo, deu-me 25 milhões de dólares”, referiu Trump. “É uma loucura.”

O então candidato presidencial do Partido Republicano afirmou que, da mesma forma, tinha conseguido que outros doassem muito mais do que tinham planeado inicialmente.

“É preciso ter a coragem de pedir”, pode ouvir-se. “É preciso fazer com que as pessoas tenham essa mentalidade”.

Um grupo expressivo de mulheres, incluindo antigas apoiantes do PAIGC, realizou uma marcha tradicional em forma de Djambadon nas ruas de Mansoa, manifestando apoio à reeleição do Presidente Umaro Sissoco Embaló, reconhecendo os esforços do Chefe de Estado em melhorar as infraestruturas, segurança, diplomacia e apoio social e, o compromisso com a paz e o progresso da Guiné-Bissau.

As manifestantes também reafirmaram o seu apoio ao deputado Cuca Fadul, candidato pelo círculo 08 (Nhacra/Mansoa), elogiando a sua dedicação às causas da comunidade

Envelhecimento levará a falta de mão de obra nos mercados de trabalho... Os mercados de trabalho da OCDE continuam resilientes, mas o envelhecimento da população provocará uma escassez significativa de mão-de-obra e pressões fiscais, alertou a entidade.

Por LUSA 

Os mercados de trabalho da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE) continuam resilientes, mas o envelhecimento da população provocará uma escassez significativa de mão-de-obra e pressões fiscais, alertou hoje a entidade.

Os mercados de trabalho da OCDE continuam resilientes: as taxas de emprego aumentaram ainda mais no ano passado para 72,1% na média dos países da OCDE, o nível mais elevado desde pelo menos 2005", afirmou o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, em comunicado, sobre a relatório das perspetivas de emprego na OCDE.

O relatório refere que o emprego em toda a OCDE, que atingiu 668 milhões em maio deste ano - um aumento de cerca de 26% desde 2001 - deverá crescer cerca de 1,1% em 2025 e 0,7% em 2026.

Já a taxa de desemprego em toda a OCDE situou-se em 4,9% em maio e a projeção é que se mantenha perto deste nível até 2026.

A taxa de desemprego foi 0,5 pontos percentuais superior para as mulheres do que para os homens, mas, entre o primeiro trimestre de 2024 e o primeiro trimestre de 2025, a taxa de emprego das mulheres aumentou em média mais cerca de 0,2 pontos percentuais do que a dos homens.

A edição deste ano inclui também uma nova análise sobre o impacto significativo que o declínio das taxas de natalidade e o aumento da esperança de vida na OCDE terão no crescimento económico e no emprego.

"O envelhecimento populacional deverá conduzir a uma escassez significativa de mão-de-obra e a pressões fiscais. Estimamos que, até 2060, a população em idade ativa diminua 8% na OCDE e as despesas públicas anuais com pensões e cuidados de saúde aumentem 3% do PIB", apontou a organização internacional que promove políticas para melhorar o bem-estar económico e social em todo o mundo.

O relatório prevê que a população em idade ativa diminua mais de 30% num quarto dos países da OCDE até 2060 e realçou que a taxa de dependência dos idosos aumentou de 19% em 1980 para 31% em 2023, estimando-se que suba para 52% até 2060.

A OCDE sinalizou a necessidade de medidas políticas ambiciosas para melhorar as oportunidades de emprego para os trabalhadores mais velhos, desbloquear o potencial inexplorado do mercado de trabalho das mulheres e dos jovens e reativar o crescimento da produtividade, incluindo a garantia de que os trabalhadores têm as competências certas para beneficiarem das novas ferramentas de Inteligência Artificial (IA).

"Sem uma ação política decisiva, o crescimento do PIB per capita diminuirá cerca de 40% na área da OCDE -- de 1% ao ano em 2006-19 para 0,6% ao ano em 2024-60, em média", apontou.

Para já, ressalvou a OCDE, os mercados de trabalho continuam resilientes, mas há sinais de abrandamento, uma vez que as incertezas geopolíticas e de política comercial prejudicam a atividade económica.

Os salários reais estão a crescer na maior parte dos países da OCDE, mas continuam abaixo dos níveis observados no início de 2021, pouco antes do aumento da inflação pós-pandemia, em cerca de metade dos países.

A OCDE é um fórum político global que tem como objetivo fomentar o desenvolvimento económico sustentável, a expansão do comércio mundial e a melhoria da qualidade de vida nos 38 países membros, trabalhando com mais de 100 países.

O Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, participou hoje na Mesa Redonda Executiva de Negócios Estados Unidos / Guiné-Bissau, realizada na sede da Câmara de Comércio dos EUA.

O encontro reuniu empresários norte-americanos interessados em investir na Guiné-Bissau e serviu como espaço de diálogo sobre oportunidades concretas nos setores da energia, agricultura, tecnologia e infraestruturas.

Na ocasião, o Chefe de Estado destacou o potencial económico do país, reforçando a imagem de uma Guiné-Bissau segura, estável e com um código de investimento atrativo, além de acesso estratégico aos mercados regionais africanos.


Presidência da República da Guiné-Bissau / Radio Voz Do Povo