domingo, 2 de março de 2025

Líderes internacionais defendem união de esforços para apoio à Ucrânia

© Nicolas Economou/NurPhoto via Getty Images)   Lusa  02/03/2025 

A união de esforços para apoio à Ucrânia, mas também quanto à segurança na Europa foi defendida hoje pelos responsáveis turco, espanhol, neerlandês e norueguês que participaram na cimeira informal em Londres.

Pela Turquia, o ministro dos Negócios Estrangeiros, Hakan Fidan, garantiu que o país quer contribuir para "reconstruir a arquitetura de segurança da Europa".

Citado pela Agência Anadolu, o governante notou que o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, "tem uma grande visão e uma grande vontade de a implementar", anunciando ainda que os participantes na cimeira de Londres concordaram em reunir-se com mais frequência, "não de seis em seis meses ou de dois em dois meses, mas de duas em duas ou de três em três semanas".

Erdogan tem uma boa relação com o Presidente russo, Vladimir Putin, e a Turquia, membro da NATO, não aplicou as sanções da UE contra a Rússia. Simultaneamente Ancara tem defendido uma solução pacífica para a guerra na Ucrânia que respeite a "soberania e integridade territorial" do país, incluindo a Crimeia.

O chefe do governo espanhol, Pedro Sánchez, apoia todos os esforços de paz na Ucrânia, mas escusou-se a comentar pontos específicos do plano de paz anunciado pelo primeiro-ministro britânico.

Sem fazer declarações após a reunião, o governante garantiu nas redes sociais que a Espanha continuará a trabalhar com os seus aliados para construir a paz justa e duradoura de que a Ucrânia necessita.

O primeiro-ministro neerlandês, Dick Schoof, pediu uma Europa "unida" em relação à Ucrânia e com "maior responsabilidade" pela sua própria segurança, incluindo o reforço da defesa.

"Uma Ucrânia segura é do interesse de toda a Europa, incluindo os Países Baixos. É por isso que uma Europa unida é mais importante do que nunca. Temos de desempenhar um papel mais importante para garantir a segurança no nosso continente", defendeu nas redes sociais.

Esta abordagem assenta em três pilares, acrescentou, enumerando inicialmente "o apoio contínuo à Ucrânia, permitindo que o país negoceie a partir da posição mais forte possível e, assim, consiga uma paz duradoura".

Em segundo lugar, Schoof afirmou que "é necessário um plano europeu de garantias de segurança sólidas para proteger o continente - incluindo a Ucrânia - e impedir futuras agressões russas".

E, em terceiro lugar, "a Europa deve assumir uma maior responsabilidade pela sua própria segurança, nomeadamente através do reforço da defesa europeia".

O primeiro-ministro dos Países Baixos considerou que "as boas relações transatlânticas também são indispensáveis" e que deve haver trabalho em conjunto.

Pela Noruega, o chefe do governo, Jonas Gahr Støre, garantiu que a Europa está pronta para dar um apoio "mais forte e coordenado" à Ucrânia contra a Rússia, cujo conflito entrou em fevereiro no seu terceiro ano.

"Nunca vimos uma cooperação tão profunda entre os países europeus", acrescentou à agência noticiosa norueguesa NTB, acrescentando que após a reunião de Londres "existe um amplo acordo para trabalhar no sentido de manter os Estados Unidos envolvidos na paz na Europa", apesar das diferenças que possam separar os lados.

A reunião internacional em Londres, que contou com a presença do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, ganhou particular significado após a discussão do chefe de Estado ucraniano, na sexta-feira, na Sala Oval da Casa Branca, com o seu homólogo norte-americano, Donald Trump, e o seu vice-presidente, JD Vance.

"É muito importante que os Estados Unidos estejam envolvidos. Todos concordamos com isso. Vamos encontrar o caminho com os Estados Unidos", insistiu Støre.

A reunião de Londres, promovida pelo primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, contou com a presença de vários líderes internacionais, dos presidentes do Conselho e da Comissão, António Costa e Ursula von der Leyen, respetivamente, do secretário-geral da NATO, Mark Rutte e do primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau, além do líder ucraniano.


Leia Também: A União Europeia (UE) criticou hoje a recusa do Hamas em aceitar a prorrogação da primeira fase do acordo de cessar-fogo em Gaza, e o consequente bloqueio da ajuda humanitária por parte de Israel.

Primeiro dia do desfile do Carnaval 2025, sob lema "Diversidade Cultural, um Fator de Unidade Nacional".

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Radio Voz Do Povo  / Albano Barai

Fala África: Como as deputadas podem transformar leis e reduzir desigualdades

Graça Sanches, consultora internacional e especialista em questões de género.  Por  voaportugues.com

A luta pela igualdade de género e pela maior participação das mulheres na política continua a ser um desafio na Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP). Graça Sanches, ex-deputada cabo-verdiana e especialista em questões de género, destacou em entrevista ao Fala África que, embora haja avanços, ainda há muito a fazer para garantir uma representação efectiva das mulheres nos parlamentos e dentro dos partidos políticos.

Segundo Sanches, Cabo Verde lidera o ranking da CPLP em representação feminina no parlamento, com 44% de deputadas, seguido por Moçambique (39,2%) e Angola (39,1%). São Tomé Príncipe tem apenas 14%. No entanto, em países como e Guiné-Bissau (9,8%), a presença feminina ainda é preocupantemente baixa. "Constitui uma preocupação não só a participação das mulheres, mas também a instabilidade política que se vive no país, onde não se consegue ter um parlamento efectivo a funcionar", afirmou.

Fala África: Mulheres no Parlamento—O desafio da representação e igualdade
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Fala África: Mulheres no Parlamento—O desafio da representação e igualdade

O papel das mulheres na elaboração das leis

Sanches reforçou que a presença feminina no parlamento é essencial para garantir que as leis sejam elaboradas com um olhar voltado às questões de género. "As deputadas têm um papel muito nobre. Elas representam a voz ao mais alto nível das mulheres nessas questões", explicou. Segundo ela, é fundamental que as propostas de lei passem por uma análise detalhada para evitar qualquer tipo de discriminação de género.

Além disso, destacou que algumas leis antigas precisam ser revogadas, pois perpetuam desigualdades. "Às vezes é preciso revogar essas leis, e esse trabalho deve ser feito pelas mulheres parlamentares", afirmou. Para ela, um dos caminhos é ouvir a população e as organizações da sociedade civil para garantir que as decisões sejam baseadas em necessidades reais.

Mulheres nos partidos políticos

Outro ponto levantado por Graça Sanches foi a necessidade de maior actuação das mulheres dentro dos partidos políticos. "As mulheres precisam estar nos órgãos de decisão dos partidos, porque a primeira decisão não é no parlamento. Ela é discutida primeiro nos órgãos do partido e depois chega ao parlamento", explicou. Para ela, conhecer as regras e o funcionamento interno dessas instituições é essencial para conseguir avançar com propostas que beneficiem a igualdade de género.

Ela também ressaltou a importância das alianças entre mulheres e homens dentro dos partidos. "As mulheres podem criar redes e lobbies com homens parlamentares, o que chamamos de male champions, para juntos fazerem esse processo de advocacia", sugeriu.

Caminhos para o futuro

Apesar dos desafios, Sanches acredita que o avanço da participação feminina na política depende da mobilização contínua e da implementação de leis que garantam a paridade de género. "Estamos confiantes de que os países possam dar passos adiante e que as próximas eleições nos tragam mais novidades", concluiu.

EUA dão 3,85 mil milhões de euros em ajuda militar a Israel

© Lusa   02/03/2025

O chefe da diplomacia dos Estados Unidos, Marco Rubio, anunciou a aprovação do envio de cerca de quatro mil milhões de dólares (3,85 mil milhões de euros) em ajuda militar a Israel.

"Assinei uma declaração para utilizar os poderes de emergência para agilizar a entrega de aproximadamente quatro mil milhões de dólares em ajuda militar a Israel", disse no sábado o secretário de Estado norte-americano.

A declaração de emergência por parte de Rubio permite ao Departamento de Estado evitar a necessidade de aprovação da entrega por parte do Congresso, o parlamento norte-americano.

Rubio recordou ainda que o novo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, levantou um embargo parcial na venda de armas a Israel, imposto pelo antecessor, Joe Biden.

Em 25 de janeiro, Trump autorizou o envio para o Estado hebraico de um carregamento de 1.800 bombas MK-84, cada uma com 900 quilogramas, um tipo de armamento cujo envio tinha sido proibido por Biden.

"A decisão de reverter o embargo parcial de armas do governo de Biden, que reteve indevidamente uma série de armas e munições de Israel, é mais um sinal de que Israel não tem um aliado mais importante na Casa Branca do que o presidente Trump", disse Rubio, no comunicado.

Embora Biden tenha apoiado a ofensiva israelita na Faixa de Gaza e mantido o fornecimento de armas, decidiu deixar de enviar bombas de 900 quilos em maio de 2024, por temer que fossem utilizadas em zonas densamente povoadas de Rafah, a sul do enclave palestiniano.

O anúncio surgiu horas depois do Governo israelita ter aprovado uma proposta dos Estados Unidos sobre uma trégua em Gaza durante o Ramadão e a Páscoa Judaica, anunciou o gabinete do primeiro-ministro, Benjamin Netanyahu.

Isto pouco antes do final da primeira fase do cessar-fogo entre Israel e o movimento islamita palestiniano Hamas, sem que exista ainda um acordo sobre uma segunda fase.

A festa muçulmana do Ramadão decorre até finais de março e a Páscoa judaica será celebrada em meados de abril.

O plano do enviado de Trump para o Médio Oriente prevê que "metade dos reféns (israelitas capturados pelo Hamas), mortos ou vivos" sejam libertados no primeiro dia da trégua proposta, com a libertação dos restantes a acontecer "no final, se for alcançado um acordo sobre um cessar-fogo permanente", adianta o comunicado do governo israelita.

O conflito na Faixa de Gaza começou depois de um ataque do Hamas contra Israel em 07 de outubro de 2023 e que causou 1200 mortos em Israel, na sua maioria civis, e fez cerca de 250 reféns, segundo Telavive.

A ofensiva militar lançada por Israel em retaliação já matou mais de 48 mil pessoas e destruiu grande parte do enclave palestiniano, segundo as autoridades de Gaza controladas pelo Hamas.


Leia Também: O vice-presidente norte-americano viajou para o Estado de Vermont para esquiar com a sua família e, segundo o canal de televisão CNN, à sua passagem, um grupo de manifestantes empunhavam cartazes, com mensagens como "Vai esquiar na Rússia, traidor", enquanto outro manifestante segurava um cartaz que dizia "Que vergonha, Vance"."

MISSÃO DE ALTO NÍVEL DA CEDEAO TERÁ SIDO EXPULSA DA GUINÉ-BISSAU PELO PR SISSOCO

Por: Tiago Seide  O DEMOCRATA  02/03/2025

A Missão de Alto Nível da CEDEAO terá sido expulsa da Guiné-Bissau pelo Presidente Cessante da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embaló, mas avisa que a missão apresentará o seu relatório ao Presidente da Comissão da CEDEAO, Omar Alieu TOURAY, incluindo a sua proposta sobre como encontrar um roteiro consensual para a realização das eleições inclusivas e pacíficas em 2025.

“A Missão partiu de Bissau no início da manhã de 1° de março, após ameaças de Umaro Sissoco Embaló para expulsá-la” lê-se no comunicado consultado pelo O Democrática, assinado pelo chefe da missão, embaixador Bagudu HIRSE. 

A missão informou que preparou um projeto de acordo sobre o roteiro para a condução das eleições legislativas e presidenciais em 2025 e começou a apresentá-lo as partes interessadas para o seu consentimento. Contudo, terá sido explicada, sob a “ameaça de Chefe de Estado cessante”.

A Comissão diz que realizou as consultas com uma ampla gama de partes interessadas nacionais, incluindo autoridades, atores políticos, entidades de gestão eleitoral e representantes da sociedade civil, bem como parceiros bilaterais, regionais e internacionais, tendo tomado nota das questões e preocupações levantadas pelas partes interessadas durante as consultas e elogia o compromisso de todas as partes interessadas com o diálogo político para promover um amplo consenso sobre um roteiro para a condução das eleições legislativas e presidenciais em 2025.

Por fim, a missão apela a todas as partes interessadas e cidadãos para que continuem a manter a calma e defender a paz e a tranquilidade no país.

A Guiné-Bissau está “mergulhada numa crise política”, desde a “dissolução prematura” do Parlamento, seis meses depois da sua constituição em dezembro de 2023. Os debates políticos intensificaram-se em 2024, onde os atores políticos manifestaram opiniões divergentes quanto ao fim do mandato presidencial na Guiné-Bissau. Os opositores de Umaro Sissoco Embaló falam em 27 de fevereiro de 2025 enquanto Sissoco Embaló e os partidos políticos que o apoiam falam em 4 de setembro. 

No dia em que começava a missão do alto nível da CEDEAO, o presidente da República cessante, Umaro Sissoco Embaló, anunciou que convocaria as eleições presidenciais e legislativas para 30 de novembro, apesar de a lei eleitoral guineense fixar, regra geral, o período entre 23 de outubro e 25 de novembro para a realização de eleições.


Leia Também:  A Universidade Amílcar Cabral (UAC) e a Organização Não Governamental, Liga Guineense dos Direitos do Ambiente (LGDA), assinaram esta sexta-feira, 28 de fevereiro de 2025, um acordo de parceria no domínio de estudos e pesquisas, sensibilização e formação ligadas ao ambiente.

Chefes de Estado e de Governo internacionais vão reunir-se hoje em Londres para procurar uma saída para a crise diplomática resultante da desavença entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o homólogo norte-americano, Donald Trump.

© Lusa  02/03/2025 

Líderes internacionais reúnem-se em Londres para debater paz na Ucrânia

Chefes de Estado e de Governo internacionais vão reunir-se hoje em Londres para procurar uma saída para a crise diplomática resultante da desavença entre o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e o homólogo norte-americano, Donald Trump. 

Para além o Reino Unido, estarão representados a Ucrânia, França, Alemanha, Itália, Países Baixos, Espanha, Noruega, Canadá, Finlândia, Suécia, Dinamarca, República Checa, Polónia, Roménia. 

O ministro dos Negócios Estrangeiros turco, Hakan Fidan, também vai participar, bem como o secretário-geral da NATO, Mark Rutte, a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, e o presidente do Conselho Europeu, António Costa. 

O encontro em Lancaster House, um palácio do século XIX cenário de vários eventos internacionais, está programado para a parte da tarde, seguido de uma conferência de imprensa. 

Segundo o comunicado do Governo, a cimeira vai abordar o "reforço da posição atual da Ucrânia, incluindo o apoio militar corrente e o aumento da pressão económica sobre a Rússia" e a "necessidade de um acordo sólido e duradouro que assegure uma paz permanente na Ucrânia e garanta que a Ucrânia seja capaz de dissuadir e defender-se contra futuros ataques russos".

Os dirigentes também deverão discutir "próximas etapas do planeamento de fortes garantias de segurança".

A cimeira foi marcada há vários dias para fazer um balanço das visitas do presidente francês, Emmanuel Macron, e do primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, à Casa Branca na semana passada e discutir um plano comum para a segurança europeia e a guerra na Ucrânia. 

Mas ninguém esperava a troca de palavras azeda entre Zelensky e Trump na sexta-feira que acabou com o chefe de Estado ucraniano a sair dos Estados Unidos sem assinar o acordo sobre minerais, hidrocarbonetos e infraestruturas ucranianas previsto.

O desentendimento deixou em suspenso as negociações com Moscovo para um cessar fogo e intensificou a pressão sobre os líderes europeus, que já estavam constrangidos a aumentar o apoio militar à Ucrânia para tentar convencer Trump a oferecer garantias de segurança dos EUA a uma eventual força de manutenção de paz. 

A maioria dos líderes europeus manifestou solidariedade com Zelensky, incluindo Starmer, que também terá falado com Trump na sexta-feira por telefone. 

Mas escutaram-se igualmente vozes dissonantes, como a do primeiro-ministro eslovaco, Robert Fico, que criticou a estratégia da "paz pela força" da UE , e a do primeiro-ministro húngaro, Viktor Orbán, que desafiou Bruxelas a abrir negociações com a Rússia. 

No sábado, a primeira-ministra italiana, Giorgia Meloni, pediu uma "cimeira imediata entre os Estados Unidos, a Europa e os seus aliados para tentar falar francamente sobre a forma como tencionamos enfrentar os grandes desafios da atualidade, a começar pela Ucrânia". 

Meloni pretende levar esta proposta à cimeira de Londres, onde será recebida de manhã pelo homólogo britânico para um encontro bilateral onde vão abordar outros temas, nomeadamente a imigração ilegal. 

O encontro de hoje antecede um Conselho Europeu especial na quinta-feira em Bruxelas convocado para discutir o apoio à Ucrânia e a defesa europeia, para o qual também foi convidado o presidente ucraniano.


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