segunda-feira, 17 de janeiro de 2022

PAIGC - Amadora: Conferência de Base de Amadora, Lisboa, Portugal, 15.01.22.


PAIGC - Amadora

ONG HOMEM NOVO CRIA MÁQUINA DE LAVAR ROUPA SEM ELECTRICIDADE

Odemocratagb.com

[REPORTAGEM_janeiro_2022] A ONG “Guiné-Bissau Verde Homem Novo”, através dos seus associados, apresentou uma habilidade criativa e de inovação surpreendentes, ao inventar uma máquina de lavar  roupa que não precisa de corrente elétrica. A máquina vai funcionar num  tambor que servirá de recipiente para colocar as roupas, poderá também absorver a água, tanto com sabão ou sem, e tem ainda a capacidade ou a facilidade de extrair água através da sua grande força de rotação para  a seca das roupas.

Para além da máquina de lavar roupas, a ONG Homem Novo também trabalhou  no processo de produção de lenha ecológica para o uso doméstico.  Neste caso, transformar-se-á   o lixo orgânico para a produção de lenha ecológica. 

O projeto da invenção da lenha ecológica trabalhará basicamente na transformação de papéis, palhas, cartões, madeiras  entre outros lixos orgânicos, serão moídos, ensopados em água e depois serem comprimidos num molde, e transformado em madeira , neste caso, lenha para o uso doméstico. 

“Nós temos o hábito de trabalhar com as lenhas, às vezes as pessoas usam pedaços de colchão ou cartas para acender o fogo, que liberta químicos altamente perigosos e nocivos à saúde humana”, disse, para de seguida garantir que a lenha que o seu projeto criou é mais segura e irá contribuir na limpeza da cidade, sem cortes de árvores para a produção do carvão mineral. 

Em entrevista exclusiva ao jornal O Democrata, depois do lançamento da iniciativa, o coordenador do projeto Homem Novo, Juviano Leopoldo Correia Landim, disse que apesar da sociedade guineense estar acostumada a outra forma de lavar roupas, é possível incorporar essa nova invenção. Salientou neste particular que é preciso apostar no método de sensibilização, mostrar como funciona a máquina para que as pessoas possam aderir à sua iniciativa. 

“Irá  enfrentar muita resistência  por causa do costume de lavar a roupa a mão, mas estamos à espera que as pessoas consigam ver que realmente é a melhor forma e ainda vai poupar os esforços físicos”, salientou. Landim explicou que a ideia de criar uma máquina de lavar a roupa sem recurso à eletricidade é um primeiro passo do protótipo  que ainda precisa ser melhorado. 

O Homem Novo enfatizou que a sua invenção não se limitou apenas no saneamento básico, tendo defendido que se  mais guineenses trabalharem para melhorar  a situação das comunidades  e servir o bem comum em qualquer área, será  “o verdadeiro sentido de homem novo”. 

Informou na entrevista que a máquina surgiu dentro das inovações que a ONG tem estado a desenvolver, porque “o nosso objetivo é melhorar a qualidade de vida dos cidadãos guineenses e temos estado realmente a constatar aspectos negativos a sociedade legitimou como algo normal”.

O ativista defendeu a introdução, no currículo escolar guineense, de uma disciplina sobre o saneamento básico, para garantir que cada cidadão tenha consciência sobre o saneamento, sendo uma área  de muito impacta.

“Construímos urinóis para reduzir ou acabar com o péssimo hábito de urinar  nas vias públicas, que é um dos exemplos negativos para a nossa sociedade”, indicou e disse que o trabalho de Homem Novo é fazer pressão às organizações e às instituições do Estado para que assumam as suas responsabilidades sociais.

“Criamos urinóis e funcionou perfeitamente. Já  recolheram a urina para  tratamento e transformação  em adubo orgânico. Foi possível realizar com empenho e determinação,  esse adubo é muito bom e rico ”.

Juviano Landim sublinhou que a ideia  com os  urinóis nas ruas de Bissau teve um impacto positivo, porque foi possível colocar a maior parte dos urinóis nos locais onde as pessoas urinavam ao ar livre. Realçou que a sociedade guineense precisa de apoio para a sustentabilidade da mudança de comportamento.

O ativista referiu que para conseguir a sustentabilidade e mudança de comportamento, será preciso um engajamento forte  do governo guineense, da Câmara Municipal de Bissau, mas sobretudo será necessário um “esforço gigante” dos cidadãos para ter a consciência de que, sim, é possível contribuir e mudar o rumo das coisas na Guiné-Bissau. 

Questionado sobre a persistência da população que continua a urinar nas ruas, Correia Landim frisou que lamentavelmente é um hábito que tem vindo a ser praticado há muitos anos, que não pode ser banido rapidamente “ terá uma certa morosidade  até ser revertido”.

O ativista disse acreditar que, com a colocação dos urinóis nas ruas e uma aposta forte nas campanhas de sensibilização é possível voltar a ter um hábito saudável. 

Juviano Correia Landim contou ao jornal O Democrata que o Homem Novo tem uma iniciativa denominada “Cabaz di Guinendadi”. A iniciativa visa ajudar a classe mais desfavorecida na sociedade guineense e despertar a consciência sobre a forma como algumas famílias vivem na Guiné-Bissau.

“O Homem Novo procura identificar nos bairros, as  famílias que mais necessitam para ajudá-las”, notou, tendo revelado que o projeto que lidera chegou a acudir uma senhora que teve problemas no pé e morava num quarto que não tinha porta nem janela e ainda dormia no chão.

 “O programa HN conseguiu reabilitar o quarto da senhora com a cama nova, eletrificação, etc”, afirmou, frisando que o programa não ficou por aí, também já teve várias ações do género, mas para isso é preciso ajuda de todos . 

Landim realçou que Homem Novo é um despertar da consciência dos guineenses em todas as áreas possíveis. Apesar do foco ser saneamento básico, o HN investe também em outras áreas para poder melhorar a vida da sociedade e promover o desenvolvimento na Guiné-Bissau. 

Por: Djamila da Silva 

RENAJ DIZ QUE VAI EXIGIR 35 POR CENTO DE JOVENS NA LISTA DE CANDIDATOS A DEPUTADOS

Odemocratagb.com

[ENTREVISTA_janeiro_2022] O Presidente da Rede Nacional das Associações Juvenis (RENAJ), Seco Duarte Nhaga, disse que a RENAJ vai exigir, nas próximas eleições legislativas, aos partidos políticos a colocação na lista de candidatos a deputados, 35% dos jovens como cabeças de listas e “não meros figurantes das listas”, por a juventude representar 64% da população da Guiné-Bissau e da população eleitoral.

A RENAJ lidera a iniciativa “I DJUSTA! JOVENS, NÔ TOMA TERRA” traduzido literalmente em português significa “Basta! Jovens, assumamos a governação” que visa pôr fim à “tamanha desorganização” de que o país vem sendo alvo ao longo dos tempos.

“É chegada a hora, aliás, passou da hora, de nós jovens, assumirmos as nossas responsabilidades, que passam necessariamente pela assunção do país, mediante ações concretas e concertadas, capazes de colocar maior número de jovens nas estruturas de tomada de decisões”, começou por dizer Seco Nhaga.

RENAJ CRITICA ENVOLVIMENTO DE ALTAS AUTORIDADES NO NARCOTRÁFICO E A CORRUPÇÃO

Seco Nhaga disse que se os partidos não cumprirem as exigências da juventude, a RENAJ vai mobilizar as organizações juvenis, através de uma Campanha nacional de mobilização da consciência juvenil, para uma abstenção em massa “jamais vista no país”.

“Caso haja partidos que coloquem 35% dos jovens como cabeças de listas, não vamos ter medo e nem receio de incentivar também os jovens a votar nesses partidos. Vamos assegurar que os nossos colegas jovens que estão militados nos diferentes partidos políticos encontrem espaços nas estruturas cimeiras de tomada de decisões nos respetivos partidos e incentivar mais jovens a aderirem às fileiras dos diferentes partidos, conforme a ideologia partidária na qual acreditam”, disse.

O líder juvenil apelou à colaboração de diferentes estruturas juvenis, partidárias, estudantis e religiosas a uma mobilização juvenil, em larga escala, para estarem prontos e preparados para assumir posições de relevo em todos os níveis para em uma única voz: “Dizermos: I Djusta! Jovens, Na Toma Terra”.

O presidente da RENAJ acusou a classe política de ser incapaz em dar respostas aos problemas básicos do povo guineense, apontando as sucessivas greves nos setores sociais, nomeadamente, a educação e a saúde, que levaram a que as portas das salas de aulas estejam fechadas, já lá vão mais de três anos, colocando em risco o futuro dos jovens e, durante quase todo esse tempo, os hospitais têm estado a prestar os serviços mínimos.

“Os jovens estão à altura de assumir o país. A classe política guineense sente medo dos jovens, por isso criou uma narrativa de que os jovens não estão preparados para assumir os destinos do país. Os jovens estão preparados apenas para representar o país no futebol, na arte, na música, na comunicação, nas áreas sociais, menos a governação”, ironizou.

Para Seco Duarte Nhaga, esse discurso é uma falácia, tendo prometido desconstruir essa narrativa.

“Não temos medo de sermos conectados com algum partido político. Esta é uma iniciativa dos jovens. O país está mal. Não é de hoje. Que alguém não confunda que nós nos referimos só aos problemas de hoje. O país tem sido governado mal ao longo dos anos”, disse Seco Nhaga.

No manifesto, a RENAJ disse que no setor da justiça tem-se assistido às más condições das prisões, a inexistência da independência prática das instituições judiciárias, fruto de intromissões sistemáticas dos atores políticos nas questões de natureza essencialmente jurídica, corrupção, impunidade, tráfico de pessoas e o envolvimento de altas autoridades no narcotráfico.  

“Temos assistido ao longo dos tempos as  violações gritantes dos direitos humanos na Guiné-Bissau, mesmo aqueles direitos mais sagrados, liberdades e garantias fundamentais dos cidadãos, são vergonhosamente postas em causa e o principal violador destes direitos é o próprio Estado”, disse.

O ativista frisou que a inoperância das instituições competentes na fiscalização das normas e ações governativas tem mergulhado o país numa situação de caos cada vez mais preocupante.

No documento lê-se que a radiografia que hoje se faz é de um país “desgovernado, sequestrado por uma classe política despreparada, mergulhada numa corrupção patológica, no nepotismo, no tráfico de influências, entre outras condutas que têm minado o sonho do martirizado povo guineense, particularmente dos jovens, que clamam por um país de oportunidades e de realizações”. 

O documento refere que a recente história da democracia na Guiné-Bissau tem sido marcada pelas sucessivas instabilidades político-institucionais, resultantes da incapacidade dos atores políticos em criar consensos à volta dos maiores interesses do país.

“De recorrentes golpes de Estado e consequentemente às mudanças de governação, têm sido breves momentos de construção de consensos entre os atores políticos para definir os acordos de partilha do bem público e que rapidamente voltam a entrar em conflitos. Os interesses partidários e pessoais têm, ao longo dos tempos, se sobrepostos aos interesses nacionais”, refere a mesma nota.

Segundo documento consultado pelo jornal O Democrata, o nível de ostentação da riqueza por parte dos gestores públicos demonstra o quão “gritante é o nível de corrupção” no aparelho do Estado e os órgãos da administração da justiça “têm fingido fazer a justiça, dando um amém aos corruptos para continuarem a prática”.

Por: Tiago Seide

CAN 2021: Covid-19 manda para casa metade da delegação da Guiné-Bissau

 CAN 2021, Baciro Candé, treinador da equipa da Guiné-Bissau, 11 Jan 2022

VOA

Guiné-equatorial protagoniza surpresa da prova ao vencer a campeão em título Argélia, que tem ameaçada a passagem à fase seguinte

YAOUNDÉ — A delegação da Guiné-Bissau que acompanha a selecção nacional de futebol no Campeonato Africano de Nações (CAN) 2021 viu-se reduzida para metade devido a um surto de covid-19.

Todo o corpo directivo da Federação Nacional de Futebol, incluindo o seu Presidente, o secretário de Estado dos Desportos, funcionários do Governo e alguns jornalistas foram obrigados a regressar a Bissau por estarem infectados.

No sábado, 15, o seleccionador Baciro Candé não orientou a equipa no jogo que a sua equipa perdeu contra o Egipto (0-1)por ter dado positivo, bem como mais três jogadores.

Desconhece-se, por agora, quantos jogadores poderão estar impedidos de jogar na quarta-feira, 19, no decisivo encontro ante a Nigéria, que vai determinar a passagem ou não dos “Djurtus” para a fase seguinte.

Surpresa

Quanto aos jogos deste domingo, 16, a surpresa, a primeira grande da prova, foi protagonizada pela Guiné-Equatorial que venceu a campeã em título Argélia por 1-0, deixando os magrebinos com um pé fora da competição.

Esteban Obiang foi o carrasco da equipa capitaneada pela estrela do Manchester City, Riyad Mahrez, ao marcar o único golo do jogo, a 20 minutos do fim, em Douala.

Depois do empate a zero golo ante a Costa do Marfim, as “Raposas do Deserto” têm apenas um ponto e vão enfrentar na última jornada a também favorita Costa do Marfim, que lidera o Grupo E com quatro pontos, depois de empatar hoje com a Serra Leoa.

Nesta segunda-feira, começam a ficar definidas as equipas que passam aos oitavos-de-final, com o início da última jornada da fase de grupos.

Cabo Verde joga com os Camarões e com uma vitória consegue o apuramento directo e com um empate deve ser respescado como um dos melhores terceiros.

Os Camarões já estão classificados.

No outro jogo, o Burkina Faso joga com a fraca Etiópia e, tal como Cabo Verde, com uma vitória consegue o apuramento directo e com um empate deve ser respescado como um dos melhores terceiros.