quinta-feira, 27 de março de 2025
Camião bate contra poste de luz no bairro de Antula/Volta ao lado da Residência de antigo General das Forças Armadas, António Indjai, limitando circulação dos veículos, deixando condutores e moradores da zona preocupados.

Aliados decidem enviar delegação militar franco-britânica para a Ucrânia e manter pressão económica sobre Putin
Zelensky na Cimeira da Coligação de Vontade no Palácio do Eliseu Tiago Ferreira Resende cnnportugal.iol.pt
A mensagem que saiu do encontro é clara: este é o momento de aumentar, não diminuir, as sanções à Rússia, para garantir que o Kremlin compreenda a seriedade do isolamento económico
Debaixo de grande atenção e expectativa, a cimeira de líderes mundiais realizada em Paris produziu conclusões que marcam um novo capítulo no apoio à Ucrânia e na pressão sobre a Rússia. Num momento de incerteza e tensão, as decisões tomadas pelos chefes de Estado revelam o compromisso de não abandonar a Ucrânia e manter a pressão sobre Moscovo, enquanto se preparam futuras etapas do conflito no terreno. Entre os principais acordos, destacam-se as sanções à Rússia e o envio de uma delegação militar europeia para a Ucrânia.
Numa das discussões mais aguardadas da cimeira, que teve França como anfitriã, e o vizinho Reino Unido também como protagonista, os líderes da aliança de apoio à Ucrânia chegaram a um consenso claro: não é hora de aliviar as sanções impostas à Rússia.
Emmanuel Macron, presidente francês, afirmou categoricamente que “não pode haver levantamento de sanções antes que a paz seja estabelecida”. A decisão foi respaldada por todos os participantes da reunião, incluindo Volodymyr Zelensky, que sublinharam a necessidade de manter a pressão económica sobre o regime de Vladimir Putin. O objetivo é intensificar as restrições sobre as capacidades industriais e a frota russa, sem abrir mão do compromisso com a diplomacia e a busca por uma solução pacífica.
Apesar dos sinais de alguns países, como os Estados Unidos sob a liderança de Trump, que discutem a possibilidade de flexibilizar certas sanções, o grupo de 31 países que estiveram presentes no Palácio do Eliseu concordaram que a unidade permanece essencial para alcançar um acordo de paz.
A mensagem que saiu do encontro é clara: este é o momento de aumentar, não diminuir, as sanções à Rússia, para garantir que o Kremlin compreenda a seriedade do isolamento económico e político.
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Líderes mundiais de 31 países reunidos esta quinta-feira, no Palácio do Eliseu, em Paris, para decidir o futuro da Ucrânia (EPA/Lusa) |
França e Reino Unido concordam em enviar delegação militar para a Ucrânia "dentro de dias"
Outro ponto abordado na cimeira desta quinta-feira foi o envio de apoio militar direto à Ucrânia. Macron anunciou que, em colaboração com o Reino Unido, França deverá enviar uma delegação militar para a Ucrânia “dentro de dias”. O objetivo é trabalhar de perto com as Forças Armadas ucranianas de forma a definir e a planear o futuro.
A equipa, que reúne os dois países, deverá concentrar-se na preparação do “formato das forças armadas ucranianas”, acrescenta o presidente francês.
Posteriormente, Keir Starmer, primeiro-ministro britânico, divulgou mais informações sobre o envio das delegações. “O grupo de países pediu-me a mim e ao Emmanuel [Macron] que liderássemos a coordenação dos esforços”, indicou.
“Esta é uma força destinada a dissuadir, a fim de enviar a Putin a mensagem de que este é um acordo que vai ser defendido - essa é a melhor descrição”, disse.
Starmer lembrou, no entanto, que será preciso uma votação no parlamento inglês caso o país decida mesmo enviar tropas para a Ucrânia. “Não estamos nessa fase agora. Estamos na fase de transformar o momento político em planos operacionais”, reiterou, adotando uma posição mais recetiva do que Macron, que aproveitou o final da cimeira para fazer mais anúncios em nome do velho continente.
No caso de uma paz duradoura na Ucrânia, segundo o líder francês, será criada uma força de segurança europeia, composta por “vários países” da União. A missão dessa força será atuar como uma garantia de apoio a longo prazo, funcionando como uma barreira dissuasora contra possíveis agressões russas.
Macron esclareceu ainda que esta força não terá a função de substituir as tropas de manutenção de paz, nem atuará nas linhas de frente do conflito. A ideia é que atue em áreas estratégicas da Ucrânia, reforçando a segurança do país sem interferir diretamente nas operações militares em curso. Embora tenha reconhecido que não houve unanimidade entre os aliados europeus, o presidente francês afirmou que a força será composta por militares de "alguns Estados-membros" da coligação de apoio à Ucrânia.
O presidente de França também destacou que espera contar com o apoio de Trump – com quem falou ao telefone instantes antes da cimeira de Paris ter começado -, mas salientou que está preparado para um cenário em que Washington não esteja diretamente envolvido.
Ainda antes de qualquer conclusão, Macron, Starmer e Zelensky aproveitaram o encontro de Paris para cumprir uma reunião bilateral, à qual o presidente ucraniano descreveu como tendo sido "muito boa" para os ucranianos e para o próprio.
“Tivemos uma reunião bilateral muito boa e foi muito importante para nós, para os ucranianos e para mim pessoalmente”, afirmou, acrescentando que considera os EUA, o Reino Unido e França como “aceleradores” do processo de paz.
Montenegro não quis ficar para trás e anunciou novos milhões para Kiev
Portugal não quis ficar para trás e aproveitou para anunciar um apoio significativo a Kiev. O primeiro-ministro, Luís Montenegro, anunciou que o Governo aprovou uma despesa de até 205 milhões de euros para apoiar a Ucrânia com equipamento militar. Este valor destina-se a fortalecer as capacidades das forças armadas ucranianas, permitindo-lhes não apenas manter a luta, mas também assegurar a dissuasão necessária para proteger a segurança da Ucrânia e da Europa em um cenário pós-guerra.
Em “Portugal, ao mesmo tempo que estávamos a realizar esta reunião, estávamos a decidir no Conselho de Ministros, em Lisboa, a autorização da despesa no valor de 205 milhões de euros, que concretiza o apoio militar em equipamento, em várias áreas que vão dotar as Forças Armadas ucranianas para poderem, não só continuar a fazer o seu combate, como assegurar, num processo de paz, toda a dissuasão para que a segurança da Ucrânia e da Europa esteja salvaguardada”, anunciou o primeiro-ministro à imprensa à saída do Palácio do Eliseu, em Paris.
Montenegro destacou a importância da União Europeia e da Aliança Atlântica no esforço coletivo, enfatizando que a decisão de apoiar a Ucrânia reflete um compromisso com uma paz justa e duradoura, com o envolvimento ativo da Ucrânia e da Europa.
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O primeiro-ministro, Luís Montenegro, é recebido por Emmanuel Macron, presidente de França, esta quinta-feira, no Palácio do Eliseu, em Paris (EPA/Lusa) |
Questionado sobre o possível envio de militares para a Ucrânia no âmbito de um processo de paz, Montenegro disse que abordou este tema na reunião. Para o chefe do executivo português, uma iniciativa nesse sentido deve ter "perspetivas de uma paz justa e duradoura" e deve considerar "medidas e garantias dos parceiros europeus e transatlânticos".
“Portugal não vai estar fora desse esforço para precisamente, no âmbito dessas garantias, podermos ter uma política de dissuasão e de manutenção de segurança. Mas estamos longe ainda, muito longe dessa fase. Nós assumimos o nosso compromisso com os nossos parceiros”, afirmou o primeiro-ministro.

Europa junta-se para enviar dois milhões de munições para a Ucrânia
Tropas francesas em exercícios da NATO na Estónia (AP) António Assis Teixeira | João Guerreiro Rodrigues cnnportugal.iol.pt
Pacote, avaliado em cinco mil milhões de euros, fica muito aquém da proposta original de Kaja Kallas, que valia 40 mil milhões
O grupo de 29 países apelidado de "coligação dos países dispostos" chegou esta quinta-feira a acordo para enviar dois milhões de munições para a Ucrânia, após uma reunião de líderes, em Paris, convocada pelo presidente francês, Emmanuel Macron, para discutir a paz e a segurança na Ucrânia.
De acordo com fonte da União Europeia, este valor foi determinado em função daquilo que foram as necessidades expressas pelos ucranianos. Recorde-se que, na última reunião do Conselho Europeu, o presidente ucranaino, Volodymyr Zelensky pediu ajuda a Bruxelas para a aquisição de munições de artilharia, no valor de cinco mil milhões de euros.
Entre os participantes do encontro estavam também os primeiros-ministros de Portugal, Reino Unido, da Itália e da Polónia, bem como o secretário-geral da NATO, o vice-presidente turco e Volodymyr Zelensky. Este foi o terceiro encontro deste grupo de países.
O pacote, avaliado em cinco mil milhões de euros, fica muito aquém da proposta original de 40 mil milhões avançada pela Alta Representante da União Europeia para os Negócios Estrangeiros, Kaja Kallas. O "plano Kallas" sugeria o envio de 1,5 milhões de munições em 2025 a curto prazo e fundos para a compra de sistemas de defesa antiaérea, mísseis, drones e aeronaves. Mas a oposição de vários países fez com que o projeto caísse por terra.
Fonte de Bruxelas sublinha também o compromisso feito pelos estados-membros em enviar 17 mil milhões de euros em ajuda militar, desde o início de 2025, bem como o empréstimo de 18 mil milhões apoiado pelos ativos russos congelados. Os estados-membros comprometem-se também a aumentar a coordenação para assegurar que a Ucrânia recebe apoio que vá ao encontro das suas necessidades.
O presidente do Conselho Europeu, António Costa, sublinhou que a melhor forma de apoiar a Ucrânia é "manter a consistente" no objetivo de atingir "um cessar-fogo compreensivo e uma paz justa e duradoura". O antigo primeiro-ministro português insiste que isso significa não abrandar a pressão contra a Rússia, particularmente no campo das sanções.
"Seria um erro estratégico ceder à tentação de aliviar as sanções prematuramente", defendeu.
O encontro, que acontece após as negociações de Jeddah, onde os Estados Unidos estão a tentar chegar a um acordo de cessar-fogo entre a Rússia e a Ucrânia, pressionando Kiev a fazer pesadas concessões para não perder o apoio norte-americano. Esta semana, os dois lados chegaram a um acordo de cessar-fogo no Mar Negro que abre as portas ao levantamento de sanções à Rússia.

Juventude Africana Amilcar Cabral, "JAAC" em Conferência de imprensa.

Declarações à imprensa do PR Umaro Sissoco Embalo após a reunião ordinário do Conselho de Ministros.

Depois da corrida aos ovos, a corrida aos pintainhos: norte-americanos fazem filas para criar galinhas e evitar crise

Keir Starmer: "As promessas [do presidente da Rússia] são vazias"
© Getty Images Lusa 27/03/2025
O primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, acusou hoje o Presidente russo, Vladimir Putin, de incumprimento face às negociações porque mantém ataques contra a Ucrânia apesar do cessar-fogo no Mar Negro.
As declarações de Starmer ocorrem na mesma altura em que os aliados da Ucrânia se preparam para se reunirem em Paris.
"Ao contrário do Presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, Putin mostrou que não é um ator sério nestas conversações de paz. Está a brincar com o cessar-fogo naval acordado no Mar Negro, apesar da participação de boa fé de todas as partes", disse o chefe do Governo do Reino Unido.
Keir Starmer acusou a Rússia de manter ataques contra o povo ucraniano.
"As suas promessas [do Presidente da Rússia] são vazias", frisou o primeiro-ministro e líder do Partido Trabalhista britânico.
Os dirigentes de 30 países aliados da Ucrânia reúnem-se hoje em Paris para uma nova cimeira da destinada a finalizar garantias de segurança a Kyiv em caso de acordo de paz com a Rússia.
Além de Volodymyr Zelensky, que já foi recebido no Palácio do Eliseu na quarta-feira à noite, o Presidente francês, Emmanuel Macron, vai receber o primeiro-ministro britânico, Keir Starmer, a chefe do Governo italiana, Giorgia Meloni, o chanceler alemão, Olaf Scholz, e o vice-presidente turco Cevdet Yilmaz.
A presença do secretário-geral da Aliança Atlântica, Mark Rutte, e dos líderes da União Europeia também é esperada.
Após uma série de reuniões políticas e militares organizadas sucessivamente por Paris e Londres desde meados de fevereiro, chegou o momento de tirar conclusões operacionais, explicou a Presidência francesa aos jornalistas.

Primeiro-ministro canadiano classifica tarifas dos EUA sobre automóveis como "ataque direto"
Primeiro-ministro do Canadá, Mark Carney (AP) Por cnnportugal.iol.pt,
Além das suas próprias tarifas de retaliação, Carney afirmou que o Canadá "tem outras opções"
O primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, classificou a tarifa de 25 por cento aplicada pelo Presidente dos Estados Unidos Donald Trump sobre todos os automóveis importados como um "ataque direto" ao seu país.
Carney acrescentou que o Canadá responderá de forma unificada e que, embora as tarifas prejudiquem a economia canadiana, está a considerar medidas não tarifárias contra os Estados Unidos.
"Defenderemos os nossos trabalhadores, defenderemos as nossas empresas, defenderemos o nosso país. E defendê-lo-emos em conjunto. Os Estados Unidos estão divididos, e isso é debilitante", realçou o primeiro-ministro canadiano.
Além das suas próprias tarifas de retaliação, Carney afirmou que o Canadá "tem outras opções".
"Vou reunir-me com o gabinete amanhã para discutir opções", vincou o líder canadiano, que reconheceu que ainda não tem a ordem executiva assinada por Trump, pelo que não sabe ao certo o impacto das tarifas.
Carney já tinha alertado hoje que a guerra comercial de Trump “está a prejudicar os consumidores e os trabalhadores americanos e vai doer mais”.
A confiança dos consumidores norte-americanos está há vários anos baixa e a relação entre os EUA e o Canadá está sob mais pressão do que nunca, frisou Carney, durante uma campanha em Windsor, Ontário, antes das eleições de 28 de abril no Canadá.
Já o responsável da província canadiana de Ontário, Doug Ford, onde se encontram as fábricas de montagem de automóveis do Canadá, declarou que quer infligir "o máximo de dor possível" aos norte-americanos para que Donald Trump levante as tarifas sobre o setor.
Ford, que já aumentou o preço das vendas de eletricidade da sua província aos Estados Unidos e até pediu um embargo energético no país vizinho, disse que o Canadá tem duas opções: "Podemos encolher-nos como país e ser dominados até que (Trump) consiga o que quer, ou podemos sentir um pouco a dor e lutar como nunca."
"Prefiro o último. Acredito na luta, e teremos um grande impacto no povo norte-americano", acrescentou o líder provincial.
Ford, um político conservador que se declarou admirador de Trump durante a campanha presidencial dos EUA, também observou que o líder republicano está enganado se acredita que as suas políticas tarifárias reduzirão os preços para a população dos EUA.
O Presidente dos Estados Unidos Donald Trump anunciou hoje a aplicação de uma tarifa de 25 por cento sobre todos os automóveis importados, calculando gerar com a medida receitas fiscais de 100 mil milhões de dólares (93 mil milhões de euros).
“Isto continuará a estimular o crescimento", frisou Trump na Casa Branca, numa cerimónia de assinatura de uma ordem executiva para tornar aplicação da medida tarifária.
Trump adiantou que as novas tarifas sobre automóveis entrarão em vigor já na próxima semana, a 02 de abril.
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Alimentação: Três bebidas que aceleram o aparecimento de rugas (o melhor é evitar)... Podem até trazer consequências para a saúde óssea. Saiba o que vários especialistas têm a dizer.
© Shutterstock Notícias ao Minuto 27/03/2025
Para manter uma pele jovem e bem tratada, é importante ter cuidado com a alimentação. Existem certos tipos de bebidas que podem levar ao aparecimento de rugas. O 'website' SheFinds falou com vários especialistas para perceber o que deve evitar.
Segundo os dermatologistas Elaine F. Kung, Cheryl Rosen e Jose Mier, existem bebidas que podem deixar a pele mais desidratada e com que perca elasticidade.
Refrigerantes
"Produtos químicos como fósforo, potássio e cafeína afetam os minerais dos ossos e podem prejudicar as células do corpo", começa por dizer Elaine F. Kung.
Bebidas energéticas
"Forçam o cérebro a ficar alerta, o que leva a sono mau e a ficar com os olhos inchados", diz Jose Mier.
Bebidas de café engarrafadas
"Estão cheias de toxinas que podem deixar a pele seca e desidratada, especialmente quando são consumidos em excesso", conta Cheryl Rosen
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Leia Também: Há uma bebida que mantém o fígado saudável e o colesterol sob controlo... Se nunca bebeu chá cardo-mariano, está na altura de começar a fazê-lo.
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Cientistas querem criar bateria nuclear segura que pode durar uma vida
© Vivo Por Lusa 27/03/2025
Investigadores estão a considerar o radiocarbono como uma fonte de baterias nucleares seguras, pequenas e acessíveis, que podem durar décadas, ou até mais, sem terem de ser recarregadas.
Su-Il In, professor do Instituto de Ciência e Tecnologia do Instituto de Tecnologia Daegu Gyeongbuk, na Coreia do Sul, apresentou os seus resultados na reunião de primavera da Sociedade Química Americana (ACS), noticiou na quarta-feira a agência Europa Press.
A necessidade de recarregar frequentemente as baterias de iões de lítio não é apenas um incómodo. Isto limita a utilidade de tecnologias que dependem destas baterias, como drones e equipamentos de deteção remota.
Além disso, as baterias são prejudiciais para o ambiente: a extração de lítio consome muita energia e a eliminação inadequada das baterias de iões de lítio pode poluir os ecossistemas.
Com a crescente omnipresença de dispositivos, centros de dados e outras tecnologias de computação, a procura por baterias de longa duração está a aumentar.
A evolução nas baterias de iões de lítio dificilmente serão a solução para este desafio, de acordo com Su-Il In.
"O desempenho das baterias de iões de lítio está quase saturado", frisou o professor que investiga as futuras tecnologias energéticas.
Como alternativa, as baterias nucleares geram energia aproveitando partículas de alta energia emitidas por materiais radioativos.
Nem todos os elementos radioativos emitem radiação prejudicial aos organismos vivos, sendo que alguns tipos de radiação podem ser bloqueados por determinados materiais.
Por exemplo, as partículas beta (também conhecidas como raios beta) podem ser bloqueadas por uma fina folha de alumínio, fazendo das baterias betavoltaicas uma alternativa potencialmente segura às baterias nucleares, de acordo com o estudo, citado pelo EurekaAlert.
Investigadores geraram um protótipo de uma bateria betavoltaica utilizando carbono-14, uma forma instável e radioativa de carbono chamada radiocarbono.
"Decidi utilizar um isótopo radioativo de carbono porque só gera raios beta", explicou In.
Além disso, o radiocarbono, um subproduto das centrais nucleares, é barato, fácil de obter e de reciclar. E como o radiocarbono se degrada muito lentamente, uma bateria alimentada por ele poderia, em teoria, durar milénios.
Numa bateria betavoltaica típica, os eletrões atingem um semicondutor, resultando na produção de eletricidade. Os semicondutores são um componente essencial nas baterias betavoltaicas, pois são os principais responsáveis pela conversão de energia.
Os cientistas estão, por isso, a explorar materiais semicondutores avançados para alcançar uma maior eficiência de conversão de energia, ou seja, quão eficazmente uma bateria pode converter eletrões em eletricidade utilizável.
Para melhorar significativamente a eficiência de conversão de energia do novo design, In e a sua equipa utilizaram um semicondutor à base de dióxido de titânio.
Este material, habitualmente utilizado nas células solares, foi sensibilizado com um corante à base de ruténio. Fortaleceram a ligação entre o dióxido de titânio e o corante, utilizando um tratamento com ácido cítrico. Quando os raios beta do radiocarbono colidem com o corante à base de ruténio tratado, ocorre uma cascata de reações de transferência de eletrões, denominada avalanche de eletrões. A avalanche viaja então através do corante, e o dióxido de titânio recolhe eficientemente os eletrões gerados.
A nova bateria contém também radiocarbono no ânodo e no cátodo sensibilizados por corante. Ao tratar ambos os elétrodos com o isótopo radioativo, os investigadores aumentaram a quantidade de raios beta gerados e reduziram a perda de energia da radiação beta relacionada com a distância entre as duas estruturas.
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"Trump quer tirar proveito económico da Ucrânia, Putin quer um país controlado por si"
"A leitura da paz que nós fazemos é a de uma Ucrânia independente, livre, com o seu território completamente desocupado.
O entendimento da paz do senhor Putin é uma Ucrânia talvez ocupada, com um presidente diferente, como uma cópia da Bielorrússia", sublinha o comentador Miguel Baumgartner

Medicamentos: Identificado "forte candidato" a nova classe de antibióticos... A última vez que uma nova classe de antibióticos chegou ao mercado foi há quase três décadas.
© Shutterstock Por Lusa 27/03/2025
Uma equipa liderada por investigadores da Universidade McMaster, no Canadá, identificou um "forte candidato" a uma nova classe de antibióticos chamado lariocidina.
A última vez que uma nova classe de antibióticos chegou ao mercado foi há quase três décadas, mas agora, este novo medicamento que ataca as bactérias de uma forma diferente dos outros antibióticos, "poderia desafiar mesmo algumas das bactérias mais resistentes aos medicamentos", segundo os cientistas, que publicam os seus resultados na revista Nature.
A descoberta de uma nova classe de antibióticos, que também está a ser trabalhada por outros grupos de investigação em diferentes países, responde a uma necessidade crítica de novos medicamentos antimicrobianos, uma vez que as bactérias e outros microrganismos desenvolvem novas formas de resistir aos medicamentos existentes. De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), esta é uma das principais ameaças à saúde pública a nível mundial, refere um comunicado da universidade.
"Os nossos medicamentos antigos estão a tornar-se cada vez menos eficazes à medida que as bactérias se tornam mais resistentes a eles", afirma Gerry Wright, que liderou a equipa. Cerca de 4,5 milhões de pessoas morrem todos os anos devido a infeções resistentes a antibióticos e a situação só está a piorar, conclui Wright. O investigador e a sua equipa consideraram a nova molécula "muito promissora" como uma primeira pista farmacológica porque ataca as bactérias de uma forma diferente dos outros antibióticos.
A lariocidina liga-se diretamente à síntese proteica da bactéria de uma forma completamente nova, inibindo a sua capacidade de crescimento e sobrevivência. "Trata-se de uma nova molécula com um novo modo de ação", resume Wright. É produzida por um tipo de bactéria chamada Paenibacillus, que os investigadores obtiveram a partir de uma amostra de solo recolhida num quintal em Hamilton, onde se situa a universidade.
A equipa deixou as bactérias do solo crescer no laboratório durante cerca de um ano e descobriu que uma das bactérias, a Paenibacillus, produzia uma nova substância que era altamente ativa contra outras bactérias, incluindo as que são frequentemente resistentes aos antibióticos.
Os cientistas também estão otimistas, uma vez que a lariocidina preenche vários requisitos, por não ser tóxica para as células humanas, não ser suscetível aos mecanismos de resistência aos antibióticos existentes e funciona bem num modelo animal de infeção. A equipa, que também inclui cientistas da Universidade de Illinois em Chicago, nos Estados Unidos, está agora a concentrar-se em encontrar uma forma de modificar a molécula e produzi-la em quantidades suficientemente grandes para permitir o seu desenvolvimento clínico.
Wright afirma que, pelo facto de esta nova molécula ser produzida por bactérias - e "as bactérias não estão interessadas em fabricar novos medicamentos para nós" - será necessário muito tempo e muitos recursos até que a lariocidina esteja pronta para ser comercializada. O investigador admite que o verdadeiro trabalho árduo começa agora, acrescentando que estão a trabalhar para desmontar a molécula e voltar a montá-la num candidato a medicamento melhor. "A última vez que uma nova classe de antibióticos chegou ao mercado foi há quase três décadas, mas isso pode mudar em breve graças a esta descoberta", refere o comunicado da universidade.
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