sexta-feira, 9 de novembro de 2018

No Oil in Gambia after Drilling of Exploration Well – Gov’t

The Gambia government on Friday confirmed that the first FAR and Petronas offshore exploration has failed to make a discovery of oil and gas deposits in The Gambia.

“His Excellency, President Adama Barrow has been updated on the results of the first FAR and Petronas offshore exploration in The Gambia.  The prospect of finding oil and gas in the first offshore exploration has been unsuccessful,” a statement from the office of the President Friday evening said.

According to the office of the president, “the oil and gas explorers drilled the wireline logging at Samo-1 up to the total depth of 3240 meters.”

The statement said: “The drilling, which took almost three weeks, between October and November this year, was without a success.   The offshore drilling started on the 22nd October to the 9th November 2018.

“The geological assessments of the drilled well have indicated the presence of all the key components of Hydrocarbons but the preliminary results of the drilling did not find any oil and gas deposits at this specific location, thereby indicating an unsuccessful well.”

The government also said on Friday that it has granted approval for a six-month extension to allow FAR and Petronas to do a thorough evaluation of the SAMO-1 results.

“The Ministry of Petroleum and Energy in collaboration with Gambia National Petroleum Company – GNPC, will continue to support FAR and its joint venture partners in their exploration efforts,” the statement by the presidency added.

fatunetwork.net

Há quatro meses que faltam antirretrovirais na Guiné-Bissau

Governo não pagou o transporte dos medicamentos do Brasil para a Guiné-Bissau e o aumento de mais mil novos infetados, de 12 000 previstos para 13 000 no primeiro semestre de 2018, são fatores que provocaram a rotura. 


A Rede Nacional das Associações de Pessoas com HIV na Guiné-Bissau (Renap), denunciou nesta sexta-feira (09.11.), que há cerca de quatro meses que se assiste a uma rotura no fornecimento de antirretrovirais aos infetados. O Governo guineense não tem recursos financeiros para pagar o transporte do medicamento do Brasil para a Guiné-Bissau.

Em declarações à DW África, a presidente da rede, Maria de Lopes Machado, disse que há cerca de quatro meses que várias pessoas com o vírus HIV não estão a receber medicamentos devido "à incapacidade do Governo guineense de pagar o transporte dos medicamentos fornecidos pelas autoridades brasileiras". De acordo com Lopes Machado, o cenário é preocupante e deita por terra todos os esforços que as associações têm desenvolvido.

"Até então não nos dizem nada e ficamos em stand by. É preocupante porque as pessoas devem tomar medicamentos todos os dias e agora estão há quatros meses sem medicar-se. É uma situação muito complicada. Haverá casos críticos e de mortes, porque o virus vai aumentar a resistência e não sei como vamos fazer com essas pessoas”, destacou a presidente da Renap.

SIDA: Dístico colocado sobre a 
estátua Maria da Fonte, na rotunda 
do Império, praça dos Heróis 
Nacionais, em Bissau.
Governo é responsável por faltar antirretrovirais

Para a Maria de Lopes Machado, líder da rede que congrega 15 associações de pessoas infetadas com o HIV e seus familiares, o Governo guineense é o principal responsável pela falta de medicamentos antirretrovirais no país, tendo sublinhado que o problema maior está com as pessoas com o  virus HIV2, cuja a taxa de prevalência é maior na Guiné-Bissau.

Se não houver uma solução para breve, a Renap vai realizar manifestações pelas ruas de Bissau com marchas e vigílias e até poderá decidir que os seus membros não votem nas próximas eleições legislativas para precisamente mostrar o descontentamento pela forma como os direitos dos seropositivos estão a ser violados pelo Governo guineense.

"Essas pessoas com o vírus HIV, direta ou indiretamente dão contribuições a vários níveis para o desenvolvimento da Guiné-Bissau e portanto os seus direitos devem ser respeitados. Se não houver medicamentos no país, vamos levar as pessoas para as ruas, vamos fazer vigílias até que os seus direitos sejam respeitados, porque não é normal que continuem a sofrer”.

Segundo, a presidente da Renap, se as organizações internacionais pararem de financiar os projetos de luta contra o HIV , todos os doentes de Sida vão morrer na Guiné-Bissau.

Há dois fatores na origem da rotura

Entretanto, o responsável programático para o HIV do ministério guineense da Saúde, David da Silva Té, entidade governamental que coordena todas as atividades, confirmou à DW África que a rotura de stocks dos medicamentos para os doentes seropositivos se deve, por um lado, à insuficiência de recursos financeiros para transportar medicamentos do Brasil para Guiné-Bissau e, por outro, pelo aumento de mais de mil novos infetados no primeiro semestre do corrente ano, quando as previsões apontavam para a cobertura de 12.000 no período de doze meses.  

Centro de tratamento de doentes com VIH Sida em Bissau

"O que acontece é que até meados de junho deste ano, já tínhamos mais de 13.000 pacientes em tratamento. Havia recursos para assegurar o tratamento de 12 000 pacientes até ao final de dezembro de 2018, mas na metade do ano, já tínhamos 13 000, ou seja mil a mais. E nos 12 000 previstos, 15% seria suportado pela doação do Governo brasileiro que cumpriu a sua parte desde o início do ano enquanto as autoridades guineenses não conseguiram disponibilizar dinheiro para pagar o transporte dos medicamentos do Brasil para Bissau”, detalhou à DW África David da Silva. Este acrescenta que o Governo brasileiro já está a envidar esforços no sentido de enviar os medicamentos para Bissau.

Haverá abastecimento na próxima semana

Sobre as previsões para o abastecimento dos medicamentos no país, Divida da Silva disse que uma parte dos antirretrovirais comprados pelo Fundo Mundial já está nos armazéns de Bissau e falta apenas a distribuição que terá lugar na próxima semana.

"Estamos a ter cautela no sentido de quantificar o número exato de pacientes em cada estrutura para distribuir medicamentos de forma equitativa, a fim de evitar que alguns lugares tenham mais ou menos medicamentos do que precisam".

Atualmente o combate ao HIV/SIDA, tuberculose e malária na Guiné-Bissau é apoiado pelo Fundo Mundial da ONU, com um orçamento de 29,6 milhões de euros para um período de três anos.

DW

PRS nega ser responsável pelo atraso no recenseamento eleitoral

Bissau, 08 Nov 18 (ANG) - O Partido da Renovação Social, na voz do seu porta-voz, Victor Pereira   nega ser o responsável pelos atrasos no processo eleitoral de que foi acusado pelo líder do PAIGC, em entrevista a RFI.

Victor Gomes Pereira disse que o partido se limitou a respeitar a lei e denuncia que o recenseamento está a ser feito "por interesses partidários".

“As escolhas do partido foram feitas de acordo com a lei de recenseamento eleitoral no país”, afirma Victor Gomes Pereira.

 O porta-voz do PRS reagiu às acusações do líder PAIGC, Domingos Simões Pereira, que em entrevista à RFI, responsabilizou o PRS pelos atrasos no processo eleitoral.

“Um partido responsável como é o nosso tem de se pautar pela lei. 

Apenas exigimos que o recenseamento fosse feito de acordo com a lei de recenseamento eleitoral artigo 26, n°1- ou seja o eleitor recebe o cartão no momento do recenseamento”, refere.

O porta-voz do PRS lembra que, na altura, a posição do partido foi apoiada pelo P5- as cinco organizações internacionais envolvidas no processo de consolidação de paz no país- pela sociedade civil e pela maioria dos partidos, à excepção do PAIGC.

“Como forma de contornar esta exigência legal do PRS, o PAIGC propõe um recenseamento de raiz fazendo migrar os dados de 2014, tratando-se de uma actualização mitigada. Nós não podemos fugir à lei”, defende.

Sobre os incidentes relatados pelo líder PAIGC, no sul do país, Fulacunda, de que um representante do PRS que se teria deslocado às mesas de voto para bloquear o processo, Victor Gomes Pereira desvaloriza a situação e denuncia que o recenseamento está a ser feito por interesses partidários.

“As pessoas recenseiam nos sítios onde lhe interessa recensear e quando não lhes interessa recensear dão desculpas. Eventualmente essa situação ter-se-à produzido, mas estas situações produzem-se diariamente. Diariamente há incidentes que não comprometem absolutamente nada. O que é grave é que as pessoas andem a fugir com as mesas de recenseamento consoante as cores que lhe são favoritas ”, afirma.

O porta-voz do PRS relata ainda incidentes no norte do país, em Mansabáb, onde um alto responsável da autoridade de recenseamento teria expulsado os brigadistas por não serem da mesma cor partidária.

“É preciso dizer que no norte do país, em Mansabáb, um alto responsável da autoridade de recenseamento foi a uma mesa de recenseamento correr com todos os brigadistas que não são da sua cor partidária, com trinta polícias armados”, concluiu.

Os atrasos registados no recenseamento eleitoral levaram as autoridades a prolongar o processo até dia 20 de Novembro, dois dias depois da data prevista para a realização das eleições.

O primeiro-ministro, Aristides Gomes, já veio apresentar três cenários possíveis para nova marcação de eleições: 16 de Dezembro, 30 de Dezembro ou 27 de Janeiro de 2019.

A delegação da CEDEAO que esteve na Guiné-Bissau,esta semana, defendeu que as eleições se realizem ainda antes de fim do  ano.

ANG/RFI

Sob proposta do PM: JOMAV EXONERA MUTARO DJALÓ DA FUNÇÃO DE MINISTRO DO INTERIOR

O Presidente da República José Mário Vaz, exonerou no início da noite desta sexta-feira, o ministro do Interior, Mutaro Djaló através do decreto presidencial n˚19/2018, sob proposta do Primeiro-ministro, Aristides Gomes.

Djaló que é igualmente quadro técnico superior ligado aos serviços de administração e finanças daquele ministério, foi nomeado para exercer a função do titular da pasta do Interior, no dia 25 de Abril por meio do decreto presidencial n˚9/2018.  

Uma fonte contactada pelo Jornal O Democrata informou que a exoneração Mutaro Djaló terá sido motivada pela repressão das forças policiais contra estudantes [na marcha realizada ontem]. Esta situação, adianta a fonte, terá criado uma revolta no seio dos membros do governo, sobretudo do chefe de executivo, Aristides Gomes, que prontamente pedira a exoneração do ministro do Interior. 


Por: Assana Sambú  

OdemocrataGB

Governo guineense nomeia diretor interino do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral

O Governo da Guiné-Bissau nomeou hoje Cristiano Na Bitan como coordenador interino do Gabinete Técnico de Apoio ao Processo Eleitoral (GTAPE), em substituição de Alain Sanca, que se encontra doente, anunciou a ministra da Administração Territorial.


Num despacho a que agência Lusa teve acesso, a ministra Ester Fernandes determinou que o seu assessor dos assuntos eleitorais, Cristiano Na Bitan, irá dar seguimento aos trabalhos do recenseamento eleitoral em curso no país, visando as eleições legislativas, numa data ainda por anunciar.

A primeira data decretada pelo chefe do Estado guineense, 18 de novembro, já não será possível, conforme o próprio Governo.

Na Bitan volta a liderar o GTAPE após ter sido substituído no cargo, no passado mês de maio, por Alain Sanca, que também já desempenhou as mesmas funções em várias ocasiões.

Sanca, que se encontra ausente do país em convalescença, segundo o despacho da ministra, é alvo de críticas por parte de vários partidos políticos, que o acusam de falhas na condução do recenseamento eleitoral.

Em vários momentos os partidos pediram a sua exoneração do cargo.

As mudanças na direção do GTAPE ocorrem no dia em que o primeiro-ministro, Aristides Gomes, voltou a reunir-se com todos os partidos do país para busca de uma nova data a ser proposta ao chefe do Estado, José Mário Vaz, para realização de eleições.

Fontes presentes no encontro indicaram à Lusa que “ainda não se chegou a um consenso”, quanto a data.

Aristides Gomes prometeu voltar a convocar uma reunião do género nos próximos dias.

interlusofona.info

Deputados cabo-verdianos agridem-se fisicamente no parlamento

Dois deputados cabo-verdianos envolveram-se hoje em confrontos físicos nas instalações da Assembleia Nacional, na cidade da Praia, tendo um deles ficado ferido e sido transportado ao hospital, disse à Lusa fonte oficial.



De acordo com Paula Mosso, do núcleo de comunicação e imagem da Assembleia Nacional, os deputados confrontaram-se fisicamente antes do início da Comissão Especializada de Relações Externas, Cooperação e Comunidades, para a qual estava prevista a presença do ministro de Negócios Estrangeiros e Comunidades, Luís Filipe Tavares, mas que acabou por ser suspensa.

Os deputados em causa são Emanuel Barbosa (MpD -- partido que suporta o Governo) e Moisés Borges (PAICV -- o maior partido da oposição), que na última sessão plenária tinham já trocado ameaças.

No seguimento da altercação, que decorreu numa sala à qual têm acesso os deputados antes de participarem nas comissões, o deputado Emanuel Barbosa ficou ferido, tendo sido transportado ao Hospital Dr. Agostinho Neto, na capital.

Os dois partidos convocaram para hoje conferências de imprensa sobre este incidente.


NAOM

O retrato de Portugal... que não passa na TV, infelizmente!

Homem leva mulher em carrinho de mão para levantar reforma em Elvas

Episódio caricato esconde dura realidade.


Um casal de idosos foi visto numa situação caricata: o homem transportava a mulher num carrinho de mão para ir buscar a reforma e deslocar-se até à farmácia para ir comprar medicamentos. Tudo se passou na manhã desta quarta-feira, 7 de outubro, em Elvas, no Alentejo.

De acordo com a PSP da cidade de Elvas, terá sido a primeira vez que o casal se deslocou daquela forma, e numa distância relativamente considerável. Da casa deles até ao sítio onde foram encontrados, terão percorrido cerca de 2,5 km.

Esta situação, no entanto, tem uma razão de ser. A senhora não se pode deslocar pelos próprios meios e o senhor precisava que alguém assinasse por si no ato de levantar a reforma (uma vez que é analfabeto), a solução que arranjou para “resolver o seu problema” foi esta meneira no mínimo caricata.

Alertados para a situação, foram os bombeiros que acabaram por ajudar o casal a movimentar-se pela cidade, cumprindo os afazeres que tinham destinados para aquele dia, levantar a reforma e comprar os medicamentos para o mês, levando-os de seguida até casa.

Segundo a PSP, a Câmara de Elvas “está a agilizar” uma forma de transportar uma vez por mês o casal, para que os dois não tenham que se sujeitar àquilo a que se sujeitaram ontem. As autoridades vão  acompanhar o caso, verificando inclusivamente as condições de habitabilidade da residência do casal que, pelas imagens disponibilizadas pela Rádio Elvas, parecem ser muito precárias.

Rui Rosinha, bombeiro que esteve em coma vai receber somente 267 euros de invalidez depois de ter ficado 3 meses em coma na sequência dos incêndios de 2017

Rui tem actualmente uma incapacidade física na ordem dos 85 por cento, o que lhe dá somente direito à pensão de 267 euros por mês.

O ministro do Trabalho, da Solidariedade e da Segurança Social, Vieira da Silva, foi questionado por 4 deputados sobre complementos a que  bombeiro ferido possa ter direito.

Os deputado questionam se “existe, no atual quadro de apoios sociais, alguma possibilidade de apoio financeiro a este cidadão que possa acrescer à sua futura pensão de invalidez de 267 euros”.

Revelam ainda que “os meios necessários à sua digna subsistência e à continuação dos tratamentos que a sua condição exige

O bombeiro depende neste momento de terceiros e a esposa, Marina Rodrigues, foi obrigada a pôr baixa psiquiátrica para o poder apoiar.

O casal tem dois filhos, de 10 e 13 anos, ambos estão a ser acompanhados em pedopsiquiatria.

Em Portugal trabalha-se demais e ganha-se de menos!

A Organização Internacional do Trabalho revelou que Portugal é o país da zona euro onde mais se trabalha, e um dos países com o salário médio mais baixo.

Um recém-publicado relatório da Organização Internacional do Trabalho (OIT), conclui que os portugueses auferem em média 1.094 euros e trabalham 1.852 horas por ano.

Portugal está entre os países com o menor salário médio da zona euro. O país encontra-se no 12º lugar entre quinze países analisados pela OIT que observou 17 indicadores sobre o mercado de trabalho em cerca de 200 países. Ao mesmo tempo, é no nosso país que são dedicadas mais horas ao trabalho anualmente.

Segundo os dados da organização, o salário médio em Portugal era de 1.094,7 euros em 2012, o último ano com dados disponíveis. Entre outros países da zona euro mencionados no documento, este montante é superior apenas ao da Eslováquia (888 euros), Estónia (887) e Letónia (685).

Por outro lado, os três países com os salário médios mensais mais elevados são o Luxemburgo, com 4.171 euros, a Finlândia (3.206) e a Bélgica (2.955). A França ficou em quarto lugar (2.738) e a Alemanha em quinto (2.538). A Espanha está dois lugares acima de Portugal, ficando em décimo lugar, com um salário médio de 1.883 euros. 

Fonte: NaM

Crêdito foto: NaM
vamoslaportugal.net

Nenhum Partido Político deve exibir-se ao ponto de afirmar que qualquer apoio da Comunidade Internacional à Guiné-Bissau só será viabilizado se, determinado partido político vencer as eleições legislativas na Guiné-Bissau


A Educação cívica visando a participação dos cidadãos quer no processo de recenseamento eleitoral, quer no próprio acto eleitoral, devia ser alargada aos partidos políticos numa vertente patriótica, visando Compromissos, com a Paz, a Estabilidade Política e Social, mas sobretudo, com o respeito pela Constituição e pelas Leis da República!

Estamos a falar de eleições legislativas; ansiosos por essas eleições, ignorando o percurso da crise política e social que ainda vivemos, e que por via da realização das eleições, se vai acentuando a cada dia que passa.

É importante que os líderes dos partidos políticos tenham presente que, no caso de, as eleições legislativas se realizarem antes das eleições presidenciais, previstas para 2019, a crise política pode continuar, dependendo dos resultados eleitorais e, da coabitação política e institucional entre o Presidente da República e o Governo saído dessas eleições.

Numa altura tão importante para a busca da harmonização política e social, infelizmente, alguns políticos, alimentados da arrogância egocentrista, e sedentos do poder político-institucional, continuam a semear, consciente ou inconscientemente, a continuidade da crise, ao ponto de confundirem o Estado com os seus partidos políticos, numa estratégia manipuladora visando enganar e obter apoios da Comunidade Internacional e dos Parceiros da Guiné-Bissau.

A Comunidade Internacional e os Parceiros da Guiné-Bissau sabem, repito, sabem, que a Guiné-Bissau é um Estado de Direito Democrático, com todas as exigências e as lacunas que a caracterizam como tal, por isso, nenhum Partido Político deve exibir-se ao ponto de afirmar que qualquer apoio da Comunidade Internacional à Guiné-Bissau só será viabilizado se, determinado partido político vencer as eleições legislativas na Guiné-Bissau!

Se a Comunidade Internacional e os Parceiros da Guiné-Bissau têm um pré-acordo com algum partido político nesse sentido, aproveito desde já para denunciar e repudiar a manipulação e, ou, usurpação da vontade popular, caso contrário, que denunciem e repudiem, igualmente, esse manifesto pretensioso, por parte de lideranças político-partidárias que, ao invés de trabalharem para a harmonização política e social, visando ultrapassar a vigente crise política, institucional e social, querem promover a sua continuidade.

Positiva e construtivamente, Guiné ka na maina!

Didinho 08.11.2018

Fernando Casimiro

A Terceira Guerra Mundial já começou, diz historiador

O historiador António José Telo identifica na atualidade mais "paralelos do que gostaria" com a Primeira Guerra, considera reais os perigos de um conflito global tradicional e acredita que, de uma nova forma, a terceira Guerra Mundial já começou.


Em entrevista à agência Lusa a propósito dos 100 anos do Armistício -- que se assinalam domingo -, o historiador e professor da Academia Militar vê na propagação do caos, na crise das soberanias tradicionais, na alteração brusca de equilíbrios e na mudança das regras do jogo pontos de contacto com o período que levou ao conflito de 1914-1918.

"Curiosamente há mais paralelos do que gostaria. Preferia que não houvesse tantos", disse, apontando como um dos "aspetos visíveis" a forma "como o caos se propaga a várias sociedades" e as dificuldades destas "em manter as funções normais de soberania",

António José Telo apontou como exemplo as situações em países ibero-americanos como o Brasil, a Venezuela ou a Colômbia.

"O Brasil é o exemplo típico de um Estado que deixa de cumprir as suas funções tradicionais e passa a ser substituído por um caos que vem de baixo e cresce rapidamente. Mas o que está a acontecer com o Brasil aconteceu já com metade de África, com grande parte do Médio Oriente, com grande parte do continente asiático e está a avançar na Europa", reforçou.

Para o historiador, "há situações cada vez mais difíceis de controlar na Europa com a dificuldade de os poderes soberanos se afirmarem" a que se junta "uma descrença nas ideologias tradicionais".

"Esta descrença é uma das causas que provoca a crise dos poderes soberanos. As pessoas deixaram de acreditar ou pelo menos tendem a deixar de acreditar na boa vontade dos políticos e dos Estados tradicionais", sublinhou.

Para o historiador, "o desfazer das soberanias que marcou o fim da Primeira Guerra" é hoje também "perfeitamente patente".

"As soberanias tradicionais estão em crise, as situações de pré-caos ou de caos vão crescendo rapidamente", reforçou, assinalando também a "corrida ao armamento" que antecedeu a Primeira Guerra, o que, assegura, está a acontecer também agora.

"Talvez os europeus não notem muito porque não correm aos armamentos, mas tudo à volta corre, a começar na Ásia, a continuar pelo Médio Oriente, Estados Unidos e Ibero-Americana", apontou.

António José Telo receia, por isso, que os "paralelos sejam muitos", considerando tratar-se de indicadores de que a ordem atual "não vai durar muito tempo".

"Ainda não é claro o que vem aí, mas há de facto uma tendência para o agravamento das tensões nacionais que podem provocar guerras entre os Estados, uma coisa que parecia impossível há poucos anos, mas que hoje não é", disse.

O historiador admite que estão reunidos os ingredientes para "uma receita explosiva".

"O perigo de uma guerra tradicional existe e é cada vez maior, mas a guerra na nova forma, essa já começou. Quando falamos numa terceira Guerra Mundial, estamos a pensar numa guerra clássica, num choque entre Estados, porque noutra aceção na minha opinião já começou. Um novo tipo de guerra mundial está a decorrer e a mudar rapidamente o mundo", sustentou.

NAOM

Gâmbia dividida: Forças da CEDEAO devem sair ou ficar?

Intervenção militar da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) começou em janeiro de 2017 e conduziu ao afastamento do Presidente Yahya Jammeh. Será já hora de terminar? Gambianos estão divididos.

Soldado da missão da CEDEAO em Banjul

Quase dois anos depois do início da ECOMIG, a intervenção militar Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO) na Gâmbia, quase metade dos gambianos diz que já é tempo de o exército nacional voltar a assumir o controlo.

"Temos militares, temos Forças Armadas. Por que não os utilizamos para fazer o resto do trabalho que a ECOMIG está a fazer?", questiona uma cidadã entrevistada pela DW na capital, Banjul.

Tal como ela, 44% dos gambianos ouvidos numa sondagem da rede de pesquisa pan-africana Afrobarometer, publicada no mês passado, acham que a ECOMIG devia deixar o país. Por outro lado, 50% dos interrogados consideraram que a missão deve ficar, enquanto cerca de 3% respondeu que não fazia diferença se a missão da CEDEAO permanece ou não na Gâmbia.

Já será tempo de soldados gambianos voltarem a assumir o controlo?

Uma questão "psicológica"

O país parece, portanto, dividido quanto à permanência da força. A missão da ECOMIG, que começou em janeiro de 2017, era restaurar a democracia no país, depois do Presidente Yahya Jammeh se recusar a renunciar ao cargo, apesar de ter sido derrotado por Adama Barrow nas eleições presidenciais de dezembro de 2016.

Jammeh foi forçado ao exílio na Guiné Equatorial dois dias depois de as forças da CEDEAO chegarem à Gâmbia.

A ECOMIG ficou no país com três objetivos principais: assegurar o regresso do Presidente eleito, Adama Barrow, que foi empossado na Embaixada da Gâmbia no Senegal, garantir a segurança da população e reformar o setor de segurança. Até agora, só dois dos três objetivos foram alcançados - a reforma do setor de segurança ainda não foi realizada.

"A presença da ECOMIG é [um questão] psicológica", afirma o coronel aposentado Baboucarr Jatta, que serviu como chefe do pessoal de defesa das Forças Armadas da Gâmbia. "Há uma coisa que os gambianos precisam de entender sobre segurança externa: há redes em funcionamento na sub-região sob o controlo da CEDEAO. Nós estivemos na Libéria e em outros lugares, então a presença deles aqui é uma coisa boa."

Exército nacional esvaziado de poder?

O sentimento entre muitos gambianos é que a presença de forças da CEDEAO tornou as Forças Armadas da Gâmbia irrelevantes. Os militares gambianos foram empurrados para os quartéis, enquanto a segurança do país está inteiramente nas mãos da ECOMIG. Isso fez com que alguns apoiantes de Yahya Jammeh renunciassem aos seus postos militares, dizendo que não poderiam ser leais ao Presidente Adama Barrow. Serão eles uma ameaça para o país?

Baboucarr Jatta, que também serviu como ministro do Interior durante o regime de Yahya Jammeh, acredita que não: "O que é que eles podem fazer? Enquanto estivermos bem com os nossos vizinhos, não há nada que eles possam fazer."

Poucos terão recursos financeiros suficientes para orquestrar uma revolta contra o regime, comenta Jatta.

O Presidente Adama Barrow quer que as forças sub-regionais permaneçam até ao final do período de transição, em 2021. Para o chefe de Estado, a missão da CEDEAO ajudará o seu Governo a realizar a reforma do setor de segurança.

DW