quarta-feira, 9 de agosto de 2023

Níger: CEDEAO fez sete intervenções militares em três décadas

© NIPAH DENNIS/AFP via Getty Images

POR LUSA     09/08/23 

A CEDEAO realiza na quinta-feira em Abuja, sede da organização, uma cimeira extraordinária para debater a situação criada pelo golpe de Estado de 26 de julho no Níger e avaliar uma intervenção militar para repor a legalidade constitucional.

Criada em 1975, para promover o desenvolvimento económico da região e gerir os conflitos entre os seus membros, a Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) conta atualmente com 15 Estados: oito francófonos (Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Guiné-Conacri, Mali, Níger, Senegal e Togo), cinco anglófonos (Gâmbia, Gana, Nigéria, Libéria e Serra Leoa), e dois lusófonos (Cabo Verde e Guiné-Bissau).

A cimeira extraordinária de Abuja realiza-se tendo como cenário o que fazer para enfrentar o quinto golpe de Estado bem-sucedido na região desde 2020, depois do Mali (duas vezes), Burkina Faso e Guiné-Conacri.

No total, desde 2020, a África Ocidental registou nove tentativas de golpes de Estado.

Em 03 de agosto, a chefe da diplomacia senegalesa, Aïssata Tall Sal, deu a justificação para a decisão que pode sair quinta-feira de Abuja: "A convicção do Senegal é que há que pôr fim a estes golpes de Estado".

Esta pode ser a explicação para aquando dos golpes militares no Mali, Burkina Faso e Guiné-Conacri a CEDEAO ter apenas suspendido e imposto sanções àqueles países.

No âmbito dos seus objetivos de integração regional e resolução de conflitos, os 15 Estados-membros da CEDEAO acordaram um Protocolo de Assistência Mútua em Matéria de Defesa, em Freetown, capital da Serra Leoa, em 29 de maio de 1981.

O processo de constituição de uma força militar conjunta surgiu em 1990, quando foi criado o Grupo de Vigilância da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (Ecomog, no acrónimo em inglês), uma força armada multilateral para que exércitos de diferentes países trabalhassem em conjunto.

O Ecomog foi largamente formado por pessoal e recursos das Forças Armadas da Nigéria, com unidades de força de sub-batalhão constituídas por outros membros do bloco regional.

Com o golpe de Estado de 26 de julho no Níger, a CEDEAO impôs sanções, como habitualmente fazia, mas fixou a fasquia mais alta ao ameaçar com uma intervenção militar se no prazo de uma semana o deposto Presidente Mohamed Bazoum não fosse reconduzido no poder.

Se essa decisão for adotada, não será a primeira vez que o bloco regional intervém em crises que envolvem países-membros.

Eis a lista de intervenções do Ecomog:

1990: Libéria

Em 1989, Charles Taylor liderou uma milícia contra o Governo da Libéria, o que levou à eclosão de uma guerra civil no país. Consequentemente, o bloco regional tomou uma iniciativa sem precedentes para intervir em 1990. O contingente inicial de 3.000 homens da Ecomog foi formado por efetivos provenientes da Nigéria, Gâmbia, Gana, Guiné e Serra Leoa, tendo o Mali contribuído com soldados adicionais.

As tropas estiveram presentes no país até 1996, altura em que a guerra terminou.

1997: Serra Leoa

A segunda intervenção do Ecomog foi a capital da Serra Leoa, Freetown, em 1997, após o derrube do governo civil eleito de Ahmed Tejan Kabbah pelo major Johnny Paul Koroma num golpe militar.

A força, sob o comando de tropas nigerianas, deslocou parte dos seus efetivos de Monróvia, a capital liberiana, para recapturar Freetown ao grupo rebelde Frente Unida Revolucionária (RUF).

Em fevereiro de 1998, o Ecomog lançou um ataque que levou à queda do regime militar e Kabbah foi reconduzido como líder do país.

1999: Guiné-Bissau

A paragem seguinte do Ecomog foi uma missão de cessar-fogo na Guiné-Bissau, depois de as hostilidades terem rebentado na sequência de uma tentativa de golpe de Estado em 1998.

A luta foi entre as forças governamentais apoiadas pelos vizinhos Senegal e Guiné-Conacri contra os líderes do golpe que tinham o controlo das forças armadas.

As hostilidades foram resolvidas após a assinatura de um acordo de paz, em novembro de 1998, que previa um governo de unidade nacional e novas eleições em 1999, mas um novo surto de conflito, em maio de 1999, veio pôr em causa o acordo.

Em novembro, foi assinado em Abuja um acordo de paz que previa, em parte, a retirada das tropas senegalesas e guineenses e o envio de forças do Ecomog para garantir a paz.

2003: Costa do Marfim

Depois de as forças armadas da Costa do Marfim e os grupos rebeldes terem chegado a um acordo de cessar-fogo em 2003, a CEDEAO enviou tropas como forças da organização na Costa do Marfim (Ecomici) para complementar as tropas das Nações Unidas e da França.

2003: Libéria

A segunda guerra civil na Libéria também exigiu o regresso das tropas regionais. Enquanto a primeira guerra civil levou Charles Taylor ao poder, a segunda guerra civil, entre 1999 e 2003, conduziu à sua saída.

Desta vez, a CEDEAO enviou tropas no âmbito da Missão da CEDEAO na Libéria (Ecomil) com cerca de 3.500 soldados, a maioria dos quais provenientes da Nigéria. Serviram como força de interposição, mantendo as partes beligerantes separadas e facilitando a chegada da Missão das Nações Unidas na Libéria (Unmil).

2013: Mali

Um golpe de Estado em 2012 no Mali levou a uma rutura da ordem e os grupos armados aproveitaram imediatamente o golpe que se seguiu para invadir o norte do país.

A CEDEAO liderou a Missão Internacional de Apoio ao Mali liderada por África (Afisma) para apoiar o Governo do Mali na luta contra os rebeldes em 2013.

A missão foi autorizada por uma resolução do Conselho de Segurança da ONU e o seu mandato inicial era de um ano.

A Nigéria contribuiu com a maior parte das tropas, mas uma série de outros países da África Ocidental, incluindo o Gabão, a Costa do Marfim, o Níger e o Burkina Faso, também apoiaram a missão.

A Afisma acabou por dar lugar à Missão Multidimensional Integrada de Estabilização da ONU no Mali (Minusma).

2017: Gâmbia

Com o nome de código "Operação Restauração da Democracia", uma operação da CEDEAO liderada pelo Senegal enviou tropas para Banjul para forçar Yahya Jammel, que se tinha recusado a conceder uma derrota eleitoral a Adama Barrow nas eleições presidenciais de 2016 na Gâmbia.

Barrow tomou posse como Presidente na embaixada da Gâmbia em Dacar e solicitou uma intervenção militar da CEDEAO.

As tropas asseguraram a transição em três dias.

O nome da missão foi posteriormente alterado para Missão da CEDEAO na Gâmbia (Ecomig) e durou até dezembro de 2021.


Níger. EUA "profundamente preocupados" com estado de saúde de PR deposto

© Reuters

 POR LUSA    09/08/23 

Os Estados Unidos da América (EUA) manifestaram hoje a sua profunda preocupação com o estado de saúde do Presidente do Níger, Mohamed Bazoum, detido desde o golpe de Estado de 26 de julho.

"Estamos profundamente preocupados com a sua saúde e segurança e com a da sua família", declarou o porta-voz do Departamento de Estado, Matthew Miller, na sequência de um telefonema entre o chefe da diplomacia norte-americana, Antony Blinken, e o Presidente Bazoum.

O primeiro-ministro deposto, Ouhoumoudou Mahamadou, afirmou recentemente que Mohamed Bazoum continuava detido com a mulher e o filho, sem eletricidade nem água corrente.

O porta-voz Matthew Miller não quis entrar em pormenores sobre a chamada de Antony Blinken, realizada na terça-feira à noite, hora dos EUA.

Mas, segundo Miller, as preocupações dos EUA com a saúde do líder eleito foram uma das razões pelas quais a vice-secretária de Estado em exercício, Victoria Nuland, tentou encontrar-se com o Presidente Bazoum durante uma viagem não anunciada ao Níger na segunda-feira, mas sem sucesso.

"À medida que o tempo passa e ele continua detido em isolamento, a situação torna-se cada vez mais preocupante para nós", frisou o porta-voz.

Em Niamey, o antigo emir de Kano (norte da Nigéria) anunciou hoje que se encontrava na capital nigerina para mediar com o regime militar saído do golpe de Estado, na véspera da cimeira extraordinária da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) sobre o Níger.

A cimeira, a realizar em Abuja, deverá tomar uma decisão sobre uma intervenção militar para repor a legalidade constitucional.

"Falámos com o chefe de Estado", o general Abdourahamane Tiani, o novo homem forte do Níger, e "vamos regressar à Nigéria para transmitir uma mensagem" do general ao Presidente nigeriano, Bola Tinubu, disse o antigo emir, Sanusi Lamido Sanusi, à estação nacional de televisão do Níger.

"Viemos na esperança de que a nossa chegada abra caminho a verdadeiras discussões entre os líderes do Níger e da Nigéria", acrescentando que não era um "emissário do governo".

Sanusi é conhecido por ser um amigo próximo do Presidente nigeriano Tinubu, antigo governador do estado de Lagos, onde o antigo emir cresceu e trabalhou.

Príncipe da família real do Estado de Kano, Sanusi tornou-se o 14.º emir do território em 2015, após a morte do seu antecessor Ado Bayero, que ostentava o título real de Muhammadu Sanusi II.

No entanto, foi deposto em 2020 após um desentendimento com o governador do Estado de Kano, Abdullahi Umar Ganduje.

Conhecido pela sua franqueza, Sanusi Lamido Sanusi foi também banqueiro e antigo governador do Banco Central da Nigéria de 2009 a 2014, cargo de que foi demitido depois de ter denunciado uma fraude de vários milhares de milhões de dólares na indústria petrolífera.


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A Rada suprema (parlamento) da Ucrânia aprovou hoje uma moção que pede aos governos e parlamentos de países estrangeiros para não reconhecerem as eleições que as autoridades russas pretendem organizar nas regiões separatistas parcialmente ocupadas.

© Reuters

POR LUSA   09/08/23 

 Parlamento ucraniano pede rejeição de eleições em regiões ocupadas

A Rada suprema (parlamento) da Ucrânia aprovou hoje uma moção que pede aos governos e parlamentos de países estrangeiros para não reconhecerem as eleições que as autoridades russas pretendem organizar nas regiões separatistas parcialmente ocupadas.

A Rússia converteu o seu sistema eleitoral "numa ferramenta para justificar a agressão armada contra o país vizinho e a legalização da anexação ilegal dos territórios ocupados de forma temporária e para esmorecer a confiança nas instituições democráticas", indica a moção e numa referência às províncias de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia.

O texto solicita aos Estados e organizações internacionais que não reconheçam a legitimidade das eleições, previstas para 10 de setembro, nem de qualquer organismo público com representantes eleitos neste processo.

A Rada também pretende que sejam ignoradas as possíveis petições para o envio de observadores aos territórios do leste e sul da Ucrânia sob controlo russo.

A moção foi aprovada com os votos a favor de 287 deputados (num total de 403), informou através do canal Telegram o deputado Yaroslav Zheleznyak, do partido Voz.

A Rússia tem agendadas para 10 de setembro eleições legislativas, regionais e municipais e que abrangem as regiões de Donetsk, Lugansk, Kherson e Zaporijia, controladas pelas autoridades locais separatistas russófonas e que em setembro passado foram anexadas à Rússia após referendos contestados internacionalmente.

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


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PR da Guiné-Bissau afirma que Bazoum é único chefe de Estado do Níger

©Radio TV Bantaba 

POR LUSA    09/08/23 

O Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo, afirmou hoje que Mohamed Bazoum "é o único chefe de Estado do Níger, apesar do golpe dos militares" que sofreu em 26 de julho.

De partida para Nigéria, para uma cimeira extraordinária de líderes da Comunidade Económica de Estados da África Ocidental (CEDEAO), na quinta-feira, para debater que medidas devem ser adotadas pela organização para obrigar os militares a devolverem o poder a Bazoum, Embaló sublinhou que "Bazoum é o Presidente".

"Até hoje a autoridade válida no Níger é o Presidente Bazoum, porque foi eleito pelo povo nigerino", defendeu o Presidente guineense.

@Radio TV Bantaba  Presidente da República participa na sessão extraordinária dos chefes de estado da CEDEAO em Abuja.

A CEDEAO deu um ultimato aos militares para que reinstalem Mohamed Bazoum, mantido em cativeiro desde o dia do golpe, mas não foi respeitado.

O prazo dado terminou no domingo e a CEDEAO diz ter em cima da mesa a possibilidade de lançar um intervenção militar contra os golpistas no Níger.

"Os militares devem voltar às casernas no Níger", observou Sissoco Embaló, notando, contudo, que "a guerra é último recurso para fazer prevalecer a paz".

O Presidente guineense disse que na quinta-feira será tomada uma decisão final sobre a intervenção ou se se vai privilegiar outra forma de obrigar o retorno ao poder civil no Níger.

Caso seja aprovada a opção armada, Sissoco Embaló adiantou que "imediatamente" irá convocar o Conselho de Defesa Nacional para analisar qual a posição da Guiné-Bissau, se envia ou não militares.

"Neste caso não é preciso passar por parlamento, porque não se trata de uma guerra no país e nem é a Guiné-Bissau que está em guerra", notou Sissoco Embaló.

O Presidente guineense lembrou que a Guiné-Bissau participou em várias missões de manutenção da paz nos países africanos.

"Golpe de Estado deve acabar na CEDEAO", sublinhou Umaro Sissoco Embalo, que estava acompanhado na partida no aeroporto de Bissau pelo novo primeiro-ministro do país, Geraldo Martins.


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EUA: Mágico teletransporta quatro pessoas em Nova Iorque. Eis as imagens... A reação dos apresentadores e dos espectadores não deixou dúvidas. Todos ficaram maravilhados com o número.

© Twitter/ Massimo

Notícias ao Minuto   09/08/23 

O mágico Antonio Díaz, conhecido internacionalmente como 'El Mago Pop', realizou um truque de magia, que surpreendeu todos os que assistiam. Quatro pessoas foram teletransportadas de uma caixa de vidro para outra sem que ninguém esperasse.

O momento ocorreu na sua primeira aparição ao vivo no programa 'Today', na NBC. 

O mágico, de nacionalidade catalã, fez um truque alucinante ao teletransportar quatro pessoas de uma ponta à outra do Rockefeller Plaza, em Nova Iorque, nos Estados Unidos.

O truque, que foi visto por sete milhões de telespectadores, consistia em quatro voluntários, escolhidos ao acaso, que entraram numa plataforma giratória de cristal situada a poucos metros de uma plataforma idêntica, do outro lado da praça.

De seguida, as caixas de cristal foram cobertas e, num ato de magia, teletransportou as quatro pessoas para a segunda plataforma. 

A reação dos apresentadores e dos espectadores não deixou dúvidas. Todos ficaram maravilhados com o número. "Isto é incrível!", gritaram os apresentadores do Today, Hoda Kotb e Carson Daly.

Veja o momento na galeria de imagens acima.☝


Parlamento reativa comissão da revisão da Constituição

Por dw.com   09/08/23

O parlamento da Guiné-Bissau aprovou a reativação da comissão eventual da revisão da Constituição do país, um processo em curso há vários anos e sempre interrompido devido às crises político-militares dos últimos anos.

A reativação da comissão da revisão da Constituição foi aprovada esta quarta-feira (09.08) por unanimidade com o voto dos 96 deputados presentes na sessão, anunciou o presidente do parlamento guineense, Domingos Simões Pereira, no âmbito dos trabalhos extraordinários do órgão.

A comissão irá agora continuar com os trabalhos e apresentar, proximamente, um relatório à plenária da Assembleia Nacional Popular para uma apreciação "mais exaustiva", notou Simões Pereira.

A revisão da Constituição divide a classe política guineense ao ponto de, em 2020, o Presidente do país, Umaro Sissoco Embaló, criar a sua própria comissão de revisão, gerando críticas de vários setores da sociedade que afirmaram que o chefe de Estado não pode ter aquela iniciativa, mas sim os deputados.

A comissão eventual da revisão constitucional é liderada pelo antigo ministro do Interior, o jurista Lassana Seidi, do Partido Africano da Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC), que venceu as legislativas de junho passado.

Seidi notou que antes da dissolução do parlamento pelo Presidente Umaro Sissoco Embaló, em maio de 2022, a comissão já tinha “quase pronto o novo texto constitucional” que, entre outras novidades, disse ter passado de 133 artigos na Constituição em vigor para 309.

País tenta há 26 anos rever Constituição

O presidente da comissão eventual da revisão constitucional explicou aos deputados que o documento foi apresentado “em todas as regiões do país a todos os segmentos da sociedade” para apreciação.

Lassana Seidi adiantou que o documento apenas não foi apresentado à comunidade guineense na diáspora, por falta de meios.

“O trabalho está quase feito na sua totalidade, mas ainda não terminou porque ainda não foi aprovado pelos deputados ao parlamento”, declarou Seidi, esclarecendo que a sua comissão trabalhou na revisão da Constituição, “mas não na criação de um novo texto”.

O jurista afirmou que aquele trabalho também contou com a assessoria de “grandes professores constitucionalistas portugueses” que ajudaram na “afinação da língua portuguesa e na sistematização do texto”.

Lassana Seidi afirmou que o país está desde 1997 a tentar rever a sua Constituição, mas que “é chegada a hora” de ser adotada um novo texto, disse.

O novo parlamento guineense, que entrou em funções no passado dia 27 de julho, terminou hoje a sua primeira sessão extraordinária e deverá retomar os trabalhos no final deste mês, desta feita para apreciar o programa do novo Governo e o Orçamento Geral de Estado.

Funcionários da EAGB exigem pagamento de 34 meses de salário em atraso.


Radio TV Bantaba

Kyiv garante que população russa está a abandonar a Crimeia

© reuters

POR LUSA    09/08/23 

As autoridades ucranianas asseguraram hoje que os residentes russos da Crimeia, calculados entre 600.000 e 800.000 segundo Kyiv, estão a abandonar gradualmente a península devido aos ataques das Forças Armadas ucranianas contra o território, anexado pela Rússia em 2014.

Citada pela agência noticiosa ucraniana UNIAN, a representante permanente da Ucrânia na Crimeia, Tamila Tasheva, considerou esta retirada da população russa como uma "boa notícia", pelo facto de Kyiv ter de pedir a menos gente que "cortesmente" saia do território.

Tasheva também assegurou que "outra parte" da população residente na Crimeia celebra as ofensivas ucranianas, por considerarem que pode significar o regresso em breve da península ao controlo de Kyiv.

"Entendem que a Ucrânia está a lutar pela Crimeia e a vai libertar", prosseguiu a representante, antes se referir a diversos casos de residentes locais que estão a ser julgados por manifestarem apoio à Ucrânia.

As informações fornecidas pelas partes sobre a situação nas frentes de batalha não podem ser frequentemente confirmadas de forma imediata e independente.

Segundo Tasheva, a maioria da população russa da Crimeia são cidadãos que Moscovo instalou na península, a maioria médicos, professores e jornalistas. As administrações, sistema judicial e serviços de informações são assegurados por colaboradores locais.

"Após 2014 começaram a tomar medidas enérgicas contra alguns deles [colaboradores locais], em particular altos cargos, e substituíram-nos por russos porque não gostam de traidores em nenhum lado", afirmou a mesma representante.

Um censo populacional efetuado pouco antes da anexação da Crimeia pela Rússia indicou que viviam na península cerca de 1,5 milhões de russos (67,9% do total), 344.515 ucranianos (15,7%), 245.000 tártaros da Crimeia (12,6%), 35.000 bielorrussos (1,4%), 13.550 de outros tártaros (0,5%), 10.000 arménios (0,4%) e 5.500 judeus (0,2%).

A ofensiva militar russa no território ucraniano, lançada a 24 de fevereiro do ano passado, mergulhou a Europa naquela que é considerada a crise de segurança mais grave desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia -- foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.


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Níger: O partido liderado por Mohamed Bazoum, deposto da Presidência do Níger por um golpe de Estado em 26 de julho, apelou hoje à comunidade internacional para intervir e "salvar" o Presidente, detido pelos militares golpistas desde então.

© Getty Images

POR LUSA   09/08/23 

Níger. Partido do PR deposto quer intervenção da comunidade internacional

O partido liderado por Mohamed Bazoum, deposto da Presidência do Níger por um golpe de Estado em 26 de julho, apelou hoje à comunidade internacional para intervir e "salvar" o Presidente, detido pelos militares golpistas desde então.

Em comunicado, o Partido Nigerino para a Democracia e o Socialismo (PNDS-Tarayya), no poder, acusa os golpistas de "imporem condições de vida drásticas, cruéis e desumanas" a Bazoum, que se encontra detido no palácio presidencial de Niamey e que, até à data, se recusou demitir do cargo.

"O Presidente da República e a sua família estão a viver um calvário indescritível", lê-se na nota, que refere que há uma semana que Bazoum não tem eletricidade no local onde está detido, queixa-se de não ter água e "há cinco dias que não tem alimentos frescos nem recebe a visita do seu médico".

O partido do governo atribuiu a responsabilidade da situação ao líder do golpe, general Abdourahamane Tiani, que dirige o autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP).

"O comité executivo nacional do PNDS-Tarayya apela à comunidade internacional para que intervenha para evitar o pior", defende o partido, que apelou igualmente a uma mobilização geral em todo o Níger para "salvar o Presidente da República das torturas de que ele e a sua família são vítimas".

O Níger vive uma crise política desde que o CNSP protagonizou um golpe de Estado e anunciou a destituição de Bazoum e a suspensão da Constituição.

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) tem agendada para quinta-feira, em Abuja, uma cimeira extraordinária para analisar a situação no Níger, estando em cima da mesa a possibilidade de recorrer à força, depois de os golpistas não terem respeitado o ultimato de uma semana imposto pelo bloco regional para a reposição da legalidade constitucional.

O prazo dado pela CEDEAO terminou no domingo.

Um conselheiro de Bazoum, citado pela AP, disse que o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, falou com Bazoum na terça-feira sobre os recentes esforços diplomáticos.

Na conversa, Blinken "enfatizou que a segurança e a proteção do Presidente Bazoum e da sua família são fundamentais", acrescentou o conselheiro, que solicitou o anonimato por razões de segurança.


O Porta-voz do Sindicato dos Trabalhadores do Tribunal de Contas ameaça fechar as portas daquela instituição "caso continuar houver persistência da Direção do Tribunal de Contas em aplicar medidas ilegais contra os seus associados".

 Rádio Capital Fm    09.08.2023

PR Umaro Sissoco Embalo desloca-se a República federal da Nigéria para participar na Cimeira extraordinária de CEDEAO.

Radio Voz Do Povo

Rússia acusa Polónia de querer ocupar região ocidental da Ucrânia

© Russian Defence Ministry/Handout via REUTERS

POR LUSA   09/08/23 

A Rússia acusou hoje a Polónia de estar a criar unidades polaco-ucranianas alegadamente para garantir a segurança da Ucrânia, mas com o objetivo de ocupar a região ocidental do país vizinho.

"Existem planos para criar regularmente a chamada ligação polaco-ucraniana, supostamente para garantir a segurança da Ucrânia Ocidental, mas, na realidade, para a ocupação subsequente deste território", afirmou o ministro da Defesa russo, Serguei Shoigu.

Ao apresentar um relatório sobre a segurança nas fronteiras da União Nacional (Rússia e Bielorrússia) durante uma reunião no ministério, Shoigu disse que a Polónia se tornou o "principal instrumento da política antirrussa dos Estados Unidos".

Shoigu acusou também a Polónia de pretender formar o "exército mais poderoso da Europa", tendo para o efeito começado a comprar armas a países como os Estados Unidos, o Reino Unido e a Coreia do Sul.

As compras incluem "tanques, sistemas de artilharia, sistemas de defesa aérea, defesa antimíssil e aviões de combate", disse o ministro, segundo as agências russas TASS e Ria Novosti.

A guerra na Ucrânia iniciada por Moscovo em 24 de fevereiro de 2022 levou ao reforço da segurança no flanco oriental da NATO e aos pedidos de adesão da Suécia e da Finlândia à Aliança Atlântica.

Shoigu considerou como "um grave fator de desestabilização a adesão da Finlândia à NATO e, no futuro, da Suécia", que já duplicou a fronteira terrestre da Rússia com a Aliança Atlântica.

"É provável que os contingentes militares da NATO e as armas capazes de atingir alvos críticos no noroeste da Rússia sejam instalados em território finlandês", alertou, citado pela agência espanhola EFE.

Shoigu disse que os países da Europa de Leste estacionaram nas fronteiras russa e bielorrussa "cerca de 360 mil soldados, oito mil veículos blindados, seis mil peças de artilharia e morteiros, e 650 aviões e helicópteros".

Um desses países é a Polónia, que anunciou hoje o envio de mais dois mil soldados para a fronteira com a Bielorrússia, o que irá duplicar a força militar polaca na região.

Ao mesmo tempo, segundo Shoigu, a presença de forças de outros países da NATO aumentou 2,5 vezes desde o início da guerra, para mais de 30 mil soldados.

Disse também que o fornecimento de uma "quantidade considerável" de armamento à Ucrânia pelos aliados ocidentais cria "sérios riscos" de uma escalada do conflito.

"Desde fevereiro do ano passado, a Ucrânia recebeu centenas de tanques, mais de quatro mil veículos blindados, mais de 100 mil peças de artilharia e dezenas de lançadores múltiplos ou sistemas de defesa antiaérea", disse.

Segundo o ministro da Defesa russo, a ajuda militar ocidental a Kyiv ultrapassou os 160 mil milhões de dólares (145,7 mil milhões de euros ao câmbio atual).

Shoigu acusou ainda Washington de cometer "um novo crime ao incluir bombas de fragmentação, proibidas por uma convenção internacional, no pacote de ajuda militar" à Ucrânia, face ao défice de munições das tropas ucranianas.

"As ameaças (...) à segurança militar da Rússia exigem uma reação oportuna e adequada", afirmou o ministro da Defesa russo.


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Cerimónia de passessão entre Nuno Gomes Nabiam e o Geraldo Martins


 Radio TV Bantaba 

Nuno Nabiam despede dos funcionários do palácio do Governo.

Radio TV Bantaba 

#Revisão_Constitucional é o tema mais quente neste segundo Dia de Trabalho da Iª Sessão Extraordinária da ANP da Décima Primeira Legislatura_2023.

Radio Voz Do Povo

Presidente do MSD, manifestou vontade de trabalhar com o novo governo da coligação inclusiva PAI Terra Ranka

Radio TV Bantaba

Fábrica de Moscovo onde ocorreu explosão produz componentes para as forças de segurança russas

Explosão na Zagorsk Optical-Mechanical Plant, em Moscovo (Reprodução KyivPost)

Por  CNN Portugal,   09/08/23

Zagorsk Optical-Mechanical Plant produz equipamento ótico para aplicações industriais e de saúde. Para já, a agência TASS diz que está descartada a hipótese de se ter sido usado um drone ou de se ter tratado de um ataque ucraniano

Uma explosão numa fábrica de ótica e ótica eletrónica na cidade de Sergiev Posad, a 50 quilómetros de Moscovo, feriu pelo menos 45 pessoas, segundo as autoridades locais, citadas pela agência Reuters.

Do total de feridos, 23 pessoas deram entrada no hospital, incluindo seis que se encontram agora nos cuidados intensivos, segundo a autarquia local. Foram preparadas 40 camas no hospital local para receber eventuais novas vítimas, uma vez que os trabalhos de resgate ainda decorrem.

A fábrica em causa, a Zagorsk Optical-Mechanical Plant, produz equipamento ótico para aplicações industriais e de saúde, bem como para as para as forças de segurança russas.

Apesar de ainda não haver informações concretas sobre a causa da explosão, a agência dá conta que a imprensa russa diz que se tratou de uma explosão no armazém que continha equipamento pirotécnico, armazém esse que tinha sido recentemente alugado por uma empresa de pirotecnia que não foi identificada.

Para já, a agência TASS diz que está descartada a hipótese de se ter sido usado um drone ou de se ter tratado de um ataque ucraniano.


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NÍGER: Ex-ministro do Níger anuncia criação de Conselho de Resistência

© Getty Images

POR LUSA   09/08/23 

O ex-ministro da Presidência do Níger Rhissa Ag Boula anunciou a criação de um Conselho de Resistência da República (CRR) para restabelecer a ordem constitucional e o Presidente deposto, Mohamed Bazoum, pedindo a detenção do líder do golpe.

A CRR condenou a criação da junta militar, denominada Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), criticou a "recusa categórica da junta em estabelecer um diálogo construtivo" e deplorou a "prática infame da manipulação de massas", bem como "a utilização de civis como milícias e a tentação de recorrer a mercenários, criminosos de guerra sob o nome de Grupo Wagner".

Depois de criticar a implementação "de ditaduras militares na região" - em referência ao Mali e ao Burkina Faso, que manifestaram o seu apoio aos líderes golpistas - o CRR está convencido da "necessidade de mobilizar todos os democratas sinceros para bloquear este projeto nefasto de instaurar em África, e atualmente no Níger, um modelo de governo distante de toda a democracia e liberdade".

"No dia 26 de julho de 2023, nas primeiras horas do dia, o nosso país, o Níger, foi vítima de uma tragédia orquestrada por aqueles que, no entanto, são responsáveis pela sua preservação. Com efeito, a ignomínia e a traição serviram de trampolim para as ações inqualificáveis do chefe da Guarda Presidencial, essencialmente responsável pela segurança do Presidente", lê-se num comunicado.

O comunicado salienta que o chefe da Guarda Presidencial, Abdourahamane Tiani, agora líder do país após o golpe de Estado, "conseguiu rodear-se de um segundo círculo de homens fardados com os quais atacou a República e as suas instituições", justificando "a sua entrada na cena política com pretextos falaciosos e grotescos relacionados com a governação e a gestão da segurança".

A este respeito, apelou "aos militares que respeitam o seu juramento e o povo para que ponham termo ao motim e procedam, sem demora, à detenção do General Tiani", advertindo que o CRR utilizará "todos os meios" para fazer face a qualquer "prática de questionamento das escolhas do povo por militares irresponsáveis".

Também indicou que o Conselho de Resistência "já dá o seu apoio inabalável" à Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) e aos seus parceiros internacionais para "a intervenção planeada para assegurar o regresso à ordem constitucional no Níger e permanece à sua inteira disposição".

Rhissa Ag Boula, antigo líder rebelde tuaregue, sublinhou, no entanto, que "este episódio lamentável" surge numa altura em que a estabilidade política e social se instalou no país "graças ao diálogo sincero" do Presidente "com todos os estratos", numa altura em que "as perspetivas são brilhantes para a exploração das riquezas" e em que a situação de segurança "melhorou" devido à inclusão e à abertura em relação aos rebeldes.

"Quando todos os indicadores estavam no verde. Por conveniência pessoal e inebriado pelo poder da sua posição de guarda-costas do Presidente, Tiani decidiu trair o seu juramento e a confiança nele depositada, atacando o país e as suas instituições", lamentou o antigo ministro da Presidência.

A CEDEAO tinha dado à junta golpista um prazo até domingo para restabelecer a ordem constitucional, sem excluir a possibilidade de uma ação armada para atingir esse objetivo, proposta que levou o Mali e o Burkina Faso, países também sob o controlo de uma junta militar, a avisar que tomariam essa ação como uma declaração de guerra e ajudariam o Níger a defender-se.

Também a Guiné alertou para os malefícios dos conflitos armados e anunciou que não iria aderir às sanções.

Na sequência do ultimato, o organismo regional convocou uma nova cimeira extraordinária para quinta-feira, em Abuja, capital da Nigéria, impondo simultaneamente novas sanções contra indivíduos e organizações ligados à junta golpista.

A ONU apoia o trabalho deste bloco, tal como os países da comunidade internacional, como os Estados Unidos, que, no entanto, iniciaram os seus próprios contactos, e a França.

A junta não deu sinais de reverter as suas medidas e anunciou novas nomeações políticas.


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Níger? Bloco da África Ocidental confirma que golpistas recusaram visita

POR LUSA   09/08/23 

A Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO) confirmou hoje que não pôde reunir-se na terça-feira no Níger com a junta golpista do país, que rejeitou a visita de representantes do bloco, da União Africana (UA) e da ONU.

"A missão foi cancelada depois de um comunicado das autoridades militares do Níger, enviado a altas horas da noite, ter indicado que não podiam receber a delegação tripartida", afirmou a CEDEAO, num comunicado divulgado na terça-feira à noite.

A missão "inscreve-se nos esforços em curso para encontrar uma solução pacífica para a atual crise no Níger", acrescentou o bloco da África Ocidental, que desde 30 de julho considera a possibilidade de uma intervenção militar contra a junta golpista, caso esta não restitua ao poder o Presidente deposto, Mohamed Bazoum.

No comunicado, o bloco da África Ocidental garante que irá prosseguir todos os esforços "para repor a ordem constitucional" naquele país.

Uma fonte do autodenominado Conselho Nacional para a Salvaguarda da Pátria (CNSP), responsável pelo golpe, disse à agência de notícias EFE que a junta considera a missão da CEDEAO "inútil", uma vez que a sua posição "é conhecida" sobre a situação no Níger.

A fonte criticou as sanções financeiras e comerciais impostas pelo bloco regional, bem como a ameaça de ação militar se a ordem constitucional não for restabelecida.

Na quinta-feira, os chefes de Estado da CEDEAO reunir-se-ão numa segunda cimeira extraordinária sobre o Níger para decidir os próximos passos a dar, depois de o seu ultimato de sete dias para que os líderes do golpe de Estado se retirem ter expirado no domingo.

Até agora, a junta do Níger ignorou as ameaças da organização e, para além de ter nomeado um novo primeiro-ministro, reforçado as suas Forças Armadas e fechado o seu espaço aéreo, avisou que o uso da força será objeto de uma resposta "instantânea" e "enérgica".

Uma eventual ação militar dividiu o continente, com os governos da Nigéria, do Benim, da Costa do Marfim e do Senegal a confirmarem claramente a disponibilidade dos seus exércitos para intervir em território nigerino.

No outro extremo, o Mali e o Burkina Faso, países próximos de Moscovo e governados por juntas militares, opõem-se ao uso da força e argumentam que qualquer intervenção no Níger equivaleria a uma declaração de guerra também contra eles.

O golpe de Estado no Níger foi liderado, em 26 de julho, pelo autodenominado Conselho Nacional de Salvaguarda da Pátria (CLSP), que anunciou a destituição do Presidente, a suspensão das instituições, o encerramento das fronteiras (que foram posteriormente reabertas) e um recolher obrigatório noturno até nova ordem.

O Níger tornou-se assim o quarto país da África Ocidental a ser dirigido por uma junta militar, depois do Mali, da Guiné-Conacri e do Burkina Faso, onde também se registaram golpes de Estado entre 2020 e 2022.

A CEDEAO integra os lusófonos Cabo Verde e Guiné-Bissau, além do Benim, Burkina Faso, Costa do Marfim, Gâmbia, Gana, Guiné-Conacri, Libéria, Mali, Mauritânia, Níger, Nigéria, Serra Leoa, Senegal e Togo.



Liberdade de religião no Quénia em debate

As autoridades quenianas exumaram mais de 400 corpos de campas rasas ligadas a um culto cujo líder é acusado de pedir aos seus seguidores que morram à fome. A tragédia provocou um debate no Quénia sobre a forma de proteger a liberdade religiosa e a vida dos fiéis.

Por VOA Português 

Mais de 100 médicos ucranianos mortos em ataques russos, revela ativista

© SARAH PACK/MUSC

POR LUSA  09/08/23 

As tropas russas danificaram mais de 1.300 hospitais ucranianos, destruíram cerca de 550, feriram centenas de profissionais médicos e mataram mais de 100 médicos, no primeiro ano da guerra, segundo a médica e ativista russa Olesya Vinnyk.

"Isso afeta o nosso desempenho profissional e traz novos desafios ao sistema de saúde", salientou a ativista em entrevista à Lusa em Lisboa, relatando que na frente de batalha as equipas médicas estão há quase 18 meses a "trabalhar no limite".

"A cada minuto, uma vida está em jogo. Existem lutas em muitos níveis diferentes, começando com a mudança profissional de funções, a falta de equipamento médico adequado e até situações de esgotamento", destacou Vinnyk.

Ataques atribuídos às forças russas como o que atingiu recentemente duas vezes, num espaço de 72 horas, o mesmo hospital em Kherson, no sul da Ucrânia, cidade que Kyiv reconquistou a Moscovo, fazem continuamente temer pela segurança de civis e profissionais de saúde, afirma Olesya Vinnyk.

Os ataques russos a infraestruturas civis requerem "esforços adicionais" por parte das organizações de apoio, contou a médica ucraniana, que pediu também "uma reação internacional adequada às ações das Forças Armadas da Federação Russa".

Olesya Vinnyk, de 32 anos, é responsável por uma iniciativa médica integrada na ação global "Unite with Ukraine", da organização não-governamental (ONG) Ukrainian World Congress (UWC), que representa 20 milhões de ucranianos em 65 países.

A ativista ucraniana esteve em Lisboa para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ), onde participou como palestrante no Encontro Internacional de Jovens Médicos Católicos e manteve encontros com a diáspora ucraniana em Portugal.

Na área da saúde, a aproximação da Ucrânia ao Ocidente permite "mais educação, mais oportunidades, mais inovações e mais vidas salvas", realçou.

"Os médicos ucranianos estão ansiosos para aprender, mudar e evoluir" o seu sistema de saúde, mas Olesya Vinnyk destacou também que "a sociedade médica ucraniana pode ensinar muito" colegas de outros países.

"Temos uma experiência extraordinária que queremos analisar e partilhar com os médicos de todo o mundo", apontou.

Ainda sobre a aproximação de Kyiv ao Ocidente, Olesya Vinnyk lembrou que a guerra começou pelo "desejo da Ucrânia de aderir às ideologias liberais ocidentais".

"Durante muitas gerações, entendemos que o nosso caminho difere do modo de pensar russo e pós-soviético. Hoje em dia, enquanto os russos lutam pela ressurreição do seu efémero império do passado, a Ucrânia luta para que o nosso futuro se alinhe com o mundo civilizado. Estamos cientes dos nossos problemas de crescimento, mas estamos dispostos a trabalhar duramente neles", garantiu.

A necessidade de lembrar que a Ucrânia "continua a lutar" e que é preciso "apoio médico mais do que nunca", faz Olesya Vinnyk percorrer países na divulgação da sua organização.

"Tenho orgulho em dizer que temos milhares de vidas salvas simplesmente porque os nossos médicos tiveram um equipamento adequado nas suas mãos num momento específico. Também será bom saber na fase de reconstrução que há alguém na Ucrânia em quem alguém pode confiar", sublinhou.

"Como médica e coordenadora médica da UWC, encorajo todos a contribuírem com equipamentos médicos táticos e a cooperar connosco na área da saúde", acrescentou.

Em Lisboa, Olesya Vinnyk sentiu-se inspirada não só pela beleza da cidade mas também pelo apoio recebido. Com uma mochila às costas com uma bandeira ucraniana, a médica recebeu "várias palavras de gratidão e aplausos".

O diálogo com jovens médicos católicos sobre a guerra na Ucrânia era o principal objetivo da viagem, sendo que Olesya Vinnyk ouviu "os seus pensamentos do ponto de vista cristão".

Olesya Vinnyk aproveitou também para estar em contacto com a diáspora ucraniana em Portugal, que classificou como "muito ativa e acolhedora".

As muitas reuniões com ucranianos em Portugal permitiram também transmitir que tipo de apoio é necessário atualmente no país em guerra com a Rússia, explicou.


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Forças russas abatem dois drones na região metropolitana de Moscovo

© Getty/Sefa Karacan

POR LUSA   09/08/23

As forças armadas russas abateram esta madrugada dois drones ucranianos na região metropolitana de Moscovo, disse o autarca local, Sergei Sobyanin.

Sobyanin escreveu na plataforma de mensagens Telegram que "dois drones de combate tentaram chegar à cidade", mas que "ambos foram abatidos pelos sistemas de defesa aérea".

"Um na zona de Domodedovo e o outro nas imediações da autoestrada de Minskoye. Não foram registados feridos", escreveu.

O autarca de Moscovo também utilizou o Telegram há duas semanas para denunciar ataques de drones a edifícios do moderno complexo financeiro da cidade.


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