quinta-feira, 28 de junho de 2018

Início de 2018 foi "negro" com mais de 40 jornalistas assassinados

Os Repórteres Sem Fronteiras (RSF) alertaram hoje que o começo de 2018 foi "negro" para os media, com 47 jornalistas e colaboradores assassinados no primeiro semestre, nomeadamente no Afeganistão, com 11 mortes, e na Síria, com sete.


Este número contrasta com os 65 jornalistas que morreram no mundo devido à sua profissão em 2017, um dos anos menos mortíferos para os profissionais de media, sendo que no primeiro semestre daquele ano foram mortos 34.

Nos seis primeiros meses deste ano, México (5) e Iémen (5) encontram-se na lista dos países mais perigosos para os jornalistas, segundo o barómetro de violação da liberdade de imprensa divulgado pela organização não governamental (ONG).

No Afeganistão, que ocupa o 118.º lugar em 180 na classificação da Liberdade de Imprensa, os RSF destacam que as mulheres jornalistas são "particularmente vulneráveis num país onde a propaganda fundamentalista se aplica em várias regiões".

Além dos 11 jornalistas assassinados naquele país, "muitos outros são ameaçados de forma permanente pelas diferentes partes em conflito", referem.

Muitos, adianta no comunicado, não têm outra opção a não ser abandonar a profissão e inclusivamente os seus países devido às ameaças.

Os RSF sublinharam ainda que o México, que ocupa o 147.º lugar da lista, é considerado um dos países mais perigosos do continente americano para repórteres, com cinco assassinatos e ameaças a outros 14 profissionais.

A ONG detalhou que direciona um terço do todo o seu orçamento para apoiar os jornalistas em todo o mundo para o Afeganistão, Síria, Iémen e México, que tem como objetivo garantir a segurança e retirada dos países em caso de perigo.

POR LUSA

Exército da Nigéria deteve 17 suspeitos do massacre de 200 pessoas

O exército nigeriano anunciou hoje a detenção de 17 suspeitos pelo massacre de mais de 200 pessoas no fim de semana, no Estado do Plateau, no centro do país, para o qual foi destacado um reforço policial e militar.


O porta-voz do exército, Adam Umar, assegurou que três das 17 pessoas detidas estão ligadas às mortes perpetradas em localidades da região de Barikin Ladi e supôs que as outras 14 estejam conectadas aos ataques contra a etnia 'Peuls', a sul de Jos, a capital do Estado do Plateau.

"Como todos sabemos, aldeias de Barikin Ladi foram atacadas há poucos dias e prendemos três suspeitos, (...) na posse de quatro armas, três caseiras e uma AK47", disse Umar.

Adam Umar esclareceu que "as outras 14 pessoas foram detidas ao longo da estrada entre Abuja e Jos".

De acordo com testemunhas contactadas pela Agência France Presse, grupos de jovens da etnia 'Berom' montaram barricadas ao longo da estrada, na sequência dos homicídios nas suas aldeias, atacando qualquer um que "parecesse 'Peuls' ou muçulmano".

O Presidente da Nigéria, Muhammadu Buhari, que anunciou já a sua recandidatura, foi fortemente criticado pela sua inação no conflito entre os agricultores cristãos e os 'Peuls', que se propaga pelo centro do país.

A insegurança desenfreada na região central da Nigéria poderá tornar-se um dos pontos de tensão mais importantes da campanha eleitoral presidencial, em fevereiro de 2019.

O conflito, que concentra todas as tensões no país, deverá tornar-se uma preocupação tão importante como a insurreição 'jihadista' de Boko Haram, no nordeste.

As circunstâncias dos massacres no fim de semana estão por apurar, assim como a identidade dos assaltantes.

Mas, no país mais populoso de África, com 180 milhões de habitantes e um crescimento demográfico acentuado, o acesso à terra e à água é o primeiro fator de conflito.

NAOM

Nigeria - The person that sent the video said, "This is an explosion on Lagos/Ibadan expressway 5 mins ago. More than 50 cars are involved. So many lives are lost in this explosion".

BREAKING: Tanker explodes on Lagos-Ibadan Expressway, many killed, vehicles burnt







Lynda Ifeoma Imhanlenjaye

Fundo Saudita para o Desenvolvimento empresta 15 milhões de dólares a Guiné-Bissau para desenvolver agricultura, anunciou hoje o governo guineense



Braima Darame


Como vais reparar, evito deliberadamente expressões do tipo “refundação do Estado” e outras que costumamos ouvir, sonantes, geralmente de conteúdo muito impreciso.

Por: FERNANDO DELFIM DA SILVA

O que defendo é muito simples. É um “programa mínimo” que contém o que designei de “quatro passos”. Que é chamado de “mínimo” precisamente para ser tomado como desafio que “não permite” diferimentos.

Claro que é sempre possível tentar fazer muito mais coisas, sendo certo que uma imaginação fértil não conhece limites. Mas quem quiser fazer “tudo” de uma só vez, o mais provável é acabar por não fazer nada, o que, aliás, frequentemente acontece.

Daí a importância de escolher, entre tantas questões provavelmente “muito importantes”, apenas aquelas para as quais a sociedade parece estar mais amadurecida para enfrentar e resolver, e, por conseguinte, sobre as quais vale a pena concentrar esforços na expetativa de obter resultados políticos gratificantes. E isso implica conter metodicamente a tentação de se dispersar por vários temas, sem prioridades. Numa frase: é preciso fazer tudo para não perder nem rumo, nem tempo. A isto costuma chamar-se realismo.

É por tentar ser realista que me limitei apenas a uma agenda mínima, como disse, de “quatro passos”. São poucos “passos”, é certo. Mas são passos críticos que, se forem concretizados, traduzirão um avanço significativo na reforma política do Estado.

Espero bem que os protagonistas políticos, principalmente, os dois grandes partidos parlamentares que, juntos, detêm o poder legislativo (isto é, a capacidade de reformar o sistema político), aceitem este “programa mínimo” inteiro, sem deixar para trás - passe a redundância - nenhum dos seus “quatro passos”. Que o aceitem por uma questão de princípio, não de estratégia. Por um princípio de construção de uma ordem estatal e democrática melhor; não por estratégia, por conseguinte, livre de calculismos políticos próprios das lutas de poder.

Dito isto, passo já a expor os conteúdos, tarefa que, seguramente, mais nos interessa. Mas, primeiro, vou abrir um parêntese para inserir um comentário breve, preliminar, sobre o papel edificante que a Assembleia Nacional Popular (ANP) pôde, talvez inesperadamente, vir a assumir neste momento crucial da nossa vida política nacional.

Como se percebe, estou a fazer, neste ponto, um exercício de prospetiva. Que também se guia - não o escondo - por uma lógica incitativa. O ponto é este: considero não ser improvável que esta IX Legislatura (2014-2018), que se revelou algo turbulenta e aquém da produtividade desejada, possa ainda vir a ter o mérito de assegurar um bom final de mandato e, por consequência, inscrever um ponto de honra na nossa história parlamentar. Se, por um sobressalto reformador, os Deputados conseguirem “terminar de pé” este seu mandato, então, todos ganharíamos muito com isso.

Já sei que me vais perguntar: mas como? Passando logo aos conteúdos que prometi expor - respondo-te assim: a Nona Legislatura vai poder terminar bem se os Deputados forem capazes de impulsionar uma transformação positiva na organização política do do Estado. Para ser mais preciso:

(i) se, por via da revisão constitucional - ao abrigo do ponto 6.b do Acordo de Conacri -, a ANP conseguir criar um novo regime de governo, muito mais resiliente aos riscos e as ameaças de uma crise institucional disruptiva. Um novo regime de governo consistente com o princípio da separação dos poderes bem entendido.

Se um tal êxito político se consumar, então, ter-se-á configurado, sem dúvida, um importante progresso na organização política do Estado guineense. E eu nem ficaria surpreendido se, diante de uma reforma política tão auspiciosa, viesse alguém proclamar - e bem - que os Deputados da Nona Legislatura conseguiram fazer nascer em 2018 a “terceira república”!

Recordemos. Encerrada a “primeira república” (1973-1993), período qualificado de democracia nacional revolucionária (vulgo, regime de partido único); e depois da “segunda república” (1994-2018), batizada como uma democracia liberal, multipartidária, mas que - como tudo parece indicar -, não nos vai deixar muitas saudades -, eis que entraríamos agora num período novo, que se quer diferente para melhor - a “terceira república”. Que seria, aliás, a melhor prova de que soubemos retirar lições pertinentes e úteis da nossa experiência política das últimas décadas, cheia de vicissitudes.

Ter conseguido fazer isso - criar um novo regime constitucional de governo - constitui realmente o ponto crítico do “programa mínimo”. Mas faltaria ainda dar mais três “passos” para completar a agenda política reformista de 2018.

O passo seguinte é fazer a revisão da lei eleitoral - ao abrigo do ponto 6c do Acordo de Conacri -, no sentido de aprofundar duplamente a democraticidade do nosso sistema político. É nisso que consiste o “Passo 2” e o “Passo 3”.

Para já, o “Passo 2”:

(ii) PROMOVER a igualdade de género. Mas como? Respondo assim: instituindo uma paridade mínima de 30% para cada género (homens e mulheres) entre os deputados que vão ser eleitos à Décima Legislatura. Em síntese, isto significaria o seguinte: nem menos de 30 % de deputadas (mulheres) e nem menos de 30 % de deputados (homens).

Traduzido para a linguagem do género feminino, tal passo significaria que os Grupos Parlamentares da X Legislatura passariam a contar com, pelo menos, trinta e uma mulheres-deputadas “contra” apenas quinze mulheres eleitas à IX Legislatura (2014-2018). Ora, multiplicar por dois a atual “bancada” feminina representaria um avanço considerável na democracia guineense, na verdade, seria um marco importante de progresso político, digno deste século XXI que não parece querer ser mais um século patriarcal.

Trata-se aqui de restaurar o princípio de igualdade, da igualdade de género como valor político - um dos Direitos Humanos fundamentais -, e que já é uma importante “bandeira” da comunidade internacional de que a Guiné-Bissau é parte.

Aliás, é uma bandeira emancipadora que Amílcar Cabral soube erguer alto, desde muito cedo. Quando ainda muito pouco se falava da “política de género”, já o nosso Amílcar denunciava a dupla dominação da mulher guineense nos seguintes termos: a mulher guineense sofre com a dominação colonialista (que é geral) e sofre também com a dominação patriarcal (que é de género). Daí, o líder não tardou a decretar - em plena luta armada de libertação nacional - que, em cada Comité do Partido, de cinco membros, dois dos seus membros teriam de ser mulheres, sendo que a uma delas estaria reservado o posto de vice-presidente.

Foi, assim, que se construiu o primeiro elevador político da mulher guineense - combatente anticolonialista (de libertação nacional) e, ao mesmo tempo, combatente pela sua própria emancipação (de género). Esta mobilidade política ascendente da mulher guineense, note-se, teve o seu motor a funcionar ainda nos meados da década de 1960, há mais de 50 anos! Com Amílcar Cabral.

Agora, o “Passo 3”:

(iii) INSCREVER na Lei Eleitoral o princípio de justiça distributiva, instituindo, para esse efeito, a obrigatoriedade de ajustar periodicamente - por exemplo, de quatro em quatro anos - o número de deputados a atribuir a cada círculo eleitoral. É uma redistribuição necessária e muito fácil de se fazer, bastando extrair o coeficiente nacional e aplicá-lo à escala local (isto é, a nível de cada colégio eleitoral), tomando como base de dados o recenseamento eleitoral - ou a atualização dos cadernos eleitorais - mais recente.

Em 1993, o legislador guineense da Lei Eleitoral cometeu o erro, por omissão, que foi ter considerado como uma constante o que não passava de uma variável, por conseguinte, uma grandeza (no caso: o número de deputados distribuídos a cada círculo eleitoral) que dependia da demografia eleitoral, não estática, dinâmica sem ser uniforme no seu dinamismo.

Desse erro cometido pelo legislador de 1993, resultou, como era de esperar, uma errada cristalização da primeira distribuição de mandatos feita há vinte e quatro anos, e que se tornou claramente anacrónica. Tal facto fez divergir, nalguns casos, de maneira muito acentuada, a relação entre o número de eleitores e o número de deputados atribuídos aos círculos eleitorais, distorcendo, assim, a representação política.
E agora, que fazer? Resposta: basta suprimir uma única frase, descritiva, na atual lei eleitoral (que é a frase que constitui o artigo 113º) e, no mesmo artigo, apor uma outra frase, normativa, para logo ficar salvaguardado o princípio democrático de justiça distributiva. Depois, restaria apenas “matematizar” em poucas alíneas a maneira de, periodicamente, ajustar o número de assentos parlamentares que são devidos aos círculos eleitorais, e, assim, ficaria o sistema formatado para produzir justiça eleitoral.

Trata-se, aqui, de salvaguardar o princípio de equidade, de considerar a equidade na representação dos Círculos Eleitorais como um valor político. Um valor que se operacionaliza mediante a igualização do peso do voto dos cidadãos eleitores na balança eleitoral, e que se projeta numa representação política equilibrada, não distorcida, de todos os colégios eleitorais na Assembleia Nacional Popular.

Uma vez dados os Passos 1, 2 e 3 do “programa mínimo”, segue-se o Passo 4, que não pede propriamente uma reforma legislativa. Exige, sim, um compromisso político forte, de

(iiii) DEMOCRATIZAR o poder local, vinte e cinco anos depois de a Constituição da República de 1993 o exigir, em vão! Trata-se de assumir o compromisso de realizar a primeira eleição dos órgãos das Autarquias Locais na mesma data em que se realizar a próxima (que será a sexta) Eleição Legislativa, de 2018.

Seriam instalados, para começar, nove municípios (Assembleias Municipais e Câmaras Municipais), um município em cada capital regional, aqui incluído, claro, a Câmara Municipal de Bissau - Setor Autónomo.

É certo que, com o tempo, vai-se densificar muito mais a malha municipal guineense com a criação de muito mais municípios. Precisamos de uma rede suficiente de municípios, que é uma evolução institucional indispensável para se encarar a sério a questão da valorização e coesão do território nacional no seu conjunto; da redução das assimetrias regionais; do desenvolvimento harmonioso da Guiné-Bissau, que são objetivos muito importantes para reforçar a unidade nacional do povo guineense. Mas, para começar, avancemos ainda com estes primeiros nove municípios em 2018, o que já seria, sem dúvida, um bom arranque inicial, um marco diferenciador dos tempos novos - da “terceira república”.

Dado assim o “Passo 4” em 2018, remetia-se, assim, para o “museu” da nossa história política o falhanço de, em vinte e quatro anos da “segunda república” (de 1994 a 2018), não termos conseguido implantar na Guiné-Bissau o poder local democrático - uma “nódoa” que nos envergonha a todos.

Deste falhanço histórico - de se ter negligenciado o princípio da autonomia local - resultou o facto de as Regiões terem ficado entregues a órgãos administrativos sem legitimidade democrática, por conseguinte, à margem do escrutínio democrático, marginalizadas e, nas últimas décadas, severamente empobrecidas económica e socialmente.
Tal deriva negativa traduziu-se não apenas na interrupção do desenvolvimento institucional definido nos termos da Constituição da República. É uma interrupção que representou um grande retrocesso institucional em relação ao memorável regime instaurado ainda pela Constituição de 1973. O sistema político criado em 1973 incorporava o Conselho Regional (órgão eleito, deliberativo e de fiscalização) e o governo regional (órgão executivo), o então denominado Comité de Estado de Região.

Uma vez que muita gente provavelmente já se esqueceu, creio que vale a pena lembrar o seguinte: numa perspetiva histórica de construção institucional, o Estado Guineense nasceu a partir dos Conselhos Regionais, instituições diretamente eleitas pelo povo combatente. E foi no seio dos Conselhos Regionais (isto é, entre os Conselheiros Regionais eleitos) que, por sua vez, seriam eleitos os Deputados constituintes que, a 23 e 24 de setembro de 1973, aprovaram a primeira Constituição (Lei Fundamental) do nosso Estado e - num registo de elevação política nunca mais atingido - proclamaram ao mundo a República da Guiné-Bissau, a nossa independência nacional.

Efetivamente, para Amílcar Cabral era impensável que se constituísse a Assembleia Nacional Popular (parlamento nacional) e, dela dependente, um Executivo Nacional (o Governo, então denominado, Conselho de Comissários de Estado) sem dotar, primeiro, a infraestruturação institucional do Estado do seu equivalente à escala regional: o Conselho Regional (órgão deliberativo) e o Comité de Estado de Região (órgão executivo). Foi esse, então, o conceito de estruturação dos poderes do novo Estado.

Depois, foi o trabalho dos juristas do Partido, trabalho que seria apresentado pelo camarada Fidélis Cabral d’Almada, Responsável dos Serviços de Justiça e da População, para discussão e aprovação em sede própria (na direção superior do Partido) - as “Bases para a criação da Assembleia Nacional Popular na Guiné” -, e que o Secretário Geral Amílcar Cabral promulgou com a sua assinatura, a 3 de dezembro de 1971. Quarenta e cinco anos depois, nem Conselhos Regionais, nem Assembleias Municipais!

Enfim, já se passaram vinte e quatro anos da “segunda república”, multipartidária (1994-2018) sem que os seus protagonistas se mostrassem suficientemente incomodados com
tão grave défice politico-institucional.

Chegados aqui, espero bem que ninguém se vai lembrar de “reapresentar” argumentos de natureza técnica e/ou política - os já conhecidos, e todos eles falaciosos - para novamente adiar a democratização do poder local agora em 2018.

Adenda ao “Passo 1” - Regime de governo


Temos de resolver o seguinte trilema:

a) queremos um Presidente da República que além de Chefe de Estado também é Chefe de Governo - um modelo compatível com a quase generalidade das constituições dos países da CEDEAO?

b) queremos um Presidente da República que sendo Chefe de Estado, porém, não é Chefe de Governo - um modelo compatível com os constitucionalismos, por exemplo, português e cabo-verdiano?

c) ou pretendemos continuar encravados na armadilha da atual Constituição (de 1993) que não é nem do tipo referido no ponto a), nem sequer é consistente com o modelo referido na alínea b)? Que, na verdade, é uma caricatura de semipresidencialismo, um “arranjo” disfuncional, potencialmente disruptivo como, aliás, ficou largamente demonstrado nos últimos vinte e quatro anos?

[Nota bene: pelo regime de governo criado pela atual Constituição da República já passaram, desde 1994, nada menos do que vinte primeiros-ministros - uma instabilidade política alarmante.]

Ora, o intento de afastar o espetro de o Estado se manter “preso” a um regime de semipresidencialismo desvirtuado que o legislador de 1993 criou, só terá sucesso se o legislador de 2018 for capaz de tornar imune a qualquer disputa de competências constitucionais a área própria de governação.

Resumindo. Se o modelo institucional de Presidente da República definido como Chefe de Estado e de Governo colher a preferência do legislador de 2018, então, a atrição politico-institucional entre o Chefe de Estado e o Chefe de Governo deixaria simplesmente de poder acontecer. Mas se, pelo contrário, prevalecer o modelo de Primeiro-ministro definido como Chefe de Governo então ao legislador de 2018 caberia a tarefa de prevenir a “armadilha” que minou completamente a “segunda república”, a saber: a atribuição ao Presidente da República de algumas competências constitucionais invasivas da área propriamente governativa, e, por conseguinte, inconsistentes com o princípio da separação dos poderes bem entendido.

Ora, uma vez que já foram escritos todos os tratados sobre regimes democráticos de governo, penso que não precisaremos de perder muito mais tempo do que o que já perdemos -, a tentar agora inventar algo que seja constitucionalmente inédito.

Dito isto, só precisamos, a meu ver, de mais um bocadinho de ambição política e de discernimento intelectual para, sem mais demoras, dar o “Passo 1”, isto é, dotar o Estado guineense de uma constituição politica institucionalmente funcional, estabilizadora, virtudes que a atual Constituição guineense intrinsecamente não tem.

Considerações finais

(i) Timing

Tenho para mim que, esperar até julho de 2018 para desencadear a execução deste “programa mínimo” já começaria a ficar um bocado tarde. Considero que dar o “Passo 1” com êxito, implica assumir a urgência de uma tarefa que deve ser “agarrada” e resolvida tão cedo quanto possível. Em todo o caso, é trabalho para ser concluído bem antes de a “pré-tensão” eleitoral desaguar na campanha eleitoral propriamente dita -, altura, talvez, já tardia para os protagonistas se sentarem à mesma mesa e, serenamente, discutirem os termos da revisão constitucional bem como os termos da revisão da lei eleitoral.

Pelo que ficou dito, conclui-se que deveria estar constituída e em plena atividade (o mais tardar no início do mês de julho de 2018) a “mesa de diálogo nacional”, com suporte no ponto 6. do Acordo de Conacri. É uma instituição ad hoc que trataria, como é óbvio, de ver estabelecido um modo de sua articulação - uma ponte - com a Assembleia Nacional Popular (ANP) nomeadamente para poder fazer chegar à sede parlamentar propostas com vista à sua apreciação e competente resolução legislativa.

A prometida “mesa de diálogo nacional” - que integraria todas as forças políticas legalmente constituídas bem como pelas mais representativas organizações da sociedade civil -, e a Assembleia Nacional Popular, são veículos democráticos mais do que suficientes pela sua representatividade (por alguma razão somos uma democracia representativa) para formatar a vontade política nacional que será auscultada a pronunciar-se sobre a questão de saber qual o regime de governo a consagrar na próxima revisão constitucional, de 2018.

Resolver esta questão - insisto -, ainda antes das próximas eleições, parece ser crucial para, desde já, proteger a ordem estatal guineense contra crises políticas paralisantes, e, assim, encerrar o ciclo de instabilidade política crónica do Estado guineense.

(ii) Riscos

Encontro pelo menos dois riscos: (a) a nossa proverbial morosidade ou, pior ainda, (b) a preferência pelo statu quo, pelo imobilismo. A falta de vontade política para mudar o que deve ser mudado em tempo oportuno, e não deixar as coisas a “apodrecer”.

[Nota bene: Haverá maior prova de imobilismo, de inclinação fatal para o statu quo do que o facto de, durante duas décadas, os políticos guineenses perseverarem no cumprimento de uma Constituição manifestamente incongruente - repare-se - em vez de, a reformarem quanto antes?!]


(iii) Incentivo

Não passa pela minha cabeça admitir que quadros partidários e alguns compatriotas vão - dentro de muito poucos meses -, lançar-se na “corrida” para o parlamento (como candidatos a deputado) e lançar-se na “corrida” para a Presidência da República (como candidatos a Presidente) antes de, primeiro, se resolver a anunciada “questão de regime”: (a) a escolha de um novo regime de governo ou (b) a manutenção do statu quo constitucional, que significaria preservar a própria fonte - ou seja, manter ativada a armadilha constitucional - da degradação institucional do Estado guineense.

Posto isto, o maior incentivo para não adiar a reforma do sistema político advém, precisamente, da consciência de que - se não o fizermos agora -, estaríamos muito provavelmente a semear a próxima crise política. Ora, para evitar tal recaída, é preferível, ainda antes de se iniciar a campanha eleitoral, parar um bocadinho para pensar um pouco mais e, por conseguinte, assumir a urgência de reformar o sistema político no seu próprio âmago, que é o regime constitucional de governo.

Porventura o que reforça mais ainda este incentivo é a hipótese de vir a gerar-se, num dado momento da evolução da conjuntura política, uma situação atípica, porém, evitável.

Por exemplo, se a opçāo do legislador constituinte determinar que o próximo Presidente da República será Chefe de Estado e de Governo - pergunta-se - que implicação teria isso no calendário eleitoral já aprovado? Ou, para ser mais preciso, que sentido faria num tal cenário - de Presidente da República-Chefe de Estado e de Governo -, eleger os Deputados cinco meses antes, em novembro de 2018? Note-se que o novo Parlamento eleito nestas condições (o parlamento da X Legislatura) teria de aguardar pela eleição (em junho de 2019) do Chefe Estado e de Governo, para só depois disso, poder apreciar e aprovar o Orçamento Geral de Estado e o Programa do novo Executivo. Ora, numa tal perspetiva, torna-se pertinente perguntar se não seria preferível fazer coincidir na mesma data as duas eleições - a dos Deputados e a do Presidente da República-Chefe de Governo?

Bem, se, ao contrário, prevalecer o regime constitucional de Primeiro-ministro-Chefe de Governo, e, por conseguinte, o seu titular resultar da eleição legislativa de novembro de 2018 - com o próximo Chefe de Estado (não sendo Chefe de Governo) a ser sufragado mais tarde, isto é, só em maio-junho de 2019 -, é claro que um tal desfasamento eleitoral não acarretaria nenhuma inconsistência temporal entre os funcionamentos do Parlamento e do Governo.

Enfim, como facilmente se percebe, responder a estas questões é um ponto decisivo para a formulação de estratégias partidárias e agendas pessoais dos atores políticos em vésperas de abertura da campanha eleitoral. E é, se assim se pode dizer, ainda mais importante para o ambiente político na Guiné-Bissau.

(IIII) Duração

Havendo vontade política e discernimento intelectual - numa palavra: se tivermos a sorte de contar com uma liderança competente quer da Mesa de Diálogo Nacional quer da Assembleia Nacional Popular, e se também pudermos contar com o respaldo de uma equipa de dois ou três constitucionalistas de reconhecida competência e idoneidade -, as três reformas legislativas críticas (Passo 1, Passo 2 e Passo 3) fazem-se em menos de um mês de trabalho empenhado e profícuo.

[Nota bene: Meter demasiados doutores e demasiados diletantes neste processo criativo de reforma política do Estado é garantir ineficiência e, por conseguinte, um enorme desperdício de tempo que, hoje em dia, é um tempo precioso.]

(V) Expetativa

A minha expetativa é baixa, infelizmente para a minha saúde. Tenho esperança, é certo, mas já não consigo ser otimista. Sinto que é muito mais fácil voltarmos a fracassar por inércia; que provavelmente vamos desperdiçar mais esta oportunidade de operar uma transformação político-institucional no bom sentido; que, talvez, vamos defraudar as melhores expetativas de muita gente, entre os nossos compatriotas e muitos estrangeiros amigos, que, neste momento, estão a olhar para nós.

Enfim, surpreende-me ver como as pessoas estão a fazer cálculos de poder muito mais do que a cuidar do nosso bem comum, neste caso, a cuidar do bem político comum dos guineenses que é o Estado guineense bem entendido e bem ordenado.

Nova Iorque, sede das Naçōes Unidas, 12 de junho de 2018

F. Delfim da Silva

Braima Darame

Mais de 200 casas destruídas por fortes ventos na capital da Guiné-Bissau


Os fortes ventos e chuvas que se registaram quarta-feira em Bissau provocaram a destruição de pelo menos 200 casas, disse hoje o coordenador da proteção civil guineense, Alsau Sambú.

O responsável disse que, para já, não pode confirmar a ocorrência de mortes, mas os órgãos de comunicação social guineense apresentam hoje relatos de terem sido registadas algumas mortes devido ao mau tempo em Bissau.

Várias pessoas deslocaram-se hoje à sede da proteção civil para apresentarem relatos de estragos causados pela intempérie. Em fila indiana as pessoas indicaram aos técnicos da proteção civil relatos sobre a queda de árvores, telhado que voaram, paredes de habitações que ruíram, entre outras situações.

Várias famílias contaram que passaram a noite de quarta-feira na casa de vizinhos ou em escolas.

Um popular explicou aos jornalistas que a casa onde habita, no bairro de Antula, ficou sem a cobertura de zinco e "de repente caiu um bloco de cimento por cima de uma criança", que acabou por falecer.

Outro homem disse aos jornalistas que um rapaz morreu eletrocutado no bairro de Bandim.

Duas rádios comunitárias de Bissau, as vozes dos bairros de Klelé e Antula, ficaram com as instalações danificadas e com as antenas quebradas.

Alsau Sambú afirmou que "só na sexta-feira, o mais tardar" é que a entidade saberá ao certo qual o grau dos estragos materiais e "eventualmente vítimas humanas", deixados pelo mau tempo.

A proteção civil tem neste momento três equipas em vários pontos de Bissau a recolher informações.

De acordo com os relatos, "choveu torrencialmente" em Bissau, Bafatá e Gabú, no leste, indicou Sambu, apontando para um "fenómeno que tem ocorrido desde 2014", que se caracteriza por ventos fortes.

"Este ano está a ser particularmente destrutivo na Guiné-Bissau com incêndios, inundações e ventos fortes",

Alfredo da Silva, perito ambiental guineense e representante da União Internacional da Conservação da Natureza (UICN) disse que os serviços da meteorologia não informaram a população "do prognóstico de mau tempo que se avizinhava", mas também realçou que "cada vez mais tem havido comportamentos errados da população sobre o ambiente".

O especialista defende que cada vez mais as casas têm sido construídas em lugares abertos, que Bissau já não tem arvores como dantes e as habitações são erguidas em zonas húmidas e ainda expostas ao vento.

"Há muita gente a construir mal", frisou Alfredo da Silva apontando para "novos sinais de ataques ambientais" por parte da população.

O responsável disse que a baixa de Bissau, por exemplo, fica toda inundada cada vez que chove e que a própria precipitação tem vindo a diminuir a cada ano.




LUSA
Foto: Aguinaldo Ampa
Braima Darame

EXCLUSIVO DC - ARROZ BANCOS: PM Aristides Gomes desautoriza verbalmente uma ordem judicial

Três bancos comerciais - ATLANTIQUE, BDU e ECOBANK emprestaram ao BILLO montantes de 2,5 mil milhões de fcfa, 300 milhões de fcfa e 500 milhões de fcfa respectivamente para compra de arroz.

Num primeiro despacho, a justiça deu razão aos bancos e os armazéns foram reabertos. E depois fechados. Ontem, 27 de junho, um despacho judicial ordenou a reabertura dos armazéns:


Contudo, e para espanto dos bancos, a Guarda Nacional apareceu com uma "ordem verbal" (via Adiato Nandigna, ministra das Pescas, que por sua vez a recebeu do primeiro-ministro, Aristides Gomes, que se encontra na Guiné Equatorial).

O colectivo dos bancos, chocado, apresentou à GN o despacho judicial, mas tiveram que ir, todos, para o comando da GN no QG. Lá chegados, confrontaram o comandante desta polícia, o Marna. Este leu e releu. E mandou comunicar o seguinte: "até uma ordem judicial em contrário nada podemos fazer". Mas os armazéns permanecem fechados...

Uma questão de patriotismo

Aristides Gomes, apurou o DC, manteve em pelo menos duas ocasiões, reuniões, em Paris, com a empresa Louis Dreyfus Company. Segundo uma fonte do DC, depois disso o PM "mudou radicalmente" de posição - ele que já teve uma completamente diferente.

Mas há mais. A mesma fonte questiona o facto de, para além de ser primeiro-ministro, Gomes ocupar também a pasta da Economia e das Finanças. "Onde é que está o principio da separação de poderes? O ministério Público é o advogado do Estado, e o PM devia respeitar isso". E acusa: "Isto é uma obstrução à justiça por parte do primeiro-ministro! Agora resta saber em nome do quê ou de quem".

No que toca à empresa Louis Dreyfus Company (o número 1 do mundo em commodities), os bancos acreditam em burla, implicando a própria alfândega. "Pedimos às alfândegas e ao fisco o montante da dívida do Billo. A resposta foi zero". DC sabe que o próprio ministério Público fez os mesmos pedidos - zero resposta. O que é estranho. "É o Estado a lutar contra a sua própria pessoa", diz com visível desânimo.

Os advogados lembram que a Louis Dreyfus Company "não tem um escritório na Guiné-Bissau, não é uma empresa de direito guineense e nunca pagou impostos no país. O Estado já perdeu dezenas de biliões de fcfa em impostos".


Os armazéns permanecem fechados cada um com cinco cadeados. Suspeita-se de um cartel. Eis o que o colectivo de advogados suspeita, na queixa enviada à PJ:





ditaduraeconsenso

Mau tempo - Ponto Focal de Previsão Sazonal de Meteorologia lamenta mortos e danos materiais causados pelo vento


Bissau, 28 Jun 18 (ANG) – O Ponto Focal de Previsão Climatérica e Sazonal de Serviço de Meteorológico da Guiné-Bissau lamentou hoje as mortes registadas e danos materiais causados por ventos fortes acompanhado de chuvas registados  na tarde de quarta-feira em Bissau.

Cherno Luís Mendes, em declarações à ANG estimou a velocidade do vento da quarta-feira em cerca de 100km à hora. 

O Ponto Focal de Previsão Climatérica e Sazonal de Meteorológico da Guiné-Bissau lamentou ainda a falta de aparelho para avaliar a velocidade do vento e da massa da nuvem em termos de velocidade por quilómetros a hora, nos serviços da Meteorologia Nacional.

“Essa situação podia ser evitada se os Serviços de Meteorologia tivesse continuado  a emitir o boletim informativo sobre as condições climatéricas, sobretudo sobre o vento”, lamentou.

Disse que na época da chuva a situação do género ou seja de vento forte continuará, dependendo das condições atmosféricas, como a de quarta-feira em termos de humidade e temperatura que permitiram a formação de nuvem e consequentemente a queda da chuva.

Cherno Luís Mendes aconselhou o povo guineense em geral, sobretudo os da capital Bissau a fecharem portas e janelas das suas habitações como forma de prevenir os eventuais danos causados pelo vento e bem como pela chuva respectivamente.

Avisou ainda as pessoas a não ficar debaixo das árvores de grandes portes porque elas atraem sempre o relâmpago e a procurarem lugares seguros para evitar possíveis perdas de vidas humanas.

ANG/LPG/DMG/ÂC/SG

Florestas - Diretor-geral anuncia apreensão de três camiões com madeiras ilegais

Bissau, 28 Jun 18 (ANG) - O director-geral das Florestas, Augusto Cabi anunciou  quarta-feira a apreensão de três camiões com madeiras  que estavam a ser transportadas clandestinamente do interior do país para a capital Bissau, noticiou a Rádio Sol Mansi.

Segundo  Sol Mansi, Cabi fez a descoberta no âmbito de uma visita que efectua as diferentes sessões da zona Leste com a finalizade de confirmar se os agentes colocados no terreno estão, de facto, a cumprir  as suas missões de fiscalização.

 “Com a apreensão de três camiões com madeiras clandestinas, tudo fica claro de que a corte ilegal da madeira continua a ser praticado no país, situação que deve merecer muita  atenção, uma vez que tudo isso reflete na nossa situação climática”, disse aquele responsável.

Augusto Cabi informou que praticamente os fiscais colocados para vigiar a situação de corte ilegal de madeira não estão a fazer os seus trabalhos e que por isso, a entrada de madeira  para  Bissau é frequente.

“Nós temos muitos fiscais para controlar a questão da entrada dos produtos clandestinos, só que  não fazem os seus trabalhos, por isso estamos nessa situação”, afirmou o director-geral das florestas.

 Augusto cabi anunciou que o serviço que dirige vai avançar com novas medidas no que diz respeito ao combate ao corte ilegal de madeira, entre as quais: a criação de um gabinete de controlo dos produtos, que será sediado em Safim, bem como o reforço dos fiscais no terreno.

“A criação do gabinete de controlo vai permitir que os produtos florestais sejam registados mesmo sendo ilegal ou não, o que obviamente ajudará a controlar os produtos que entram para a capital Bissau”, explicou Cabí.

ANG/AALS/ÂC//SG

ASECNA EXIGE TOMADA DE MEDIDAS SOBRE CONSTRUÇÕES NO PERÍMETRO DO AEROPORTO

O Representante da Agência para Segurança da Navegação Aérea na África e Madagáscar na Guiné-Bissau, (ASECNA), Marcos Alexandre Galina Lopes Correia, exigiu a Aviação Civil, enquanto patrão do sistema de todo sector aeronáutico no país, a tomar ”medidas” sobre as construções no perímetro do Aeroporto Internacional Osvaldo Vieira, “antes que seja tarde”.

As exigências de Marcos Alexandre Galina Lopes Correia  comunicadas esta quarta-feira, 27 de junho 2018, à saída de um encontro com Presidente da República, José Mário Vaz. Marcos Lopes Correia reuniu-se com Chefe de Estado enquanto o novo representante da ASECNA na Guiné-Bissau.

Na mesma declaração, Marcos Galina Lopes informou que as obras executadas naquela zona estão a “obstruir os equipamentos” que fornecem dados a todo  o sector da navegação aérea no país.

“As construções no perímetro do Aeroporto têm impacto negativo no nosso equipamento, por isso estamos a pressionar Aviação Civil para tomar medidas, porque o próximo avião que virá ao país para fazer calibragem dos equipamentos pode revelar dados que podem criar problemas ao país”, exortou Marcos Alexandre Galina Lopes Correia.

Os proprietários das casas construídas arredores do Aeroporto teceram duras críticas à ASECNA e questionam porque esta entidade não reagiu logo no início da construção das casas, e só agora levanta esta preocupação, numa altura em que muitos proprietários estão a terminar a construção das suas habitações.

Sobre o assunto, o novo representante da ASECNA explicou que os proprietários foram alertados logo no início da construção por escrito, mas intensificaram os trabalhos, ou seja, quem não tinha começado, acelerou o processo e os que já tinham começado, intensificaram as construções.

Na sua observação, a falta de colaboração da parte dos proprietários colocou a Guiné-Bissau numa situação risco.

 “hoje estamos a correr risco grande no país por causa das construções que não respeitaram as normas, devido ao desafio na altura dos proprietários”, afirmou.

No entanto, deixa claro que, enquanto representante da ASECNA, não lhe cabe intervir diretamente no caso que deve ser resolvido pela Aviação Civil, mas insiste que na altura de execução das obras, os proprietários foram avisados.

“Se deslocarem o local, onde estão construídas as casas, vão encontrar uma placa enorme que alerta as pessoas sobre proibição de qualquer construção naquele espaço”, acrescentou Marcos Lopes Correia.

Por: Aguinaldo Ampa
Foto: AA
OdemocrataGB 

Mau tempo - Fortes ventos registados quarta-feira destruíram três turmas da Escola pública Patrício Lumumba


Bissau, 28 Jun 18 (ANG) – Fortes ventos registados quarta-feira em Bissau devido as chuvas  destruiu três salas de aulas improvisadas de barracas de “querentim”, na escola pública  Patrício Lumumba, numa altura  em que os alunos se encontravam dentro das referidas turmas a fazer o  exame de fim de semestre.

Em entrevista exclusiva á Agência de Notícias da Guiné (ANG), o Director daquele estabelecimento escolar, Amadu Camará, lamentou que a situação tenha ocorrido numa altura em que os alunos faziam a prova final do ano lectivo.

 “No momento que começou a registar fortes ventos  mandei rapidamente retirar todos os alunos que se encontravam no exame nas respetivas turmas, e por sorte, mal saíram, o vento mandou as três turmas para o chão”, confirmou o Director.

Segundo explicações do responsável, nenhum aluno foi atingido pela queda das barracas, em consequência de ventos fortes que provocaram danos em residências nos diferentes bairros de Bissau. 

Para Amadu Camara, a reconstrução das referidas turmas vai contar mais com o apoio dos pais e encarregados de educação dos alunos.

“Porque são os nossos colaboradores direto, é com os seus apoios que conseguimos contruir os  pavilhões que as chuvas destruíram. Não negamos que o governo, de vez em quando, faz algo para a escola, mas a grande verdade é que a  escola funciona,graças aos apoios dos pais  e encarregados de educação dos alunos”, disse.

Os serviços de protecção Civil ficaram na manhã desta quinta-feira repletos de priprietários de casas que ficaram total ou parcialmente destruídas em consequência de fortes ventos ocorridos na quarta-feira.

“A minha  casa na zona de Gardete, ficou parcialmente destruída por causa desse vento”,lamentou Angelina Candete em declarações à ANG.

Candete receia que o pior venha a acontecer, pois segundo disse, “pode chover a qualquer momento e não consegui até agora um calpinteiro  para me fazer os arranjos necessários”.

ANG/LLA//SG      

VENTO FORTE DESTRÓI CASAS NA GUINÉ-BISSAU

Ventos fortes acompanhados com chuvas colocaram a baixo centenas de casas, na cidade de Bissau e nas regiões. Na cidade de Bissau a chuva começou por voltas das 16 horas (local) mas começou com ventos fortes que também colocaram a baixo árvores de grandes portes e provocou circuitos eléctricos

Os dados recolhidos através dos correspondentes da Rádio Sol Mansi a nível nacional.

Em Antula o estrago foi maior e mais de 60 casas foram descobertas e a maioria caiu deixando estas pessoas sem onde morar. Uma criança foi morta por um zinco quando a mãe tentava tirá-la da casa que estava prestes a cair.

Uma outra pessoa está em estado grave por causa do circuito verificado durante a chuva. Os populares pedem a intervenção das autoridades para minimizar o impacto desta situação.

“Que nos socorram estamos em situação difícil e perigosa”, lamenta uma vítima.

“Não consegui tirar nada dentro da minha casa. Os meus filhos e todos nós estávamos dentro mas felizmente ninguém morreu, só a minha cunhada foi atingida pelo zinco”, lamenta a outra mulher visivelmente emocionada.

Uma escola no bairro de militar foi atingida deixando apenas um bloco intacto.

Em Mansoa, região do Oio, as casas também foram danificadas e a escola pública local ficou descoberta e o zinco foi parar num hotel privado.

Esta manhã, as pessoas sinistradas foram chamadas para recensearem no serviço nacional de protecção civil e bombeiros e esta manhã a Camara Municipal de Bissau deve visitar algumas zonas que sofreram o dano.

Durante a chuva várias vias ficaram intransitáveis e no caso de Cuntum Madina a situação é preocupante.

A Rádio Sol Mansi continua a acompanhar a situação com reportagens no terreno e com os ambientalistas

Informações serão actualizadas durante o dia.

Por: Elisangila Raisa Silva dos Santos

radiosolmansi.net

Movimento para alternância democrática -G 15 e o seu congresso em "Gardete"


A Indústria leiteira inventou outra forma de abusar das vacas - cortando um buraco no meio do corpo.

Neste caso, os cientistas da Suíça testam o que os alimentos irão beneficiar a indústria do leite. (via: Euronews English)


A verdade sobre a indústria do leite: kinderworld.org/videos/dairy-industry

Fonte: Life Changing Videos

Trump perguntou a Marcelo se Ronaldo vai ser candidato à Presidência


Marcelo Rebelo de Sousa encontrou-se esta quarta-feira com Donald Trump, na Casa Branca, em Washington, onde conversaram durante alguns minutos sobre o Mundial na Rússia, o vinho da Madeira e as relações entre os dois países. O Presidente norte-americano chegou mesmo a perguntar a Marcelo se Cristiano Ronaldo pode vir a ser candidato à presidência da república. 

sicnoticias.sapo.pt

'Mais guerra, mais dinheiro': Ocidente não quer a paz na África, diz líder mercenário

As potências ocidentais estão interessadas em prolongar os conflitos na África à medida que anseiam pelos recursos do continente, garantiu um fundador de empresas militares privadas. A maioria das forças africanas está "preparada para fracassar" por assessores estrangeiros, acrescentou.



As nações ocidentais veem as prolongadas guerras e caos africanos como apenas um meio de se apossar dos ricos recursos africanos, disse à RT Eeben Barlow, fundador da Executive Outcomes, empresa sul-africana que deu início a um boom privado de soldados, à revista Sophie Shevardnadze.
"Enquanto houver conflito em movimento, certos acordos podem ser fechados com os governos", o que permite que as potências estrangeiras "consigam esses recursos para uso próprio", acrescentou.
Barlow continuou dizendo que as potências estrangeiras e, particularmente as ocidentais, muitas vezes optam por apoiar grupos armados ou várias forças que realmente desestabilizam a situação na região, já que "os rebeldes não precisam tributar quem quer que tenha recursos dentro das áreas".

Os grupos governamentais também são usados avidamente como um meio de "substituir um certo governo que não está suficientemente em conformidade com os desejos daqueles que estão fora dirigindo essas ações".

Quanto aos conselheiros estrangeiros para as forças governamentais, a qualidade do treinamento e do aconselhamento que eles fornecem às autoridades africanas é geralmente "pobre", reclamou o ex-tenente-coronel da Força de Defesa Sul-Africana.
"A maioria dos exércitos africanos está sendo preparada para fracassar por […] forças armadas estrangeiras ou assessores estrangeiros que eles fazem uso", declarou ele ao programa da SophieCo.
As empresas militares privadas estrangeiras (PMCs) geralmente apenas "estão aí para ver quanto tempo eles podem realmente prolongar um conflito ou uma guerra, porque quanto mais tempo se passa, mais dinheiro eles ganham para si mesmos", garantiu Barlow, acrescentando que "acredita" que muitas "forças estrangeiras na África não estão aqui para resolver problemas, mas para garantir que os problemas continuem".

Quando os governos africanos tentam usar as forças locais, incluindo os PMCs africanos, para ajudá-los a lidar com conflitos, grupos terroristas ou insurgências, "eles estão continuamente ameaçados de que […] será para a sua desvantagem".

"Essas são ameaças que vêm de fora da África. E é realmente apenas uma prova para nós que uma África estável e segura parece ser de poucos interesses para as pessoas", concluiu Barlow.

br.sputniknews.com

FALTA DO INCUMPRIMENTO DO DOCUMENTO DESIGNADO PACTO DE ESTABILIDADE SISTEMA EDUCATIVO PARA O ANO 2017/2018

Dois Sindicatos do Setor de educação, respectivamente Sindicato Nacional dos Professores e Sindicato Democrático dos Professores, SINAPROF e SINDEPROF respetivamente, ameaçam paralisar o setor do ensino público guineense, na primeira semana de julho próximo.

Caso o governo não honrar com o compromisso assumido pelo executivo em 25 de novembro de 2017, relativo ao pacto de estabilidade do sistema educativo, na qual constava diversos pontos em reivindicação, revisão pontual do estatuto de carreia docente. Aprovação no conselho do ministro, 1ª proposta de revisão pontual de estatuto de carreia docente, 2ª pagamento de atrasado salarial, do ano 2011/2012 e 2012/2013, 3ª pagamento de retroativo aos professores reclassificado. Devido o incumprimento demostra que é um convite do governo aos professores para retomar a greve.

Domingos de Carvalho, Presidente interino do SINAPROF, falava hoje numa Conferencia de imprensa realizada esta manha, pelos dois sindicatos da classe docente, para esclarecer a opinião pública nacional e internacional, sobre o motivo das suas exigências, se não foram resolvido até dia 30 deste mês, o sindicato vão entregar um pré-aviso de greve na primeira semana do mês de julho, avisou.

Este incumprimento demostra mas uma vez falta de vontade politica na incumprimento de estatuto de carreira docente pelo atual executivo de Aristides Gomes demostra claramente a razão que o sindicato tem para fazer sucessivos greves que é a única arma da classe.

Os nossos governantes devem ser os promotores de paz social ao país, mas são a fonte de conflito e instabilidade social, disse Domingos de Carvalho.

Dois sindicatos dos professores justificaram a tomada desta decisão de recorre a greve, tendo em conta o incumprimento do compromisso assumido pelo governo no dia 25 de Novembro de 2017, testemunhada pela UNTG e CGSI-GB num documento designado PACTO DE ESTABILIDADE DO SISTEMA EDUCATIVO para o ano 2017/2018, segundo os reivindicadores, este facto vem demonstrar mais uma vez, a falta de vontade política em implementar o ESTATUTO DA CARREIRA DOCENTE, avisou presidente interino do SINAPROF.

Noémia Gomes da Silva

Rádio Nossa, 27-06-18

SERIFO NHAMADJO DISPONIVEL PARA CONCORRER AS PRESIDENCIAIS DE 2019


O antigo Presidente da República de Transição da Guiné-Bissau, Serifo Nhamadjo, mostrou-se disponível para concorrer às eleições presidências de 2019, caso for chamado pelo seu partido, o Partido Africano para a Independência da Guiné e Cabo Verde (PAIGC).

“Como militante do PAIGC estou disponível para concorrer às eleições presidências de 2019, caso receber apoio dos militantes do meu partido, ainda bem que estou bem de saúde”, argumentou Nhamadjo.

O político e dirigente do PAIGC, que foi Chefe de Estado da Guiné-Bissau entre 2012 e 2014, após o golpe de Estado de 12 de Abril, falava à Radio Jovem na passada quinta-feira (19.06), à margem dos trabalhos da reunião Deslocalizada da Comissão Mista da Comunidade Económica dos Estados da Africa Ocidental (CEDEAO), que decorreu em Bissau.

Em 2012, Nhamadjo participou nas eleições presidências como candidato independente por discordar, na altura, com o formato da seleçao para escolha do candidato do partido, através da aclamação de acordo com estatutos, mas que foi revertido no último congresso do PAIGC para o voto secreto dos militantes.

“Aconteceu no passado por uma razão que hoje o novo estatuto do PAIGC deu-me a razão, porque lutei sempre que a seleçao do candidato seja através do voto secreto, mas infelizmente agora a ideia que defendi na altura já esta plasmada no estatuto do partido”, vincou Nhamadjo.

Convidado a comentar o seu relacionamento com atual direção do PAIGC, liderado por Domingos Simões Pereira, o antigo Presidente da República, considera-o de ótimas, porque participou no congresso e em todas as reuniões do partido, assim que foi convocado.

Visto pelos mais próximos como um dirigente exemplar nas fileiras do partido, Nhamadjo, aproveitou ocasião para abordar atualidade política do país, nomeadamente o consenso alcançado por dois maiores partidos do país para formação do atual executivo, liderado por Aristides Gomes.

Para o político o acordo alcançado entre o PAIGC e o Partido da Renovação Social (PRS), deve fazer os guineenses aceitarem a coabitar na diversidade para estabilidade da Guiné-Bissau.

De recordar que Aristides Gomes foi escolhido durante a Cimeira dos Chefes do Estado e do Governo da Comunidade Económica dos Estados da África Ocidental (CEDEAO), realizada no mês de Maio, em Lomé, capital do Togo.

Por: Alison Cabral

radiojovem.info