domingo, 1 de junho de 2025

Filantropo Mo Ibrahim urge líderes africanos a "pôr casa em ordem"

Por LUSA 

O filantropo sudanês Mo Ibrahim urgiu hoje os líderes africanos a "pôr a casa em ordem" para passarem a ser mais autossuficientes, em vez de dependerem da ajuda externa de outros países.

"Chegou a altura de nós, africanos, compreendermos que temos de cuidar de nós próprios. Não é aceitável que dependamos da bondade e da generosidade dos outros. É um disparate, inaceitável e incerto", afirmou, durante um encontro com jornalistas durante a conferência Ibrahim Governance Weekend (IGW), organizada pela Fundação Mo Ibrahim, em Marraquexe. 

Ibrahim lamentou o crescimento do nacionalismo, que está a pôr em causa as antigas normas da ordem internacional e o respeito pelo direito internacional. 

Perante a multiplicação de conflitos e os cortes na ajuda externa pelos países ocidentais, Ibrahim defendeu que os países africanos devem usar os próprios recursos para impulsionar o desenvolvimento económico e social do continente.

"Temos de confiar nos nossos próprios recursos. Temos de nos organizar, temos de pôr a casa em ordem. Somos um continente muito rico, mas somos um povo muito pobre. Porquê? Porque estamos a gerir mal os nossos países, os nossos recursos, o nosso povo", vincou. 

O objetivo da conferência, que começa hoje e continua até terça-feira, "é galvanizar estas questões e tentar levar África a ser autossuficiente, confiante e independente", disse. 

De acordo com dados recolhidos pela Fundação Mo Ibrahim (MIF na sigla inglesa), a ajuda externa aos países africanos caiu 11 pontos percentuais na última década. 

Moçambique é um dos países mais afetados pela suspensão da maioria da ajuda externa dos Estados Unidos pelo Presidente norte-americano, Donald Trump. 

O país africano lusófono sofreu um corte de 172 milhões de dólares (204 milhões de euros no câmbio atual), de acordo com dados da MIF até ao final de março, quase 50% do total dos programas da USAID no país. 

A saúde é dos setores mais afetados, nomeadamente o financiamento da saúde maternoinfantil, do planeamento familiar e da saúde reprodutiva, bem como a prevenção e do tratamento da malária e da tuberculose.

No relatório "Financiar a África que queremos", defende-se a reforma do sistema financeiro multilateral, mas também o aumento de impostos a nível interno e o combate à fuga de capitais. 

Segundo os autores, os países africanos já são dos maiores produtores de minerais, possuem grandes reservas de petróleo e gás natural e têm grande potencial na produção de energia solar, geotérmica e eólica. 

Mas a MIF identifica um grande potencial de crescimento na produção industrial, pescas e agricultura e refere os créditos de carbono e de biodiversidade como possível fonte de rendimento, graças à riqueza em termos de florestas, turfeiras e mangais.

No relatório também se sugerem medidas para reforçar a segurança de investidores privados em África, como a criação de uma agência de 'rating' e uma moeda única africana.  

O IGW 2025 realiza-se entre 01 e 03 de junho em Marraquexe, sob o tema "Alavancar os recursos de África para colmatar o défice financeiro".

Políticos, académicos e ativistas vão debater como podem os países africanos mobilizar-se para acelerar o desenvolvimento social e económico num contexto internacional de declínio da ajuda externa.

Neste Dia Internacional da Criança, o Presidente da República, General Umaro Sissoco Embaló, recebeu crianças das oito regiões administrativas do país para um encontro inédito na residência oficial em Bissau.

Durante o Djumbai, os pequenos representantes do Parlamento Nacional Infantil partilharam preocupações importantes, como o casamento precoce, tráfico de crianças, abandono escolar e a situação dos talibés.


Presidência da República da Guiné-Bissau

Hamza Abdel Cader Seide, Presidente do Conselho Nacional da Juventude Islâmica da Guiné-Bissau, anunciou em conferência de imprensa que a Reza de Tabaski será realizada no dia sábado.

Camião tomba nos EUA e liberta 14 milhões de abelhas

O pesado transportava 31 toneladas de colmeias  Foto: Gabinete do Xerife do Condado de Whatcom   Por jn.pt

Cerca de 14 milhões de abelhas escaparam, na passada sexta-feira, de um camião que capotou no noroeste do estado de Washington, nos EUA.

Segundo o Gabinete do Xerife do Condado de Whatcom, o veículo pesado, que transportava 31 toneladas de colmeias, despistou-se por volta das 4 horas da madrugada, perto de Lynden, junto à fronteira com o Canadá. De acordo com Amy Cloud, porta-voz do sistema de gestão de emergência do condado, o condutor perdeu o controlo do veículo numa curva apertada e acabou por tombar. 

O Condado de Whatcom revelou ainda que mais de duas dezenas de apicultores compareceram no local para ajudar no resgate das abelhas. A ideia é permitir que elas regressem às colmeias e encontrem a sua abelha rainha nos próximos dias. Inicialmente, as autoridades avançaram que tinham sido libertadas 250 milhões de abelhas, número entretanto retificado.

No dia do acidente, os cidadãos foram aconselhados a evitar a zona, sobretudo aqueles que fazem reação alérgica às picadas de abelha.

Vaticano: Papa evoca casamento como a união entre homem e mulher... O Papa Leão XIV recebeu hoje milhares de famílias na Praça de São Pedro, defendeu o matrimónio como a união entre homem e mulher, "não como um ideal", e criticou os que invocam a "liberdade de tirar a vida".

© Lusa  01/06/2025

"Com o coração cheio de gratidão e esperança, digo-vos, esposos, o matrimónio não é um ideal, mas o modelo do verdadeiro amor entre o homem e a mulher: amor total, fiel e fecundo", disse na homilia, citando a encíclica 'Humanae Vitae', de 1968.

O novo Papa presidiu ao seu primeiro grande evento jubilar desde a sua eleição, em 08 de maio, com uma missa dedicada às famílias, que encheram a Praça do Vaticano, apesar do calor intenso.

Na homilia, o pontífice defendeu os "casamentos santos" entre homens e mulheres para vencer "as forças que destroem as relações e as sociedades".

 O Papa sublinhou que "todos nós vivemos graças a uma relação, ou seja, a um vínculo livre e libertador de humanidade e de cuidado mútuo".

"Irmãos, se nos amarmos assim, sobre o fundamento de Cristo (...), seremos um sinal de paz para todos, na sociedade e no mundo. Não devemos esquecer: é do coração das famílias que nasce o futuro dos povos", advogou.

Leão XIV lamentou que "por vezes esta humanidade é traída" quando a vida não é protegida.

"É verdade que, por vezes, esta humanidade é traída. Por exemplo, quando a liberdade é invocada não para dar a vida, mas para a tirar; não para proteger, mas para ferir. No entanto, mesmo diante do mal que divide e mata, Jesus continua a rezar ao Pai por nós", argumentou.

Para defender a família, citou alguns casais e famílias que subiram juntos aos altares nas últimas décadas, como os pais de Santa Teresa do Menino Jesus, Luís e Célia Martin, beatificados em 2008, ou a família polaca Ulma, morta por proteger judeus na Segunda Guerra Mundial.

"Ao propor casais santos como testemunhas exemplares, a Igreja diz-nos que o mundo de hoje precisa da aliança conjugal para conhecer e aceitar o amor de Deus e para vencer, com o seu poder de unir e reconciliar, as forças que destroem as relações e as sociedades", afirmou.

A missa reuniu milhares de famílias de 131 países, de todo o mundo, para participar neste evento que lhes é dedicado no Ano Santo e que encheram a Praça de São Pedro, no Vaticano, com faixas e cartazes nos quais se podiam ler 'slogans' como "Papa Leão, protege a família".

Antes da Eucaristia, o pontífice percorreu a praça no seu papamóvel, abençoando dezenas de crianças que os seus ajudantes aproximaram do seu veículo descapotável e que chegaram a gritar "Papa Leão, protege a família".

China avisa EUA para "não brincarem com o fogo" em relação a Taiwan... A China avisou este domingo os Estados Unidos para "não brincarem com o fogo" em relação a Taiwan, depois de o responsável pela Defesa norte-americano ter acusado Pequim de estar a preparar a invasão da ilha.

© Lusa  01/06/2025

"A questão de Taiwan é puramente interna à China. Nenhum país estrangeiro tem o direito de interferir", declarou o Ministério dos Negócios Estrangeiros chinês num comunicado, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

Pequim manifestou a "firme oposição" e "profunda insatisfação" face ao que considerou ser um discurso "cheio de provocações e incitamento" de Pete Hegseth, no sábado, durante o fórum de defesa Diálogo Shangri-La, que termina hoje em Singapura.

Hegseth avisou que os militares chineses "ensaiam diariamente" uma possível invasão de Taiwan e aludiu a uma alegada intenção de o fazer antes de 2027.

"Deixem-me ser claro: qualquer tentativa do Partido Comunista [chinês] de conquistar Taiwan pela força terá consequências devastadoras para o Indo-Pacífico e para o mundo. (...) A ameaça da China é real. E pode ser iminente", afirmou.

Embora nos últimos anos o ministro da Defesa chinês tenha participado no Diálogo de Shangri-La, onde deveria proferir hoje um discurso em que podia responder a Hegseth, Pequim decidiu não enviar Dong Jun este ano, sem explicação, e foi a diplomacia que reagiu.

No comunicado, o ministério advertiu os Estados Unidos de que "não devem ter ilusões quanto à utilização da questão de Taiwan como moeda de troca para conter a China".

Anunciou também que apresentou um protesto formal a Washington.

Pequim acusou ainda a administração do Presidente Donald Trump de fomentar o confronto entre blocos e de transformar a região da Ásia-Pacífico "num barril de pólvora".

Também acusou Washington de colocar armas ofensivas no Mar do Sul da China, rico em recursos naturais, uma zona chave para o comércio mundial que Pequim reivindica na sua quase totalidade.

Segundo o ministério, não há problemas de liberdade de navegação nas águas do Mar do Sul da China, onde Pequim tem disputas territoriais com países vizinhos como as Filipinas, a Malásia e o Vietname.

A China "gere as suas diferenças através do diálogo e em conformidade com a lei", acrescentou o Ministério dos Negócios Estrangeiros.

No discurso em Singapura, Hegseth advertiu que a China procura "dominar e controlar" a Ásia e garantiu que Washington não permitirá que Pequim altere o 'status quo' pela força.

A representação chinesa no Diálogo Shangri-La foi liderada pelo contra-almirante Hu Gangfeng, membro da Universidade de Defesa Nacional, que acusou os Estados Unidos de lançarem "acusações infundadas" para "semear problemas".

Taiwan foi a ilha onde se refugiaram as forças nacionalistas de Chiang Kai-chek quando perderam a guerra civil para o Partido Comunista Chinês, de Mao Zedong, que implantou a República Popular da China (RPC) em 1949, em substituição da República da China.

A reunificação de Taiwan à RPC é um dos objetivos a longo prazo traçados pelo Presidente chinês, Xi Jinping, desde que chegou ao poder em 2012.

O governo de Taipé, liderado pelo Partido Democrático Progressista (DPP), pró-soberania, argumenta que Taiwan já é independente 'de facto' com o nome de República da China, e que o futuro só pode ser decidido pelos 23 milhões de habitantes da ilha.

A RPC intensificou a campanha de pressão diplomática e militar contra Taiwan nos últimos anos, com manobras militares cada vez mais frequentes perto da ilha e forçando Taipé a perder aliados para Pequim.


Sete mortos em dois incidentes com pontes russas junto à Ucrânia... Uma segunda ponte desmoronou-se este domingo na região russa de Kursk, que faz fronteira com a Ucrânia, depois de um incidente semelhante na vizinha Bryansk ter matado sete pessoas, disseram as autoridades locais.

© Lusa  01/06/2025

O desmoronamento ocorreu quando a locomotiva de um comboio de mercadorias passou por cima da ponte e se incendiou, disse o governador de Kursk, Alexandr Khinshtein, citado pela agência de notícias espanhola EFE.

O maquinista ficou ferido numa perna, mas não há outras vítimas apesar de a ponte ferroviária ter caído sobre uma estrada.

No caso da ponte na região russa de Bryansk, em que morreram sete pessoas, o governador local, Alexandr Bogomaz, atribuiu hoje o incidente a um atentado.

"A ponte explodiu quando o comboio Klimov-Moscovo, que transportava 388 passageiros, estava em funcionamento. De momento, sete pessoas morreram", disse Bogomaz à televisão russa.

O governador acrescentou que 47 pessoas foram hospitalizadas, incluindo três crianças, após o descarrilamento da locomotiva e de quatro carruagens.

O senador russo Andrei Klishas, colaborador próximo do Presidente Vladimir Putin, acusou a Ucrânia de ter sido responsável pela explosão da ponte em Bryansk.

"O rebentamento da ponte e o acidente com o comboio de passageiros em Bryansk falam do facto de a Ucrânia ser dirigida por uma organização terrorista", escreveu Klishas nas redes sociais.

Klishas disse que a Ucrânia, que a Rússia invadiu em fevereiro de 2022, "há muito que perdeu as características de um Estado e tornou-se num enclave terrorista, sem fronteiras, sem órgãos legítimos e sem lei".

"A resposta é uma faixa de segurança tão ampla que excluiria a futura incursão de terroristas no nosso território", afirmou.

Klishas apelou para uma maior segurança no transporte ferroviário nas regiões fronteiriças, porque, segundo alegou, enquanto existir um "enclave terrorista" como vizinho, será "muito difícil" excluir tais tragédias.

Putin disse em fevereiro de 2022 que um dos motivos para a invasão da Ucrânia era o de "desmilitarizar e desnazificar" o país vizinho.

A Rússia ocupa atualmente cerca de 20% do território da Ucrânia.

A guerra já custou dezenas de milhares de vidas civis e militares de ambos os lados.

A Rússia propôs à Ucrânia a realização da segunda ronda de conversações de paz em Istambul na segunda-feira, mas Kiev ainda não confirmou a sua presença.

A Ucrânia argumentou que Moscovo não cumpriu o compromisso de enviar previamente o memorando de acordo e as condições para um cessar-fogo.


Leia Também: Colapso de uma ponte sobre uma linha férrea causou sete mortos na Rússia. Há duas crianças entre as vítimas mortais

Guiné-Bissau pronta para exportar 130 mil toneladas de castanha de caju... A Guiné-Bissau está pronta para exportar 130 mil das 200 mil toneladas da castanha de caju que espera vender este ano, principalmente para a Índia, disse à Lusa o diretor-geral do Comércio Externo.

© Lusa   01/06/2025

De acordo com o responsável do Ministério do Comercio e Indústria guineense, Lassana Fati, teve início na quarta-feira o processo de escoamento das 130 mil toneladas da castanha, principal produto agrícola do país.

 O escoamento da castanha, em armazéns à volta do porto de Bissau, de onde são transportadas em camiões para o porto comercial, vai decorrer a granel ou em contentores para navios que vão chegando e saindo do porto nos próximos dias, disse Fati.

A Lusa constatou uma grande azáfama e homens no processo de descarga de sacas da castanha de camiões para um navio alugado por empresários indianos, que também fiscalizavam a operação.

"O processo de exportação da castanha de caju 2025 começou (...) e está a correr muito bem. Em menos de 24 horas já temos quase mil toneladas a serem exportadas. Isso demonstra que há uma dinâmica interessante", declarou Lassana Fati.

O diretor-geral do Comércio Externo guineense afirmou que, "se tudo correr bem", até finais de outubro o país poderá encerrar, "de forma satisfatória" o processo de exportação da castanha de caju de 2025.

Lassana Fati espera que o país possa exportar este ano 200 mil toneladas, o que faria superar as 163 mil toneladas exportadas em 2024, situação que ficou aquém das expectativas do Governo, disse.

Neste momento, adiantou Fati, 20 empresas, na maioria indianas, solicitaram e receberam do Ministério do Comercio e Indústria guineense licenças de exportação da castanha e, se o país conseguir escoar as 200 mil toneladas, poderá arrecadar cerca de 250 milhões de dólares (220,6 milhões de euros).

Em 2024, a exportação da castanha guineense foi feita por empresários indianos, chineses e vietnamitas, indicou o diretor-geral do Comércio Externo, para quem a "situação está boa este ano", tendo em conta o impacto das alterações climáticas na safra passada nas regiões do leste do país.

"As altas temperaturas afetaram a produção nas regiões de Bafatá e Gabu" em 2024, disse Lassana Fati.

Fati aproveitou a ocasião para convidar empresários portugueses a investirem no setor da castanha do caju da Guiné-Bissau, que disse ser "um potencial".


Leia Também: Keta Baldé nomeado Ministro da Agricultura e Desenvolvimento Rural.