sábado, 27 de agosto de 2022

O GENERAL ÚMARO SISSOCO EMBALÓ, PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU, COMANDANTE SUPREMO DAS FORÇAS ARMADAS E PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DA CONFERÊNCIA DOS CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO ESTEVE PRESENTE NO 8° TICAD DE TUNES.

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló

O Japão prometeu disponibilizar cerca de US$ 30 bilhões em ajuda para o desenvolvimento africano na conferência realizada em Túnis neste fim de semana.

A ajuda, que se centrará no desenvolvimento de recursos humanos para promover o crescimento económico, foi anunciada na Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano (TICAD-8) pelo primeiro-ministro Fumio Kishida, que participou na conferência online desde que está a recuperar do COVID-19, acrescentou o jornal.

O Presidente da Tunísia, Kais Saied, e o Primeiro-Ministro Najla Bouden, discursaram na conferência, bem como altos dirigentes políticos africanos e líderes empresariais.

O evento ofereceu à possibimidade para a discussão de parcerias japonesas- africanas e empreendimentos comerciais conjuntos.

Outros tópicos incluiram a segurança alimentar para a África em razão do conflito entre a Rússia e a Ucrânia, bem como as mudanças climáticas e a promoção de negócios considerados ecologicamente corretos.

A oitava TICAD é a primeira desde 2019 e apenas a segunda realizada na África depois que o Quênia a acolheu em 2016 . É co-organizado entre as Nações Unidas, o Banco Mundial e a Comissão da União Africana.


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O Presidente da Tunísia, Kais Saied e o Presidente da República da Guiné-Bissau e Presidente em Exercício da Conferência dos Chefes de Estado e de Governo da CEDEAO, General Úmaro Sissoco Embaló encontraram- se e tiveram a oportunidade de relançar a amizade guineense-tunisina e de passar em revista sumária as crises que afectam o Mali, Burkina Faso e Guiné, bem como de outros problemas relacionados com a subida dos preços dos produtos de primeira necessidade em razão do conflito russo-ucraniano.


Japão quer ajudar no "crescimento da qualidade" em África

© Getty Images

Por LUSA  27/08/22 

O primeiro-ministro japonês disse hoje em Tunes que o Japão quer ajudar ao "crescimento da qualidade" em África e anunciou "investimentos de 30 mil milhões de dólares (cerca de 30 mil milhões de euros)" ao longo de três anos.

O Japão dá "prioridade a uma abordagem que valoriza investimento humano e crescimento de qualidade", declarou Fumio Kishida, num discurso na abertura dos trabalhos de dois dias da 8.ª Cimeira Ticad (Conferência Internacional de Tóquio sobre o Desenvolvimento Africano).

Esses fundos, "privados e públicos", terão de ser dedicados à "promoção de uma economia verde" que beneficiará de um envelope de quatro mil milhões de dólares, disse Kishida , que interveio por videoconferência a partir de Tóquio em virtude de ter contraído covid-19.

"Para melhorar a vida dos africanos, também forneceremos até cinco mil milhões de dólares cofinanciados com o Banco Africano de Desenvolvimento" (BAD), acrescentou Kishida, incluindo mil milhões de dólares para "reestruturação da dívida".

Na anterior edição do Ticad, em 2019, o ex-primeiro-ministro Shinzo Abe alertou África sobre o perigo de acumular dívidas "excessivas", numa alusão à China.

Pequim aumentou constantemente a sua influência na região nos últimos anos por meio do seu ambicioso projeto de infraestrutura "Rotas da Seda".

O Japão quer também ajudar o continente face às carências resultantes da guerra na Ucrânia, no valor de 300 milhões de dólares em cofinanciamento com o BAD, para "a produção de alimentos e a formação de 200.000 pessoas na agricultura".

Vinte líderes africanos (chefes de Estado ou de Governo) estão presentes no Ticad, segundo fontes tunisinas, bem como 5.000 pessoas convidadas para um fórum de empresários e conferências paralelas.

Entre os chefes de Estado presentes está o Presidente da Guiné-Bissau, Umaro Sissoco Embalo.

No seu discurso na abertura do evento, o Presidente da Tunísia e anfitrião da cimeira, Kais Saied, apelou à "procura em conjunto dos meios para que os africanos realizem os sonhos e esperanças da primeira geração após a independência".

Said também elogiou o sucesso japonês que conseguiu "alcançar o desenvolvimento preservando a sua cultura e as suas tradições".

O chefe de Estado senegalês Macky Sall, atual presidente da União Africana, prestou homenagem à "parceria de referência" com o Japão, saudando "resultados concretos na agricultura, saúde, educação, hidráulica".

Desde a sua criação em 1993, as cimeiras do Ticad, coorganizadas com as Nações Unidas, o Banco Mundial e a União Africana, geraram 26 projetos de desenvolvimento em 20 países africanos.

Para Sall, as prioridades africanas são "a procura da soberania farmacêutica" com o aumento da produção (local) de vacinas e medicamentos e "soberania alimentar".

África tem 60% de terras aráveis, recursos hídricos e mão-de-obra significativos, mas quer "investimentos para uma cooperação benéfica", destacou.

O continente também gostaria de "uma realocação de direitos de saque especiais" do FMI, para ajudar a recuperar dos efeitos económicos resultantes da pandemia de covid-19 e da guerra na Ucrânia, argumentou Sall.

O presidente em exercício da União Africana adiantou que "África também pede a suspensão dos juros da dívida por parte do G20" e solicitou um lugar neste grupo das 20 principais economias "para garantir um melhor apoio aos interesses do continente".

Segundo Sall, isso pode se concretizar "na próxima cimeira do G20 em Bali" em novembro.

Antes de se iniciar, a conferência sofreu um percalço diplomático com a saída da delegação marroquina e a retirada do embaixador em Tunes, em reação à chegada ao Ticad do líder da Frente Polisário e Presidente da República Árabe Saarauí Democrática (RASD), Brahim Ghali, que luta pela à independência do território do Saara Ocidental, ocupado por Marrocos.

Defendendo-se de ter abandonado a sua "neutralidade tradicional", Tunes, por sua vez, chamou o seu embaixador em Marrocos, assegurando que a RASD foi convidada pela União Africana, organização de que é membro.

Macky Sall disse "lamentar a ausência de Marrocos por falta de consenso sobre uma questão de representação", esperando que "este problema encontre uma solução".

O Ticad é politicamente importante para o Presidente Kais Said, protagonista há um ano de um golpe palaciano através do qual assumiu todos os poderes, para além do ponto de vista económico, porque a Tunísia em crise espera atrair investidores para 80 projetos que podem criar 35.700 empregos.

Pelo menos 33 mortos em confrontos entre exército e rebeldes no Chade

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Por LUSA  27/08/22 

Pelo menos 33 pessoas morreram entre sexta-feira e hoje em combates entre o Exército do Chade e rebeldes Conselho do Comando Militar para a Salvação da República (CCMSR), segundo fonte do grupo.

Do lado das Forças Armadas chadianas morreram 21 soldados, enquanto os rebeldes registaram 12 baixas, segundo a fonte citada pela Efe.

Os confrontos coincidem com o diálogo de reconciliação nacional, iniciado há uma semana, no qual a junta militar de transição responsável pelo país, grupos rebeldes, partidos políticos, sociedade civil e sindicatos participam para acordar o regresso a um governo civil.

Os combates tiveram início na sexta-feira e recomeçaram na manhã de hoje na cidade de Wour, junto à fronteira com a Líbia, onde o Exército lançou uma ofensiva contra uma coluna de rebeldes que se dirigia para o centro do país.

"Procurávamos um lugar estratégico para pararmos e foi o Exército nacional que nos atacou. Fomos forçados a retaliar para repelir o inimigo. Houve 33 mortos, incluindo 12 do nosso lado que temos a lamentar", disse o porta-voz do CCMSR, Moustapha Kandre, à agência noticiosa espanhola.

De acordo com Kandre, o diálogo que decorre na capital, N'Djamena, é "uma farsa, pelo que a opção militar é a única solução para pôr fim a esta transição militar liderada pelo filho do falecido Presidente [Idriss] Déby, que os chadianos não querem".

Por sua vez, o Exército chadiano contestou a versão dos rebeldes e diz ter recuperado o controlo da cidade.

"Foram eles que nos atacaram e nós reagimos em autodefesa. Foram expulsos do Chade e atravessaram para refugiarem na Líbia, como de costume", disse um comandante sob anonimato.

O responsável não confirmou o número de baixas.

O Chade está sob o poder do Conselho Militar de Transição (CMT) desde a morte em abril de 2021 do Presidente Idriss Déby Itno - que governava o país desde 1990 - durante confrontos violentos entre rebeldes e o Exército chadiano.

Depois de tomar o poder, a CMT, liderada por Mahamat Idriss Déby -- de 38 anos e filho do ex-presidente - anulou a Constituição e dissolveu o Governo e o parlamento.

No entanto, Déby prometeu realizar eleições livres e democráticas no prazo de 18 meses, após a realização de um "diálogo nacional inclusivo" com toda a oposição política e os numerosos grupos rebeldes.

Desde o início, o líder da CMT contou com o apoio da comunidade internacional, liderada pela França, União Europeia e UA, já que o Exército do Chade é um dos pilares da guerra contra grupos fundamentalistas islâmicos da região do Sahel, juntamente com as tropas francesas da missão Barkhane.

ESCULTORES GUINEENSES ACUSAM MINISTÉRIO DO TURISMOS DE ENTREGAR O SETOR EM MÃOS ALHEIAS

 JORNAL ODEMOCRATA  27/08/2022  

Os escultores guineenses acusaram o Ministério do Turismo e Artesanato de entregar o setor a mãos alheias e de estar a dar oportunidades a outras pessoas para representarem a escultura guineense quenão “entendem nada de esculpir”. Admitem passar por muitos sacrifícios e de terem poucas recompensas e apoios do executivo.

Em entrevista ao jornal O Democrata (agosto de 2022) para falar do impacto da escultura no país e do papel do Estado para impulsionar este campo artístico, os escultores revelaram que a Guiné-Bissau não está a corresponder com as exigências da União Económica e Monetária do Oeste Africano (UEMOA) sobre a estruturação e a organização do setor do artesanato, que pudessem permitir a entrada de fundos que a organização monetária sub-regional disponibiliza aos países membros para participar nas feiras internacionais e exposições de obras de artes.

Os escultores lamentaram que o setor tenha sido, depois do mandato do falecido Presidente da República, Luís Cabral, relegado ao último plano pelos sucessivos governos e ter caído no esquecimento total.

“Depois do mandato do Presidente da República Luís Cabral, os sucessivos governos relegaram o setor para o último plano, abandonaram-no e está no esquecimento total”, disse Idiaming José Biaguê do Centro artístico de Belém... Ler mais

Beber chá ou café quente pode aumentar o risco de cancro... Segundo um novo estudo pessoas que consomem bebidas quentes estão mais em risco de vir a ter cancro do esófago.

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Notícias ao Minuto 

Bebidas quentes, como chá ou café, são muito reconfortantes, no entanto, podem ser prejudiciais para a saúde. Investigadores da Universidade de Cambridge, no Reino Unido, descobriram que as pessoas que têm este hábito, podem estar mais em risco de vir a ter cancro do esófago. 

Para o estudo, publicado na revista científica Clinical Nutrition, foram examinados os dados, recolhidos no Reino Unido, de mais de meio milhão de pessoas. O objetivo era analisar quem bebe café, regularmente, e perceber qual é o seu risco de vir a desenvolver cancro. 

No entanto, os resultados do estudo, demonstraram que o consumo de café aumenta, apenas o risco de um tipo de cancro, aquele que afeta o esófago. Ou seja, os investigadores concluíram que as pessoas que bebem café, chá, ou outras bebidas quentes, regularmente, têm um risco, maior em 2,8, de vir a sofrer de cancro do esófago. 

Além disto, foi possível perceber que, para aqueles que preferem as suas bebidas mornas, o risco aumenta, em 2,7. Já quem gosta do seu café ou chá quente, viu o risco aumentar em 5,5 e as pessoas que os bebem muito quentes, estão 4,1 vezes, mais em risco.

Os investigadores afirmam, segundo o jornal The Telegraph, que o calor das bebidas quentes danifica a garganta, aumentando o risco de formação de células perigosas.

Invasão sobre a Ucrânia "legítima" para parte da opinião pública chinesa

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Por LUSA  27/08/22 

Parte da opinião pública chinesa vê a invasão da Ucrânia como uma ação legítima por parte da Rússia, face à rivalidade comum contra o "hegemonismo ocidental", encabeçado pelos Estados Unidos, e ao paralelismo com Taiwan.

Na visão dos chineses que defendem a invasão russa, os intitulados grandes países têm o direito a desfrutar de segurança nas suas fronteiras.

"O povo ucraniano devia culpar sobretudo os seus líderes por terem provocado a Rússia ao aproximarem-se dos Estados Unidos", aponta Weiwei, agente imobiliária em Nanning, cidade do sudoeste da China, em declarações à Lusa.

Para o taxista Wang Tao, também ouvido pela Lusa, Moscovo teve que agir, perante a "iminência" de a Ucrânia ser armada por Washington para "lançar um ataque" contra a Rússia.

De acordo com uma sondagem publicada pelo Carter Center, organização sem fins lucrativos fundada pelo ex-Presidente dos Estados Unidos Jimmy Carter, 75% dos entrevistados chineses concordam que apoiar a Rússia é do interesse nacional da China. Cerca de 60% dos entrevistados esperam, no entanto, que a China desempenhe um papel na mediação do fim da guerra.

Pequim recusou condenar a Rússia pela invasão da Ucrânia e criticou a imposição de sanções contra Moscovo. A China considera a parceria com o país vizinho fundamental para contrapor a ordem democrática liberal, liderada pelos Estados Unidos.

Em causa está também o paralelismo entre o conflito na Ucrânia e a questão de Taiwan, que Pequim considera ser uma "província rebelde" que deve ser reunificada, e não uma entidade política soberana.

"O conflito entre Rússia e Ucrânia é o 'contra-ataque' de [Presidente russo, Vladimir] Putin contra o plano do Ocidente, liderado pelos Estados Unidos da América (EUA), de desmembrar a Rússia", apontou Qiu Wenping, da Academia de Ciências Sociais de Xangai, um grupo de reflexão ('think tank') do governo, durante um debate televisivo.

"A posição da China é comparável à da Rússia. Os EUA estão claramente a manipular a questão de Taiwan e constantemente a atiçar as chamas para desmembrar a China, através da criação de uma Ucrânia do Oriente", acusou Qiu Wenping.

China e Taiwan vivem como dois territórios autónomos desde 1949, altura em que o antigo governo nacionalista chinês se refugiou na ilha, após a derrota na guerra civil frente aos comunistas. Pequim considera Taiwan parte do seu território e ameaça a reunificação através da força, caso a ilha declare formalmente a independência.

As visitas de políticos norte-americanos à ilha tornaram-se frequentes nos últimos dois anos, levando o Exército chinês a lançar exercícios militares em larga escala.

Pequim vê as visitas de alto nível ao território como uma interferência nos seus assuntos e um reconhecimento de facto da soberania de Taiwan.

A imagem do líder russo, Vladimir Putin, como um "durão", é também bastante apreciada na China, onde o regime autoritário privilegia líderes "fortes".

"Putin é um homem a sério, que não hesita em agir", confidencia, ainda em declarações à Lusa, a agente imobiliária Weiwei.

Dezenas de biografias e ensaios sobre Putin estão disponíveis nas livrarias chinesas, numa distinção rara para um estadista estrangeiro.

"Putin: Ele Nasceu para a Rússia", "O Punho de Ferro de Putin", "Putin: O Homem Perfeito aos Olhos das Mulheres" e "O Charme do Rei Putin" são alguns dos títulos expostos nas livrarias do país asiático.

"Putin tornou-se um ícone político, duro e implacável, na resistência à hegemonia do Ocidente", afirmou à Lusa um estudante chinês de 26 anos, formado em Relações Internacionais.

"Ele é um grande estadista, que renovou as esperanças e a fé do povo russo após a desintegração da União Soviética", acrescentou o estudante, que preferiu não ser identificado.

A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de quase 13 milhões de pessoas -- mais de seis milhões de deslocados internos e quase sete milhões para os países vizinhos -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).

A invasão russa -- justificada pelo Presidente russo, Vladimir Putin, com a necessidade de "desnazificar" e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia - foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções em todos os setores, da banca à energia e ao desporto.

AFEGANISTÃO - ONG: "Mundo virou as costas" aos afegãos e entregou país a "terroristas"

© Lusa

Por LUSA  27/08/22 

O "mundo virou as costas" ao Afeganistão e os Estados Unidos (EUA) entregaram o país aos talibãs ao retirar-se há um ano, "mesmo sabendo a mentalidade desse grupo terrorista", criticou a organização 'United Afghan Association'.

"Os talibãs são terroristas. Eles eram um grupo terrorista e sempre serão um grupo terrorista. Os EUA tomaram a decisão de entregar-lhes o país sabendo o tipo de mentalidade que tinham", lamentou a ativista Freshta Kohgadai, vice-presidente da 'United Afghan Association', uma organização que defende os interesses das comunidades afegãs no Afeganistão e na diáspora.

"Diferentes países em todo o mundo continuam a encontrar-se com os talibãs, apesar de conhecerem as suas crenças radicais e ações hediondas", adiantou a jovem cientista política nascida na capital afegã, em entrevista à Lusa a poucos dias do primeiro aniversário da conclusão da retirada norte-americana de Cabul (30 de agosto de 2021).

Kohgadai lamenta ainda que organizações como as Nações Unidas (ONU) "tenham o poder, mas não atuem" para ajudar o Afeganistão, avaliando que o mundo virou as costas ao seu país.

"Se o mundo continuar a permitir e apoiar os talibãs, não haverá esperança para o futuro do Afeganistão. O povo afegão está a morrer de fome, vítima de 'drones', de bombas e de deslocamentos. O mundo virou-lhes as costas e eles ficaram completamente sem esperança", relatou.

"Não há trabalho, não há dinheiro, membros de famílias estão a ser levados no meio da noite, homens e mulheres estão a desaparecer, os recursos do país estão a ser explorados. As coisas continuarão a piorar a menos que as superpotências do mundo retirem os talibãs do poder. Só esperamos que algo seja feito antes que seja tarde demais", apelou Freshta Kohgadai.

O Afeganistão caiu nas mãos dos talibãs a 15 de agosto de 2021, durante a retirada das tropas norte-americanas do terreno, concluída a 30 de agosto.

De acordo com a ativista afegã, as coisas continuam a piorar desde então, uma vez que os talibãs não atacam apenas mulheres, mas também qualquer cidadão que pense de maneira diferente, que fale uma língua diferente ou que pratique religião de maneira diferente.

"As pessoas no Afeganistão estão com medo de falar sobre os talibãs, já que qualquer pessoa que tenha falado teve os seus familiares sequestrados e as pessoas continuam a desaparecer e são consideradas mortas. É difícil saber o que realmente está a acontecer no Afeganistão. Tenho muitos familiares e amigos presos e incapazes de encontrar refúgio noutro lugar", contou.

"Os talibãs continuam a despojar o Afeganistão de tudo, incluindo de todos os seus direitos humanos básicos. Ao tomarem o Afeganistão, os talibãs prejudicaram o mundo inteiro. Eles estavam no poder antes e a maior parte do mundo pagou por isso", sublinhou.

Em relação ao líder da Al-Qaida recentemente morto em território afegão às mãos de militares norte-americanos, Freshta Kohgadai desaprovou o uso de 'drones' no ataque, apesar de ser um terrorista que já infligiu muita dor ao povo afegão.

"Embora [Ayman] Al-Zawahiri também seja um terrorista e por causa da sua organização terrorista o povo do Afeganistão tenha sofrido muito, também somos extremamente contra o uso de 'drones' por parte dos EUA. Os 'drones' mataram milhares, senão milhões de civis. O povo afegão está preso no meio de guerras em que não tem envolvimento. Não conhecem nada além da guerra há décadas e não estão a ter a oportunidade de se levantar do inferno que o mundo criou para eles", criticou, em entrevista à Lusa.

Segundo a Casa Branca, al-Zawahiri foi morto quando estava na varanda da residência onde estava hospedado, alvejado por dois mísseis disparados por um 'drone'. Apenas o líder da Al-Qaida foi morto na operação e não houve danos colaterais, assegurou Washington.

Rússia bloqueia acordo na revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear

© Lusa

Por LUSA  27/08/22 

A Rússia bloqueou na sexta-feira um acordo na 10.ª conferência de revisão do Tratado de Não Proliferação Nuclear (TNP), sobretudo em questões ligadas à invasão da Ucrânia e à ocupação da central nuclear de Zaporíjia.

No final de quase um mês de discussões, e depois de várias horas de prolongado debate em busca de um consenso, a conferência encerrou sem adotar o documento final devido às objeções russas.

A delegação de Moscovo foi a única a tomar a palavra na sessão final para se opor ao último projeto apresentado pelo presidente da conferência, o argentino Gustavo Zlauvinen, e que os restantes 191 signatários do TNP estavam dispostos a aceitar.

A Rússia alegou que, de todo o extenso documento, só tinha problemas com cinco parágrafos por considerar "serem politizados".

Apesar de a delegação russa não ter indicado quais, fontes diplomáticas disseram que as divergências, surgidas nas últimas horas, centraram-se nas referências à situação na central nuclear ucraniana em Zaporíjia e na necessidade do controlo ser devolvido às autoridades competentes.

Esta central, a maior da Europa, foi tomada pelas tropas russas no início da guerra e nos últimos dias tem sido alvo de repetidos ataques, dos quais Moscovo e Kiev se acusam mutuamente, que suscitaram alarmes sobre um possível desastre.

A ampla declaração final negociada como conclusão da conferência reviu a implementação do TNP e estabeleceu prioridades para o futuro, numa altura em que a ONU advertiu que o risco de conflito nuclear está no ponto mais alto em décadas.

"Estamos num momento da história em que o nosso mundo está cada vez mais embalado pelo conflito e, o mais alarmante, pela perspectiva crescente do impensável: a guerra nuclear. Neste momento, é imperativo que procuremos ampliar o que nos une, não o que nos divide", disse o presidente da conferência, minutos antes de a Rússia ter bloqueado o texto.

Embora a guerra na Ucrânia tenha tornado esta reunião particularmente complicada, não é a primeira vez que a revisão periódica do TNP é encerrada sem consenso, como aconteceu na última edição, realizada há sete anos.

PRESIDENTE DA REPÚBLICA DA GUINÉ-BISSAU E PRESIDENTE EM EXERCÍCIO DA CONFERÊNCIA DOS CHEFES DE ESTADO E DE GOVERNO DA CEDEAO À CHEGADA AO AEROPORTO INTERNACIONAL DE TUNES PARA,PARTICIPAR NO 8° TICAD

 Presidente da República da Guiné-Bissau Umaro Sissoco Embaló