segunda-feira, 14 de dezembro de 2015

Incerteza sobre aprovação do programa de Governo na Guiné-Bissau


O programa do governo liderado por Carlos Correia vai ser debatido a partir do dia 21 deste mês na Assembleia Nacional Popular.

O conteúdo não difere do anterior Governo, liderado por Domingos Simões Pereira, também do PAIGC.

A uma semana do debate parlamentar, nota-se um certo nervosismo politico no seio das bancadas parlamentares do partido no poder, PAIGC, e do PRS, enquanto maioritário na oposição.

Caso não for aprovado em duas ocasiões, o Presidente será obrigado a convocar eleições legislativas antecipadas.

VOA.

Guiné-Bissau: Mais de metade da população da Guiné-Bissau vive em pobreza extrema

Photo by Emmanuel Ejehi Jr. Iyere
Mais de metade da população da Guiné-Bissau vive na pobreza extrema, situação que corre o risco de agravamento, estima um relatório do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD) divulgado esta segunda-feira.

Ocupando a 178.ª posição entre 188 países hierarquizados, com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,420, a Guiné-Bissau é destacada no relatório por ter, segundo estimativas, 58,4% da população em situação de pobreza extrema.

O país, que integra o grupo de países com baixo desenvolvimento humano, corre ainda o risco de vir a ter mais 10,5% da população nessa condição, alerta o documento, segundo o qual 69,3% dos guineenses têm rendimentos abaixo da linha de pobreza nacional.

De acordo com o relatório, a África Subsaariana está, como um todo, no grupo de baixo desenvolvimento humano, mas Cabo Verde, a Guiné Equatorial e São Tomé e Príncipe figuram, individualmente, no grupo acima.

Cabo Verde ocupa a 122.ª posição entre os 188 países hierarquizados, com um Índice de Desenvolvimento Humano (IDH) de 0,646, enquanto a Guiné Equatorial é 138.ª, com um IDH de 0,587, e São Tomé e Príncipe é 143.º, com um IDH de 0,555, sendo o último país do grupo de médio desenvolvimento humano.

Ainda segundo o documento, dos países lusófonos, Moçambique é o que tem pior IDH (0,416), ficando em 180.º lugar entre os 188 países hierarquizados, integrado no grupo dos países com baixo desenvolvimento humano.

Não obstante, o país registou um progresso de 38,7% no valor absoluto do IDH entre 2000 e 2014, percentagem apenas superada pela Etiópia (55,6%), pelo Ruanda (45%) e pelo Afeganistão (39,2%).

Também no grupo de países com baixo desenvolvimento humano encontra-se Angola, que ocupa a 149.ª posição, com um IDH de 0,532.

Sendo o quinto país da sua categoria, Angola está perto dos limites de acesso ao grupo dos países com médio desenvolvimento humano.

Todavia, se fosse considerado para efeitos de hierarquização o IDH ajustado (que tem em conta as desigualdades existentes no país em termos de rendimentos, educação e esperança de vida), Angola desceria oito lugares na tabela, ficando bastante mais longe de alcançar o desenvolvimento médio.

A propósito da situação na África Subsaariana, os autores do relatório congratulam-se por, na última década e meia, a região ter conhecido "a mais rápida taxa de crescimento anual no IDH, crescendo a um ritmo anual de 1,7% entre 2000 e 2010 e 0,9% entre 2010 e 2014", como se lê na nota de imprensa para esta região que acompanha a divulgação do relatório.

Os analistas escrevem ainda que "houve avanços significativos no desenvolvimento humano", mas ressalvam que, para fortalecer este progresso, "é urgente abordar as enormes desigualdades nas oportunidades, incluindo a nível laboral".

"África está a ter níveis mais elevados de bem-estar e crescimento económico. Agora, os governos têm de se focar em melhores condições laborais para melhorar as condições de vida, apoiando a criação de emprego para sustentar as pessoas e as comunidades, e criando condições para uma maior participação das mulheres e dos jovens no mundo do trabalho", afirma Abdoulaye Mar Dieye, diretor do Gabinete Regional do PNUD para África.

Selim Jahan, um dos autores do relatório, reforça essa ideia no comunicado já mencionado, dizendo que, "num mundo em mudança, melhorar o desenvolvimento humano através do trabalho requer uma intervenção a nível das políticas públicas. A menos que se tomem medidas, muitas pessoas, especialmente as que já são marginalizadas, ficarão para trás".
rtp.pt